Baixa Idade Média: A crise do feudalismo

Como vimos no resumo anterior, o modelo feudal vinha gradativamente entrando em decadência. Já no século XIV, temos definitivamente a crise do feudalismo e entramos na transição para o período moderno. Nesse texto destrincharemos detalhes desses processos.

O que motivou a crise do feudalismo

A decadência do modelo feudal, no século XIV, se deveu a uma série de fatores que ocorreram simultaneamente. São eles:

Expansão europeia

A expansão europeia, iniciada com as cruzadas, no século XI chegou ao fim. Com o aumento populacional e de produção já não existiam mais muitas terras cultiváveis ou ocupáveis.

Grande Fome

Devido à falta de terras e a aspectos climáticos, a colheita foi prejudicada. Isso acarretou no período que ficou conhecido como “Grande Fome” (1315-1317) e na crise do comércio, que também dependia da produção agrícola.

Peste Negra

Um surto de peste bubônica dizimou a Europa entre os anos 1348 e 1350. Calcula-se que pelo menos 30% da população morreu. A doença se espalhou principalmente nas cidades, onde não existia saneamento básico ou infra-estrutura. O campo também foi atingido, o que prejudicou a produção agrícola pelas baixas que provocou entre os servos.

Rebeliões camponesas

O poder que a nobreza exercia sobre os servos acabou por desencadear em rebeliões que colaboraram para a crise feudal. As principais ocorreram na França e na Inglaterra, quando os servos saquearam os depósitos de alimento e destruíram castelos e documentações. Apesar de fortemente reprimidos, esses movimentos evidenciavam a crise desse modelo.

A Crise do Feudalismo: revoltas camponesas tiveram grande influência na queda do modelo feudal
As rebeliões camponesas ficaram conhecidas como Jacqueries, pois os servos eram chamados de Jacques Bonhomme (“Zés Ninguém”, em português)

A Guerra dos Cem Anos

A maior e mais longa guerra do período medieval foi travada entre os anos de 1337 e 1453 entre os reinos da França e da Inglaterra. As batalhas ocorreram por dois motivos principais:

  1. Sucessão do trono francês: herdeiros do trono inglês reivindicavam o trono para si após a morte de Filipe IV, já que tinham relações de parentesco com o monarca, que não deixou herdeiros diretos;
  2.  Domínio de Flandres: houve grande disputa pelo domínio da região de Flandres, importante para a exportação da lã inglesa e local de uma próspera manufatura têxtil.

A guerra agravou a já grande queda demográfica causadas pela fome e pela peste. Pela duração do conflito, ora a vantagem era francesa, ora inglesa. No entanto, a vitória definitiva ficou com o reino francês.
As principais consequências da Guerra dos Cem Anos foram a centralização do poder na França e a guerra civil que os ingleses entraram após a derrota, pela disputa entre duas principais dinastias. Essa guerra ficou conhecida como Guerra das Duas Rosas (1455- 1485).

A cultura medieval

A influência da Igreja no período marcou de forma significativa a cultura medieval. No entanto, ela não foi a única. Muito se foi produzido nesses mil anos. Entre as principais produções desse período estão:

Teologia

Os primeiros padres da Igreja foram responsáveis pela filosofia Patrística (pois eles eram os “pais da Igreja”). Eles delinearam as características cristãs.
Os nomes mais conhecidos e importantes foram Santo Agostinho (354- 430), autor da “Cidade de Deus”, que incorporava elementos da filosofia antiga no cristianismo; e Tomás de Aquino (1225- 1274), que escreveu a “Suma Teológica”, que sistematizou os cânones da crença cristã, chamada escolástica.

Arquitetura

Se manifestou principalmente na construção de igrejas e possuía dois estilos principais: o romântico e o gótico.

Música

Marcada por cantos entoados em ambientes religiosos, o principal canto era o gregoriano que acompanhava as liturgias. Mas havia ainda os cantos profanos, entoados pelos trovadores e acompanhados por instrumentos como o alaúde e o tambor.

Literatura

Foi marcada por descrever os ideais de cavalaria, com poemas épicos. Havia ainda obras mais satíricas, como o famoso Decameron, de Giovanni Boccaccio. No entanto a obra mais famosa do período foi o poema A divina Comédia, de Dante Alighieri.
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