Questões de Sociologia - UFSC | Gabarito e resoluções

(UFSC 2020 - Adaptada) Considere os seguintes trechos de reportagens a respeito de aplicativos de servios. A primeira delas trata dos aplicativos Uber, 99, iFood e Rappi; a segunda, das dificuldades enfrentadas pelas pessoas que utilizam esses aplicativos. Quase 4 milhes de trabalhadores autnomos utilizam hoje as plataformas como fonte de renda. Se eles fossem reunidos em uma mesma folha de pagamento, ela seria 35 vezes mais longa do que a dos Correios, maior empresa estatal em nmero de funcionrios, com 109 mil servidores []. Para um autnomo, o ganho gerado com os apps acaba se tornando uma das principais fontes de renda. Esses 3,8 milhes de brasileiros que trabalham com as plataformas representam 17% dos 23,8 milhes de trabalhadores nessa condio, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), no trimestre at fevereiro. ESTADO CONTEDO. Uber, iFood e mais: aplicativos viram fonte de renda de quase 4 milhes. 28 de abril de 2019. Disponvel em: https://noticias.uol.com.br/tecnologia/noticias/redacao/2019/04/28/uber-ifood-e-maisaplicativosviram-fonte-de-renda-de-quase-4-milhoes.htm. Acesso em: 12 maio 2019. A exploso de aplicativos de delivery provavelmente o caso mais representativo das rupturas geradas no Brasil pelo avano da gig economy a economia dos bicos. At poucos anos atrs, os servios de entrega eram pulverizados entre empresas de pequeno porte, que contratavam motoboys, reconhecidos como categoria profissional regulamentada []. Hoje a atividade est ao alcance de qualquer um que aceitar termos e condies de plataformas digitais. FOLHA DE SO PAULO. Euforia com aplicativos de servios d lugar frustrao de trabalhadores. Ilustrssima, 3 de maro de 2019. Disponvel em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/03/euforia-com-aplicativos-de-servicos-da-lugar-a-frustracao-de-trabalhadores.shtml. Acesso em: 12 maio 2019. Com base nos textos acima, assinale o que for verdadeiro com V e o que for falso com F: I. a gig economy uma situao econmica na qual os trabalhadores autnomos encontram trabalho por meio de aplicativos de servio. II. os aplicativos de prestao autnoma de servios substituram toda forma de contratao de profissionais de atividades regulamentadas. III. os aplicativos de servio propiciam aos trabalhadores uma possibilidade de dispor de sua fora produtiva desde que aceitem os termos e condies da plataforma digital em que se inscrevem. IV. o fato de que, juntas, algumas empresas possuem uma folha de pagamentos mais extensa do que a da maior empresa estatal prova que o desenvolvimento econmico se d por meio do abandono de atividades estatais. V. a emergncia de uma economia de bicos mediada pelo acesso a aplicativos de oferta de fora de trabalho caracterstica de uma fase da economia capitalista na qual a regulamentao de atividades de servios enfrenta contestaes. VI. a gig economy atinge 23,8 milhes de trabalhadores, que sofrem com a precariedade do uso de aplicativos. VII.a desregulamentao de ofertas de emprego e sua posterior concentrao nas mos de grandes conglomerados, como as plataformas citadas, gera efeitos predatrios sobre empresas de pequeno porte que operam dentro da economia de oferta de emprego regulamentado.

(UFSC 2018 - Adaptada) Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando no na alma e no corpo h muita gente de jenipapo ou mancha monglica pelo Brasil , a sombra, ou pelo menos a pinta, do indgena ou do negro. No litoral, do Maranho ao Rio Grande do Sul,e em Minas Gerais, principalmente do negro. A influncia direta, ou vaga e remota, do africano. Na ternura, na mmica excessiva, no catolicismo em que se deliciam nossos sentidos, na msica, no andar, na fala, no canto de ninar menino pequeno, em tudo que expresso sincera de vida, trazemos quase todos a marca da influncia negra. Da escrava ou sinhama que nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer, ela prpria amolengando na mo o bolo de comida. FREYRE, Gilberto. Casa-grande senzala, 2005 [1933], p. 367. Em suma, a expanso urbana, a revoluo industrial e a modernizao ainda no produziram efeitos bastante profundos para modificar a extrema desigualdade racial que herdamos do passado. Embora indivduos de corparticipem (em algumas regies segundo propores aparentemente considerveis) das conquistas do progresso, no se pode afirmar, objetivamente, que eles compartilhem, coletivamente, das correntes de mobilidade social vertical vinculadas estrutura, ao funcionamento e ao desenvolvimento da sociedade de classes. FERNANDES, Florestan, O negro no mundo dos brancos, 2006 [1972], p. 67. [Adaptado]. Acerca do debate sobre relaes raciais no Brasil e com base na leitura dos textos acima, assinale o que for verdadeiro com V e o que for falso com F: I.a chamada democracia racial uma expresso normalmente atribuda a Florestan Fernandes, que defendia essa ideia sobre o Brasil. II. para o socilogo e antroplogo Gilberto Freyre, o Brasil seria um pas miscigenado no apenas no plano biolgico, mas tambm no cultural. III. h diferentes interpretaes sociolgicas e antropolgicas sobre como se do as relaes raciais no Brasil, inclusive correlacionando as desigualdades raciais com outros fatores, como gnero e classe social. IV. segundo as ideias de Florestan Fernandes, no Brasil foi necessria a realizao de medidas formais para separar negros de brancos. V. segundo Gilberto Freyre, era necessrio distinguir raa de cultura, pois algumas diferenas existentes entre brancos e negros seriam de ordem cultural, e no racial, como defendiam algumas teorias.

(UFSC - 2018 - 1) Sobre direitos humanos e minorias e com base na charge de Angeli, correto afirmar que: I. o reconhecimento dos direitos de diferentes grupos sociais serve homogeneizao da sociedade. II. o multiculturalismo diz respeito a reivindicaes de grupos culturais diversos. III. as demandas por reconhecimento visam corrigir injustias sofridas por grupos minoritrios. IV. no Brasil, os direitos das minorias so garantidos do ponto de vista da cidadania formal, mas no do ponto de vista da cidadania real. V. de acordo com o autor da charge, movimentos sociais que defendem o multiculturalismo j possuem representao suficiente na poltica brasileira.

(UFSC - 2017) Leia os trechos a seguir. Constituio dos Estados Unidos da Amrica (1787) Ns, o povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma Unio mais perfeita, estabelecer a justia, assegurar a tranquilidade interna, prover a defesa comum, promover o bem-estar geral, e garantir para ns e para os nossos descendentes os benefcios da Liberdade, promulgamos e estabelecemos esta Constituio para os Estados Unidos da Amrica. Disponvel em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-anteriores-%C3%A0-cria%C3%A7%C3%A3o-da-Sociedade-das-Na%C3%A7 %C3%B5es-at%C3%A9-1919/constituicao-dos-estados-unidos-da-america-1787.html. Acesso em: 6 set. 2016. Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado I. Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos; as distines sociais no podem ser baseadas seno na utilidade comum. IV. A liberdade consiste em poder fazer tudo aquilo que no prejudique a outrem. Assim, o exerccio dos direitos naturais de cada homem no tem outros limites seno os que assegurem aos membros da sociedade o gozo desses mesmos direitos; esses limites no podem ser determinados seno pela lei. PELLEGRINI, Marco; DIAS, Adriana Machado; GRINBERG, Keila. Novo olhar Histria. 2. ed. So Paulo: FTD, 2013, p. 190. Declarao Universal dos Direitos Humanos (1948) Assembleia Geral das Naes Unidas em 10 de dezembro de 1948 Art. 1. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. So dotados de razo e conscincia e devem agir em relao uns aos outros com esprito de fraternidade. Disponvel em: http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001394/139423por.pdf. Acesso em: 6 set. 2016. Constituio da Repblica Federativa do Brasil (1988) Captulo I Dos direitos e deveres individuais e coletivos Art. 5. Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade [...]. ALVES, Alexandra; OLIVEIRA, Letcia Fagundes de. Conexes com a Histria. v. 3. So Paulo: Moderna, 2010, p. 272. Sobre os trechos apresentados e sobre a construo/constituio dos Direitos Humanos, correto afirmar que: 10. embora defenda a ideia de igualdade entre os estadunidenses, a Constituio do pas manteve em vigor a escravido, que s seria abolida na dcada de 1860. 01. a Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado, redigida no contexto da Revoluo Francesa (1789-1799), foi inspirada em princpios liberais e iluministas e tornou constitucional o direito cidadania de todos os franceses, sem distino de gnero, raa ou condio social. 04. a Constituio brasileira de 1988, promulgada em plena ditadura civil-militar, foi uma tentativa do governo brasileiro de reduzir as presses do Conselho dos Direitos Humanos da Organizao das Naes Unidas (ONU) pelo restabelecimento da democracia no pas. 02. o lema liberdade, igualdade e fraternidade, disseminado pelos revolucionrios franceses, tambm foi incorporado na poltica externa, como no apoio do governo da Frana ao processo de independncia da colnia de Santo Domingo (Haiti). 03. a Constituio brasileira de 1988 reconheceu e assegurou aos remanescentes de quilombos o direito s terras tradicionalmente ocupadas. 05. os ideais democrticos estabelecidos pela Constituio estadunidense foram determinantes para garantir que a expanso territorial em direo costa oeste durante o sculo XIX tivesse ocorrido de forma pacfica e democrtica entre os diferentes povos envolvidos. A soma das alternativas corretas :

(UFSC - 2017) As raas superiores tm um direito perante as raas inferiores. H para elas um direito porque h um dever para elas. As raas superiores tm o dever de civilizar as inferiores [...]. Vs podeis negar; qualquer um pode negar que h mais justia, mais ordem material e moral, mais equidade, mais virtudes sociais na frica do Norte desde que a Frana a conquistou? FERRY, J. Discurso ao parlamento francs em 28 de julho de 1885. In: MESGRAVIS. L. A colonizao da frica e da sia. So Paulo: Atual, 1994, p. 14. Sobre o Imperialismo e o Neocolonialismo no continente africano no sculo XIX, correto afirmar que: