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Questões de Redação - UECE 2014 | Gabarito e resoluções

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Questão
2014Redação

(UECE 2014) O texto a seguir foi extrado do livro de memrias do escritor e jornalista carioca, que nasceu em 1926, Carlos Heitor Cony. Um livro de memrias relato que algum faz, frequentemente, na forma de obra literria, a partir de acontecimentos histricos dos quais participou ou foi testeminha, ou que esto fundamentados em sua vida particular. No deve ser confundido com autobiografia. O suor e a lgrima Fazia calor no Rio, quarenta graus equalquer coisa, quase quarenta e um. No diaseguinte, os jornais diriam que fora o diamais quente deste vero que inaugura osculo e o milnio. Cheguei ao SantosDumont, o voo estava atrasado, decidiengraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rioso raros esses engraxates, s existem nosaeroportos e em poucos lugares avulsos. Sentei-me naquela espcie de cadeiracannica, de coro de abadia pobre, quetambm pode parecer o trono de um reidesolado de um reino desolante. O engraxate era gordo e estava comcalor o que me pareceu bvio. Elogioumeu sapato, cromo italiano, fabricantelustre, os Rossetti. Uso-o pouco, em partepara poup-lo, em parte porque quandoposso estou sempre de tnis. Ofereceu-me o jornal que eu j havialido e comeou seu ofcio. Meio careca, osuor encharcou-lhe a testa e a calva. Pegouaquele paninho que d brilho final nossapatos e com ele enxugou o prprio suor,que era abundante. Com o mesmo pano, executou commaestria aqueles movimentos rpidos emtorno da biqueira, mas a todo o instante ousava para enxugar-se caso contrrio, osuor inundaria o meu cromo italiano. E foi assim que a testa e a calva dovalente filho do povo ficaram manchadas degraxa e o meu sapato adquiriu um brilho deespelho, custa do suor alheio. Nunca tivesapatos to brilhantes, to dignamentesuados. Na hora de pagar, alegando no ter notamenor, deixei-lhe um troco generoso. Ele meolhou espantado, retribuiu a gorjeta medesejando em dobro tudo o que eu viesse aprecisar no resto dos meus dias. Sa daquela cadeira com um baitasentimento de culpa. Que diabo, meussapatos no estavam to sujos assim, pormseros tostes fizera um filho do povo suarpara ganhar seu po. Olhei meus sapatos etive vergonha daquele brilho humanosalgado como lgrimas. CONY, Carlos Heitor. In: Eu aos pedaos: memrias. So Paulo: Leya, 2010. p. 114-115. Atente caracterizao do engraxate. Segundo o cronista, ele era gordo e calvo. Essa caracterizao I. est, de algum modo, relacionada com as ideias principais do texto. II. tem uma funo textual. III. atende a uma necessidade de coerncia interna do texto. Esto corretas as complementaes contidas em

Questão
2014RedaçãoPortuguês

(UECE - 2014) O texto a seguir foi extrado do livro de memrias do escritor e jornalista carioca, que nasceu em 1926, Carlos Heitor Cony. Um livro de memrias relato que algum faz, frequentemente, na forma de obra literria, a partir de acontecimentos histricos dos quais participou ou foi testeminha, ou que esto fundamentados em sua vida particular. No deve ser confundido com autobiografia. O suor e a lgrima Fazia calor no Rio, quarenta graus equalquer coisa, quase quarenta e um. No diaseguinte, os jornais diriam que fora o diamais quente deste vero que inaugura osculo e o milnio. Cheguei ao SantosDumont, o voo estava atrasado, decidiengraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rioso raros esses engraxates, s existem nosaeroportos e em poucos lugares avulsos. Sentei-me naquela espcie de cadeiracannica, de coro de abadia pobre, quetambm pode parecer o trono de um reidesolado de um reino desolante. O engraxate era gordo e estava comcalor o que me pareceu bvio. Elogioumeu sapato, cromo italiano, fabricantelustre, os Rossetti. Uso-o pouco, em partepara poup-lo, em parte porque quandoposso estou sempre de tnis. Ofereceu-me o jornal que eu j havialido e comeou seu ofcio. Meio careca, osuor encharcou-lhe a testa e a calva. Pegouaquele paninho que d brilho final nossapatos e com ele enxugou o prprio suor,que era abundante. Com o mesmo pano, executou commaestria aqueles movimentos rpidos emtorno da biqueira, mas a todo o instante ousava para enxugar-se caso contrrio, osuor inundaria o meu cromo italiano. E foi assim que a testa e a calva dovalente filho do povo ficaram manchadas degraxa e o meu sapato adquiriu um brilho deespelho, custa do suor alheio. Nunca tivesapatos to brilhantes, to dignamentesuados. Na hora de pagar, alegando no ter notamenor, deixei-lhe um troco generoso. Ele meolhou espantado, retribuiu a gorjeta medesejando em dobro tudo o que eu viesse aprecisar no resto dos meus dias. Sa daquela cadeira com um baitasentimento de culpa. Que diabo, meussapatos no estavam to sujos assim, pormseros tostes fizera um filho do povo suarpara ganhar seu po. Olhei meus sapatos etive vergonha daquele brilho humanosalgado como lgrimas. CONY, Carlos Heitor. In: Eu aos pedaos: memrias. So Paulo: Leya, 2010. p. 114-115. A descrio, feita pelo cronista, da cadeira em que se sentou para engraxar o sapato sugere que o mvel

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