Resumo de biologia: Evolução: Especiação



Barreiras reprodutivas pré e pós-zigóticas

Organismos da mesma espécie são aqueles semelhantes (morfologicamente, fisiologicamente e geneticamente), que apresentam capacidade de se cruzar, em ambiente natural, deixando descendentes férteis, sendo incapazes de se reproduzir com outros grupos de indivíduos, e manter-se isolados reprodutivamente de outros grupos indica que há barreiras reprodutivas entre eles que podem ser pré-zigóticas (evitam a fecundação) ou pós-zigóticas (impedem o desenvolvimento do indivíduo ou espécie). 

As barreiras pré-zigóticas podem ser de habitat ou territorial, quando espécies estão em ambientes diferentes, sazonal (estacional) ou temporal, quando os períodos férteis ocorrem em momentos diferentes, comportamental ou etológico, se não há interesse pelos rituais de acasalamento, mecânico ou anatômico, se ocorrer a incompatibilidade entre aparelhos reprodutores ou gamética, se os gametas se encontrarem, mas não conseguirem a união .

Nas barreiras pós-zigóticas, o zigoto pode se formar, mas não termina o desenvolvimento, ou apresentam sérios problemas que limita sua sobrevivência, nesse caso dizemos que ocorreu inviabilidade do híbrido, ou o indivíduo nasce, mas é estéril, não dando continuidade para a espécie, ou os híbridos são férteis, mas os seus descendentes não são, situação caracterizada como deterioração da F2. 
 

Anagênese e Cladogênese: Especiação alopátrica, simpátrica e parapátrica

A evolução por anagênese, ou evolução filética ocorre quando o ambiente seleciona características específicas ao longo do tempo, provocando a morte dos organismos ancestrais. Não há aumento de biodiversidade e sim uma substituição da espécie ancestral pela espécie nova. Esse tipo de especiação pode acontecer em ambientes que apresentam pressões seletivas sobre várias características simultaneamente, eliminando da população uma variedade grande de fenótipos, sobrevivendo indivíduos com características específicas.

Na cladogênese, ou evolução divergente as novas espécies descendem de um ancestral comum, através de irradiações adaptativas, onde pressões seletivas diferentes selecionam características diferentes ao longo do tempo. A especiação por cladogênese pode ser alopátrica, quando há uma barreira geográfica separando os organismos em duas diferentes populações, simpátrica, quando não há formação de barreira geográfica entre os indivíduos ou parapátrica, quando um grupo de indivíduos apresentam diferentes comportamentos e se distanciam uns dos outros, sem nenhuma barreira física. Em todos os casos, há uma interrupção do fluxo gênico entre os indivíduos, seguido de um processo de isolamento reprodutivo, formando então, novas espécies.
 

Coevolução: Mimetismo e camuflagem

Muitas vezes o sucesso evolutivo dos organismo ocorre de forma conjunta entre as espécies. Como nas relações entre presa e predador, parasita e hospedeiro onde as mudanças das características de uma espécie ao longo do tempo, afetam diretamente as características de outras espécies. Nesses casos, há uma Coevolução, onde as espécies sofrem transformações devido as pressões evolutivas exercidas por outras espécies. 

Quando os organismos apresentam colorações exuberantes, que permitem com que eles se destaquem no ambiente, geralmente sinalizam que são perigosos, com a presença de peçonha ou veneno, mas muitos animais não apresentam substâncias tóxicas, mas podem trazer essas colorações de advertência, processo conhecido como mimetismo. Esses indivíduos que sinalizam perigo geralmente são evitados pelos predadores, assim os organismos que nascem semelhantes àqueles que apresentam alguma nocividade, mesmo que não apresentem qualquer tipo de defesa química, costumam sobreviver. No mimetismo batesiano, o organismo mimético não apresenta substâncias tóxicas, mas se comporta ou se assemelha à espécie que contém. No mimetismo mulleriano, ambos os organismos que se assemelham são perigosos, mas produzindo defesas químicas diferentes.

Outra estratégia interessante de sobrevivências das espécies é a camuflagem, que ocorre quando os organismos se assemelham ao ambiente em que estão, podendo passar despercebidos ou dificultando a ação de seus predadores ou a fuga da presa.