Em nosso último resumo abordamos os dois primeiros períodos da antiguidade grega: homérico e arcaico. Agora, partiremos para os outros dois e destacaremos as duas principais pólis gregas: Atenas e Esparta.
As pólis gregas: Atenas e Esparta
Esparta
Anteriormente destacamos a consolidação das cidades-estado gregas. Esparta era uma delas, localizava-se na península do Peloponeso. Diferente de outras áreas gregas, sua economia baseava-se na agricultura.
O território foi colonizado pelos dórios, que desenvolveram uma sociedade extremamente hierárquica e militarizada. Possuíam um estado forte militarmente, mas absolutamente fechado (por medo de invasões e rebeliões): estrangeiros não podiam entrar e os cidadãos eram proibidos de sair, o comércio e manufaturas eram mínimos.
A sociedade era dividida em três grupos principais:
Espartanos: cidadãos livres, descendentes dos dórios que compunham a aristocracia, exerciam as funções militares e administrativas.
Periecos: eram livres, mas não tinham direitos políticos, em geral eram camponeses;
Hilotas: eram os vencidos em batalhas, servos que sustentavam os espartanos, não tinham direitos políticos e eram frequentemente massacrados por seus superiores que temiam revoltas.
O poder político, jurídico e religioso espartano era exercido por um conselho de anciãos (gerúsia), por magistrados (éforos) e por dois reis (diarquia).
Atenas
Atenas, por sua vez, era quase que o oposto de Esparta. Localizava-se na região Ática, no sudeste da Grécia. Apesar de praticar agricultura, sua principal atividade econômica era o comércio marítimo, o que fez dela uma cidade urbana e aberta.
A sociedade ateniense era composta de três principais grupo sociais:
Cidadãos: grupo composto por eupátridas (grande proprietários de terras) e demiurgos (comerciantes, artesãos e assalariados urbanos).
Escravos: submetidos a escravidão por dívidas ou guerras.
Metecos: os estrangeiros, geralmente comerciantes.
Com o tempo, os aristocratas passaram a ser muito questionados, gerando uma grave crise social. Com isso, uma série de medidas foram tomadas por governantes.
Entre elas as mais importantes foram: a de Drácon, autor das primeiras leis escritas e visava bloquear os abusos das camadas mais elevadas; a de Sólon, que colocou fim à escravidão por dívidas e passou a dividir a sociedade por renda aumentando a mobilidade social; e a de Clístenes, considerado o precursor da democracia ateniense. Clístenes distribuiu o poder político aos cidadãos, que passaram a se reunir em assembléias (Eclésias) e estabeleceu o princípio de isonomia (cidadãos iguais perante a lei).
A cidade passou a ser dividida em Demos, ou seja, grupos que elegiam seus representantes para a assembléia.
Apesar de Atenas ser considerada o berço da democracia, apenas os cidadãos podiam participar das decisões políticas. Como no conceito dessa sociedade eram cidadãos apenas homens adultos e filhos de pais atenienses, uma parte considerável da população era excluída desse processo (mulheres, escravos e estrangeiros, por exemplo).
Período Clássico (V a. C.- IV a. C.)
Considerado o período do apogeu da democracia ateniense. Foi também uma época marcada por sucessivas guerras, que enfraqueceram o território grego.
Guerra do Peloponeso
Descontentes com a expansão territorial de Atenas, Esparta criou um grupo que reunia cidades-estados também descontentes com esse expansionismo, chamada Liga do Peloponeso.
Em oposição, Atenas criou outra sob seu comando, a Liga de Delos. No início do século V a. C. essas duas ligas se enfrentaram na Guerra do Peloponeso, na qual Atenas foi derrotada. Esse confronto representou o começo do declínio das pólis gregas.
Guerras Médicas
Foram travadas duas guerras, entre gregos e persas, nos anos 500 e 479 a. C.. Esses dois povos se chocaram por conta de suas políticas expansionistas. O império persa saiu derrotado nas duas ocasiões.
Período Helênico (III a. C. – II a. C.)
É o período marcado pela invasão da Macedônia, sob o domínio do Rei Filipe II. Também é caracterizado pelo desenvolvimento de diferentes áreas de saber.
Após a morte de seu pai, Alexandre Magno consolidou a sua política expansionista, dominou o território grego por completo e conquistou o império persa.
As conquistas de Alexandre promoveram uma série de fusões das culturas das várias regiões conquistadas (da Grécia ao Oriente). Essas fusões, encabeçadas pelos valores gregos, deram origem à cultura helenística, cujo centro de difusão estava em Alexandria, no Egito.
O mundo ocidental é um grande devedor das incontáveis contribuições da cultura grega: a democracia e a noção de cidadania de Atenas; a filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles; a História de Heródoto e Tucídides; o teatro de Sófocles; a medicina de Hipócrates, entre tantas outras.
O Império Macedônico não resistiu a morte de Alexandre e foi suplantado por outro, ainda mais poderoso: o romano, que por sua vez, incorporou traços da cultura helenística. Mas isso é assunto para um próximo resumo!