Resumo de biologia: Viroses - 1



As principais viroses e o que você precisa saber sobre elas

Autora: Profa Carla Aquino

 

O nosso sistema imunológico apresenta diversas formas de se defender e evitar que os microrganismos se proliferem em nosso corpo.  Mas muitas vezes, alguns patógenos entram na corrente sanguínea, se multiplicam e causam doenças. Hoje, nós vamos estudar as principais doenças virais, sabe aquelas que têm mais chances de aparecerem na sua prova? Vamos falar delas!

 

O que são viroses?

São doenças causadas por vírus, você se lembra que os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, eles precisam da maquinaria celular do hospedeiro para conseguirem se multiplicar e infectar outras células. No nosso texto de hoje, nós vamos estudar um pouco mais sobre as principais viroses que acometem o ser humano.

 

Poliomielite

É uma doença viral que afeta o sistema nervoso, ela é causada pelo poliovírus – um vírus de RNA de fita simples de cadeia positiva com um capsídeo proteico icosaédrico e não envelopado. Apesar de ser uma virose conhecida pela paralisia, aproximadamente 1% das infecções causam esse sintoma. Na maioria dos casos, os sintomas que aparecem são mais brandos como dor de garganta e de cabeça, porém é fundamental evitar a contaminação com o vírus e o risco da contrair a forma mais grave.

 

A contaminação ocorre por transmissão fecal-oral ou oral-oral, o vírus entra na corrente sanguínea através do intestino ou garganta e circula pelo organismo até infectar o sistema nervoso, causando a flacidez muscular e a consequente paralisia. Em 2018 no Brasil, muitas famílias deixaram de vacinar seus filhos contra a poliomielite, o que é um risco para a população, já que essa doença praticamente não existia mais em nosso país e a falta de imunização das crianças pode aumentar o risco de retorno dessa virose. A poliomielite pode ser evitada por vacinação e prevenção da contaminação fecal em alimentos e água.

Fonte: Gráfico sobre a imunização de crianças contra a Poliomielite - Revista  Fapesp  (http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/08/17/as-razoes-da-queda-na-vacinacao/ Acesso em 28/02/2019)

 

Dengue

Essa é uma virose transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Existem 4 tipos de vírus que são causadores dessa doença, esse parasita possui como material genético uma molécula de RNA fita simples, com capsídeo proteico icosaédrico e envelopado, da família Flaviviridae. Os sintomas iniciais são dor de cabeça, dores no corpo e febre alta. Além disso, podem aparecer manchas avermelhadas na pele, sangramento na gengiva e coceira.

 

Mosquito Aedes Aegypti Fonte: http://www.saopaulo.sp.gov.br

 

Quando há suspeita de dengue, o que uma pessoa deve fazer?

É fundamental procurar um médico e evitar tomar medicamentos sem indicação, principalmente para febre ou dor que contenham ácido acetil-salicílico, pois podem aumentar o risco de sangramento. O diagnóstico poder ser feito através de sorologia – que detecta a presença de anticorpos no sangue ou através de exames que excluam outras doenças. Quando confirmada essa virose, o tratamento requer muita hidratação e repouso. A dengue pode ser evitada principalmente com o uso de repelentes e combate ao mosquito transmissor.

 

 

Fonte: www.minhavida.com.br

 

Febre Amarela

Ela é causada por um vírus de RNA da família Flaviviridae, é uma virose conhecida pela febre hemorrágica. Ela é transmitida pelo contato com a fêmea do mosquito Haemagogus e do gênero Sabethes ou no meio urbano pelo Aedes aegypti. É uma doença endêmica na América do Sul e Central, assim como em algumas regiões da África Central.

Fonte: Ministério da saúde

 

Os sintomas iniciais das formas mais graves dessa virose são febres, calafrios e dor de cabeça, podendo ser seguido por náusea e vomito. Além disso, pode haver icterícia que está relacionada com lesão no fígado, resultante do depósito dos pigmentos da bile na pele e nas membranas mucosas, causando a cor amarelada que dá nome à doença. A taxa de mortalidade da febre amarela é relativamente alta, cerca de 20% dos infectados. O diagnóstico é realizado a partir de alguns sinais clínicos e também pelo aumento do número de anticorpos contra o vírus presentes no sangue do paciente. É uma doença prevenida por vacina e não há um tratamento específico.

Fonte: Ministério da Saúde

 

AIDS

Essa virose é conhecida como Síndrome da Imunodeficiência Humana causada pelos retrovírus HIV, é transmitida pelo contato com fluidos liberados durante uma relação sexual ou sangue de uma pessoa infectada, como no compartilhamento de seringas contaminadas com o vírus. Também é importante lembrar que o vírus pode ser transmitido para o bebê durante o período gestacional e parto. Mas que o uso de medicamento antirretrovirais pela mãe pode diminuir muito a chance de contágio.

Os sintomas iniciais são semelhantes ao da gripe, como dor de cabeça, febre e cansaço. Mas esses sinais tendem a desaparecer em aproximadamente 30 dias, em seguida o vírus se replica nas células e está presente em grande quantidade no sangue e demais fluidos corporais. O vírus ataca preferencialmente células T CD4 - células de defesa do hospedeiro - o que está relacionado com a baixa imunidade que é comum dos pacientes infectados. O vírus infecta e destrói essas células.

É possível detectar os vírus desde o início da infecção, através de exames laboratoriais. A doença não tem cura, o tratamento é feito através do uso de coquetel de medicamentos e por isso é possível reduzir muito a quantidade de vírus no organismo. Por isso, costuma-se dizer que o desenvolvimento do coquetel foi essencial para a redução da mortalidade pela doença e pela melhora na qualidade de vida dos pacientes com essa virose.

 

Referências:

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia moderna. Editora Moderna. 1ª ed. São Paulo, V. 2, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Febre amarela: sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/febre-amarela-sintomas-transmissao-e-prevencao Acesso em

05/03/2019

LOPES, S. & ROSSO, S. Conecte. Biologia. Vol. Único. Ed. Saraiva. 3a ed. São Paulo, 2018

SÃO PAULO. Governo do Estado de São Paulo. Como a Dengue pode ser transmitida. Disponível em: http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/como-dengue-pode-ser-transmitida/ Acesso em 20/01/2019)

TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.