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Questões de Português - CEFET-RJ | Gabarito e resoluções

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Questão
2020RedaçãoPortuguês

(Cftrj 2020) Racismo contra imigrantes no Brasil constante, diz pesquisador Na tese Dois Sculos de Imigrao no Brasil: A Construo da Identidade e do Papel dos Estrangeiros pela Imprensa entre 1808 e 2015, [o pesquisador Gustavo] Barreto analisou a cobertura do tema em jornais como O Globo, O Estado de S. Paulo, Folha da Manh (hoje Folha de S. Paulo), Correio da Manh, O Pas e Gazeta do Rio de Janeiro ao longo de 207 anos. Em entrevista BBC Brasil, ele explica como os termos so usados de forma diferente na imprensa. O refugiado sempre negativo, um problema grave a ser discutido. O imigrante uma questo a ser avaliada, pode ser algo positivo ou negativo, mas em geral a viso de algo problemtico. J o estrangeiro sempre positivo, inclusive melhor do que o brasileiro. algum com quem podemos aprender, diz. Veja os principais trechos da entrevista: Quanto ao racismo, possvel identificar avanos? Como tem sido a cobertura da chegada de imigrantes haitianos e bolivianos ao Brasil, mais recentemente? Barreto O racismo era algo natural e aceitvel no sculo 19, incluindo o destaque s ideias de supremacia de raas, entre 1870 at o governo Vargas. A partir da Segunda Guerra, os grupos comeam a ser valorizados. Judeus, alemes e italianos no Brasil comeam a recontar sua histria, assim como os japoneses, depois de um momento muito difcil. Aps as cartas de direitos humanos, os valores eugenistas1 j no so mais declarados, o que um avano. Mais recentemente, o pas passou a receber um nmero considervel de bolivianos e haitianos. Mas tambm chegam portugueses e espanhis. A imprensa, no entanto, costuma destacar muito os problemas que os haitianos trazem, e rapidamente comea a ser construda uma viso de que eles so um problema. Enquanto isso, os imigrantes europeus recentes so valorizados por sua cultura e contribuio ao Brasil. Contribuies culturais ou produtivas dos haitianos e bolivianos, que tm uma riqueza cultural enorme, dificilmente viram notcia. O racismo atual se d pelo no dito, pelo que a imprensa omite. Quando aparecem na mdia esto atrelados a problemas, crises, marginalizaes, ou ligados ideia de uma invaso. (...) Suas observaes no contrastam com a ideia to difundida do Brasil como um pas hospitaleiro, e do brasileiro como um povo acolhedor, famoso no mundo todo pela simpatia e boa recepo aos estrangeiros? Barreto Na verdade entre os pesquisadores do assunto h a noo do mito da hospitalidade. H uma diferena entre a maneira como nos vendemos para o mundo e a verdadeira hospitalidade a qualquer estrangeiro ou a democracia racial. O estudo de como a imigrao retratada no pas entre 1808 e 2015 mostra que a hospitalidade seletiva, mas que essa noo sempre foi difundida, em benefcio do Brasil. Esta uma das minhas principais concluses na tese, a de que a nossa famosa hospitalidade um mito. (...) Voc citou um editorial do jornal Folha da Manh, de 1926, intitulado Fechem-se as fronteiras. Esta seria um pouco a noo de que o Brasil enxergou durante muito tempo a imigrao de forma unilateral e seletiva? Ainda vemos este discurso? 2Barreto Sim, o tema do editorial de 1926 justamente a noo de que o pas j teria recebido todos os imigrantes necessrios. J chegaram todos que ns queremos, aps a vinda em massa de alemes e italianos, foi cumprida a funo da imigrao no Brasil. J ocupamos e populamos o pas, e agora as fronteiras devem ser fechadas e quem entrar dever ser muito bem selecionado. Hoje em dia a posio continua, mas travestida por outro argumento. A imprensa trabalha com o mito de que somos um pas pobre, em desenvolvimento, e no temos condies de receber mais ningum. Vamos receber somente os melhores e mais teis. So evidncias no discurso da imprensa e na viso da sociedade brasileira que contrastam diretamente com a ideia do Brasil hospitaleiro, onde todos so bem-vindos. No contexto atual, de crise econmica e poltica, h que se observar atentamente a maneira como o imigrante ser retratado na imprensa, por ele ser um excelente bode expiatrio para os problemas. No tem grande chance de defesa, no est integrado ao pas, o outro, o diferente, que traz dificuldades. Desemprego, inflao e crise tendem a tornar a viso dos imigrantes ainda mais negativa. (PUFF, Jefferson. Racismo contra imigrantes no Brasil constante. 26 ago. 2015. Disponvel em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150819_racismo_imigrantes_jp_rm. Acesso em: 8 set. 2019) Vocabulrio 1 Eugenista: adepto da eugenia, teoria desenvolvida no sculo XIX que defendia a superioridade e o melhoramento das raas, estimulando o embranquecimento da populao Leia o fragmento abaixo, destacado do texto: Barreto Sim, o tema do editorial de 1926 justamente a noo de que o pas j teria recebido todos os imigrantes necessrios. J chegaram todos que ns queremos, aps a vinda em massa de alemes e italianos, foi cumprida a funo da imigrao no Brasil. J ocupamos e populamos o pas, e agora as fronteiras devem ser fechadas e quem entrar dever ser muito bem selecionado. (ref. 2) O efeito de sentido provocado pelo uso da primeira pessoa do plural :

Questão
2014Português

(CEFET-RJ - 2014) Turismo na favela: E os moradores? gua morro abaixo, fogo morro acima e invaso de turistas em favelas pacificadas so difceis de conter. Algo precisa ser feito para que a positividade do momento no transforme esses lugares em comunidades s pra ingls ver. As favelas pacificadas tornaram-se alvo de uma volpia consumidora poucas vezes vista no Rio de Janeiro. O momento em que se instalaram as Unidades de Polcia Pacificadora em algumas favelas foi como se tivesse sido descoberto um novo sarcfago de Tutankamon, o fara egpcio: uma legio de turistas, pesquisadores, empresrios, comerciantes descobriram as favelas. O Santa Marta, primeira favela a ter uma UPP ao longo dos seus quase 80 anos, sempre recebeu, na maioria das vezes de forma discreta, visitantes estrangeiros. E, em alguns casos, ilustres: Rainha Elizabeth, Senador Kennedy, Gilberto Gil. At mesmo Michael Jackson, quando gravou seu clipe na favela, no permitiu a presena da mdia. A partir de 2008, iniciou-se a era das celebridades e a exposio da favela para o mundo. Algumas perguntas, porm, precisam ser feitas e respondidas no momento em que o poder pblico pensa em investir nesse filo: o que uma favela preparada para receber turistas? Que 1maquiagem precisa ser feita para que o turista se sinta bem? Que produtos os turistas querem encontrar ali? O comrcio local deve adaptar-se aos turistas ou servir aos moradores? Se o Morro no uma propriedade particular, se no tem um dono, todo e cada morador tem o direito de opinar sobre o que est se passando com o seu lugar de moradia. Essas e outras questes devem pautar o debate entre moradores e gestores pblicos sobre o turismo nas favelas pacificadas. Se os moradores no se organizarem e se no assumirem o protagonismo das aes de turismo e de entretenimento no Santa Marta, vamos assistir aos nativos os de dentro servindo de testa de ferro para empreendimentos e iniciativas dos de fora, s custas de uma identidade local que aos poucos vai perdendo suas caractersticas. Tomar os princpios do turismo comunitrio integridade das identidades locais, protagonismo e autonomia dos moradores talvez ajude-nos a encontrar estratgias para receber os de fora sem sucumbir s regras violentas de um turismo mercadolgico. Itamar Silva Presidente do Grupo Eco Santa Marta e diretor do Instituto Brasileiro de Anlises Sociais e Econmicas (Ibase). Adaptado de: Jornal O Dia, 31/01/2013. gua morro abaixo, fogo morro acima e invaso de turistas em favelas pacificadas so difceis de conter. Algo precisa ser feito para que a positividade do momento no transforme esses lugares em comunidades s pra ingls ver. Embora os dois perodos acima no estejam ligados por meio de um conectivo, possvel identificar uma relao de sentido entre eles, atribuindo-se coerncia ao fragmento. Essa relao de sentido poderia ser explicitada pelo uso do seguinte elemento de coeso:

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