A Amazônia virou tema de moda. Muitos se arvoram
em referenciá-la, autodeclarando-se porta-vozes de seus
interesses e destino. Nesse horizonte, o imaginário é fértil:
“paraíso verde”, “pulmão do mundo”, “eldorado”, “inferno verde”,
“celeiro do mundo”, pendulando-se as visões mais extremistas
(e antípodas) entre a de “santuário intocável” e a de
“almoxarifado do grande capital”.
(Luis E. Aragón. Amazônia, conhecer para desenvolver e conservar, 2013.)
No excerto, as denominações dadas à Amazônia expressam:
os resultados de pesquisas empíricas, demonstrando a imobilidade econômica da região perante o mercado mundial.
o mito do vazio demográfico, reunindo visões conservacionistas ou intervencionistas para a região.
a viabilidade das propostas separatistas para a região, evidenciando as particularidades que lhe garantem autonomia.
as estratégias da especulação imobiliária, revelando os discursos adotados para diferenciar a região.
os obstáculos à integração nacional, indicando o diálogo conturbado com as populações tradicionais da região.