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Questões de Sociologia - UEPA 2015 | Gabarito e resoluções

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Questão
2015Sociologia

(Uepa 2015) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Leia o texto para responder (s) questo(es). A metamorfose Uma barata acordou um dia e viu que tinha se transformado num ser humano. Comeou a mexer suas patas e viu que s tinha quatro, que eram grandes e pesadas e de articulao difcil. No tinha mais antenas. Quis emitir um som de surpresa e sem querer deu um grunhido. As outras baratas fugiram aterrorizadas para trs do mvel. Ela quis segui-las, mas no coube atrs do mvel. O seu segundo pensamento foi: Que horror Preciso acabar com essas baratas Pensar, para a ex-barata, era uma novidade. Antigamente ela seguia seu instinto. Agora precisava raciocinar. Fez uma espcie de manto com a cortina da sala para cobrir sua nudez. Saiu pela casa e encontrou um armrio num quarto, e, nele, roupa de baixo e um vestido. Olhou-se no espelho e achou-se bonita para uma ex-barata. Maquiou-se. Todas as baratas so iguais, mas as mulheres precisam realar sua personalidade. Adotou um nome: Vandirene. Mais tarde descobriu que s um nome no bastava. A que classe pertencia? Tinha educao? Referncias?... Conseguiu a muito custo um emprego como faxineira. Sua experincia de barata lhe dava acesso a sujeiras mal suspeitadas. Era uma boa faxineira. Difcil era ser gente... Precisava comprar comida e o dinheiro no chegava. As baratas se acasalam num roar de antenas, mas os seres humanos no. Conhecem-se, namoram, brigam, fazem as pazes, resolvem se casar, hesitam. Ser que o dinheiro vai dar? Conseguircasa, mveis, eletrodomsticos, roupa de cama, mesa e banho. Vandirene casou-se, teve filhos. Lutou muito, coitada. Filas no Instituto Nacional de Previdncia Social. Pouco leite. O marido desempregado Finalmente acertou na loteria. Quase quatro milhes! Entre as baratas ter ou no ter quatro milhes no faz diferena. Mas Vandirene mudou. Empregou o dinheiro. Mudou de bairro. Comprou casa. Passou a vestir bem, a comer bem, a cuidar onde pe o pronome. Subiu de classe. Contratou babs e entrou na Pontifcia Universidade Catlica. Vandirene acordou um dia e viu que tinha se transformado em barata. Seu penltimo pensamento humano foi: Meu Deus! A casa foi dedetizada h dois dias! . Seu ltimo pensamento humano foi para seu dinheiro rendendo na financeira e que o safado do marido, seu herdeiro legal, o usaria. Depois desceu pelo p da cama e correu para trs de um mvel. No pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu cinco minutos depois, mas foram os cinco minutos mais felizes de sua vida. (Luis Fernando Verssimo) (http://espirall-ltda.blogspot.com.br/2011/05/fome-depende-do-desperdicio.html . Acesso em 23/09/2014) Ao longo do texto, as mudanas sofridas pela protagonista apresentam caractersticas de ideologia com tendncia ao:

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2015Sociologia

(Uepa 2015) TEXTO PARA AS PRXIMAS 2 QUESTES: Leia o texto para responder (s) questo(es). A metamorfose Uma barata acordou um dia e viu que tinha se transformado num ser humano. Comeou a mexer suas patas e viu que s tinha quatro, que eram grandes e pesadas e de articulao difcil. No tinha mais antenas. Quis emitir um som de surpresa e sem querer deu um grunhido. As outras baratas fugiram aterrorizadas para trs do mvel. Ela quis segui-las, mas no coube atrs do mvel. O seu segundo pensamento foi: Que horror Preciso acabar com essas baratas Pensar, para a ex-barata, era uma novidade. Antigamente ela seguia seu instinto. Agora precisava raciocinar. Fez uma espcie de manto com a cortina da sala para cobrir sua nudez. Saiu pela casa e encontrou um armrio num quarto, e, nele, roupa de baixo e um vestido. Olhou-se no espelho e achou-se bonita para uma ex-barata. Maquiou-se. Todas as baratas so iguais, mas as mulheres precisam realar sua personalidade. Adotou um nome: Vandirene. Mais tarde descobriu que s um nome no bastava. A que classe pertencia? Tinha educao? Referncias?... Conseguiu a muito custo um emprego como faxineira. Sua experincia de barata lhe dava acesso a sujeiras mal suspeitadas. Era uma boa faxineira. Difcil era ser gente... Precisava comprar comida e o dinheiro no chegava. As baratas se acasalam num roar de antenas, mas os seres humanos no. Conhecem-se, namoram, brigam, fazem as pazes, resolvem se casar, hesitam. Ser que o dinheiro vai dar? Conseguir casa, mveis, eletrodomsticos, roupa de cama, mesa e banho. Vandirene casou-se, teve filhos. Lutou muito, coitada. Filas no Instituto Nacional de Previdncia Social. Pouco leite. O marido desempregado Finalmente acertou na loteria. Quase quatro milhes! Entre as baratas ter ou no ter quatro milhes no faz diferena. Mas Vandirene mudou. Empregou o dinheiro. Mudou de bairro. Comprou casa. Passou a vestir bem, a comer bem, a cuidar onde pe o pronome. Subiu de classe. Contratou babs e entrou na Pontifcia Universidade Catlica. Vandirene acordou um dia e viu que tinha se transformado em barata. Seu penltimo pensamento humano foi: Meu Deus! A casa foi dedetizada h dois dias! . Seu ltimo pensamento humano foi para seu dinheiro rendendo na financeira e que o safado do marido, seu herdeiro legal, o usaria. Depois desceu pelo p da cama e correu para trs de um mvel. No pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu cinco minutos depois, mas foram os cinco minutos mais felizes de sua vida. (Luis Fernando Verssimo) (http://espirall-ltda.blogspot.com.br/2011/05/fome-depende-do-desperdicio.html. Acesso em 23/09/2014) Observe a charge a seguir para responder questo. A partir da anlise da charge e das informaes contidas no texto, conclui-se que:

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(Uepa 2015) TEXTO PARA AS PRXIMAS 2 QUESTES: Leia o texto para responder (s) questo(es). A metamorfose Uma barata acordou um dia e viu que tinha se transformado num ser humano. Comeou a mexer suas patas e viu que s tinha quatro, que eram grandes e pesadas e de articulao difcil. No tinha mais antenas. Quis emitir um som de surpresa e sem querer deu um grunhido. As outras baratas fugiram aterrorizadas para trs do mvel. Ela quis segui-las, mas no coube atrs do mvel. O seu segundo pensamento foi: Que horror Preciso acabar com essas baratas Pensar, para a ex-barata, era uma novidade. Antigamente ela seguia seu instinto. Agora precisava raciocinar. Fez uma espcie de manto com a cortina da sala para cobrir sua nudez. Saiu pela casa e encontrou um armrio num quarto, e, nele, roupa de baixo e um vestido. Olhou-se no espelho e achou-se bonita para uma ex-barata. Maquiou-se. Todas as baratas so iguais, mas as mulheres precisam realar sua personalidade. Adotou um nome: Vandirene. Mais tarde descobriu que s um nome no bastava. A que classe pertencia? Tinha educao? Referncias?... Conseguiu a muito custo um emprego como faxineira. Sua experincia de barata lhe dava acesso a sujeiras mal suspeitadas. Era uma boa faxineira. Difcil era ser gente... Precisava comprar comida e o dinheiro no chegava. As baratas se acasalam num roar de antenas, mas os seres humanos no. Conhecem-se, namoram, brigam, fazem as pazes, resolvem se casar, hesitam. Ser que o dinheiro vai dar? Conseguir casa, mveis, eletrodomsticos, roupa de cama, mesa e banho. Vandirene casou-se, teve filhos. Lutou muito, coitada. Filas no Instituto Nacional de Previdncia Social. Pouco leite. O marido desempregado Finalmente acertou na loteria. Quase quatro milhes! Entre as baratas ter ou no ter quatro milhes no faz diferena. Mas Vandirene mudou. Empregou o dinheiro. Mudou de bairro. Comprou casa. Passou a vestir bem, a comer bem, a cuidar onde pe o pronome. Subiu de classe. Contratou babs e entrou na Pontifcia Universidade Catlica. Vandirene acordou um dia e viu que tinha se transformado em barata. Seu penltimo pensamento humano foi: Meu Deus! A casa foi dedetizada h dois dias! . Seu ltimo pensamento humano foi para seu dinheiro rendendo na financeira e que o safado do marido, seu herdeiro legal, o usaria. Depois desceu pelo p da cama e correu para trs de um mvel. No pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu cinco minutos depois, mas foram os cinco minutos mais felizes de sua vida. (Luis Fernando Verssimo) (http://espirall-ltda.blogspot.com.br/2011/05/fome-depende-do-desperdicio.html. Acesso em 23/09/2014) Observe a charge a seguir para responder questo. Com base no texto e na charge acima, afirma-se que:

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(Uepa 2015) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Leia o texto abaixo para responder (s) questo(es) a seguir. Responsabilidade pelas diferenas da sociedade atual No perodo colonial e imperial brasileiro, um modelo de escravido extremamente brutal sobre suas vtimas no deixara de lograr mecanismos de mobilidade social para alguns descendentes de escravizados que se tornaram libertos. No Brasil do sculo 19, em algumas regies, eles poderiam chegar mesmo a 80% do total da populao livre; dados semelhantes aos de Cuba. No Sul dos Estados Unidos, por exemplo, o ndice era de apenas 4%. Alguns destes chegaram de forma ainda hoje indita aos altos escales da vida cultural e politica do pas. A lista no e to pequena assim: Rebouas, Patrocnio, Caldas Barbosa, Machado de Assis. Na contramo, h quem afirme que a liberdade conquistada pela alforria, em nossa antiga sociedade, era extremamente precria em razo da cor, tornando as pessoas libertas de tez mais escura no mximo quase-cidados. De qualquer maneira, se verdade que nossa realidade colonial e imperial guarda uma complexidade prpria, o fato que ao longo do sculo 20 a antiga sociedade acabaria abrigando um desconcertante paradoxo. O escravismo no tivera nada de harmonioso, mas o sistema de dominao abria margens para infiltraes. Para as experincias do ps-emancipao, cor, raa e racismo foram paisagens permanentemente reconfiguradas. Ordem, trabalho, disciplina e progresso dialogaram com as polticas pblicas de aparato policial e criminalizao dos descendentes dos escravizados e suas formas de manifestao cultural e simblica. No projeto de nossas elites desse perodo vigorou a concepo de que o desenvolvimento socioeconmico era incompatvel com nossas origens ancestrais em termos tnicos. Pases com maiorias no brancas no atingiram, e jamais alcanariam, o to desejado progresso. Os perniciosos efeitos do sistema escravista foram associados s suas vitimas, ou seja, os escravizados. No contexto posterior aos anos 1930, a valorizao simblica da mestiagem seria um importante combustvel ideolgico do projeto desenvolvimentista. Dado o momento histrico em que fora forjado, se pode at reconhecer que tal discurso poderia abrigar algum tipo de perspectiva progressista. Por outro lado, ao consagrar como natural a convergncia das linhas de classe e cor, tal lgica tentou convencer que diferenas sociais derivadas de aparncias fsicas (cor da pele, traos faciais), conquanto ntidas e persistentes, inexistiam. Ou se existiam eram para ser esquecidas, abafadas ou comentadas no ntimo do lar. Como tal, o mito da democracia racial serviu no apenas ao projeto de industrializao do pas. Tambm se associou a um modelo de desenvolvimento que viria a ser assumidamente concentrador de renda e poder poltico em termos sociorraciais, dado que tais assimetrias passaram a ser incorporadas paisagem das coisas. Aps o fim do mito da democracia racial, parece que se torna necessrio romper com uma segunda lenda. A de que as assimetrias de cor ou raa sejam decorrncia direta do escravismo, findado h 120 anos. Tal compreenso retira da sociedade do presente a responsabilidade pela construo de um quadro social extremamente injusto gerado a cada instante, colocando tal fardo apenas nos ombros do distante passado. Nosso racismo est embebido de uma forte associao entre cor da pele e uma condio social esperada ou desejada. Tal correlao atua nos diversos momentos da vida social, econmica e institucional. A leitura dos indicadores sociais decompostos pela varivel cor ou raa expressa a dimenso de tais prticas sociais inaceitveis. Se os afrodescendentes se conformam com tal realidade, fica ento ratificado o mito. Se no se conformam, dizem os maus pressgios: haver ruptura de nossa paz social. O racismo e as assimetrias de cor ou raa do presente no so produtos da escravido, muito embora tenham sido vitais para o seu funcionamento. Em sendo uma herana perptua e acriticamente atual.O que fazer para superar este legado? Este o desafio de todos ns, habitantes deste sexto sculo brasileiro que h pouco despertou. (Flvio Gomes e Marcelo Paixo. Disponvel em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/fj2311200806.htm.Texto adaptado) Considere o texto e a charge abaixo para responder questo. Em relao ao texto, a charge um exemplo de que, em nosso pas, h:

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(Uepa 2015) Leia o texto abaixo para responder (s) questo(es) a seguir. Responsabilidade pelas diferenas da sociedade atual No perodo colonial e imperial brasileiro, um modelo de escravido extremamente brutal sobre suas vtimas no deixara de lograr mecanismos de mobilidade social para alguns descendentes de escravizados que se tornaram libertos. No Brasil do sculo 19, em algumas regies, eles poderiam chegar mesmo a 80% do total da populao livre; dados semelhantes aos de Cuba. No Sul dos Estados Unidos, por exemplo, o ndice era de apenas 4%. Alguns destes chegaram de forma ainda hoje indita aos altos escales da vida cultural e politica do pas. A lista no e to pequena assim: Rebouas, Patrocnio, Caldas Barbosa, Machado de Assis. Na contramo, h quem afirme que a liberdade conquistada pela alforria, em nossa antiga sociedade, era extremamente precria em razo da cor, tornando as pessoas libertas de tez mais escura no mximo quase-cidados. De qualquer maneira, se verdade que nossa realidade colonial e imperial guarda uma complexidade prpria, o fato que ao longo do sculo 20 a antiga sociedade acabaria abrigando um desconcertante paradoxo. O escravismo no tivera nada de harmonioso, mas o sistema de dominao abria margens para infiltraes. Para as experincias do ps-emancipao, cor, raa e racismo foram paisagens permanentemente reconfiguradas. Ordem, trabalho, disciplina e progresso dialogaram com as polticas pblicas de aparato policial e criminalizao dos descendentes dos escravizados e suas formas de manifestao cultural e simblica. No projeto de nossas elites desse perodo vigorou a concepo de que o desenvolvimento socioeconmico era incompatvel com nossas origens ancestrais em termos tnicos. Pases com maiorias no brancas no atingiram, e jamais alcanariam, o to desejado progresso. Os perniciosos efeitos do sistema escravista foram associados s suas vitimas, ou seja, os escravizados. No contexto posterior aos anos 1930, a valorizao simblica da mestiagem seria um importante combustvel ideolgico do projeto desenvolvimentista. Dado o momento histrico em que fora forjado, se pode at reconhecer que tal discurso poderia abrigar algum tipo de perspectiva progressista. Por outro lado, ao consagrar como natural a convergncia das linhas de classe e cor, tal lgica tentou convencer que diferenas sociais derivadas de aparncias fsicas (cor da pele, traos faciais), conquanto ntidas e persistentes, inexistiam. Ou se existiam eram para ser esquecidas, abafadas ou comentadas no ntimo do lar. Como tal, o mito da democracia racial serviu no apenas ao projeto de industrializao do pas. Tambm se associou a um modelo de desenvolvimento que viria a ser assumidamente concentrador de renda e poder poltico em termos sociorraciais, dado que tais assimetrias passaram a ser incorporadas paisagem das coisas. Aps o fim do mito da democracia racial, parece que se torna necessrio romper com uma segunda lenda. A de que as assimetrias de cor ou raa sejam decorrncia direta do escravismo, findado h 120 anos. Tal compreenso retira da sociedade do presente a responsabilidade pela construo de um quadro social extremamente injusto gerado a cada instante, colocando tal fardo apenasnos ombros do distante passado. Nosso racismo est embebido de uma forte associao entre cor da pele e uma condio social esperada ou desejada. Tal correlao atua nos diversos momentos da vida social, econmica e institucional. A leitura dos indicadores sociais decompostos pela varivel cor ou raa expressa a dimenso de tais prticas sociais inaceitveis. Se os afrodescendentes se conformam com tal realidade, fica ento ratificado o mito. Se no se conformam, dizem os maus pressgios: haver ruptura de nossa paz social. O racismo e as assimetrias de cor ou raa do presente no so produtos da escravido, muito embora tenham sido vitais para o seu funcionamento. Em sendo uma herana perptua e acriticamente atual. O que fazer para superar este legado? Este o desafio de todos ns, habitantes deste sexto sculo brasileiro que h pouco despertou. (Flvio Gomes e Marcelo Paixo. Disponvel em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/fj2311200806.htm .Texto adaptado) A democracia racial foi considerada um mito, e, ainda, segundo o texto, as assimetrias raciais persistem sob responsabilidade do distante passado. Assim sendo, a passagem abaixo que confirma tal afirmativa :

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2015Sociologia

(Uepa 2015) Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir. Responsabilidade pelas diferenças é da sociedade atual No período colonial e imperial brasileiro, um modelo de escravidão extremamente brutal sobre suas vítimas não deixara de lograr mecanismos de mobilidade social para alguns descendentes de escravizados que se tornaram libertos.No Brasil do século 19, em algumas regiões, eles poderiam chegar mesmo a 80% do total da população livre; dados semelhantes aos de Cuba. No Sul dos Estados Unidos, por exemplo, o índice era de apenas 4%. Alguns destes chegaram – de forma ainda hoje inédita – aos altos escalões da vida cultural e politica do país. A lista não e tão pequena assim: Rebouças, Patrocínio, Caldas Barbosa, Machado de Assis.Na contramão, há quem afirme que a liberdade conquistada pela alforria, em nossa antiga sociedade, era extremamente precária – em razão da cor, tornando as pessoas libertas de tez mais escura no máximo quase-cidadãos.De qualquer maneira, se é verdade que nossa realidade colonial e imperial guarda uma complexidade própria, o fato é que ao longo do século 20 a antiga sociedade acabaria abrigando um desconcertante paradoxo. O escravismo não tivera nada de harmonioso, mas o sistema de dominação abria margens para infiltrações.Para as experiências do pós-emancipação, cor, raça e racismo foram paisagens permanentemente reconfiguradas. Ordem, trabalho, disciplina e progresso dialogaram com as políticas públicas de aparato policial e criminalização dos descendentes dos escravizados e suas formas de manifestação cultural e simbólica.No projeto de nossas elites desse período vigorou a concepção de que o desenvolvimento socioeconômico era incompatível com nossas origens ancestrais em termos étnicos. Países com maiorias não brancas não atingiram, e jamais alcançariam, o tão desejado progresso. Os perniciosos efeitos do sistema escravista foram associados às suas vitimas, ou seja, os escravizados.No contexto posterior aos anos 1930, a valorização simbólica da mestiçagem seria um importante combustível ideológico do projeto desenvolvimentista. Dado o momento histórico em que fora forjado, se pode até reconhecer que tal discurso poderia abrigar algum tipo de perspectiva progressista. Por outro lado, ao consagrar como natural a convergência das linhas de classe e cor, tal lógica tentou convencer que diferenças sociais derivadas de aparências físicas (cor da pele, traços faciais), conquanto nítidas e persistentes, inexistiam.Ou se existiam eram para ser esquecidas, abafadas ou comentadas no íntimo do lar. Como tal, o mito da democracia racial serviu não apenas ao projeto de industrialização do país. Também se associou a um modelo de desenvolvimento que viria a ser assumidamente concentrador de renda e poder político em termos sociorraciais, dado que tais assimetrias passaram a ser incorporadas à paisagem das coisas.Após o fim do mito da democracia racial, parece que se torna necessário romper com uma segunda lenda. A de que as assimetrias de cor ou raça sejam decorrência direta do escravismo, findado há 120 anos.Tal compreensão retira da sociedade do presente a responsabilidade pela construção de um quadro social extremamente injusto gerado a cada instante, colocando tal fardo apenas nos ombros do distante passado. Nosso racismo está embebido de uma forte associação entre cor da pele e uma condição social esperada ou desejada. Tal correlação atua nos diversos momentos da vida social, econômica e institucional.A leitura dos indicadores sociais decompostos pela variável cor ou raça expressa a dimensão de tais práticas sociais inaceitáveis. Se os afrodescendentes se conformam com tal realidade, fica então ratificado o mito. Se não se conformam, dizem os maus presságios: haverá ruptura de nossa paz social.O racismo e as assimetrias de cor ou raça do presente não são produtos da escravidão, muito embora tenham sido vitais para o seu funcionamento. Em sendo uma herança perpétua e acriticamente atual.O que fazer para superar este legado? Este é o desafio de todos nós, habitantes deste sexto século brasileiro que há pouco despertou.(Flávio Gomes e Marcelo Paixão. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/fj2311200806.htm .Texto adaptado) Assinale a alternativa cuja imagem sintetiza a ideia central do trecho:“Após o fim do mito da democracia racial, parece que se torna necessário romper com uma segunda lenda. A de que as assimetrias de cor ou raça sejam decorrência direta do escravismo, findado há 120 anos.Tal compreensão retira da sociedade do presente a responsabilidade pela construção de um quadro social extremamente injusto gerado a cada instante, colocando tal fardo apenas nos ombros do distante passado.”

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