Kuadro - O MELHOR CURSO PRÉ-VESTIBULAR
Kuadro - O MELHOR CURSO PRÉ-VESTIBULAR
MEDICINAITA - IMEENEMENTRAR
Logo do Facebook   Logo do Instagram   Logo do Youtube

Conquiste sua aprovação na metade do tempo!

No Kuadro, você aprende a estudar com eficiência e conquista sua aprovação muito mais rápido. Aqui você aprende pelo menos 2x mais rápido e conquista sua aprovação na metade do tempo que você demoraria estudando de forma convencional.

Questões de Português - UFRGS 2016 | Gabarito e resoluções

1-15 de 16chevron right center
Questão
2016Português

(UFRGS - 2016) A variao lingustica uma realidade que, embora razoavelmente bem estudada pela sociolingustica, pela dialetologia e pela lingustica histrica, provoca, em geral, reaes sociais muito negativas. O senso comum tem escassa percepo de que a lngua um fenmeno heterogneo, que alberga grande variao e est em mudana contnua. Por isso, costuma folclorizar a variao regional; demoniza a variao social e tende a interpretar as mudanas como sinais de deteriorao da lngua. O senso comum no se d bem com a variao lingustica e chega, muitas vezes, a exploses de ira e a gestos de grande violncia simblica diante de fatos de variao. Boa parte de uma educao de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de lngua um ensino que garanta o domnio das prticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaos pblicos. E esse domnio inclui o das variedades lingusticas historicamente identificadas como as mais prprias a essas prticas isto , as variedades escritas e faladas que devem ser identificadas como constitutivas da chamada norma culta. Isso pressupe, inclusive, uma ampla discusso sobre o prprio conceito de norma culta e suas efetivas caractersticas no Brasil contemporneo. Parece claro hoje que o domnio dessas variedades caminha junto com o domnio das respectivas prticas socioculturais. Parece claro tambm, por outro lado, que no se trata apenas de desenvolver uma pedagogia que garanta o domnio das prticas socioculturais e das respectivas variedades lingusticas. Considerando o grau de rejeio social das variedades ditas populares, parece que o que nos desafia a construo de toda uma cultura escolar aberta crtica da discriminao pela lngua e preparada para combat-la, o que pressupe uma adequada compreenso da heterogeneidade lingustica do pas, sua histria social e suas caractersticas atuais. Essa compreenso deve alcanar, em primeiro lugar, os prprios educadores e, em seguida, os educandos. Como fazer isso? Como garantir a disseminao dessa cultura na escola e pela escola, considerando que a sociedade em que essa escola existe no reconhece sua cara lingustica e no s discrimina impunemente pela lngua, como d sustento explcito a esse tipo de discriminao? Em suma, como construir uma pedagogia da variao lingustica? Adaptado de: ZILLES, A. M; FARACO, C. A. Apresentao. In: ZILLES, A. M; FARACO, C. A. (Orgs.)Pedagogia da variao lingustica: lngua, diversidade e ensino. So Paulo: Parbola, 2015. Assinale a alternativa que contm uma afirmao correta, de acordo com o sentido do texto

Questão
2016Português

(Ufrgs 2016) A variao lingustica uma realidade que, embora razoavelmente bem estudada pela sociolingustica, pela dialetologia e pela lingustica histrica, provoca, em geral, reaes sociais muito negativas. O senso comum tem escassa percepo de que a lngua um fenmeno heterogneo, que alberga grande variao e est em mudana contnua. Por isso, costuma folclorizar a variao regional; demoniza a variao social e tende a interpretar as mudanas como sinais de deteriorao da lngua. O senso comum no se d bem com a variao lingustica e chega, muitas vezes, a exploses de ira e a gestos de grande violncia simblica diante de fatos de variao. Boa parte de uma educao de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de lngua um ensino que garanta o domnio das prticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaos pblicos. E esse domnio inclui o das variedades lingusticas historicamente identificadas como as mais prprias a essas prticas isto , as variedades escritas e faladas que devem ser identificadas como constitutivas da chamada norma culta. Isso pressupe, inclusive, uma ampla discusso sobre o prprio conceito de norma culta e suas efetivas caractersticas no Brasil contemporneo. Parece claro hoje que o domnio dessas variedades caminha junto com o domnio das respectivas prticas socioculturais. Parece claro tambm, por outro lado, que no se trata apenas de desenvolver uma pedagogia que garanta o domnio das prticas socioculturais e das respectivas variedades lingusticas. Considerando o grau de rejeio social das variedades ditas populares, parece que o que nos desafia a construo de toda uma cultura escolar aberta crtica da discriminao pela lngua e preparada para combat-la, o que pressupe uma adequada compreenso da heterogeneidade lingustica do pas, sua histria social e suas caractersticas atuais. Essa compreenso deve alcanar, em primeiro lugar, os prprios educadores e, em seguida, os educandos. Como fazer isso? Como garantir a disseminao dessa cultura na escola e pela escola, considerando que a sociedade em que essa escola existe no reconhece sua cara lingustica e no s discrimina impunemente pela lngua, como d sustento explcito a esse tipo de discriminao? Em suma, como construir uma pedagogia da variao lingustica? Adaptado de: ZILLES, A. M; FARACO, C. A. Apresentao. In: ZILLES, A. M; FARACO, C. A. (Orgs.) Pedagogia da variao lingustica: lngua, diversidade e ensino. So Paulo: Parbola, 2015. Considere as afirmaes abaixo, sobre a construo de uma educao de qualidade. I. Uma educao de qualidade deve, no que concerne variao lingustica, questionar as reaes sociais advindas da percepo da lngua como fenmeno homogneo. II. O desafio, para uma educao de qualidade, est em preparar a escola para combater a discriminao que tem origem nas diferenas entre as variedades lingusticas. III. As variedades lingusticas prprias ao domnio da leitura, escrita e fala nos espaos pblicos, que devem ser ensinadas pela escola, so as que no sofreram variaes sociais. Segundo o texto, quais esto corretas?

Questão
2016Português

(UFRGS - 2016) Quando a 1economia 2poltica clssica nasceu, no Reino Unido e na Frana, ao final do sculo XVIII e incio do sculo XIX, a questo da distribuio da renda j se encontrava no centro de todas as anlises. Estava claro que 3transformaes radicais entraram em curso, propelidas pelo crescimento 4demogrfico sustentado indito at ento e pelo incio do xodo rural e da Revoluo Industrial. Quais seriam as consequncias sociais dessas mudanas? Para Thomas Malthus, que 5publicou em 1798 seu Ensaio sobre o princpio da populao, no restava dvida: a superpopulao era uma ameaa. Preocupava-se especialmente com a situao dos franceses 1 vsperas da Revoluo de 1789, quando havia misria generalizada no campo. 6Na poca, a Frana era 7de longe o pas mais populoso da Europa: por volta de 1700, j contava com mais de 20 milhes de habitantes, enquanto o Reino Unido tinha pouco mais de 8 milhes de pessoas. A 8populao francesa se expandiu em ritmo crescente ao longo do sculo XVIII, aproximando-se dos 30 milhes. Tudo leva a crer que esse 9dinamismo demogrfico, desconhecido nos sculos anteriores, contribuiu para a 10estagnao dos salrios no campo e para o aumento dos rendimentos associados 11propriedade da terra, sendo, portanto, um dos fatores que levaram 2 Revoluo Francesa. 12Para evitar que torvelinho 13similar vitimasse o Reino Unido, Malthus argumentou que 14toda assistncia aos 15pobres deveria ser suspensa de imediato e a taxa de natalidade deveria ser severamente controlada. J David Ricardo, que publicou em 1817 os seus Princpios de economia poltica e tributao, preocupava-se com a 16evoluo do preo da terra. Se o crescimento da populao e, 17consequentemente, da produo agrcola se prolongasse, a terra tenderia a se 18tornar escassa. De acordo com a lei da oferta e da procura, o preo do bem escasso a terra deveria subir de modo contnuo. No limite, 19os donos da terra receberiam uma parte cada vez mais significativa da renda nacional, e o 20restante da populao, uma parte cada vez mais reduzida, 21destruindo o equilbrio social. De fato, 22o valor da terra permaneceu alto por algumtempo, mas, ao longo de sculo XIX, caiu em relao 3 outras formas de riqueza, medida que diminua o peso da agricultura na renda das naes. 23Escrevendo nos anos de 1810, Ricardo no poderia antever a importncia que o progresso tecnolgico e o crescimento industrial teriam ao longo das dcadas seguintes para a evoluo da distribuio da renda. Adaptado de: PIKETTY, T. O Capital no Sculo XXI. Trad. de M. B. de Bolle. Rio de Janeiro: Intrnseca, 2014. p.11-13. Geralmente, substantivos denotam seres ou coisas. s vezes, no entanto, podem denotar ao ou processo. Assinale a alternativa que contm um substantivo que, no texto, denota processo.

Questão
2016Português

(Ufrgs 2016) Assinale a alternativa em que as três palavras possuem um radicalque está relacionado com a noção de povo. Quando a 1economia 2política clássica nasceu, no Reino Unido e na França, ao final doséculo XVIII e início do século XIX, a questão da distribuição da renda já se encontrava nocentro de todas as análises. Estava claro que 3transformações radicais entraram em curso,propelidas pelo crescimento 4demográfico sustentado inédito até então e pelo início doêxodo rural e da Revolução Industrial. Quais seriam as consequências sociais dessas mudanças? Para Thomas Malthus, que 5publicou em 1798 seu Ensaio sobre o princípio da população,não restava dúvida: a superpopulação era uma ameaça. Preocupava-se especialmentecom a situação dos franceses __1___ vésperas da Revolução de 1789, quando haviamiséria generalizada no campo. 6Na época, a França era 7de longe o país mais populosoda Europa: por volta de 1700, já contava com mais de 20 milhões de habitantes, enquantoo Reino Unido tinha pouco mais de 8 milhões de pessoas. A 8população francesa seexpandiu em ritmo crescente ao longo do século XVIII, aproximando-se dos 30 milhões. Tudo leva a crer que esse 9dinamismo demográfico, desconhecido nos séculos anteriores,contribuiu para a 10estagnação dos salários no campo e para o aumento dos rendimentosassociados à 11propriedade da terra, sendo, portanto, um dos fatores que levaram ___2___Revolução Francesa. 12Para evitar que torvelinho 13similar vitimasse o Reino Unido,Malthus argumentou que 14toda assistência aos 15pobres deveria ser suspensa de imediatoe a taxa de natalidade deveria ser severamente controlada.Já David Ricardo, que publicou em 1817 os seus Princípios de economia política etributação, preocupava-se com a 16revolução do preço da terra. Se o crescimento dapopulação e, 17consequentemente, da produção agrícola se prolongasse, a terra tenderia ase 18tornar escassa. De acordo com a lei da oferta e da procura, o preço do bem escasso a terra deveria subir de modo contínuo. No limite, 19os donos da terra receberiam umaparte cada vez mais significativa da renda nacional, e o 20restante da população, umaparte cada vez mais reduzida, 21destruindo o equilíbrio social. De fato, 22o valor da terrapermaneceu alto por algum tempo, mas, ao longo de século XIX, caiu em relação___3___ outras formas de riqueza, à medida que diminuía o peso da agricultura na rendadas nações. 23Escrevendo nos anos de 1810, Ricardo não poderia antever a importânciaque o progresso tecnológico e o crescimento industrial teriam ao longo das décadasseguintes para a evolução da distribuição da renda. Adaptado de: PIKETTY, T. O Capital no Século XXI. Trad. de M. B. de Bolle. Rio deJaneiro: Intrínseca, 2014. p.11-13.

Questão
2016Português

(Ufrgs 2016) Leia o trecho do romance Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, abaixo. Essas coisas todas se passaram tempos depois. Talhei de avanço, em minha história. O senhor tolere minhas más devassas no contar. É ignorância. Eu não converso com ninguém de fora, quase. Não sei contar direito. Aprendi um pouco foi com o compadre meu Quelemém; mas ele quer saber tudo diverso: quer não é o caso inteirado em si, mas a sobre-coisa, a outra-coisa. Agora, neste dia nosso, com o senhor mesmo me escutando com devoção assim é que aos poucos vou indo aprendendo a contar corrigido. E para o dito volto. Como eu estava, com o senhor, no meio dos hermógenes. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre o trecho. ( ) Riobaldo, narrador da história, tem consciência de que sua narrativa obedece ao fluxo da memória e não à cronologia dos fatos. ( ) A ignorância de Riobaldo é expressa pelos erros gramaticais e pela inabilidade em contar sua história, que carece de ordenação. ( ) A sobre-coisa, a outra-coisa, que o compadre Quelemém quer, é a interpretação da própria vivência e não o simples relato dos acontecimentos. ( ) O ouvinte exerce um papel importante, pois obriga Riobaldo a organizar a narrativa e a dar significado ao narrado.

Questão
2016Português

(Ufrgs 2016) Leia as seguintes afirmações sobre os contos de Murilo Rubião. I. O conto O edifício é narrado em primeira pessoa pelo próprio engenheiro, João Gaspar, que é contratado para a construção de um arranha-céu. II. O conto O convidado, narrado em terceira pessoa, conta a história de José Alferes, que, embora tenha recebido um convite estranho para uma festa à fantasia, decide ir mesmo assim. III. O conto O homem do boné cinzento é narrado em primeira pessoa por Roderico, que responsabiliza o homem do boné cinzento pela intranquilidade que se estabelece desde que se mudou para a vizinhança. Quais estão corretas?

Questão
2016Português

(Ufrgs 2016) Leia as seguintes afirmações sobre o Sermão de Santo Antônio aos peixes, de Padre Antônio Vieira. I. O Sermão apresenta a estratégia de se dirigir aos peixes, e não aos homens, estendendo o alcance crítico à conduta dos colonos maranhenses. II. O Sermão apresenta elogios aos grandes pregadores, através de passagens do Novo Testamento. III. A sardinha é eleita o símbolo do verdadeiro cristão, por ter sido o peixe multiplicado por Jesus. Quais estão corretas?

Questão
2016Português

(Ufrgs 2016) Assinale a alternativa correta sobre os três sermões do Padre Antônio Vieira.

Questão
2016Português

(Ufrgs 2016) Assinale a alternativa correta sobre autores do Romantismo brasileiro.

Questão
2016Português

(UFRGS - 2016) Quando a 1economia 2poltica clssica nasceu, no Reino Unido e na Frana, ao final do sculo XVIII e incio do sculo XIX, a questo da distribuio da renda j se encontrava no centro de todas as anlises. Estava claro que 3transformaes radicais entraram em curso, propelidas pelo crescimento 4demogrfico sustentado indito at ento e pelo incio do xodo rural e da Revoluo Industrial. Quais seriam as consequncias sociais dessas mudanas? Para Thomas Malthus, que 5publicou em 1798 seu Ensaio sobre o princpio da populao, no restava dvida: a superpopulao era uma ameaa. Preocupava-se especialmente com a situao dos franceses 1 vsperas da Revoluo de 1789, quando havia misria generalizada no campo. 6Na poca, a Frana era 7de longe o pas mais populoso da Europa: por volta de 1700, j contava com mais de 20 milhes de habitantes, enquanto o Reino Unido tinha pouco mais de 8 milhes de pessoas. A 8populao francesa se expandiu em ritmo crescente ao longo do sculo XVIII, aproximando-se dos 30 milhes. Tudo leva a crer que esse 9dinamismo demogrfico, desconhecido nos sculos anteriores, contribuiu para a 10estagnao dos salrios no campo e para o aumento dos rendimentos associados 11propriedade da terra, sendo, portanto, um dos fatores que levaram 2 Revoluo Francesa. 12Para evitar que torvelinho 13similar vitimasse o Reino Unido, Malthus argumentou que 14toda assistncia aos 15pobres deveria ser suspensa de imediato e a taxa de natalidade deveria ser severamente controlada. J David Ricardo, que publicou em 1817 os seus Princpios de economia poltica e tributao, preocupava-se com a 16evoluo do preo da terra. Se o crescimento da populao e, 17consequentemente, da produo agrcola se prolongasse, a terra tenderia a se 18tornar escassa. De acordo com a lei da oferta e da procura, o preo do bem escasso a terra deveria subir de modo contnuo. No limite, 19os donos da terra receberiam uma parte cada vez mais significativa da renda nacional, e o 20restante da populao, uma parte cada vez mais reduzida, 21destruindo o equilbrio social. De fato, 22o valor da terra permaneceu alto por algumtempo, mas, ao longo de sculo XIX, caiu em relao 3 outras formas de riqueza, medida que diminua o peso da agricultura na renda das naes. 23Escrevendo nos anos de 1810, Ricardo no poderia antever a importncia que o progresso tecnolgico e o crescimento industrial teriam ao longo das dcadas seguintes para a evoluo da distribuio da renda. Adaptado de: PIKETTY, T. O Capital no Sculo XXI. Trad. de M. B. de Bolle. Rio de Janeiro: Intrnseca, 2014. p.11-13. Assinale a alternativa que apresenta a correta passagem de segmento do texto da voz ativa para a voz passiva.

Questão
2016Português

(Ufrgs 2016) O cortiço (1890) e Dom Casmurro (1899) foram publicados na mesma década, porém apresentam registros de linguagem diferentes, como se pode ver nos trechos abaixo. No bloco superior, estão listados nomes de personagens de O cortiço e de Dom Casmurro; no inferior, os trechos dos romances em que essas personagens são descritas. Associe adequadamente o bloco inferior ao bloco superior. 1. Firmo (O cortiço) 2. Escobar (Dom Casmurro) 3. Jerônimo (O cortiço) 4. José Dias (Dom Casmurro) ( ) [...] viera da terra, com a mulher e uma filhinha ainda pequena, tentar a vida no Brasil, na qualidade de colono de um fazendeiro, em cuja fazenda mourejou durante dois anos, sem nunca levantar a cabeça, e de onde afinal se retirou de mãos vazias e uma grande birra pela lavoura brasileira. Para continuar a servir na roça tinha que sujeitar-se a emparelhar com os negros escravos e viver com eles no mesmo meio degradante, encurralado como uma besta, sem aspirações, nem futuro, trabalhando eternamente para outro. ( ) [...] era um mulato pachola, delgado de corpo e ágil como um cabrito; capadócio de marca, pernóstico, só de maçadas, e todo ele se quebrando nos seus movimentos de capoeira. Teria seus trinta e tantos anos, mas não parecia ter mais de vinte e poucos. Pernas e braços finos, pescoço estreito, porém forte; não tinha músculos, tinha nervos. ( ) Era um rapaz esbelto, olhos claros, um pouco fugitivos, como as mãos, como os pés, como a fala, como tudo. Quem não estivesse acostumado com ele podia acaso sentir-se mal, não sabendo por onde lhe pegasse. Não fitava de rosto, não falava claro nem seguido; as mãos não apertavam as outras, nem se deixavam apertar delas, porque os dedos, sendo delgados e curtos, quando a gente cuidava tê-los entre os seus, já não tinha nada. ( ) [...] apareceu ali vendendo-se por médico homeopata; levava um Manual e uma botica. Havia então um andaço de febres; [...] curou o feitor e uma escrava, e não quis receber nenhuma remuneração. Então meu pai propôs-lhe ficar ali vivendo, com pequeno ordenado. [...] recusou, dizendo que era justo levar a saúde à casa de sapé do pobre. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

Questão
2016Português

(Ufrgs 2016) Leia o seguinte trecho de O cortiço. A criadagem da família do Miranda compunha-se de Isaura, mulata ainda moça, moleirona e tola, que gastava todo o vintenzinho que pilhava em comprar capilé na venda de João Romão; uma negrinha virgem, chamada Leonor, muito ligeira e viva, lisa e seca como um moleque, conhecendo de orelha, sem lhe faltar um termo, a vasta tecnologia da obscenidade, e dizendo, sempre que os caixeiros ou os fregueses da taverna, só para mexer com ela, lhe davam atracações: Óia, que eu me queixo ao juiz de orfe!; e finalmente o tal Valentim, filho de uma escrava que foi de Dona Estela e a quem esta havia alforriado. Sobre o texto acima, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações. ( ) O fragmento reflete o tom geral do romance, no qual o narrador em terceira pessoa distancia-se das personagens populares especialmente as negras , pois está atrelado às reduções do cientificismo naturalista que antepõe raça superior a raça inferior. ( ) A linguagem do narrador é diferente da linguagem da personagem: a fala de Leonor não segue o registro linguístico adotado pelo narrador. ( ) As personagens femininas descritas no trecho e no romance de maneira geral são estereotipadas, respondem ao imaginário da mulata sensual e ociosa, especialmente Bertoleza e Rita Baiana. ( ) O narrador em terceira pessoa simpatiza com as personagens populares; tal simpatia está presente em todo o romance, nas inúmeras vezes em que a narração em terceira pessoa cede espaço para o diálogo entre escravos. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

Questão
2016Português

(Ufrgs 2016) Considerando os estudos sobre o romance Dom Casmurro, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações. ( ) No final do século XIX e início do XX, a interpretação do romance tende à aderência ao ponto de vista do narrador. Assim, em geral, os leitores aceitam os fatos narrados por Bentinho sem muita desconfiança da sua narração comprometida. ( ) Em torno de 1960, talvez por influência de leituras feministas, críticos problematizam a visão unilateral de Bentinho e passam a ponderar que o ponto de vista de Capitu não vinha sendo considerado e que a sua traição deveria ser ao menos discutida. ( ) Perto de 1980, são comuns as leituras que desviam o foco do debate sentimental para o social, e a diferença de classe entre o filho do deputado (Bentinho) e a filha do vizinho pobre (Capitu) passa a figurar como um dos tópicos do romance. ( ) Atualmente, e por obra das muitas adaptações do romance para o cinema e para a televisão, que revelaram conteúdos da narrativa antes ocultos, é consenso que a traição de Capitu é o centro do enredo e que esta pode ser comprovada pelas pistas deixadas no texto por Machado de Assis. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

Questão
2016Português

(Ufrgs 2016) Assinale a alternativa correta a respeito da vida e da obra do poeta português Fernando Pessoa.

Questão
2016Português

(UFRGS - 2016) Quando a1economia2poltica clssica nasceu, no Reino Unido e na Frana, ao final do sculo XVIII e incio do sculo XIX, a questo da distribuio da renda j se encontrava no centro de todas as anlises. Estava claro que3transformaes radicais entraram em curso, propelidas pelo crescimento4demogrfico sustentado indito at ento e pelo incio do xodo rural e da Revoluo Industrial. Quais seriam as consequncias sociais dessas mudanas? Para Thomas Malthus, que5publicou em 1798 seu Ensaio sobre o princpio da populao, no restava dvida: a superpopulao era uma ameaa. Preocupava-se especialmente com a situao dos franceses1vsperas da Revoluo de 1789, quando havia misria generalizada no campo.6Na poca, a Frana era7de longe o pas mais populoso da Europa: por volta de 1700, j contava com mais de 20 milhes de habitantes, enquanto o Reino Unido tinha pouco mais de 8 milhes de pessoas. A8populao francesa se expandiu em ritmo crescente ao longo do sculo XVIII, aproximando-se dos 30 milhes. Tudo leva a crer que esse9dinamismo demogrfico, desconhecido nos sculos anteriores, contribuiu para a10estagnao dos salrios no campo e para o aumento dos rendimentos associados 11propriedade da terra, sendo, portanto, um dos fatores que levaram2Revoluo Francesa.12Para evitar que torvelinho13similar vitimasse o Reino Unido, Malthus argumentou que14toda assistncia aos15pobres deveria ser suspensa de imediato e a taxa de natalidade deveria ser severamente controlada. J David Ricardo, que publicou em 1817 os seus Princpios de economia poltica e tributao, preocupava-se com a16evoluo do preo da terra. Se o crescimento da populao e,17consequentemente, da produo agrcola se prolongasse, a terra tenderia a se18tornar escassa. De acordo com a lei da oferta e da procura, o preo do bem escasso a terra deveria subir de modo contnuo. No limite,19os donos da terra receberiam uma parte cada vez mais significativa da renda nacional, e o20restante da populao, uma parte cada vez mais reduzida,21destruindo o equilbrio social. De fato,22o valor da terra permaneceu alto por algumtempo, mas, ao longo de sculo XIX, caiu em relaoaoutras formas de riqueza, medida que diminua o peso da agricultura na renda das naes.23Escrevendo nos anos de 1810, Ricardo no poderia antever a importncia que o progresso tecnolgico e o crescimento industrial teriam ao longo das dcadas seguintes para a evoluo da distribuio da renda. Adaptado de: PIKETTY, T. O Capital no Sculo XXI. Trad. de M. B. de Bolle. Rio de Janeiro: Intrnseca, 2014. p.11-13. Assinale a alternativa que est de acordo com o texto.

1-15 de 16chevron right center