Resumo de historia: Renascimento Cultural - Definição



Renascimento Cultural

 Definição 

 

Ao falarmos sobre a Baixa Idade Média estavamos nos referindo a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna. Todas questões culturais e das mentalidades que foram alternadas nesta transição levam no século XV e XVI ao chamado Renascimento Cultural. 

Inicialmente precisamos problematizar o nome Renascimento. O renascer pressupõem que anteriormente ocorreu uma morte e em momento algum durante a Idade Média a cultura chegou ao fim ou se estagnou. A única questão que se coloca no período da Idade Média é a forte relação da cultura com a religião enquanto na Idade Moderna a cultura está atrelada com a razão. 

Este “Renascimento” Cultura pode ser definido como a retomada de valores da Antiguidade Clássica, ou seja, Grécia e Roma Antiga. 

Esta retomada inicia em um momento de grandes transformações. Há a passagem da vida agrícola para vida comercial devido ao declínio do feudalismo, juntamente com a passagem da vida rural para vida urbana. Além disso, é um momento de ascensão da burguesia. É mister dizer que a cultura, a forma de pensar reflete a estrutura social e política dominante. A partir do momento em que a burguesia começa a se consolidar esta também inicia um processo de propagação dos seus valores. 

Durante o período do Renascimento cultural novos valores são estabelecidos. Há a ideia de Humanismo, este é todo um programa cultural e pedagógico, voltado para o estudo da gramática, retórica, história, poesia e filosofia moral a partir da leitura e interpretação dos escritores da antiguidade, é toda uma nova ciência voltada para o conhecimento do homem e do mundo ao seu redor por meio da razão, afastando-se das explicações puramente religiosas da antiga doutrina agostiniana. É mister dizer que o homem neste período, dentro de toda essa valorização do humano e afastamento da religião ainda não é um ateu; este homem não odeia Deus; há agora apenas a difusão das ideias de Tomás de Aquino que concilia a fé e a razão: Deus é um ser racional e o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, logo, o homem também é racional e a fé e razão se complementam. 

Neste cenário manifesta-se também o antropocentrismo, ou seja, o homem agora está no centro, o homem disputa este espaço central com Deus e cobra uma postura diferente da Igreja perante todo o novo contexto o que leva posteriormente as Reformas Religiosas. Ao lado do humanismo e antropocentrismo manifesta-se o forte racionalismo que aos poucos faz com que a razão de sobressaia a fé. Dentre estas explicações racionais surge a teoria do heliocentrismo, teoria que comprova que o Sol é o centro do Sistema Solar, teoria extremamente importante visto que questionou um dos maiores dogmas da Igreja Católica, o geocentrismo. Além disso, há um forte naturalismo, uma ampla valorização da natureza e um individualismo que valoriza as habilidades de cada um.

 

Vídeo 2 : Renascimento Cultural - Influências 

 

Esta retomada de valores da Antiguidade Clássica possui maior influência de quatro regiões: Grécia, Roma, Império Bizantino e Árabes. Toda a base de conhecimento da astronomia, cálculo, observação e matemática é de influência Árabe que chega a Europa por meio da expansão do Islã. Árabes e Bizantinos tornaram-se uma espécie de guardiões da cultura greco-romana visto que estavam no Oriente enquanto no Ocidente a cultura religiosa dominante persegue a pagã greco-romana. 

A região considerada o berço do Renascimento Cultural é a Península Itálica por dois motivos. O primeiro é o amplo contato com o Oriente devido às redes de comércio do local. O segundo está relacionado com esta característica comercial da Península, esta proporcionou o desenvolvimento de uma considerável burguesia que iniciou seu processo de ascensão e o Renascimento é amplamente baseado em valores burgueses.

Ainda sobre a região da Península Itálica é nesta que surge os Mecenas. Estes são patrocinadores de artistas. A arte e o artista eram pouco valorizados, os desenvolvimento da sua atividade só foi permitido a partir do investimento dos Mecenas que eram um grupo ou uma pessoa apenas que bancam os artistas com a condição de que façam uma produção encomendada, que represente os valores e as cenas que os mecenas desejam. Os grandes mecenas eram os burgueses ou a Igreja que utilizam a arte para divulgar os seus ideias. É por este motivo que boa parte das obras dos renascimento estão atualmente concentradas em igrejas católicas, no museu do Vaticano, na Capela Sistina, entre outros locais. Michelangelo, Leonardo, Donatello, entre outros, trabalham com temáticas religiosas em meio a um contexto racional. 

Por fim, ao falarmos em Renascimento Cultural é importante dizer sobre alguns artistas em específico. Três artistas Plásticos extremamente importantes são: Leonardo da Vinci, o pior da Monalisa; Michelangelo, o escultor de David e Pietà e pintor do teto da Capela Sistina; e Caravaggio. Estas obras do Renascimento apresentam profundidade, uma ampla noção dos jogos de luz e sombra, detalhes anatômicos que aproximam a obra da realidade e em alguns momentos elementos que lembram a mitologia (exemplo: O Nascimento de Vênus de Botticelli). No que tange a literatura podemos destacar Camões, Gil Vicente, Shakespeare e Maquiavel.