Já passamos pela Antiguidade Oriental (Egito e Mesopotâmia). A partir de agora trabalharemos com o período que se convencionou chamar de Antiguidade Clássica, que compreende dois povos: os gregos e os romanos. Nesse post abordaremos a Grécia Antiga e suas particularidades.
Esse período se estende do século VIII a. C. (com o surgimento da poesia grega de Homero) até o V d. C. (com a queda do império romano no ano de 476). Essas duas civilizações deixaram legados duradouros à cultura ocidental.
Grécia Antiga
Muito do que a Grécia Antiga pensou e produziu foi deixado de legado para sociedade ocidental contemporânea. A História (com Heródoto), a Filosofia (de Sócrates e Platão), o teatro e a poesia têm nessa civilização, se não suas raízes, a sua consolidação. Além disso, os jogos olímpicos, a política, a noção de democracia e cidadania são também criações gregas.
A civilização grega nasceu na região do mar Mediterrâneo, ao sul da península balcânica e se estendeu pelas ilhas do mar Egeu, por Creta e pelo litoral da Ásia Menor.
A península balcânica caracterizava-se por um litoral extremamente recortado e com grande quantidade de ilhas, um relevo montanhoso, um solo pobre e com muitas pedras. Sua condição natural fez com que o comércio se tornasse a principal atividade econômica.
O grande número de ilhas e territórios fez com que surgissem as cidades-estados (pólis), independentes do ponto de vista administrativo, econômico e politico. No entanto, elas mantiveram a língua, a religião e a organização familiar.
A história da Grécia é, para fins didáticos, dividida em quatro períodos principais: Homérico, Arcaico, Clássico e Helênico.
Período Homérico (XII a. C.- VIII a. C.)
Esse período iniciou-se com a chegada dos dórios e perdurou até a colonização das áreas do mar Egeu, da Ásia Menor e da Sicília, no século VIII a. C..
Recebeu esse nome porque a maior parte do conhecimento que se tem sobre esse período vem de dois poemas: Ilíada e Odisséia, atribuídos a Homero. Esses poemas contam a história do herói grego Ulisses. A Ilíada discorre sobre a Guerra de Tróia; a Odisséia, sobre a viagem de volta de Ulisses após a guerra.
Nesse período a produção agrícola era de subsistência, com mão de obra familiar e a população se organizava em pequenas comunidades (clãs), cuja unidade básica era a família, forma social conhecida como genos. Cada geno possuía seu líder, culto religioso e suas leis.
Período Arcaico (VIII a. C.- VI a.C.)
Muito desses genos passaram a se reunir em unidades política maiores, tornando-se o embrião das cidades-estados, conhecidas como pólis. Essas pólis se organizaram de forma independente e autônoma. Muitas vezes haviam rivalidades e disputas entre elas.
Elas possuíam uma parte alta, conhecida como acrópole, cercada por planícies. A acrópole era controladas pela aristocracia agrária por meio de um conselho de eupátridas (chefes dos genos que se advogavam herdeiros de heróis lendários ou grandes proprietários de terras). Era lá também onde se uniam os templos religiosos.
Na parte baixa ficava a ágora, onde se localizavam as casas e o comércio. Também era onde aconteciam as assembleias dos cidadãos, os julgamentos, os festivais de poesia e os jogos olímpicos.
As pólis se organizavam em torno do artesanato e do comércio marítimo, já que as terras eram de solo pobre e impediam a expansão da agricultura.
Esse período ficou marcado pela intensificação do comércio e da busca por matéria prima, o que colaborou para a fundação de colônias e pela consolidação das cidades-estados gregas.
Existiram mais de cem pólis! No entanto, as que mais se destacaram por seu tamanho e importância foram duas: Atenas e Esparta!
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