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Questões de Redação - UNESP | Gabarito e resoluções

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Questão 1
2024Redação

(UNESP - 2024) Texto 1 Examine as tirinhas* do cartunista Andr Dahmer, publicadas em sua conta no Instagram, em 28.02.2023, 22.02.2023, 23.02.2023 e 13.05.2023. *Vestido com uma roupa amarela e laranja de proteo contra incidentes nucleares, o personagem das tirinhas personifica as programaes dos algoritmos. Texto 2 Tornou-se impossvel pensar no dia a dia sem a internet. O impacto das novas tecnologias digitais sobre a vida das pessoas, das economias e de todas as sociedades pelo mundo afora aumenta de forma muito rpida, constata Glauco Arbix, professor do Departamento de Sociologia da Universidade de So Paulo. E essas transformaes devem se aprofundar ainda mais em um curto prazo de tempo, uma vez que as pesquisas sobre a rede internacional de computadores preveem que, nos prximos quatro anos, o mundo vai saltar de 3,4 bilhes de usurios para 4,8 bilhes, o que representa 1,4 bilho de pessoas a mais utilizando a internet, ou 60% da populao global conectada rede em 2022. Claro que em algumas regies sobretudo Amrica do Norte e Europa o percentual de usurios bastante alto (cerca de 90% da populao). No entanto, para que tudo funcione a contento, a tecnologia precisa ser melhorada. E isso j est acontecendo. (No d para pensar em um mundo sem internet. https://jornal.usp.br, 10.12.2018. Adaptado.) Texto 3 Daria para erguer uma pequena montanha com todos os livros que, na ltima dcada, criticaram ou nos advertiram contra vrios aspectos da internet e das mdias sociais. Um atributo comum compartilhado por todos esses livros, no entanto, a suposio sem ressalvas da permanncia e inevitabilidade da internet como elemento definidor da vida social, econmica e cultural. Em suma, o discurso pblico sobre as tecnologias de rede se restringe a propostas de aprimoramento e modificao de um sistema existente e que aceito como uma realidade inescapvel. Com Terra arrasada, eu estava determinado a no acrescentar mais um livro a essa pilha de textos inerentemente reformistas. Muito pelo contrrio, busquei dar voz necessidade de rejeio e urgncia na imaginao e no empenho rumo a formas de vida e de estar uns com os outros fora das rotinas desalentadoras que nos so impostas por corporaes poderosas. Uma das metas era contestar a suposio generalizada de que as tecnologias de rede que dominam e deformam nossas vidas vieram para ficar. A onipresena da internet desfigura inexoravelmente nossa percepo e as capacidades sensoriais necessrias para que conheamos e nos liguemos afetivamente a outras pessoas. Se for possvel um futuro habitvel e partilhado em nosso planeta, ser um futuro off-line, desvinculado dos sistemas destruidores de mundo e das operaes do capitalismo 24/71 . H, hoje, em meio intensificao dos processos de derrocada social e ambiental, uma conscientizao cada vez maior de que uma vida diria obscurecida em todos os aspectos pelo complexo interntico cruzou um limiar de irremediabilidade e toxicidade. Para a maioria da populao da Terra qual foi imposto, o complexo interntico o motor implacvel do vcio, da solido, das falsas esperanas, da crueldade, da psicose, do endividamento, da vida desperdiada, da corroso da memria e da desintegrao social. Todos os seus alardeados benefcios tornam-se irrelevantes ou secundrios diante desses impactos nocivos e sociocidas2. (Jonathan Crary. Terra arrasada: alm da era digital, rumo a um mundo ps-capitalista, 2023. Adaptado.) 124/7: abreviao para 24 horas por dia, 7 dias por semana. 2sociocida: que dissolve a sociedade, que contrrio sociedade. Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: possvel um futuro off-line?

Questão
2022Redação

Texto 1 melhor ser alegre que ser triste Alegria a melhor coisa que existe assim como a luz no corao Mas pra fazer um samba com beleza preciso um bocado de tristeza preciso um bocado de tristeza Seno, no se faz um samba no. (Vinicius de Moraes/Baden Powell. Samba da bno. In: Vinicius de Moraes. Livro de letras, 2015.) Texto 2 Texto 3 poca: Como a felicidade se tornou uma tirania? Pascal Bruckner: No sculo XVIII, felicidade j deixara de ser um direito para se tornar um dever. Mas essa inverso de valores s se consolidou no sculo XX, depois de 1968, quando se fez uma revoluo em nome do prazer, da alegria, da voluptuosidade. A partir do momento em que o prazer se torna o principal valor de uma sociedade, quem no o atinge vira um indivduo fora da lei. poca: Sofrimento virou doena? Pascal Bruckner: Sempre detestamos o sofrimento, normal. A novidade que agora as pessoas no tm mais o direito de sofrer. Ento, sofre-se em dobro. Querer que as pessoas se calem sobre a dor fsica ou psicolgica apenas agravar o mal. (Pascal Bruckner. O mal da felicidade. http://revistaepoca.globo.com, 16.02.2018.) Texto 4 Naomi Osaka afirmou na capa da revista Time h alguns dias: Its ok to not be ok. A tenista, que havia abandonado Roland Garros para cuidar de sua sade mental, confirmou em um texto em primeira pessoa a presso que sofreu nos ltimos meses. Falou tambm da importncia de trazer tona o debate sobre a sade mental em nosso tempo, e no s no esporte: Espero que as pessoas entendam que est bem no estar bem, e est bem falar disso. H pessoas que podem ajudar e, em geral, h luz no fim de qualquer tnel. (Noelia Ramrez. Tudo bem no estar bem, o lema da nova era que d adeus ao pensamento positivo. https://brasil.elpais.com, 15.07.2021. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: Tudo bem no estar bem?: A tristeza em tempos de felicidade compulsria

Questão
2021Redação

(UNESP 2021 - 2 fase) Texto 1 Tempo dinheiro. (Provrbio ingls, j prefigurado numa frase de Teofrasto [372 a.C.-287 a.C.], filsofo da Grcia Antiga.) (Paulo Rnai. Dicionrio universal de citaes, 1985.) Texto 2 Lembra-te que tempo dinheiro. Aquele que com o seu trabalho pode ganhar dez xelinsao dia e vagabundeia metade dia, ou fica deitado em seu quarto, no deve, mesmo que gaste apenas seis pence para se divertir, contabilizar s essa despesa; na verdade, gastou, ou melhor, jogou fora cinco xelins a mais. (Benjamin Franklin [1706-1790]. Conselho a um jovem comerciante, 1748. http://founders.archives.gov.) xelim: at 1971, quando ainda estava em vigor no Reino Unido, um xelim equivalia a 12 pence. Texto 3 Texto 4 Vi quem s andava com o mesmo chinelo Com o preo de uma casa no seu sapateiro Olhei pro brao dos cria, t geral de Rolex Finalmente pude entender porque tempo dinheiro (Djonga [1994- ]. Hoje no. Histrias da minha rea, 2020.) Texto 5 Inventamos uma montanha de consumos suprfluos. Compramos e descartamos. Mas o que estamos gastando tempo de vida. Quando eu compro algo, ou voc compra algo, no compramos com dinheiro, compramos com o tempo de vida que tivemos de gastar para ganhar aquele dinheiro. Com uma diferena: a nica coisa que no se pode comprar a vida, a vida se gasta. (Jos Mujica [1935- ]. Human [documentrio de Yann Arthus-Bertrand], 2015.) Texto 6 Uma das coisas mais sinistras da histria da civilizao ocidental o famoso dito atribudo a Benjamin Franklin Tempo dinheiro. Isso uma monstruosidade. Tempo no dinheiro. Tempo o tecido da nossa vida. esse minuto que est passando. Daqui a 10 minutos eu estou mais velho, daqui a 20 minutos eu estou mais prximo da morte. Portanto, eu tenho direito a esse tempo, esse tempo pertence a meus afetos. (Antonio Candido [1918-2017]. www.cartamaior.com.br, 08.08.2006.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: Tempo dinheiro?

Questão
2020Redação

(UNESP - 2020) Texto 1 O mundo enriqueceu-se com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automvel de corrida com seu cofre enfeitado de grossos tubos, semelhantes a serpentes de hlito explosivo... um automvel rugindo mais belo do que a Vitria da Samotrcia1 . (Filippo Tommaso Marinetti. Manifesto do Futurismo. Le Figaro, 20.02.1909. Adaptado.) 1 Vitria da Samotrcia: famosa escultura grega, considerada uma obra-prima do perodo helenstico e datada, aproximadamente, do ano de 190 a.C. Integra o acervo do Museu do Louvre. Texto 2 Cota Zero Stop. A vida parou ou foi o automvel? (Carlos Drummond de Andrade. Alguma poesia, 1930.) Texto 3 Texto 4 Jaime Lerner, arquiteto e ex-prefeito de Curitiba que priorizou o transporte coletivo na capital paranaense, chamou o carro de cigarro do futuro: Voc poder continuar a usar, mas as pessoas se irritaro por isso. Depois de dcadas em que o modelo curitibano, que privilegia corredores de nibus, vem sendo copiado no exterior, ainda lentamente que ganha adeptos no Brasil, com a adoo de corredores e ciclovias e a discusso de limitar, no Plano Diretor de So Paulo, a oferta de vagas de garagem. O escritor e empresrio australiano Ross Dawson tem opinio parecida de Lerner: Um dia as pessoas vo olhar para trs e se perguntar como era aceitvel poluir tanto, da mesma forma como hoje pensamos sobre o tempo em que cigarro era aceito em restaurantes, avies e lugares fechados. Nos EUA, o carro perde espao no apenas como meio de locomoo, mas tambm como objeto de desejo e expresso de um certo modo de vida. Demografia e economia, alm da questo ambiental, fazem com que menos jovens tirem carteira de motorista e cidades invistam em sustentabilidade para atrair moradores. 20% dos jovens americanos entre 20 e 24 anos de idade no tm hoje habilitao e o mesmo vale para 40% dos americanos de 18 anos. Em ambos os casos, o nmero de jovens que no dirigem dobrou entre 1983 e 2013, segundo estudo da Universidade de Michigan. (Raul Juste Lores. O declnio de uma paixo. Folha de S.Paulo, 29.06.2014. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: O carro ser o novo cigarro?

Questão
2019Redação

(UNESP - 2019 - 2 fase - REDAO) TEXTO 1 TEXTO 2 TEXTO 3 Ao shopping center Pelos teus crculos vagamos sem rumo ns almas penadas do mundo do consumo. De elevador ao cu pela escada ao inferno: os extremos se tocam no castigo eterno. Cada loja um novo prego em nossa cruz. Por mais que compremos estamos sempre nus ns que por teus crculos vagamos sem perdo espera (at quando?) da Grande Liquidao. (Jos Paulo Paes. Prosas seguidas de Odes mnimas, 1992.) TEXTO 4 Ns somos consumidores agora, consumidores em primeiro lugar e acima de tudo. Para todas as dificuldades com que nos deparamos no caminho trilhado para nos afastar dos problemas e nos aproximar da satisfao, ns buscamos as solues nas lojas. Do bero ao tmulo, somos educados e treinados a tratar as lojas como farmcias repletas de remdios para curar ou pelo menos mitigar todas as doenas e aflies de nossas vidas particulares e de nossas vidas em comum. Comprar por impulso e se livrar de bens que j no so atraentes, substituindo-os por outros mais vistosos, so nossas emoes mais estimulantes. Completude de consumidor significa completude na vida. (Zygmunt Bauman. A riqueza de poucos beneficia todos ns?, 2015. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva uma dissertao, empregando a norma padro da lngua portuguesa, sobre o tema: Compro, logo existo?

Questão
2018Redação

(UNESP - 2018) TEXTO 1 Um levantamento do Instituto Datafolha divulgado em maio de 2014 apontou que 61% dos eleitores so contrrios ao voto obrigatrio. O voto obrigatrio previsto na Constituio Federal a participao facultativa apenas para analfabetos, idosos com mais de 70 anos de idade e jovens com 16 e 17 anos. Para analistas, permitir que o eleitor decida se quer ou no votar um risco para o sistema eleitoral brasileiro. A obrigatoriedade, argumentam, ainda necessria devido ao cenrio crtico de compra e venda de votos e formao poltica deficiente de boa parte da populao. Nossa democracia extremamente jovem e foi pouco testada. O voto facultativo seria o ideal, porque o eleitor poderia expressar sua real vontade, mas ainda no hora de ele ser implantado, diz Danilo Barboza, membro do Movimento Voto Consciente. O socilogo Eurico Cursino, da Universidade de Braslia (UnB), avalia que o dever de participar das eleies uma prtica pedaggica. Ele argumenta que essa uma forma de canalizar conflitos graves ligados s desigualdades sociais no pas. A democracia s se aprende na prtica. Tornar o voto facultativo como permitir criana decidir se quer ir ou no escola, afirma. J para os defensores do voto no obrigatrio, participar das eleies um direito e no um dever. O voto facultativo, dizem, melhora a qualidade do pleito, que passa a contar majoritariamente com eleitores conscientes. E incentiva os partidos a promover programas eleitorais educativos sobre a importncia do voto. (Karina Gomes. O voto deveria ser facultativo no Brasil?. www.cartacapital.com.br, 25.08.2014. Adaptado.) TEXTO 2 H muito tempo se discute a possibilidade de instaurao do voto facultativo no Brasil. Mas so diversos os fatores que travam a discusso. Atualmente, a Lei no 4737/1965 que determina o voto como obrigatrio no Brasil, alm dos dispositivos e penas a quem no comparece ao pleito. Com a imposio, o pas segue na tendncia contrria ao resto do mundo. Estudo divulgado pela CIA, que detalha o tipo de voto em mais de 230 pases no mundo, mostra que o Brasil um dos (apenas) 21 que ainda mantm a obrigatoriedade de comparecer s urnas. Para Rodolfo Teixeira, cientista poltico e professor da Universidade de Braslia (UnB), a atual descrena na classe poltica pode levar a uma grave desero do brasileiro do processo eleitoral. O jurista Alberto Rollo, especialista em Direito Eleitoral e membro da comisso de reforma poltica da OAB de So Paulo, concorda e acredita que o eleitor brasileiro ainda deficitrio do ponto de vista de educao poltica, sem ser maduro o suficiente para entender a importncia do voto: Se [o voto facultativo] fosse implementado hoje, mais da metade dos eleitores no votaria. Isso desastroso, afirma. O cientista poltico e professor da FGV-Rio Carlos Pereira pensa diferente. O especialista acredita que as sete eleies presidenciais depois do fim da ditadura militar mostram que o momento democrtico do Brasil est consolidado. O voto facultativo seria mais um passo a uma democracia plena. O argumento de que o eleitor pobre e menos escolarizado deixaria de votar parte de um pressuposto da vitimizao. uma viso muito protecionista, diz Pereira. O eleitor mais pobre tem acesso informao e politizado: ele sabe quanto est custando um litro de leite, uma passagem de nibus, se o bairro est violento, se tem desemprego na famlia. totalmente plausvel que ele faa um diagnstico e decida em quem votar e se quer votar. (Raphael Martins. O que falta para o Brasil adotar o voto facultativo?. http://exame.abril.com.br, 01.08.2017. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva uma dissertao, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: O voto deveria ser facultativo no Brasil?

Questão
2018Redação

(UNESP - 2018/2 - 2 fase - Redao) Texto 1 A maioria dos brasileiros segue contrria ampliao do porte de armas de fogo. Segundo recente pesquisa Datafolha, 56% dos entrevistados se disseram contrrios ao porte legal estendido a todos os cidados. Sancionado em 2003, o Estatuto do Desarmamento, criado para controlar o uso de armas no pas, constantemente alvo de crticas por no ter contribudo para a reduo da criminalidade. Especialistas em segurana pblica, porm, dizem o contrrio. (Maioria no pas segue contrria ampliao do porte legal de armas. www1.folha.uol.com.br, 07.01.2018. Adaptado.) Texto 2 Imagine um pas onde qualquer pessoa com mais de 21 anos pudesse andar armada na rua, dentro do carro, nos bares, festas, parques e shoppings centers. Em um passado no muito distante, esse pas era o Brasil. At 2003, aqui era possvel, sem muita burocracia, comprar uma pistola ou um revlver em lojas de artigos esportivos, onde as armas ficavam em prateleiras na seo de artigos de caa, ao lado de varas de pesca e anzis. Mas, de acordo com os indicadores da poca, os anos em que a populao podia se armar para teoricamente fazer frente bandidagem no foram de paz absoluta, mas de crescente violncia, segundo dados do Ministrio da Sade e do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA). Para conter o avano das mortes, foi sancionado, em 2003, o Estatuto do Desarmamento, que restringiu drasticamente a posse e o acesso a armas no pas. Atualmente a taxa de homicdios est em 29,9 assassinatos por 100.000 habitantes, o que pressupe que o desarmamento no reduziu drasticamente os homicdios mas estancou seu crescimento. O tema sensvel, uma vez que um grupo de deputados e senadores quer voltar para os velhos tempos, quando era possvel comprar armas com facilidade. O tema ganha eco tambm em alguns setores da sociedade que enxergam no direito de se armar e a reagir violncia uma possibilidade de salvar vidas. Daniel Cerqueira, pesquisador do IPEA, explica que uma grave crise econmica ocorrida durante a dcada de 1980 ampliou a desigualdade social e foi um dos fatores responsveis pelo aumento das taxas de homicdio. No meio desse processo, as pessoas comearam a comprar mais armas. Isso fez com que o ciclo de violncia se UNESP - 2 FASE - JUNHO/2018 autoalimentasse. Quanto mais medo as pessoas sentem e mais homicdios ocorrem, mais elas se armam. Quanto mais se armam, mais mortes temos, afirma. Ele destaca que, ao contrrio do que frequentemente se diz, a maior parte dos crimes com morte no so praticados pelo criminoso contumaz, e sim pelo cidado de bem que, em um momento de ira, perde a cabea. Nem todos concordam com Cerqueira. As pessoas se sentiam mais seguras naquela poca, afirma Ben Barbosa, um dos mais antigos militantes pr-armas do Brasil. De acordo com Barbosa, nos anos de 1990 deveria haver aproximadamente meio milho de pessoas armadas em So Paulo, e voc no tinha bangue-bangue nas ruas. Para ele, o Estatuto do Desarmamento elitizou a posse de armas, ao instituir a cobrana de taxas proibitivas. (Gil Alessi. Como era o Brasil quando as armas eram vendidas em shoppings e munio nas lojas de ferragem. http://brasil.elpais.com, 31.10.2017. Adaptado.) Texto 3 Devemos liberar as armas? Sim. O direito autodefesa pilar de uma sociedade livre e democrtica. No Brasil, os bandidos continuam a ter acesso livre s armas de fogo e o cidado fica merc dos criminosos. Denis Rosenfield (professor de filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Devemos liberar as armas? No. Voltar a armar a sociedade um fator de risco para o aumento das mortes violentas no pas. O uso de armas deve ser restrito s foras policiais. Jos Mariano Beltrame (ex-secretrio de Segurana Pblica do Estado do Rio de Janeiro). (Devemos liberar as armas?. https://epoca.globo.com, 24.04.2015. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva uma dissertao, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: Liberar o porte de armas de fogo a todos os cidados diminuir a violncia no Brasil?

Questão
2017Redação

(UNESP - 2017- 2 fase) Texto 1 A distribuio da riqueza uma das questes mais vivas e polmicas da atualidade. Ser que a dinmica da acumulao do capital privado conduz de modo inevitvel a uma concentrao cada vez maior da riqueza e do poder em poucas mos, como acreditava Karl Marx no sculo XIX? Ou ser que as foras equilibradoras do crescimento, da concorrncia e do progresso tecnolgico levam espontaneamente a uma reduo da desigualdade e a uma organizao harmoniosa da sociedade, como pensava Simon Kuznets no sculo XX? (Thomas Piketty. O capital no sculo XXI, 2014. Adaptado.) Texto 2 J se tornou argumento comum a ideia de que a melhor maneira de ajudar os pobres a sair da misria permitir que os ricos fiquem cada vez mais ricos. No entanto, medida que novos dados sobre distribuio de renda so divulgados*, constata se um desequilbrio assustador: a distncia entre aqueles que esto no topo da hierarquia social e aqueles que esto na base cresce cada vez mais. A obstinada persistncia da pobreza no planeta que vive os espasmos de um fundamentalismo do crescimento econmico bastante para levar as pessoas atentas a fazer uma pausa e refletir sobre as perdas diretas, bem como sobre os efeitos colaterais dessa distribuio da riqueza. Uma das justificativas morais bsicas para a economia de livre mercado, isto , que a busca de lucro individual tambm fornece o melhor mecanismo para a busca do bem comum, se v assim questionada e quase desmentida. * Um estudo recente do World Institute for Development Economics Research da Universidade das Naes Unidas relata que o 1% mais rico de adultos possua 40% dos bens globais em 2000, e que os 10% mais ricos respondiam por 85% do total da riqueza do mundo. A metade situada na parte mais baixa da populao mundial adulta possua 1% da riqueza global. (Zygmunt Bauman. A riqueza de poucos beneficia todos ns?, 2015. Adaptado.) Texto 3 Um certo esprito rousseauniano parece ter se apoderado de nossa poca, que agora v a propriedade privada e a economia de mercado como responsveis por todos os nossos males. verdade que elas favorecem a concentrao de riqueza, notadamente de renda e patrimnio. Essa, porm, s parte da histria. Os mesmos mecanismos de mercado que promovem a disparidade eles exigem certo nvel de desigualdade estrutural para funcionar so tambm os responsveis pelo mais extraordinrio processo de melhora das condies materiais de vida que a humanidade j experimentou. Se o capitalismo exibe o vis elitista da concentrao de renda, ele tambm apresenta a vocao mais democrtica de tornar praticamente todos os bens mais acessveis, pelo aprimoramento dos processos produtivos. No tenho nada contra perseguir ideias de justia, mas importante no perder a perspectiva das coisas. (Hlio Schwartsman. Uma defesa da desigualdade. Folha de S.Paulo, 14.06.2015. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva uma dissertao, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: A riqueza de poucos beneficia a sociedade inteira?

Questão
2017Redação

(UNESP - 2017/2 - 2 fase - Redao) Texto 1 Art. 5o Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade [...]. (Constituio da Repblica Federativa do Brasil. www.planalto.gov.br) Texto 2 Art. 295. Sero recolhidos [...] a priso especial, disposio da autoridade competente, quando sujeitos a priso antes de condenao definitiva: I. os ministros de Estado; II. os governadores ou interventores de Estados ou Territrios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretrios, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polcia; III. os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados; IV. os cidados inscritos no Livro de Mrito; V. os oficiais das Foras Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territrios; VI. os magistrados; VII. os diplomados por qualquer das faculdades superiores da Repblica; VIII. os ministros de confisso religiosa; IX. os ministros do Tribunal de Contas; X. os cidados que j tiverem exercido efetivamente a funo de jurado [...]; XI. os delegados de polcia e os guardas-civis dos Estados e Territrios, ativos e inativos. (Cdigo de Processo Penal. www.planalto.gov.br) Texto 3 A priso especial, no Brasil, um instituto que visa favorecer algumas pessoas levando-se em considerao os servios prestados sociedade. Esta diferenciao garantida apenas durante o perodo em que aguardam o resultado de seu julgamento. Se condenadas, so transferidas da priso especial para a priso comum. Esse tema suscita uma polmica que divide tanto a opinio pblica quanto os polticos e legisladores. A defesa do privilgio da priso especial para portadores de diploma feita por autores como Basileu Garcia, ex-professor da Faculdade de Direito da USP, que diz merecer maior considerao pblica as pessoas que, pela sua educao [leia-se: portadores de diploma], maior sensibilidade devem ter para o sofrimento no crcere. Tambm Arthur Cogan, ex-procurador de justia, considera que a priso especial no afronta a Constituio, j que a todos os cidados esto abertos os caminhos que conduzem conquista das posies que do aos seus integrantes a regalia de um tratamento sem o rigor carcerrio, ou seja, o autor parece entender que no Brasil quaisquer pessoas, sem exceo, tm condies de, se pretenderem, cursar uma faculdade. (Valquria Padilha e Flvio Antonio Lazzarotto. A distino por trs das grades: reflexes sobre a priso especial. https://sociologiajuridicadotnet.wordpress.com. Adaptado.) Texto 4 A desigualdade social se manifesta de diversas formas. A priso especial para quem tem diploma uma das mais descaradas. Afinal, se duas pessoas cometem o mesmo crime, mas uma delas estudou mais, esta poder ficar em uma cela especial, separada dos demais presos at condenao em definitivo. O artigo 5o da Constituio Federal diz que todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza. Mas, na prtica, a legislao brasileira confere o privilgio de no ficar em crcere comum para alguns grupos. Em certos casos, como juzes e delegados de polcia, por exemplo, isso faz sentido. Em outros, como os portadores de diploma de curso superior, no. Quem teve acesso educao formal desfruta de direitos sobre quem foi obrigado, em determinado momento, a escolher entre estudar e trabalhar. Ou que, por vontade prpria, simplesmente optou por no fazer uma faculdade. Afinal de contas, s o pensamento limitado capaz de considerar algum superior por ter um bacharelado ou uma licenciatura. (Leonardo Sakamoto. Eike Batista, cela especial e o Brasil que discrimina por anos de estudo. http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br, 30.01.2017. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva uma dissertao, empregando a norma- -padro da lngua portuguesa, sobre o tema: Priso especial para portadores de diploma: afronta constituio?

Questão
2016Redação

(UNESP - 2016/2 - 2a fase) REDAO Texto 1 Texto 2 O que o Estatuto da Famlia? um projeto de lei que tramita na Cmara dos Deputados. O texto desse projeto tenta definir o que pode ser considerado uma famlia no Brasil. Ou seja, o projeto prope regras jurdicas para definir quais grupos podem ser considerados uma famlia perante a lei. (O que o Estatuto da Famlia?. www.cartacapital.com.br, 25.10.2015. Adaptado.) Texto 3 famlia como o ncleo social formado a partir da unio entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou unio estvel, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. (Anderson Ferreira [deputado federal pelo PR]. Projeto de Lei no 6583/2013. www.camara.gov.br, 16.10.2015. Adaptado.) Texto 4 O Estatuto da Famlia veio num momento bastante oportuno. Nunca a principal instituio da sociedade e o matrimnio foram to atacados como nos dias atuais. Basta ver crianas e adolescentes sendo aliciados para o mundo do crime e das drogas, a violncia domstica, a gravidez na adolescncia, os programas televisivos cada vez mais imorais e violentos, sem falar na visvel deturpao do conceito de matrimnio e na banalizao dos valores familiares conquistados h dcadas. Tudo isso repercute negativamente na dinmica psicossocial do indivduo. O Estatuto da Famlia no deveria causar tanto alvoroo no que se refere ao conceito de famlia. A definio no minha e de nenhum parlamentar. a Carta Constitucional que, assim, restringe sua composio. No tem nada a ver com preconceito ou discriminao. (Sstenes Cavalcante [deputado federal pelo PSD]. Estatuto da Famlia base para sociedade mais justa, fraterna e desenvolvida. http://congressoemfoco.uol.com.br, 08.10.2015. Adaptado.) Texto 5 A ONU no Brasil disse estar acompanhando com preocupao a tramitao, no Congresso Nacional, da Proposio Legislativa que institui o Estatuto da Famlia, especialmente quanto ao conceito de famlia e seus impactos para o exerccio dos direitos humanos. Citando tratados internacionais, a ONU afirmou ser importante assegurar que outros arranjos familiares, alm do formado por casal heteroafetivo, tambm sejam igualmente protegidos como parte dos esforos para eliminar a discriminao: Negar a existncia destas composies familiares diversas, para alm de violar os tratados internacionais, representa uma involuo legislativa. (Brasil: ONU est preocupada com projeto de lei que define conceito de famlia. http://nacoesunidas.org, 27.10.2015.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva uma dissertao, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: O conceito de famlia proposto pelo Estatuto da Famlia: discriminao contra outros arranjos familiares?

Questão
2016Redação

(Unesp 2016) REDAÇÃO Texto 1 Um dos traços característicos da vida moderna é oferecer inúmeras oportunidades de vermos (à distância, por meio de fotos e vídeos) horrores que acontecem no mundo inteiro. Mas o que a representação da crueldade provoca em nós? Nossa percepção do sofrimento humano terá sido desgastada pelo bombardeio diário dessas imagens? Qual o sentido de se exibir essas fotos? Para despertar indignação? Para nos sentirmos mal, ou seja, para consternar e entristecer? Será mesmo necessário olhar para essas fotos? Tornamo-nos melhores por ver essas imagens? Será que elas, de fato, nos ensinam alguma coisa? Muitos críticos argumentam que, em um mundo saturado de imagens, aquelas que deveriam ser importantes para nós têm seu efeito reduzido: tornamo-nos insensíveis. Inundados por imagens que, no passado, nos chocavam e causavam indignação, estamos perdendo a capacidade de nos sensibilizar. No fim, tais imagens apenas nos tornam um pouco menos capazes de sentir, de ter nossa consciência instigada. (Susan Sontag. Diante da dor dos outros, 2003. Adaptado.) Texto 2 Quantas imagens de crianças mortas você precisa ver antes de entender que matar crianças é errado? Eu pergunto isso porque as mídias sociais estão inundadas com o sangue de inocentes. Em algum momento, as mídias terão de pensar cuidadosamente sobre a decisão de se publicar imagens como essas. No momento, há, no Twitter particularmente, incontáveis fotos de crianças mortas. Tais fotos são tuitadas e retuitadas para expressar o horror do que está acontecendo em várias partes do mundo. Isto é obsceno. Nenhuma dessas imagens me persuadiu a pensar diferentemente do modo como eu já pensava. Eu não preciso ver mais imagens de crianças mortas para querer um acordo político. Eu não preciso que você as tuite para me mostrar que você se importa. Um pequeno cadáver não é um símbolo de consumo público. (Suzanne Moore. Compartilhar imagens de cadáveres nas mídias sociais não é o modo de se chegar a um cessar-fogo. www.theguardian.com, 21.07.2014. Adaptado.) Texto 3 A morbidez deve ser evitada a todo custo, mas imagens fotográficas chocantes que podem servir a propósitos humanitários e ajudar a manter vivos na memória coletiva horrores inomináveis (dificultando, com isso, a ocorrência de horrores similares) devem ser publicadas. (Carlos Eduardo Lins da Silva. Muito além de Aylan Kurdi. http://observatoriodaimprensa.com.br, 08.09.2015. Adaptado.) Texto 4 Diretor da ONG Human Rights Watch, Peter Bouckaert publicou em seu Twitter a foto do menino sírio de 3 anos que se afogou. Ele explicou sua decisão: Alguns dizem que a imagem é muito ofensiva para ser divulgada. Mas ofensivo é aparecerem crianças afogadas em nossas praias quando muito mais pode ser feito para evitar suas mortes. (Diretor de ONG explica publicação de foto de criança. Folha de S.Paulo, 03.09.2015. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: Publicação de imagens trágicas: banalização do sofrimento ou forma de sensibilização?

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2015Redação

(UNESP - 2015) Texto 1 O Brasil era o ltimo pas do mundo ocidental a eliminar a escravido! Para a maioria dos parlamentares, que se tinham empenhado pela abolio, a questo estava encerrada. Os ex-escravos foram abandonados sua prpria sorte. Caberia a eles, da por diante, converter sua emancipao em realidade. Se a lei lhes garantia o status jurdico de homens livres, ela no lhes fornecia meios para tornar sua liberdade efetiva. A igualdade jurdica no era suficiente para eliminar as enormes distncias sociais e os preconceitos que mais de trezentos anos de cativeiro haviam criado. A Lei urea abolia a escravido mas no seu legado. Trezentos anos de opresso no se eliminam com uma penada. A abolio foi apenas o primeiro passo na direo da emancipao do negro. Nem por isso deixou de ser uma conquista, se bem que de efeito limitado. (Emlia Viotti da Costa. A abolio, 2008.) Texto 2 O Instituto Ethos, em parceria com outras entidades, divulgou um estudo sobre a participao do negro nas 500 maiores empresas do pas. E lamentou, com os jornais, o fato de que 27% delas no souberam responder quantos negros havia em cada nvel funcional. Esse dado foi divulgado como indcio de que, no Brasil, existe racismo. Um paradoxo. Quase um tero das empresas demonstra a entidades serissimas que cor ou raa no so filtros em seus departamentos de RH e, exatamente por essa razo, as empresas passam a ser suspeitas de racismo. Elas so acusadas por aquilo que as absolve. Tempos perigosos, em que pessoas, com timas intenes, no percebem que talvez estejam jogando no lixo o nosso maior patrimnio: a ausncia de dio racial. H toda uma gama de historiadores srios, dedicados e igualmente bem-intencionados, que estudam a escravido e se deparam com esta mesma constatao: nossa riqueza esta, a tolerncia. Nada escamoteiam: bem documentados, mostram os horrores da escravido, mas atestam que, no a cor, mas a condio econmica que explica a manuteno de um indivduo na pobreza. [...]. Hoje, se a maior parte dos pobres de negros, isso no se deve cor da pele. Com uma melhor distribuio de renda, a condio do negro vai melhorar acentuadamente. Porque, aqui, cor no uma questo. (Ali Kamel. No somos racistas. www.oglobo.com.br, 09.12.2003.) Texto 3 Qualquer estudo sobre o racismo no Brasil deve comear por notar que, aqui, o racismo um tabu. De fato, os brasileiros imaginam que vivem numa sociedade onde no h discriminao racial. Essa uma fonte de orgulho nacional, e serve, no nosso confronto e comparao com outras naes, como prova inconteste de nosso status de povo civilizado. (Antonio Srgio Alfredo Guimares. Racismo e anti-racismo no Brasil, 1999. Adaptado.) Texto 4 Na ausncia de uma poltica discriminatria oficial, estamos envoltos no pas de uma boa conscincia, que nega o preconceito ou o reconhece como mais brando. Afirma-se de modo genrico e sem questionamento uma certa harmonia racial e joga-se para o plano pessoal os possveis conflitos. Essa sem dvida uma maneira problemtica de lidar com o tema: ora ele se torna inexistente, ora aparece na roupa de algum outro. s dessa maneira que podemos explicar os resultados de uma pesquisa realizada em 1988, em So Paulo, na qual 97% dos entrevistados afirmaram no ter preconceito e 98% dos mesmos entrevistados disseram conhecer outras pessoas que tinham, sim, preconceito. Ao mesmo tempo, quando inquiridos sobre o grau de relao com aqueles que consideravam racistas, os entrevistados apontavam com frequncia parentes prximos, namorados e amigos ntimos. Todo brasileiro parece se sentir, portanto, como uma ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados. (Lilia Moritz Schwarcz. Nem preto nem branco, muito pelo contrrio, 2012. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva uma redao de gnero dissertativo, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: O legado da escravido e o preconceito contra negros no Brasil

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2015Redação

(UNESP - 2015/2 - 2 fase - Redao) REDAO Texto 1 O advogado Carlos Velloso, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, diz que a reduo da maioridade penal vai inibir jovens e criminosos: O jovem de hoje diferente do jovem de 1940, quando essa maioridade penal de 18 anos foi instituda. Agora, ele bem informado, j compreende o que uma atitude delituosa. Muitos jovens de 16 anos j esto empregados no crime organizado. A reduo vai inibir os adolescentes e criminosos que aliciam menores. (Para ex-ministro do STF, reduo da maioridade penal diminuiria crime. www.folha.uol.com.br, 01.04.2015. Adaptado.) Texto 2 O ministro Marco Aurlio Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que a reduo da maioridade penal, debatida atualmente no Congresso Nacional, no deve diminuir a violncia no pas: No vamos dar uma esperana v sociedade, como se pudssemos ter melhores dias alterando a responsabilidade penal. Cadeia no conserta ningum. (Cadeia no conserta ningum, diz ministro sobre reduo da maioridade. http://g1.globo.com, 01.04.2015. Adaptado.) Texto 3 A presuno de que ao adolescente de 16 anos falta o entendimento pleno da ilicitude da conduta que pratica podia encontrar justificativa dcadas atrs, quando o Brasil era uma sociedade agrria e atrasada socialmente. Hoje, com a densificao populacional, o incremento dos meios de comunicao e o acesso facilitado educao, esse adolescente amadurece muito mais rpido. O jovem de 16 anos j possui maturidade para votar. E o Cdigo Civil, atento ao fato de que o jovem amadurece mais cedo, permitiu a emancipao aos 16 anos de idade. Emancipado, poder constituir famlia, com os pesados encargos da decorrentes como manuteno do lar e criao e educao da prole. Poder tambm constituir uma empresa e gerenci-la, respondendo, sem interferncia de terceiros, por todas as obrigaes inerentes ao exerccio do comrcio. notrio que os adolescentes se valem conscientemente da menoridade para praticar ilcitos infracionais, sabendo quanto so brandas as medidas passveis de serem aplicadas a eles. Uma das causas da delinquncia juvenil a falta de polticas pblicas voltadas criana e ao adolescente. Mas a sociedade no pode esperar indefinidamente que essas polticas sejam implementadas. O problema deve ser enfrentado de duas formas: criando polticas sociais de trabalho, educao e emprego, mas simultaneamente fazendo jovens entre 16 e 18 anos responderem penalmente pelos seus atos. (Cludio da Silva Leiria (promotor de justia). Questo de maturidade. O Estado de S.Paulo, 05.04.2015. Adaptado.) Texto 4 Confrontado com situaes extremas de violncia e criminalidade, nas quais h adolescentes envolvidos, o Congresso Nacional de novo discute o rebaixamento da idade de responsabilidade penal de 18 para 16 anos como uma das solues para o problema. No entanto, leve-se em conta que a maioria esmagadora dos criminosos so jovens entre 19 e 25 anos e adultos. Atrs do adolescente infrator, h sempre adultos. O ncleo duro da criminalidade violenta so organizaes comandadas por adultos, que a polcia no consegue desbaratar por incompetncia na coleta de informaes, fraqueza da investigao e por manter, a despeito da consagrada impunidade, a concepo sabidamente equivocada de guerra contra o crime. O rebaixamento da idade penal um logro que no ter nenhum efeito para aumentar a segurana dos cidados. Se as instituies brasileiras de tratamento de crianas e adolescentes infratores no educam nem regeneram, sendo masmorras disfaradas apenas pelo nome, trancafi-los em prises de adultos seria conden-los tortura, violncia sexual e solitria. Est mais do que na hora de ir alm do atual debate relativo ao estabelecimento arbitrrio de uma idade mnima de responsabilidade pela infrao das leis penais. Mas, enquanto no atingirmos essa etapa, o esforo do Estado democrtico no deve ser de despejar mais e mais adolescentes miserveis, pobres e afrodescendentes no sistema penal de adultos. O esforo deve ser no sentido de aperfeioar as atuais instituies de tratamento das crianas e adolescentes, para evitar que eles, tornados adultos, entrem naquele sistema. (Paulo Srgio Pinheiro (ex-secretrio de Estado de Direitos Humanos). Adolescentes: o elo mais fraco. Folha de S.Paulo, 11.01.2013. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva uma redao de gnero dissertativo, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: A reduo da maioridade penal contribuir para a diminuio da criminalidade no Brasil?

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2014Redação

(UNESP - 2014/2 - 2 fase) REDAO TEXTO 1 O SUS (Sistema nico de Sade) recebeu em seus hospitais e clnicas uma mdia de duas mulheres por hora com sinais de violncia sexual em 2012, segundo dados do Ministrio da Sade. No Brasil, segundo o Sistema de Vigilncia de Violncias e Acidentes do Ministrio da Sade, um total de 18 007 mulheres deram entrada no sistema pblico de sade em 2012 apresentando indcios de terem sofrido violncia sexual. Essas estatsticas funcionam apenas como um indicador, pois no englobam casos de violncia nos quais a mulher no procurou atendimento mdico ou se dirigiu a uma unidade de sade privada. (Luis Kawaguti. SUS recebe duas mulheres por hora vtimas de abuso. www.bbc.co.uk/portuguese, 08.03.2013. Adaptado.) TEXTO 2 Um em cada quatro brasileiros acredita que se uma mulher usa roupas provocantes merece ser atacada. O dado muito abaixo dos 65% divulgados inicialmente pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada) na pesquisa Tolerncia social violncia contra mulheres, mas ainda alarmante: 58,5% dos entrevistados afirmam que se as mulheres soubessem como se comportar haveria menos estupros. O estudo ganhou destaque na mdia e levou a um intenso debate sobre a violncia sexual contra mulheres no Brasil. (Lilia Diniz. O estupro na mdia. www.observatoriodaimprensa.com.br, 17.04.2014.) TEXTO 3 O importante que o debate no se limite questo do vesturio feminino. A mulher como objeto e a fabricao de um pseudoerotismo no qual engajam-se os meios de comunicao e publicitrios, h pelo menos uma gerao, esto criando valores e distores existenciais que vo na contramo do que se entende como civilizao. A mulher sensual est hoje em anncios de apartamentos, automveis, viagens, comida, bebida e at em diplomas universitrios. Nesta midiatizao do sexo e coisificao da mulher pode estar a incubadora da furiosa onipotncia que intoxica o comportamento masculino. (Alberto Dines. A imagem txica. www.observatoriodaimprensa.com.br, 15.04.2014. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva uma redao de gnero dissertativo, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: A TOLERNCIA DA SOCIEDADE BRAISLEIRA VIOLNCIA SEXUAL CONTRA MULHERES

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2014Redação

(UNESP - 2014 - 2 FASE) Texto 1 Dos 594 deputados e senadores em exerccio no Congresso Nacional, 190 (32%) j foram condenados na Justia e/ou nos Tribunais de Contas. As ocorrncias se encaixam em quatro grandes reas: irregularidades em contas e processos administrativos no mbito dos Tribunais de Contas (como fraudes em licitaes); citaes na Justia Eleitoral (contas de campanha rejeitadas, compra de votos, por exemplo); condenaes na Justia referentes lida com o bem pblico no exerccio da funo (enriquecimento ilcito, peculato etc.); e outros (homicdio culposo, trabalho degradante etc.). (Natlia Paiva. www.transparencia.org.br. Adaptado.) Texto 2 Nossa tradio cultural, por diversas razes, criou um ideal de cidadania poltica sem vnculos com a efetiva vida social dos brasileiros. Na teoria, aprendemos que devemos ser cidados; na prtica, que no possvel, nem desejvel, comportarmo-nos como cidados. A face poltica do modelo de identidade nacional permanentemente corroda pelo desrespeito aos nossos ideais de conduta. Idealmente, ser brasileiro significa herdar a tradio democrtica na qual somos todos iguais perante a lei e onde o direito vida, liberdade e busca da felicidade uma propriedade inalienvel de cada um de ns; na realidade, ser brasileiro significa viver em um sistema socioeconmico injusto, onde a lei s existe paraos pobres e para os inimigos e onde os direitos individuais somonoplio dos poucos que tm muito. Preso nesse impasse, o brasileiro vem sendo coagido a reagir de duas maneiras. Na primeira, com apatia e desesperana. o caso dos que continuam acreditando nos valores ideais da cultura e no querem converter-se ao cinismo das classes dominantes e de seus seguidores. Essas pessoas experimentam uma notvel diminuio da autoestima na identidade de cidado, pois no aceitam conviver com o baixo padro de moralidade vigente, mas tampouco sabem como agir honradamente sem se tornarem vtimas de abusos e humilhaes de toda ordem. Deixam-se assim contagiar pela inrcia ou sonham em renunciar identidade nacional, abandonando o pas.Na segunda maneira, a mais nociva, o indivduo adere tica da sobrevivncia ou lei do vale-tudo: pensa escapar delinquncia, tornando-se delinquente. (Jurandir Freire Costa. http://super.abril.com.br. Adaptado.) Texto 3 Se o eleitorado tem bastante clareza quanto falta de honestidade dos polticos brasileiros, no se pode dizer o mesmo em relao sua prpria imagem como povo brasileiro. Isto pode ser um reflexo do aclamado jeitinho brasileiro, ora motivo de orgulho, ora de vergonha. De qualquer forma, fica claro que h problemas tanto quando se fala de honestidade de uma forma genrica, como quando h abordagem especfica de comportamentos antiticos, alguns ilegais: a caixinha para o guarda no multar, a sonegao de impostos, a compra de produtos piratas, as fraudes no seguro, entre outros. A questo que est posta aqui que a populao parece no relacionar seus pequenos desvios com o comportamento desonesto atribudo aos polticos. (Silvia Cervellini. www.ibope.com.br. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus prprios conhecimentos, escreva uma redao de gnero dissertativo, empregando a norma-padro da lngua portuguesa, sobre o tema: Corrupo no Congresso Nacional: reflexo da sociedade brasileira?

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