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Questões de Redação - UFJF | Gabarito e resoluções

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Questão
2015Redação

(UFJF PISM 2015) O professor e socilogo analisa a violncia no Brasil A sociedade brasileira violenta? Estamos enganados com essa histria de que o brasileiro cordial? O mito da cordialidade j foi contestado h muito tempo. Chego a defender o argumento de que voc pode at escrever a histria social da sociedade brasileira como a histria social e poltica da violncia. A violncia sempre foi um recurso utilizado nas relaes de dominao e de mando seja nas fazendas, na vida domstica, seja no plano da vida poltica. Veja, por exemplo, que os movimentos de rebelio popular sempre foram muito contidos com o uso de uma violncia extrema, no se pouparam vidas. Durante o sculo XIX, todos os movimentos sociais de razes populares foram reprimidos com muita violncia, como a Sabinada [rebelio autonomista ocorrida na Bahia, de 1837 a 1838, que chegou a proclamar uma repblica baiana] e a Balaiada [revolta de carter social ocorrida entre 1838 e 1841, no interior do Maranho]. Na vida domstica, o modo como se tratavam os escravos, as crianas, as mulheres e os desafetos tambm sempre foi com o emprego de muita violncia. H uma extrema violncia ao lidar com as diferenas, quando voc tem de lidar com conflitos, com interesses opostos. Ou seja, a gente pode dizer que h um lastro de violncia tanto na cultura quanto na poltica brasileira. Mas no acho que seja s isso. claro que h manifestaes de solidariedade. No gosto de usar o conceito de cultura da violncia como se houvesse uma cultura parte da cultura geral. Sabemos que, cientificamente, isso no ocorre. Existem traos de cultura que, de alguma maneira, esto associados a outros traos de cultura. Uma espcie de sincretismo. Podemos creditar a violncia que permeia a sociedade brasileira maneira como se deu nossa colonizao? Por exemplo, os portugueses escravizaram ndios e negros com uma atitude extremamente violenta. Certamente a escravido deixou marcas. Por que se lidou com o escravo com muita violncia? Porque o escravo era coisa, no era pessoa, era mercadoria. Por isso, a ideia de que voc decide o que quer fazer com a mercadoria, se quer dispor dela produtivamente ou improdutivamente. Resgatar a dimenso de humanidade dos escravos uma tarefa cultural imensa da sociedade. Mas claramente no conseguimos resultados dos mais adequados, porque ainda h desigualdade entre brancos e negros. No acho que a gente deva descartar as heranas escravistas, mas o argumento da herana colonial tambm perigoso. Primeiro, porque, no momento em que se diz que a violncia tem causa nas nossas heranas, refora-se o argumento da histria como algo congelado no tempo. A histria aconteceu l e continua acontecendo hoje. Por mais que as nossas heranas pesem, elas so atualizadas, so reinterpretadas. No d para voc achar simplesmente que a herana explica tudo. O problema que a sociedade brasileira construiu um Estado que, durante muito tempo, foi de proteo das classes proprietrias contra o resto da populao. Vivemos em uma sociedade de fundo conservador, uma sociedade com muitas dificuldades de promover rupturas. Voc acha que o brasileiro tem um carter acomodado? Por exemplo, critica-se que quase no houve reao da populao ao golpe ocorrido em 1964, responsvel pela instalao da ditadura militar no pas. Como socilogo, tenho uma enorme dificuldade de falar sobre o carter nacional brasileiro. H um clssico estudo do professor Dante Moreira Leite, daqui da USP, que um livro chamado O carter nacional brasileiro [a obra ganhou uma edio em 2003 pela Unesp]. Nesse livro, ele questiona essa imagem de que o brasileiro mais cordato, mais contemporizador - de alguma maneira isso est na literatura, no senso comum, na imprensa. H brasileiros e brasileiros. Por exemplo, ser brasileiro no Sudeste muito diferente de ser brasileiro no Nordeste ou no Norte, ou ser brasileiro branco diferente de ser brasileiro negro. Ento, difcil dizer o que o Brasil. Acho que preciso entender que, provavelmente, o golpe tenha matizes muito diferentes. Tradicionalmente, a sociedade brasileira no uma sociedade polarizada entre duas grandes tendncias, de direita e de esquerda, como aconteceu no Chile ou na Argentina. Voc tem matizes na direita, na esquerda e um grande centro. Voc pode dizer que, desses matizes, houve uma parte da sociedade brasileira que protestou mesmo. Mas foi cassada, foi expulsa do espao pblico, muitos foram perseguidos politicamente e tiveram suas mnimas garantias constitucionais suspensas. E tambm houve uma parte que, de alguma maneira, ficou em silncio. Acho que a gente tem de pensar que o cenrio no era homogneo. ADORNO, Srgio. Entrevista. Revista E, n. 127, dez. 2007. Disponvel em: http://www.nevusp.org/. Acesso em : 12 ago 2014. Releia, agora, a resposta dada pelo socilogo: Como socilogo, tenho uma enorme dificuldade de falar sobre o carter nacional brasileiro. H um clssico estudo do professor Dante Moreira Leite, daqui da USP, que um livro chamado O carter nacional brasileiro [a obra ganhou uma edio em 2003 pela Unesp]. Nesse livro, ele questiona essa imagem de que o brasileiro mais cordato, mais contemporizador de alguma maneira isso est na literatura, no senso comum, na imprensa. H brasileiros e brasileiros. O trecho acima contm uma estratgia para convencer o leitor sobre a qualidade das ideias apresentadas na entrevista. Que estratgia essa?

Questão
2002Redação

(UFJF 2002) O fragmento de texto a segui, de Paulo Mendes Campos, foi publicado na edio comemorativa dos 110 anos do Jornal do Brasil, de 8 de abril de 2001. Nunca se imprimiu tanto. E nunca se aproveitou to pouco. Devoram-se toneladas de papel impresso em todas as lnguas, mas a percentagem de nutrientes desse palavratrio quase nada. A chamada democratizao da cultura, em vez de sucos, fabrica perto de 100% de refrescos aguados, essas publicaes fajutas j chamadas non-books. O antilivro vai expulsando do mercado a cincia, a informao e a literatura. O grotesco que os novos gneros de impresso no chegam nem mesmo a cumprir o que nos prometem nos ttulos e nas orelhas; a livralhada sexual idiota; a violenta pueril; a de terror no chega a impressionar crianas; a esotrica de dar pena; a fofoqueira ainda pode distrair, mas mente pelos dedos. (...) O sculo 20 l mais que o sculo passado. Mas nosso av comia um bife, e o nosso contemporneo entulha-se com um saco de farinha ou plvora ou titica. A principal contradio que serve de sustentao tese do autor est estabelecida entre:

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