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Questões de Português - UNESP 2013 | Gabarito e resoluções

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Questão 30
2013Português

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questo 30) Cana Hoje disse Milkau quando chegaram a um trecho desembaraado da praia , devemos escolher o local para a nossa casa. Oh! no haver dificuldade, neste deserto, de talhar o nosso pequeno lote... desdenhou Lentz. Quanto a mim, replicou Milkau, uma ligeira inquietao de vago terror se mistura ao prazer extraordinrio de recomear a vida pela fundao do domiclio, e pelas minhas prprias mos... O que lamentvel nesta solenidade primitiva a interveno intil do Estado... O Estado, que no nosso caso o agrimensor Felicssimo... No seria muito mais perfeito que a terra e as suas coisas fossem propriedade de todos, sem venda, sem posse? O que eu vejo o contrrio disto. antes a venalidade de tudo, a ambio, que chama a ambio e espraia o instinto da posse. O que est hoje fora do domnio amanh ser a presa do homem. No acreditas que o prprio ar que escapa nossa posse ser vendido, mais tarde, nas cidades suspensas, como hoje a terra? No ser uma nova forma da expanso da conquista e da propriedade? Ou melhor, no vs a propriedade tornar-se cada dia mais coletiva, numa grande nsia de aquisio popular, que se vai alastrando e que um dia, depois de se apossar dos jardins, dos palcios, dos museus, das estradas, se estender a tudo?... O sentimento da posse morrer com a desnecessidade, com a supresso da ideia da defesa pessoal, que nele tinha o seu repouso... Pois eu ponderou Lentz , se me fixar na ideia de converter-me em colono, desejarei ir alargando o meu terreno, chamar a mim outros trabalhadores e fundar um novo ncleo, que signifique fortuna e domnio... Porque s pela riqueza ou pela fora nos emanciparemos da servido. O meu quinho de terra explicou Milkau ser o mesmo que hoje receber; no o ampliarei, no me abandonarei ambio, ficarei sempre alegremente reduzido situao de um homem humilde entre gente simples. Desde que chegamos, sinto um perfeito encantamento: no s a natureza que me seduz aqui, que me festeja, tambm a suave contemplao do homem. Todos mostram a sua doura ntima estampada na calma das linhas do rosto; h como um longnquo afastamento da clera e do dio. H em todos uma resignao amorosa... Os naturais da terra so expansivos e alvissareiros da felicidade de que nos parecem os portadores... Os que vieram de longe esqueceram as suas amarguras, esto tranquilos e amveis; no h grandes separaes, o prprio chefe troca no lar o seu prestgio pela espontaneidade niveladora, que o feliz gnio da sua raa. Vendo-os, eu adivinho o que todo este Pas um recanto de bondade, de olvido e de paz. H de haver uma grande unio entre todos, no haver conflitos de orgulho e ambio, a justia ser perfeita; no se imolaro vtimas aos rancores abandonados na estrada do exlio. Todos se purificaro e ns tambm nos devemos esquecer de ns mesmos e dos nossos preconceitos, para s pensarmos nos outros e no perturbarmos a serenidade desta vida... (Graa Aranha. Cana, 1996.) (Henfil. A volta do Fradim: uma antologia histrica: charges, 1994.) O que eu vejo o contrrio disto. antes a venalidade de tudo, a ambio, que chama a ambio e espraia o instinto da posse. Tomando por base o contexto do dilogo e as outras manifestaes de Milkau, aponte o argumento que defendido por Lentz nesta fala.

Questão 31
2013Português

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questo 31) Cana Hoje disse Milkau quando chegaram a um trecho desembaraado da praia , devemos escolher o local para a nossa casa. Oh! no haver dificuldade, neste deserto, de talhar o nosso pequeno lote... desdenhou Lentz. Quanto a mim, replicou Milkau, uma ligeira inquietao de vago terror se mistura ao prazer extraordinrio de recomear a vida pela fundao do domiclio, e pelas minhas prprias mos... O que lamentvel nesta solenidade primitiva a interveno intil do Estado... O Estado, que no nosso caso o agrimensor Felicssimo... No seria muito mais perfeito que a terra e as suas coisas fossem propriedade de todos, sem venda, sem posse? O que eu vejo o contrrio disto. antes a venalidade de tudo, a ambio, que chama a ambio e espraia o instinto da posse. O que est hoje fora do domnio amanh ser a presa do homem. No acreditas que o prprio ar que escapa nossa posse ser vendido, mais tarde, nas cidades suspensas, como hoje a terra? No ser uma nova forma da expanso da conquista e da propriedade? Ou melhor, no vs a propriedade tornar-se cada dia mais coletiva, numa grande nsia de aquisio popular, que se vai alastrando e que um dia, depois de se apossar dos jardins, dos palcios, dos museus, das estradas, se estender a tudo?... O sentimento da posse morrer com a desnecessidade, com a supresso da ideia da defesa pessoal, que nele tinha o seu repouso... Pois eu ponderou Lentz , se me fixar na ideia de converter-me em colono, desejarei ir alargando o meu terreno, chamar a mim outros trabalhadores e fundar um novo ncleo, que signifique fortuna e domnio... Porque s pela riqueza ou pela fora nos emanciparemos da servido. O meu quinho de terra explicou Milkau ser o mesmo que hoje receber; no o ampliarei, no me abandonarei ambio, ficarei sempre alegremente reduzido situao de um homem humilde entre gente simples. Desde que chegamos, sinto um perfeito encantamento: no s a natureza que me seduz aqui, que me festeja, tambm a suave contemplao do homem. Todos mostram a sua doura ntima estampada na calma das linhas do rosto; h como um longnquo afastamento da clera e do dio. H em todos uma resignao amorosa... Os naturais da terra so expansivos e alvissareiros da felicidade de que nos parecem os portadores... Os que vieram de longe esqueceram as suas amarguras, esto tranquilos e amveis; no h grandes separaes, o prprio chefe troca no lar o seu prestgio pela espontaneidade niveladora, que o feliz gnio da sua raa. Vendo-os, eu adivinho o que todo este Pas um recanto de bondade, de olvido e de paz. H de haver uma grande unio entre todos, no haver conflitos de orgulho e ambio, a justia ser perfeita; no se imolaro vtimas aos rancores abandonados na estrada do exlio. Todos se purificaro e ns tambm nos devemos esquecer de ns mesmos e dos nossos preconceitos, para s pensarmos nos outros e no perturbarmos a serenidade desta vida... (Graa Aranha. Cana, 1996.) (Henfil. A volta do Fradim: uma antologia histrica: charges, 1994.) Estabelea uma relao entre as opinies das personagens da tira de Henfil e as das personagens de Cana.

Questão 32
2013Português

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questo 32) Cana Hoje disse Milkau quando chegaram a um trecho desembaraado da praia , devemos escolher o local para a nossa casa. Oh! no haver dificuldade, neste deserto, de talhar o nosso pequeno lote... desdenhou Lentz. Quanto a mim, replicou Milkau, uma ligeira inquietao de vago terror se mistura ao prazer extraordinrio de recomear a vida pela fundao do domiclio, e pelas minhas prprias mos... O que lamentvel nesta solenidade primitiva a interveno intil do Estado... O Estado, que no nosso caso o agrimensor Felicssimo... No seria muito mais perfeito que a terra e as suas coisas fossem propriedade de todos, sem venda, sem posse? O que eu vejo o contrrio disto. antes a venalidade de tudo, a ambio, que chama a ambio e espraia o instinto da posse. O que est hoje fora do domnio amanh ser a presa do homem. No acreditas que o prprio ar que escapa nossa posse ser vendido, mais tarde, nas cidades suspensas, como hoje a terra? No ser uma nova forma da expanso da conquista e da propriedade? Ou melhor, no vs a propriedade tornar-se cada dia mais coletiva, numa grande nsia de aquisio popular, que se vai alastrando e que um dia, depois de se apossar dos jardins, dos palcios, dos museus, das estradas, se estender a tudo?... O sentimento da posse morrer com a desnecessidade, com a supresso da ideia da defesa pessoal, que nele tinha o seu repouso... Pois eu ponderou Lentz , se me fixar na ideia de converter-me em colono, desejarei ir alargando o meu terreno, chamar a mim outros trabalhadores e fundar um novo ncleo, que signifique fortuna e domnio... Porque s pela riqueza ou pela fora nos emanciparemos da servido. O meu quinho de terra explicou Milkau ser o mesmo que hoje receber; no o ampliarei, no me abandonarei ambio, ficarei sempre alegremente reduzido situao de um homem humilde entre gente simples. Desde que chegamos, sinto um perfeito encantamento: no s a natureza que me seduz aqui, que me festeja, tambm a suave contemplao do homem. Todos mostram a sua doura ntima estampada na calma das linhas do rosto; h como um longnquo afastamento da clera e do dio. H em todos uma resignao amorosa... Os naturais da terra so expansivos e alvissareiros da felicidade de que nos parecem os portadores... Os que vieram de longe esqueceram as suas amarguras, esto tranquilos e amveis; no h grandes separaes, o prprio chefe troca no lar o seu prestgio pela espontaneidade niveladora, que o feliz gnio da sua raa. Vendo-os, eu adivinho o que todo este Pas um recanto de bondade, de olvido e de paz. H de haver uma grande unio entre todos, no haver conflitos de orgulho e ambio, a justia ser perfeita; no se imolaro vtimas aos rancores abandonados na estrada do exlio. Todos se purificaro e ns tambm nos devemos esquecer de ns mesmos e dos nossos preconceitos, para s pensarmos nos outros e no perturbarmos a serenidade desta vida... (Graa Aranha. Cana, 1996.) (Henfil. A volta do Fradim: uma antologia histrica: charges, 1994.) Tomando como referncia o sistema ortogrfico, explique por que o cartunista Henfil, ao aportuguesar, com inteno irnica, a expresso inglesa my brother, colocou o acento agudo em Brder.

Questão
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE) Saudade de minha terra De que me adianta viver na cidade, Se a felicidade no me acompanhar? Adeus, paulistinha do meu corao, L pro meu serto eu quero voltar; Ver a madrugada, quando a passarada, Fazendo alvorada, comea a cantar. Com satisfao, arreio o burro, Cortando o estrado, saio a galopar; E vou escutando o gado berrando, Sabi cantando no jequitib. Por Nossa Senhora, meu serto querido, Vivo arrependido por ter te deixado. Nesta nova vida, aqui da cidade, De tanta saudade eu tenho chorado; Aqui tem algum, diz que me quer bem, Mas no me convm, eu tenho pensado, E fico com pena, mas esta morena No sabe o sistema em que fui criado. T aqui cantando, de longe escutando, Algum est chorando com o rdio ligado. Que saudade imensa, do campo e do mato, Do manso regato que corta as campinas. Ia aos domingos passear de canoa Na linda lagoa de guas cristalinas; Que doces lembranas daquelas festanas, Onde tinha danas e lindas meninas! Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria, O mundo judia, mas tambm ensina. Estou contrariado, mas no derrotado, Eu sou bem guiado pelas mos divinas. Pra minha mezinha, j telegrafei, Que j me cansei de tanto sofrer. Nesta madrugada, estarei de partida Pra terra querida que me viu nascer; J ouo sonhando o galo cantando, O inhambu piando no escurecer, A lua prateada, clareando a estrada, A relva molhada desde o anoitecer. Eu preciso ir, pra ver tudo ali, Foi l que nasci, l quero morrer. (Goi em duas vozes o compositor interpreta suas msicas. Discos Choror. CD n 10548, s/d.) Tendo em mente o fato de que usual a retomada de um mesmo tema por artistas de pocas diferentes, explique o que h de comum entre a letra de Saudade de minha terra e a Cano do Exlio, do poeta romntico Gonalves Dias, cujos primeiros versos so: Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabi. / As aves que aqui gorjeiam, no gorjeiam como l.

Questão
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE) Saudade de minha terra De que me adianta viver na cidade, Se a felicidade no me acompanhar? Adeus, paulistinha do meu corao, L pro meu serto eu quero voltar; Ver a madrugada, quando a passarada, Fazendo alvorada, comea a cantar. Com satisfao, arreio o burro, Cortando o estrado, saio a galopar; E vou escutando o gado berrando, Sabi cantando no jequitib. Por Nossa Senhora, meu serto querido, Vivo arrependido por ter te deixado. Nesta nova vida, aqui da cidade, De tanta saudade eu tenho chorado; Aqui tem algum, diz que me quer bem, Mas no me convm, eu tenho pensado, E fico com pena, mas esta morena No sabe o sistema em que fui criado. T aqui cantando, de longe escutando, Algum est chorando com o rdio ligado. Que saudade imensa, do campo e do mato, Do manso regato que corta as campinas. Ia aos domingos passear de canoa Na linda lagoa de guas cristalinas; Que doces lembranas daquelas festanas, Onde tinha danas e lindas meninas! Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria, O mundo judia, mas tambm ensina. Estou contrariado, mas no derrotado, Eu sou bem guiado pelas mos divinas. Pra minha mezinha, j telegrafei, Que j me cansei de tanto sofrer. Nesta madrugada, estarei de partida Pra terra querida que me viu nascer; J ouo sonhando o galo cantando, O inhambu piando no escurecer, A lua prateada, clareando a estrada, A relva molhada desde o anoitecer. Eu preciso ir, pra ver tudo ali, Foi l que nasci, l quero morrer. (Goi em duas vozes o compositor interpreta suas msicas. Discos Choror. CD n 10548, s/d.) T aqui cantando, de longe escutando, No verso destacado, a variante popular t, alm de ter sido empregada para caracterizar o teor da msica sertaneja, desempenha tambm um papel na mtrica do verso, que no aceitaria a forma estou. Explique o motivo pelo qual o compositor no empregou estou.

Questão
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE) Saudade de minha terra De que me adianta viver na cidade, Se a felicidade no me acompanhar? Adeus, paulistinha do meu corao, L pro meu serto eu quero voltar; Ver a madrugada, quando a passarada, Fazendo alvorada, comea a cantar. Com satisfao, arreio o burro, Cortando o estrado, saio a galopar; E vou escutando o gado berrando, Sabi cantando no jequitib. Por Nossa Senhora, meu serto querido, Vivo arrependido por ter te deixado. Nesta nova vida, aqui da cidade, De tanta saudade eu tenho chorado; Aqui tem algum, diz que me quer bem, Mas no me convm, eu tenho pensado, E fico com pena, mas esta morena No sabe o sistema em que fui criado. T aqui cantando, de longe escutando, Algum est chorando com o rdio ligado. Que saudade imensa, do campo e do mato, Do manso regato que corta as campinas. Ia aos domingos passear de canoa Na linda lagoa de guas cristalinas; Que doces lembranas daquelas festanas, Onde tinha danas e lindas meninas! Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria, O mundo judia, mas tambm ensina. Estou contrariado, mas no derrotado, Eu sou bem guiado pelas mos divinas. Pra minha mezinha, j telegrafei, Que j me cansei de tanto sofrer. Nesta madrugada, estarei de partida Pra terra querida que me viu nascer; J ouo sonhando o galo cantando, O inhambu piando no escurecer, A lua prateada, clareando a estrada, A relva molhada desde o anoitecer. Eu preciso ir, pra ver tudo ali, Foi l que nasci, l quero morrer. (Goi em duas vozes o compositor interpreta suas msicas. Discos Choror. CD n 10548, s/d.) Relendo os primeiros seis versos da terceira estrofe, percebe-se que o contedo neles relatado apresenta analogia com a poesia do Arcadismo, de que foram tpicos representantes em nosso pas Toms Antnio Gonzaga e Cludio Manuel da Costa. Indique uma dessas semelhanas.

Questão
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE) Saudade de minha terra De que me adianta viver na cidade, Se a felicidade no me acompanhar? Adeus, paulistinha do meu corao, L pro meu serto eu quero voltar; Ver a madrugada, quando a passarada, Fazendo alvorada, comea a cantar. Com satisfao, arreio o burro, Cortando o estrado, saio a galopar; E vou escutando o gado berrando, Sabi cantando no jequitib. Por Nossa Senhora, meu serto querido, Vivo arrependido por ter te deixado. Nesta nova vida, aqui da cidade, De tanta saudade eu tenho chorado; Aqui tem algum, diz que me quer bem, Mas no me convm, eu tenho pensado, E fico com pena, mas esta morena No sabe o sistema em que fui criado. T aqui cantando, de longe escutando, Algum est chorando com o rdio ligado. Que saudade imensa, do campo e do mato, Do manso regato que corta as campinas. Ia aos domingos passear de canoa Na linda lagoa de guas cristalinas; Que doces lembranas daquelas festanas, Onde tinha danas e lindas meninas! Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria, O mundo judia, mas tambm ensina. Estou contrariado, mas no derrotado, Eu sou bem guiado pelas mos divinas. Pra minha mezinha, j telegrafei, Que j me cansei de tanto sofrer. Nesta madrugada, estarei de partida Pra terra querida que me viu nascer; J ouo sonhando o galo cantando, O inhambu piando no escurecer, A lua prateada, clareando a estrada, A relva molhada desde o anoitecer. Eu preciso ir, pra ver tudo ali, Foi l que nasci, l quero morrer. (Goi em duas vozes o compositor interpreta suas msicas. Discos Choror. CD n 10548, s/d.) Aponte um elemento presente no incio da ltima estrofe que refora o dado de que o eu lrico se expressa numa poca anterior atual. Justifique sua resposta.

Questão
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE) Como disse, rolava eu no capim, pronto a dar ao caso soluo briosa, na hora em que o querelante apresentou aquela risada de pouco-caso e deboche: Qu-qu-qu... No precisou de mais nada para que o gnio dos Azeredos e demais Furtados viesse de vela solta. Dei um pulo de cabrito e preparado estava para a guerra do lobisomem. Por descargo de conscincia, do que nem carecia, chamei os santos de que sou devocioneiro: So Jorge, Santo Onofre, So Jos! Em presena de tal apelao, mais brabento apareceu a peste. Ciscava o cho de soltar terra e macega no longe de dez braas ou mais. Era trabalho de gelar qualquer cristo que no levasse o nome de Ponciano de Azeredo Furtado. Dos olhos do lobisomem pingava labareda, em risco de contaminar de fogo o verdal adjacente. Tanta chispa largava o penitente que um caador de paca, estando em distncia de bom respeito, cuidou que o mato estivesse ardendo. J nessa altura eu tinha pegado a segurana de uma figueira e l de cima, no galho mais firme, aguardava a deliberao do lobisomem. Garrucha engatilhada, s pedia que o assombrado desse franquia de tiro. Sabido, cheio de voltas e negaas, deu ele de executar macaquice que nunca cuidei que um lobisomem pudesse fazer. Aquele par de brasas espiava aqui e l na esperana de que eu pensasse ser uma scia deles e no uma pessoa sozinha. O que o galhofista queria que eu, coronel de nimo desenfreado, fosse para o barro denegrir a farda e deslustrar a patente. Sujeito especial em lobisomem como eu no ia cair em armadilha de pouco pau. No alto da figueira estava, no alto da figueira fiquei. Diante de to firme deliberao, o vingativo mudou o rumo da guerra. Caiu de dente no p de pau, na parte mais afunilada, como se serrote fosse: Raque-raque-raque. No conversei pronto dois tiros levantaram asa da minha garrucha. Foi o mesmo que espalhar arruaa no mato todo. Subiu asa de tudo que era bicho da noite e uma sociedade de morcegos escureceu o luar. No meio da algazarra, j de fugida, vi o lobisomem pulando coxo, de pernil avariado, lngua sobressada na boca. Na primeira gota de sangue a maldio desencantava, como de lei e dos regulamentos dessa raa de penitentes. No raiar do dia, sujeito que fosse visto de perna trespassada, ainda ferida verde, podia contar, era o lobisomem. (O coronel e o lobisomem, 1980.) No precisou de mais nada para que o gnio dos Azeredos e demais Furtados viesse de vela solta. Na passagem apresentada, explique o que quer significar o narrador, em termos de ao, com essa referncia ao gnio dos Azeredos e demais Furtados.

Questão
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE) Como disse, rolava eu no capim, pronto a dar ao caso soluo briosa, na hora em que o querelante apresentou aquela risada de pouco-caso e deboche: Qu-qu-qu... No precisou de mais nada para que o gnio dos Azeredos e demais Furtados viesse de vela solta. Dei um pulo de cabrito e preparado estava para a guerra do lobisomem. Por descargo de conscincia, do que nem carecia, chamei os santos de que sou devocioneiro: So Jorge, Santo Onofre, So Jos! Em presena de tal apelao, mais brabento apareceu a peste. Ciscava o cho de soltar terra e macega no longe de dez braas ou mais. Era trabalho de gelar qualquer cristo que no levasse o nome de Ponciano de Azeredo Furtado. Dos olhos do lobisomem pingava labareda, em risco de contaminar de fogo o verdal adjacente. Tanta chispa largava o penitente que um caador de paca, estando em distncia de bom respeito, cuidou que o mato estivesse ardendo. J nessa altura eu tinha pegado a segurana de uma figueira e l de cima, no galho mais firme, aguardava a deliberao do lobisomem. Garrucha engatilhada, s pedia que o assombrado desse franquia de tiro. Sabido, cheio de voltas e negaas, deu ele de executar macaquice que nunca cuidei que um lobisomem pudesse fazer. Aquele par de brasas espiava aqui e l na esperana de que eu pensasse ser uma scia deles e no uma pessoa sozinha. O que o galhofista queria que eu, coronel de nimo desenfreado, fosse para o barro denegrir a farda e deslustrar a patente. Sujeito especial em lobisomem como eu no ia cair em armadilha de pouco pau. No alto da figueira estava, no alto da figueira fiquei. Diante de to firme deliberao, o vingativo mudou o rumo da guerra. Caiu de dente no p de pau, na parte mais afunilada, como se serrote fosse: Raque-raque-raque. No conversei pronto dois tiros levantaram asa da minha garrucha. Foi o mesmo que espalhar arruaa no mato todo. Subiu asa de tudo que era bicho da noite e uma sociedade de morcegos escureceu o luar. No meio da algazarra, j de fugida, vi o lobisomem pulando coxo, de pernil avariado, lngua sobressada na boca. Na primeira gota de sangue a maldio desencantava, como de lei e dos regulamentos dessa raa de penitentes. No raiar do dia, sujeito que fosse visto de perna trespassada, ainda ferida verde, podia contar, era o lobisomem. (O coronel e o lobisomem, 1980.) Por descargo de conscincia, do que nem carecia, chamei os santos de que sou devocioneiro: So Jorge, Santo Onofre, So Jos! Nesta passagem, que atitude tenta disfarar a personagem, ao dizer Por descargo de conscincia, do que nem carecia?

Questão
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE) Como disse, rolava eu no capim, pronto a dar ao caso soluo briosa, na hora em que o querelante apresentou aquela risada de pouco-caso e deboche: Qu-qu-qu... No precisou de mais nada para que o gnio dos Azeredos e demais Furtados viesse de vela solta. Dei um pulo de cabrito e preparado estava para a guerra do lobisomem. Por descargo de conscincia, do que nem carecia, chamei os santos de que sou devocioneiro: So Jorge, Santo Onofre, So Jos! Em presena de tal apelao, mais brabento apareceu a peste. Ciscava o cho de soltar terra e macega no longe de dez braas ou mais. Era trabalho de gelar qualquer cristo que no levasse o nome de Ponciano de Azeredo Furtado. Dos olhos do lobisomem pingava labareda, em risco de contaminar de fogo o verdal adjacente. Tanta chispa largava o penitente que um caador de paca, estando em distncia de bom respeito, cuidou que o mato estivesse ardendo. J nessa altura eu tinha pegado a segurana de uma figueira e l de cima, no galho mais firme, aguardava a deliberao do lobisomem. Garrucha engatilhada, s pedia que o assombrado desse franquia de tiro. Sabido, cheio de voltas e negaas, deu ele de executar macaquice que nunca cuidei que um lobisomem pudesse fazer. Aquele par de brasas espiava aqui e l na esperana de que eu pensasse ser uma scia deles e no uma pessoa sozinha. O que o galhofista queria que eu, coronel de nimo desenfreado, fosse para o barro denegrir a farda e deslustrar a patente. Sujeito especial em lobisomem como eu no ia cair em armadilha de pouco pau. No alto da figueira estava, no alto da figueira fiquei. Diante de to firme deliberao, o vingativo mudou o rumo da guerra. Caiu de dente no p de pau, na parte mais afunilada, como se serrote fosse: Raque-raque-raque. No conversei pronto dois tiros levantaram asa da minha garrucha. Foi o mesmo que espalhar arruaa no mato todo. Subiu asa de tudo que era bicho da noite e uma sociedade de morcegos escureceu o luar. No meio da algazarra, j de fugida, vi o lobisomem pulando coxo, de pernil avariado, lngua sobressada na boca. Na primeira gota de sangue a maldio desencantava, como de lei e dos regulamentos dessa raa de penitentes. No raiar do dia, sujeito que fosse visto de perna trespassada, ainda ferida verde, podia contar, era o lobisomem. (O coronel e o lobisomem, 1980.) Tanta chispa largava o penitente que um caador de paca, estando em distncia de bom respeito, cuidou que o mato estivesse ardendo. A passagem transcrita pode ser dividida em dois segmentos: um indicando causa, o outro indicando consequncia ou efeito dessa causa. Reescreva apenas o segmento que indica causa, colocando seus termos em ordem direta.

Questão
2013Português

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE) Como disse, rolava eu no capim, pronto a dar ao caso soluo briosa, na hora em que o querelante apresentou aquela risada de pouco-caso e deboche: Qu-qu-qu... No precisou de mais nada para que o gnio dos Azeredos e demais Furtados viesse de vela solta. Dei um pulo de cabrito e preparado estava para a guerra do lobisomem. Por descargo de conscincia, do que nem carecia, chamei os santos de que sou devocioneiro: So Jorge, Santo Onofre, So Jos! Em presena de tal apelao, mais brabento apareceu a peste. Ciscava o cho de soltar terra e macega no longe de dez braas ou mais. Era trabalho de gelar qualquer cristo que no levasse o nome de Ponciano de Azeredo Furtado. Dos olhos do lobisomem pingava labareda, em risco de contaminar de fogo o verdal adjacente. Tanta chispa largava o penitente que um caador de paca, estando em distncia de bom respeito, cuidou que o mato estivesse ardendo. J nessa altura eu tinha pegado a segurana de uma figueira e l de cima, no galho mais firme, aguardava a deliberao do lobisomem. Garrucha engatilhada, s pedia que o assombrado desse franquia de tiro. Sabido, cheio de voltas e negaas, deu ele de executar macaquice que nunca cuidei que um lobisomem pudesse fazer. Aquele par de brasas espiava aqui e l na esperana de que eu pensasse ser uma scia deles e no uma pessoa sozinha. O que o galhofista queria que eu, coronel de nimo desenfreado, fosse para o barro denegrir a farda e deslustrar a patente. Sujeito especial em lobisomem como eu no ia cair em armadilha de pouco pau. No alto da figueira estava, no alto da figueira fiquei. Diante de to firme deliberao, o vingativo mudou o rumo da guerra. Caiu de dente no p de pau, na parte mais afunilada, como se serrote fosse: Raque-raque-raque. No conversei pronto dois tiros levantaram asa da minha garrucha. Foi o mesmo que espalhar arruaa no mato todo. Subiu asa de tudo que era bicho da noite e uma sociedade de morcegos escureceu o luar. No meio da algazarra, j de fugida, vi o lobisomem pulando coxo, de pernil avariado, lngua sobressada na boca. Na primeira gota de sangue a maldio desencantava, como de lei e dos regulamentos dessa raa de penitentes. No raiar do dia, sujeito que fosse visto de perna trespassada, ainda ferida verde, podia contar, era o lobisomem. (O coronel e o lobisomem, 1980.) Explique a razo pela qual o narrador atribui o adjetivo verde ao substantivo ferida, no ltimo perodo do texto.

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