(UNICENTRO - 2006) Madame de Staël, em sua obra de 1818, faz uma reflexão acerca das causas da Revolução Francesa:
“Esta nova potência adquiria cada dia mais força e a nação libertava-se, por assim dizer, por si própria. Enquanto foram só as classes privilegiadas a gozar de uma existência fácil, podia governar-se o estado como uma corte, manejando habilmente as paixões e os interesses de alguns indivíduos; mas assim que a segunda classe da sociedade, a mais numerosa e a mais ativa de todas, teve consciência da sua importância, tornava-se indispensável a descoberta e aplicação de uma forma de governo melhor.”
(In: SHAFF, Adam. História e Verdade. Lisboa: Estampa, 1977. p. 24.)
Com base no texto de Madame Staël e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:
O exemplo da Revolução Americana de 1776 e o acaso propiciaram a eclosão da Revolução Francesa, dificultando, assim, a procura de suas causas no descontentamento das classes sociais francesas.
Uma das causas profundas da Revolução Francesa decorre da importância crescente de uma nova classe social: a operária, que, duramente atingida pela crise econômica, insurgiu-se contra os direitos feudais da nobreza.
A Revolução Francesa teve como uma de suas motivações a transformação social da nobreza que, empobrecida, abriu caminho para a implantação da Primeira República, em 1792.
Refletindo o pensamento da época, a Revolução Francesa foi obra da Providência divina, que instrumentalizou a burguesia e a fez agir de acordo com as suas intenções.
A estrutura social baseada em ordens (clero, nobreza e povo) já não dava conta dos anseios de uma nova classe em formação: a burguesia, que beneficiou-se ainda do descontentamento da sans-culotterie.