Kuadro - O MELHOR CURSO PRÉ-VESTIBULAR
Kuadro - O MELHOR CURSO PRÉ-VESTIBULAR
MEDICINAITA - IMEENEMENTRAR
Logo do Facebook   Logo do Instagram   Logo do Youtube

Conquiste sua aprovação na metade do tempo!

No Kuadro, você aprende a estudar com eficiência e conquista sua aprovação muito mais rápido. Aqui você aprende pelo menos 2x mais rápido e conquista sua aprovação na metade do tempo que você demoraria estudando de forma convencional.

Questões de Redação - UNICAMP | Gabarito e resoluções

1-15 de 57chevron right center
Questão
2024Redação

Sua escola participa do MONUEM (Modelo de Simulao da ONU para o Ensino Mdio), projeto concebido pelo Ministrio das Relaes Exteriores, e que tem como objetivo realizar, nas escolas da rede pblica de ensino de So Paulo, simulaes de rodadas de negociao entre representantes das Naes Unidas. Cada delegado representa a posio de seu pas na geopoltica. Voc representa a delegao brasileira e, como tal, foi escolhido/a para responder, em plenrio, ao discurso do delegado da Hungria, pas contrrio poltica de acolhimento a refugiados. Elabore um discurso em resposta ao delegado hngaro em cujo texto voc: a) rebata a posio poltica da Hungria; e b) defenda o acolhimento aos refugiados em apoio s boas prticas nas relaes internacionais do Brasil. Voc deve, obrigatoriamente, se apropriar de elementos da coletnea a seguir, demonstrando leitura crtica dela na elaborao de seu texto. Asilo: Instituio jurdica que visa proteo a qualquer cidado estrangeiro que se encontre perseguido em seu territrio por delitos polticos, convices religiosas ou situaes raciais. (Glossrio da Cmara dos Deputados. Asilo poltico Portal da Cmara dos Deputados.) 1. Refugiados so pessoas que esto fora de seu pas de origem devido a temores de perseguio relacionados a questes de raa, religio, nacionalidade, opinio poltica, ou pertencimento a um determinado grupo social, e que no pode, ou no quer, valer-se da proteo do pas de origem. Ou ainda, pessoas que esto fora de seu pas de origem devido a conflitos, violncia ou outras circunstncias que perturbam seriamente a ordem pblica e que, como resultado, necessitam de proteo internacional. (Refugiados e Migrantes Perguntas Frequentes da Agncia da ONU para Refugiados ACNUR). 2. Em 2015 fui o primeiro a opor-me definitivamente poltica de aceitao de refugiados, disse o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbn. Esta abordagem pode destruir a identidade cultural da Europa. Acredito que muitas pessoas perigosas chegaram Europa e contriburam com o terrorismo e muitas dificuldades sociais. Em 2022, Viktor Orbn fez declaraes contra a mistura de raas em um discurso na regio da Transilvnia, na Romnia. Disse que os hngaros no querem se tornar um povo mestio e que isso se trata de uma questo cultural, no racial. Tais declaraes geraram uma enxurrada de crticas de governos e instituies. A posio que represento um ponto de vista cultural, civilizacional, afirmou o premi. E, dirigindo- -se a uma multido, continuou: existe um mundo em que os povos europeus so misturados com aqueles que chegam de fora da Europa. Esse um mundo de raas mistas. E h o nosso mundo, em que os cidados da Europa transitam, trabalham e se movem. Estamos dispostos a nos misturar, mas no queremos nos tornar povos mestios, afirmou. Ele tambm disse que pases em que europeus e no europeus se misturam no so mais naes nem parte do Ocidente. (Adaptado de: Hungria diz que refugiados podem trazer terrorismo e destruir identidade europeia Observador, 01/09/2021 e de Orbn diz que discurso contra migrao questo cultural DW Brasil, 28/07/2022.) 3. 5. Art. 4. A Repblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relaes internacionais pelos seguintes princpios: I- independncia nacional; II- prevalncia dos direitos humanos; III- autodeterminao dos povos; IV- no-interveno; V- igualdade entre os Estados; VI- defesa da paz; VII- soluo pacfica dos conflitos; VIII- repdio ao terrorismo e ao racismo; IX- cooperao entre os povos para o progresso da humanidade; X- concesso de asilo poltico. (Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988.) 6. A pesquisadora Cindy Huang (Center for Global Development) explica que, quando os refugiados chegam, precisam de assistncia pblica, mas que esse gasto um investimento que pode retornar ao pas porque com o tempo eles tambm passam a pagar impostos. Os refugiados vo contribuir de volta em termos fiscais e econmicos to logo eles conseguirem ser integrados ao mercado de trabalho do pas anfitrio, diz. Especialistas afirmam que casos bem-sucedidos de acolhimento contaram com governos engajados, que promoveram, por exemplo, o ensino gratuito do idioma local, a promoo do acesso das crianas s escolas, o reconhecimento das qualificaes acadmicas dos imigrantes e a redistribuio dos imigrantes dentro do pas. (Adaptado de: WENTZEL, M. Como pases como o Brasil podem se beneficiar da vinda de refugiados. BBC News Brasil. 02/09/2018.)

Questão 1
2023Redação

(UNICAMP - 2023- 2 fase) Uma amiga sua de escola foi vtima de um disparo acidental por arma de fogo, realizado por uma pessoa que havia obtido porte de colecionador de armas com base nos Decretos Federais 9.846/2019 e 10.627/2021. Um ano aps a morte de sua amiga, voc foi informada/o de que um grupo de empresrios de seu bairro inauguraria um clube de tiro perto da sua casa. Preocupada/o, voc decidiu convocar uma reunio com a associao de moradores do seu bairro para discutirem providncias a serem tomadas a respeito. No seu texto de convocao, voc deve a) destacar os perigos que envolvem a abertura de um clube de tiro em seu bairro; b) apresentar argumentos contrrios posse e ao porte de armas de fogo; e, de modo mais amplo, c) criticar uma poltica de segurana pblica baseada no armamento da populao brasileira. O seu texto deve, obrigatoriamente, levar em conta a coletnea a seguir. 1. Dados do Exrcito Brasileiro mostram que, entre janeiro de 2019 e maio de 2022, surgiram 1.006 clubes de tiro no Brasil. quase um clube de tiro inaugurado por dia, totalizando mais de 2 mil espaos como estes em todo o pas. Paralelamente, nmeros divulgados pelo Anurio de Segurana Pblica apontam um crescimento de 474% no nmero de pessoas que conseguiram o Certificado de Registro documento emitido pelo Exrcito , que d direito ao cidado de exercer atividades como Caador, Atirador e Colecionador, os chamados CACs. Essa autorizao tambm inclui transitar com a arma no percurso entre a casa e o clube de tiro. A abertura de clubes de tiros interessa ao setor econmico da indstria armamentista, composta por indstrias de armas, empresrios de clubes, atiradores, influenciadores digitais, instrutores e todos que defendem o uso da arma de fogo. Muitos desses estabelecimentos tambm trabalham com a venda de armas e auxiliam o interessado com a documentao exigida para tirar o porte de arma. (Adaptado de SOBREIRA, Amanda. Como a poltica de armas de Bolsonaro facilita crimes e arsenais como o de Roberto Jefferson. Brasil de Fato, 29/10/2022.) 2. O Instituto Sou da Paz aponta que, atualmente no Brasil, mais de 880 mil armas de fogo esto nas mos de CACs. A lei em vigor permite que os atiradores comprem at 60 armas, sendo que 30 de uso restrito, como fuzis, alm da compra anual de at 180 mil balas. J os caadores podem comprar at 30 armas, 15 delas de uso restrito e at 6 mil balas. Para os colecionadores, a legislao no impe limite numrico. (Adaptado de DEISTER, Jaqueline. O que os ltimos homicdios cometidos por policiais significam no debate sobre armamento? Brasil de Fato, 20/07/2022.) 3. Ter uma arma triplica o risco de suicdio, salienta David Hemenway, professor de sade pblica da Universidade de Harvard. Vrias de suas pesquisas concluram que estados onde h mais lares com armas tm taxas de suicdio mais altas, particularmente suicdios por armas de fogo. A diferena seria explicada pelo acesso mais fcil ao armamento, j que no havia nessas residncias problemas de sade mental ou casos de pensamentos suicidas acima da mdia. Em anlises da relao entre disponibilidade de armas de fogo e mortes no intencionais, homicdios e suicdios de mulheres e crianas, o professor Hemenway concluiu que em estados com mais armas h mais mortes violentas nesses grupos. Outra anlise, comparando 25 pases de renda alta, revelou que, onde h mais armas, h mais homicdios de mulheres, com os Estados Unidos da Amrica no topo da lista. (Adaptado de CORRA, Alessandra. Armas so eficazes para defesa pessoal? Por que este professor americano sustenta que esse discurso mito. BBC News Brasil, 18/09/2018.) 4. 5. A organizao criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) tem utilizado os decretos do presidente para adquirir legalmente armas de fogo. A poltica facilita a compra de armamento para quem se registra como colecionador, atirador ou caador, apelidados de CACs. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, criminosos da faco tm usado tal nomenclatura para as compras. Os equipamentos foram comprados com autorizao da lei atual alguns por meio de laranjas, pessoas que adquirem as armas para o grupo, mas tambm por criminosos com extensa ficha criminal. (Adaptado de Notcias Uol So Paulo. PCC utiliza poltica dos CACs de Bolsonaro para comprar armas, diz jornal. 25/07/2022.) 6. O Instituto de Segurana Pblica concluiu que o combate criminalidade se d com novas formas de atuao das polcias, principalmente no que tange s aes de inteligncia e estrutura (armamento, viaturas, coletes, contingente, informatizao). Tais mecanismos, at ento utilizados pelo estado de So Paulo, ilustram o combate criminalidade atravs de polticas de segurana e de polticas pblicas sociais. (Adaptado de CAPEZ, Fernando. Controvrsias jurdicas. Segurana pblica e armamento da populao civil. Consultor Jurdico, 14/04/2022.)

Questão 2
2023Redação

(UNICAMP - 2023- 2 fase) O colgio em que voc estuda decidiu lanar um projeto de educao antirracista. Antes de elaborar tal projeto, a direo resolveu escutar estudantes, familiares, professoras/es e funcionrias/os sobre a questo da discriminao racial no espao escolar. Solicitou, ento, que cada um desses membros da comunidade escolar enviasse um depoimento, a ser mantido em sigilo. Decidida/o a contribuir com esse projeto e compartilhar a sua experincia como estudante do terceiro ano do ensino mdio, voc enviar o seu depoimento, no qual deve a) declarar como se identifica racialmente; b) relatar se j presenciou, cometeu ou sofreu algum ato de racismo dentro do colgio e c) explicar como a diversidade tnico-racial tratada nesse espao escolar: no currculo, ou nos conflitos cotidianos, ou na contratao de professoras/es, ou na presena de alunas/os negras/os. O seu texto deve, obrigatoriamente, levar em conta a coletnea a seguir. 1. Antirracismo: postura, sentimento, movimento, conceito de oposio ao racismo. (Dicionrio Caldas Aulete. Disponvel em https://www.aulete.com.br/antirracismo. Acesso em 01/09/2022.) 2. As escolas trazem o racismo como uma questo entre duas pessoas, confundindo-o com bullying. No o enxergam como um sistema que se retroalimenta e se reinventa, explica Ednia Gonalves, diretora-executiva adjunta da Ao Educativa. Pensar uma educao antirracista envolve tratar da relao entre duas pessoas, mas tambm de permitir que todos tenham sua identidade e histria acolhidas no espao escolar. E o processo de acolhimento e de reconhecimento das identidades requer que a escola repense todas as suas dimenses: curricular, formativa, de atendimento, avaliao, material didtico, arquitetura e rotina. Se a escola no tiver um trabalho constante, srio e intencional de autoestima, autocuidado, de valorizao da cultura negra, vai ser muito difcil as pessoas se identificarem como negras. As escolas esto avanando, mas o racismo aparece muito nas dobras. Quando voc esgara, ele pula, alerta Ednia. (Adaptado de Como pensar a construo de uma educao antirracista. Centro de Referncias em Educao Integral, 11/06/2019.) 3. 4. Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino mdio, pblicos e privados, torna-se obrigatrio o ensino da histria e cultura afro-brasileira e indgena. 1O contedo programtico a que se refere este artigo incluir diversos aspectos da histria e da cultura que caracterizam a formao da populao brasileira, a partir desses dois grupos tnicos, tais como o estudo da histria da frica e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indgenas no Brasil, a cultura negra e indgena brasileira e o negro e o ndio na formao da sociedade nacional, resgatando as suas contribuies nas reas social, econmica e poltica, pertinentes histria do Brasil. 2 Os contedos referentes histria e cultura afro-brasileira e dos povos indgenas brasileiros sero ministrados no mbito de todo o currculo escolar, em especial nas reas de educao artstica e de literatura e histria brasileiras. (Adaptado de BRASIL. Palcio do Planalto. Lei n 11.645, de 10/03/2008, que altera a Lei n 9.394, de 20/12/1996, modificada pela Lei n 10.639, de 09/01/2003.) 5. H quase uma ausncia do debate racial no campo da Educao. E esse silncio nos leva a acreditar no mito da democracia racial. Mas os nmeros revelam que no assim, explicou Iara Pires Viana, gegrafa e gestora da Secretaria Estadual de Educao de Minas Gerais. Segundo ela, h uma relao intrnseca entre as desigualdades raciais e o direito de aprender. Iara defende que o papel da Educao para no reproduzir o racismo o de denunciar a pedagogia das ausncias, isto , o racismo epistmico, marcado em todo o processo de formao. Promover uma educao antirracista vai muito alm de simplesmente combater as manifestaes materiais do racismo cotidiano, como ofensas e xingamentos. Apesar de positivas, essas medidas no bastam para a construo de uma educao efetivamente inclusiva e equnime. A educao antirracista implica necessariamente a reviso do currculo, garantindo sua pluriversalidade, bem como a composio de um corpo docente etnicamente diverso. (Adaptado de O papel central da escola no enfrentamento do racismo. Portal Geleds, 18/09/2020.)

Questão 1
2022Redação

(UNICAMP - 2022 - 2 fase) Proposta 1 Voc tem 15 anos e tem conta em redes sociais desde os 13 anos. H seis meses, contudo, seu nmero de seguidores quintuplicou e alcanou a marca de quase um milho. Desde que se tornou um/a digital influencer, vrios parentes e amigos passaram a alertar seus pais sobre os perigos de sua superexposio na internet, enfatizando a importncia de eles (seus responsveis legais) acompanharem todas as postagens e todos os comentrios recebidos nas suas redes. Seus pais foram at mesmo aconselhados por alguns amigos a fecharem as contas que voc mantinha, sob a alegao de que a atividade poderia configurar um tipo de trabalho infantil (isto , uma atividade que envolve crianas com idade inferior a 16 anos). Outros no viram problema com a sua fama e at perguntaram se seus pais j tinham se informado sobre como monetizar os seus perfis. Aps refletir sobre essas opinies divergentes, voc decide escrever, em um de seus perfis, um extenso post (texto) a respeito. No seu texto, voc a) narra a sua trajetria at se tornar digital influencer e b) relata suas impresses acerca dessa experincia, assumindo um posicionamento sobre o fato de crianas e adolescentes atuarem como digital influencers. Para escrever seu post, leve em conta a coletnea de textos a seguir: 1. Cyberbullying o bullying realizado por meio das tecnologias digitais. Pode ocorrer nas mdias sociais, plataformas de mensagens, plataformas de jogos e celulares. o comportamento repetido, com intuito de assustar, enfurecer ou envergonhar aqueles que so vtimas. (Disponvel em https://www.unicef.org/brazil/cyberbullying-o-que-eh-e-como-para-lo. Acessado em 13/09/2021.) 2. Apesar de a maior parte das plataformas exigir idade mnima de 13 anos para a criao de um perfil, no h um controle rgido, o que faz com que o acesso de crianas e adolescentes s redes sociais seja livre. E justamente por isso que o papel das famlias e das escolas crucial para proteg-los e conscientiz-los dos riscos da superexposio. A premissa de que as novas geraes nascem sabendo lidar com a tecnologia totalmente enganosa e mascara a fragilidade delas perante os inmeros riscos e perigos que as mdias sociais escondem. Os jovens precisam de controle parental, acompanhado de dilogo, para desenvolverem uma relao saudvel com as redes. Controlar o uso no significa proibi-lo, mesmo porque o universo digital parte fundante da cultura e sociabilidades juvenis contemporneas. Entre os contedos deliberadamente nocivos e os construtivos, h uma gama imensa de riscos implicados, como os prprios comentrios de estranhos diversas plataformas, inclusive, j permitem que o usurio no receba mensagens de desconhecidos. (Adaptado de Mariana Mandelli, Morte de adolescente reacende debate sobre exposio digital. 05/08/2021. Disponvel em https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2021/08/morte-de-adolescente-reacende-debate-sobre-exposicao-digital.shtml. Acessado em 13/09/2021.) 3 A. C. Celebridade brasileira do YouTube que ficou conhecida por seu canal Vida de Amy, onde posta desafios, vdeos de brinquedos e vlogs, a adolescente A. C. ganhou mais de 550.000 inscritos e ainda foi reconhecida como a primeira YouTuber surda oralizada do Brasil. Antes da Fama Aos trs meses, ela comeou a ser treinada por fonoaudilogos, e aprendeu a falar e escrever em portugus. Curiosidades Em julho de 2014, ela postou o vdeo Novos presentes para minha boneca Reborn, que teve mais de 4 milhes de visualizaes logo depois de postado. (Texto adaptado. Imagem editada. Disponvel em https://pt.famous birthdays.com/people/amanda-carvalho.html. Acessado em 20/11/2021.) 4. A ampliao do acesso de crianas e adolescentes a celulares, tablets e outras telas portteis criou uma nova modalidade de trabalho infantil: os youtubers mirins. Nessa atividade, crianas e adolescentes gravam vdeos periodicamente em seus canais no YouTube e so remunerados por fabricantes de produtos para os quais fazem propagandas, ou so remunerados pela prpria rede social, quando h anncios inseridos ao longo do vdeo. A atividade prejudicial tanto para a criana ou adolescente que mantm o canal, quanto para o pblico infantojuvenil que o assiste. A advogada do Programa Criana e Consumo do Instituto Alana, Livia Cattaruzzi, lista o consumismo e o materialismo, a diminuio de brincadeiras criativas, a obesidade infantil, a erotizao precoce, a violncia e a segregao de gnero como algumas consequncias da exposio publicidade infantil. (Adaptado de Cristina Sena, Matria originalmente publicada no site do Frum Nacional de Preveno e Erradicao do Trabalho Infantil (FNPETI). Disponvel em https://livredetrabalhoinfantil.org.br/noticias/reportagens/youtubers-mirins-forum-nacional-discute-nova-modalidade-detrabalho-infantil/. Acessado em 11/09/2021.)

Questão 2
2022Redação

(UNICAMP - 2022- 2FASE) Voc um/a jovem que est cursando o seu segundo ano de graduao em Geografia, na Unicamp. Entusiasmado/a com a possibilidade de estrear na pesquisa acadmica, voc submeteu seu projeto de Iniciao Cientfica (IC) para uma agncia brasileira de fomento pesquisa. Aps anlise da comisso avaliadora, seu projeto de pesquisa foi aprovado por mrito, mas no obteve o financiamento desejado. Motivo: o corte de verbas no oramento destinado cincia e pesquisa no Brasil em 2021. Voc, que tem se mostrado um/a universitrio/a brilhante, com um currculo invejvel, sente-se indignado/a com a impossibilidade de desenvolver sua pesquisa cientfica sem o necessrio investimento. Decide, ento, se unir a outros jovens pesquisadores brasileiros que vivenciaram a mesma experincia frustrante para escrever um manifesto, de autoria coletiva, a ser lido na reunio anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia (SBPC). Nesse texto, vocs a) apontam o corte de verbas destinadas cincia e pesquisa no Brasil, b) denunciam os consequentes prejuzos desses cortes e c) convocam a comunidade cientfica para o repdio a essa poltica de sucateamento da cincia e da pesquisa em curso no Brasil atual. Iniciao Cientfica (IC) uma modalidade de pesquisa acadmica desenvolvida por alunos de graduao nas universidades brasileiras em diversas reas do conhecimento. Os alunos desenvolvem seu projeto de pesquisa (coletivo ou individual), acompanhados por um professor orientador, que pode estar ligado ou no a um laboratrio de pesquisa ou a algum centro de pesquisa financiador (por exemplo: CAPES, CNPq, PIBIC, FAPESP etc.). Desde 2016, o valor da bolsa de iniciao cientfica varia de R$ 400 a R$ 700 mensais aproximadamente, a depender da agncia de fomento. (Adaptado de https://pt.m.wikipedia.org. Acessado em 25/10/2021.) Para escrever seu manifesto, leve em conta a coletnea de textos a seguir: 1. A biloga Thabata Cavalcanti dos Santos, 27 anos, faz mestrado na Universidade Federal do Cear (UFC). Ela ingressou no curso em 2021, ciente das dificuldades que iria encontrar em tempos da pandemia da Covid-19, mas no achou que seria to difcil a ponto de pensar em desistir. A estudante sabe que sua trajetria profissional fruto de anos de investimento de recursos pblicos. Foi aluna da escola pblica e entrou na universidade por meio da lei de cotas. Sempre agarrei as oportunidades com todas as minhas foras. Mas vejo que o que demorou anos e anos para o pas construir, na rea de cincias, est sendo destrudo na canetada por um Governo, afirma. Sem incentivo financeiro para pesquisa, ela no consegue vislumbrar um futuro. Relatos como o de Thabata Santos so comuns hoje na rea de cincias do Brasil. Hoje formamos profissionais para trabalhar no exterior, lamenta Denise Freire, pr-reitora de ps-graduao e pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Freire lembra que so necessrios anos de investimentos pblicos em educao bsica, sade, universidade, mestrado e doutorado. E no momento em que o profissional est pronto para comear a dar retorno ao pas, ele precisa sair de sua rea de atuao em busca de oportunidades. Temos fuga de crebro para trabalhos precarizados. Estamos entregando de mo beijada um patrimnio nacional. (Adaptado de Regiane Oliveira, Pesquisadores se formam para trabalhar no exterior sob desmonte da cincia nacional. 08/11/2021. Disponvel em https://brasil.elpais.com/brasil/2021-11-08/pesquisadores-se-formam-para-trabalhar-no-exterior-sob-desmonte-da-ciencia-nacional.html?utm_medium=Social utm_source=Twitterssm=TW_BR_CM#Echo box=1636379412. Acessado em 21/11/2021.) 2. (Adaptado de Herton Escobar, Oramento 2021 condena cincia brasileira a estado vegetativo. 29/01/2020. Disponvel em https://jornal.usp.br/universidade/politicas-cientificas/orcamento-2021-coloca-ciencia-brasileira-em-estado-vegetativo/. Acessado em 25/11/2021.) 3. (Disponvel em https://horadopovo.com.br/manifestantes-repudiam-em-todo-o-pais-os-cortes-na-ciencia-feitos-por-bolsonaro/. Acessado em 03/12/2021.) 4.Nos ltimos anos, a cincia brasileira tem sido alvo de repetidos cortes oramentrios. Esses cortes ameaam projetos cientficos e tecnolgicos que esto em andamento, como tambm projetos futuros, o que inclui o financiamento de bolsas de estudo para jovens pesquisadores que esto no incio da carreira cientfica. No Brasil, jovens pesquisadores em programas de mestrado e doutorado ganham, respectivamente, uma bolsa de estudos de R$ 1.500 e R$ 2.200 mensais, e esses valores no so ajustados desde 2013. Com a alta dos preos de produtos e servios, o poder de compra das bolsas diminuiu em mais de 60%. A maioria dos estudantes depende exclusivamente dessa renda mensal para manter sua alimentao, sade, moradia, vestimenta e transporte. Em muitos casos, ainda do suporte no sustento da famlia. Como jovens pesquisadores brasileiros, ns exigimos suporte financeiro adequado. Se o Brasil no reavaliar imediatamente seu oramento para cincia e tecnologia, o pas corre o risco de perder toda uma gerao de cientistas brasileiros. (Adaptado de texto de manifesto coletivo, intitulado Sobrevivendo como um jovem pesquisador no Brasil. Traduzido de Surviving as a young scientist in Brazil. Disponvel em https://www.science.org/doi/10.1126/science.abm8160. Acessado em 21/11/2021.)

Questão 2
2021Redação

(UNICAMP - 2021 - 2 Fase) Voc se encontra em uma situao de vulnerabilidade socioeconmica que o deixa mais exposto infeco pelo vrus da Covid-19 e se sente indignado/a com a negligncia do Estado, que no adota medidas srias e eficazes para evitar que voc e outros/as trabalhadores/as corram esse risco. Em um ato de resistncia psquica e poltica, voc decide escrever um dirio para registrar o seu testemunho dos acontecimentos extraordinrios da pandemia da Covid-19 para que as geraes futuras possam entender como as decises polticas de um dado momento so determinantes para a histria da humanidade. Escreva um texto de entrada para o seu dirio, no qual voc deve a) narrar um episdio em que voc corre o risco de contrair a Covid-19 em razo de seu trabalho e; b) denunciar, a partir desse episdio, a necropoltica como forma de organizao de um Estado negligente em relao sade dos mais vulnerveis. Lembre-se de que seu dirio servir de testemunho para que seus descendentes tomem conhecimento do exerccio da necropoltica que marcou a pandemia da Covid-19. Para escrever seu texto, leve em conta a coletnea apresentada a seguir. 1. Necropoltica um conceito desenvolvido pelo filsofo Achille Mbembe que questiona os limites da soberania quando o Estado, baseado em premissas coloniais, racistas e capitalistas, escolhe quem deve viver e quem deve morrer (...). Segundo a pesquisadora Rosane Borges, racismo, capitalismo e necropoltica so inseparveis. Um sustenta o outro. Aquilo que o capitalismo acha que no serve mais, ele abate, porque so corpos negros. O que se faz com a massa sobrante do mercado de trabalho? O que se faz com o contingente de pessoas que no so absorvidas pelas novas competncias tcnicas e tecnolgicas do capitalismo? Se mata, se exclui. Obviamente que essa mesma massa sobrante so corpos negros, mulheres negras, que foram fundamentais para a acumulao de capital. Corpos que foram escravizados e que hoje no interessam mais para o capital. So pessoas que esto vivendo nas franjas do sistema social, marginalizadas. Nesse processo de marginalizao, a gente cria linhas divisrias entre ns e os outros. E esses outros podem ser alvo de tudo. Inclusive da morte. (Adaptado de O que necropoltica. Disponvel em https://ponte.org/o-que-e-necropolitica-e-como-se-aplica-a-seguranca-publica-no-brasil/. Acessado em 15/01/2021.) 2. Quais so as consequncias dessa pandemia no que diz respeito reflexo sobre igualdade, interdependncia global e nossas obrigaes uns com os outros? O vrus no discrimina. Poderamos dizer que ele nos trata com igualdade, nos colocando igualmente diante do risco de adoecer, perder algum prximo e de viver em um mundo marcado por uma ameaa iminente. A desigualdade social e econmica garantir a discriminao do vrus. O vrus por si s no discrimina, mas ns, humanos, certamente o fazemos, moldados e movidos como somos pelos poderes casados do nacionalismo, do racismo, da xenofobia e do capitalismo. Quais mortes chorar? Parece provvel que passaremos a ver um cenrio doloroso no qual algumas criaturas humanas afirmam seu direito de viver a custo de outras, reinscrevendo a distino espria entre vidas passveis de luto e aquelas no passveis de luto, isto , entre aqueles que devem ser protegidos contra a morte a qualquer custo e aqueles cujas vidas no valeriam o bastante para serem salvaguardadas contra a doena e a morte. (Adaptado de Judith Butler, O capitalismo tem seus limites. Disponvel em https://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2020/03/judith-butler-sobre-a-covid-19-o-capitalismo-tem-seus-limites/. Acessado em 08/09/2020. 5. O chefe de governo negou a gravidade do problema, insultou os coveiros, promoveu aglomeraes e espalhou desinformao sobre o distanciamento, a higienizao e o uso de mscara. Jogou com a vida dos que acreditaram em um remdio incuo, a cloroquina, e nisso comprometeu o Exrcito e o SUS. Desmoralizou os mdicos Ministros da Sade, ignorou medidas que inibiriam a evoluo da doena e deixou mofar milhes de testes que ajudariam a salvar vidas. Aps atribuir poderes polticos s vacinas, o governo federal se dedica agora, negando uma cultura de cem anos, a minar a confiana nelas. Por ele, a pandemia nunca ser superada. (Adaptado de Ruy Castro, Os mdicos sobre Bolsonaro. Disponvel em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ ruycastro/2020/12/os-medicos-sobre-bolsonaro.shtml. Acessado em 14/12/2020.)

Questão
2021Redação

(UNICAMP - 2021 - 2 FASE ) PROPOSTA1 Voc candidato/a a vereador/a em uma cidade de So Paulo. Em sua campanha, prometeu resolver uma situao polmica envolvendo a escola pblica em que estudou. A escola foi fundada em 1965 e tem em seu ptio duas esttuas de figuras histricas apresentadas como glrias passadas do Estado: um bandeirante, que hoje d nome a uma rodovia estadual (Anhanguera), e um missionrio jesuta que fundou a cidade de So Paulo (Padre Anchieta). Tais esttuas sempre passaram despercebidas pela maioria dos estudantes. Em 2020, inspirados no movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que questionou monumentos erguidos em homenagem a colonizadores e escravagistas na Europa, Estados Unidos e frica, um grupo de estudantes se mobilizou para pedir a retirada das esttuas do ptio da escola. Outros estudantes se manifestaram contra a possvel retirada. Como ex-aluno/a e candidato/a a vereador/a, voc foi convidado/a para discutir o assunto na assembleia estudantil dessa escola. Voc ento decide preparar um discurso poltico a ser proferido na assembleia. Em seu texto, voc deve: a) fazer um balano das duas vises em disputa; b) assumir uma posio sobre como agir diante do dilema da retirada ou no das esttuas, argumentando no sentido de convencer os estudantes ali presentes. Lembre-se de que, como lder poltico, sua posio ter impacto nos encaminhamentos da assembleia. Para escrever seu texto, leve em conta a coletnea apresentada a seguir. 1. Bandeirante: indivduo que no Brasil colonial tomou parte em bandeira (no sentido de expedio); paulista (no sentido de natural ou habitante); que ou o que abre caminho; desbravador, precursor, pioneiro. (Dicionrio Houaiss on-line. Disponvel em https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v5-4/html/index.php#1. Acessado em 28/09/2020.) 2. Os vndalos do bem escolheram o alvo certo. Assim como os intelectuais de ontem, que ergueram esttuas para celebrar as ideias hegemnicas da poca, os de hoje esto dispostos a derrub-las em nome do mesmo princpio covarde. Uma esttua uma cicatriz da histria, uma marca inscrita pelo passado no corpo paisagstico da sociedade. Nas praas, nos parques ou nas ruas, as esttuas alertam-nos sobre o passado - ou melhor, sobre incontveis camadas de passado. A derrubada desses smbolos revela o desejo tirnico de exterminar a memria social. Uma esttua erguida no passado no representa uma celebrao presente de um personagem ou de uma ideologia, mas apenas a prova material de que, um dia, em outra poca, isso foi celebrado. (Adaptado de Demtrio Magnoli, Derrubada de esttua a imposio do esquecimento. Folha de So Paulo, 26/06/2020.) 3. 4. Cidades so locais de memria e temos o direito de atribuirmos novos sentidos a monumentos que outrora esculpimos em pedra. No se apaga a histria, escrita com a caneta dos vencedores. No caso de esttuas, questiona-se quem merece um pedestal pblico. A escolha no est entre depredar monumentos ou deix-los intocveis. Podemos, ao invs disso, ter a maturidade de escolher no elogiar genocidas em nosso espao pblico e derrubar monumentos. Civilidade essa que , alis, infinitamente superior das figuras representadas nesses monumentos. Seja para p-los em museus, para coloc-los em cemitrios de esculturas, para ressignific-los, quando o valor artstico permite, seja para destru-los, quando este valor for pfio. (Adaptado de Thiago Amparo, Borba Gato deve cair. Folha de So Paulo, 14/06/2020.) 5. Como todos os missionrios do Brasil, Anchieta protegia os ndios e benzia a escravido dos negros. Para ele, o cativeiro dos ltimos livrava os primeiros da explorao colonial. Depois, o padre Antnio Vieira completou a justificao jesutica do trfico negreiro, afirmando que o escravismo tambm salvava os africanos do paganismo. Ao fio dos anos, acumulando negcios, os jesutas se tornaram grandes proprietrios de escravos. A fazenda de Santa Cruz, que lhes pertencia, era a maior propriedade escravista das Amricas por volta de 1750, concentrando mais de mil cativos negros e mulatos. (Adaptado de Luiz Felipe Alencastro, Santo Anchieta dos poucos. Folha de So Paulo, 20/07/2014.) 6. Os motivos que moviam os bandeirantes eram trs. Em primeiro lugar, a riqueza: comerciantes endinheirados organizavam bandeiras para descobrir novas minas e depsitos de ouro, prata e pedras como a esmeralda. Em segundo lugar, a propriedade: fazendeiros financiadores usavam as expedies para ampliar suas terras, aumentando o territrio para cultivo ou criao de gado. Por fim, a mo de obra: muitas viagens tinham como objetivo recapturar escravos fugitivos ou ento encontrar ndios que pudessem ser escravizados. (Adaptado de https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-era-umaexpedicao-dos-bandeirantes/. Acessado em 25/09/2020.)

Questão 1
2020Redação

(UNICAMP - 2020 -2 fase) Voc trabalha como colunista em uma revista eletrnica brasileira, bastante acessada por ambientalistas de diferentes pases. Esse pblico demanda, constantemente, matrias sobre a biodiversidade e sobre o carter multitnico e multicultural do Brasil. O editor da revista encomendou a voc um podcast que aborde a inter-relao entre esses dois temas e sua importncia para a sustentabilidade. Para se preparar para o seu podcast, voc escreve o texto que ler no dia da gravao. Nele voc deve: a) relacionar biodiversidade e sociodiversidade, b) tratar da importncia da preservao do patrimnio cultural e ambiental para o crescimento sustentvel do Brasil e c) argumentar de modo a convencer seus ouvintes. Podcasts so arquivos digitais de udio publicados na internet e que podem ser ouvidos, at mesmo em celulares, a qualquer momento, por qualquer pessoa. So considerados textos para ouvir. Para redigir seu texto, leve em conta os excertos apresentados a seguir. 1) O patrimnio gentico nacional e os conhecimentos tradicionais associados biodiversidade brasileira contribuem para o desenvolvimento de novos produtos, muitos deles patenteados para ser comercializados. Isso porque o Brasil um dos poucos pases que renem as principais caractersticas para ter um sistema de acesso ao patrimnio gentico e aos conhecimentos tradicionais a ele associados, de modo a promover o desenvolvimento sustentvel. A primeira caracterstica a biodiversidade: so mais de 200 mil espcies j registradas em seus biomas (Amaznia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlntica, Pantanal e Pampa) e na Zona Costeira e Marinha. Este nmero pode chegar a mais de 1 milho e oitocentas mil espcies. A segunda caracterstica a sociodiversidade: so mais de 305 etnias indgenas, com cerca de 270 diferentes lnguas, alm de diversas comunidades tradicionais e locais (quilombolas, caiaras, seringueiros, etc.) e agricultores familiares, que detm importantes conhecimentos associados biodiversidade. (Adaptado de Patrimnio Gentico e Conhecimentos Tradicionais Associados. Disponvel em https://www.mma.gov.br/patrimonio-genetico.html. Acessado em 02/08/2019.) 2) o cerrado milagre, como toda a vida ( tambm pedao do planeta que desaparece) abrao meu irmo pequizeiro (...) os jatobs sorriem as perobas no dizem nada, apenas sentem (...) agora prepare seu corao: corrento vai passar e levar tudo ninho de passarinho rasteiro tambm depois do corrento, brotou o que tinha que brotar mas j era tarde faca fina do arado cortou a raiz pela raiz e a no brotou mais nada. alis, brotou coisa melhor: soja, verdinha, verdinha que beleza, diziam (...) antes de terminar pergunto: quem vai pagar o preo de tamanha destruio? daqui a cem anos estaremos todos mortos, disse algum. certo. estaremos todos mortos mas nossos netos, no o cerrado milagre, minha gente (Nicolas Behr, O cerrado milagre, em Primeira Pessoa. Braslia: LGE Editora, 2005, p. 109.) 3) O Cerrado o lugar onde a sabedoria popular se materializa em planta. L as aparncias, de fato, enganam. Onde se veem arbustos de galhos retorcidos h o mais importante sistema de captao e reserva de gua do Brasil fora da Amaznia. Um sistema baseado em vegetao e que garante nove das principais bacias hidrogrficas do pas. Ameaado pela expanso do agronegcio, reduzido a cerca da metade de seu tamanho original, ele agora caminha para a maior extino de plantas j registrada no mundo, com consequncias para a oferta de gua e a regulao do clima do centro-sul do pas. Falamos de perda de biodiversidade, de segurana hdrica e climtica. Um hectare desmatado de Cerrado tem mais impacto hoje do que um hectare desmatado na Amaznia. No se trata de impedir a produo agrcola. Ao contrrio, ela tem condies de aumentar sem precisar desmatar mais frisa Bernardo Strassburg, diretor do Instituto Internacional para a Sustentabilidade. (Adaptado de Ana Lucia Azevedo, Desmatamento do Cerrado pode levar extino de 1.140 espcies de plantas. Disponvel em O Globo, 14/10/2018. Acessado em 02/08/2019.) 4) O ltimo relatrio da ONU que alerta sobre a velocidade com que as espcies esto se extinguindo (uma de cada oito est ameaada) assinala que essa destruio da natureza mais lenta nas terras onde vivem os povos indgenas do que no resto do planeta. Mas tambm destaca a crescente ameaa que ronda essas comunidades na forma de expanso da agricultura, urbanizao, minerao, novas infraestruturas. O Brasil, que abriga a maior parte da Amaznia e o ecossistema mais rico do mundo, um dos pases onde essa ameaa mais evidente. Segundo Nurit Bensusan, da ONG Instituto Socioambiental (ISA), o papel dos indgenas ganha uma dimenso importante: Por conhecerem to intimamente as florestas, eles tm uma percepo muito antecipada das mudanas ambientais. Sabem como lidar com isso. Por exemplo, param de caar em uma rea durante um tempo e assim aliviam o impacto antes que quaisquer outros. Os indgenas so parte essencial dos alertas rpidos e da preveno. (Adaptado de Naiara Galarraga Gortzar, Por que os indgenas so a chave para proteger a biodiversidade planetria: a ONU destaca que nas terras habitadas pelos povos originrios o desaparecimento de espcies mais lento que no resto do mundo. Disponvel em El Pas, 08/05/2019. Acessado em 04/08/2019.)

Questão 2
2020Redação

(UNICAMP - 2020 - 2 fase) Voc um(a) escritor(a) que publica uma crnica em uma revista semanal. Sempre se viu como uma pessoa livre de preconceitos e sempre apoiou a igualdade de gneros. Hoje, porm, ao ler uma matria no El Pas, voc se deu conta de que, certa vez, vivenciou um episdio em que considerou normal uma das atitudes listadas nessa matria, as quais, segundo Ianko Lpez, revelam o micromachismo enraizado em nossa sociedade. Diante da sua tomada de conscincia, voc decidiu que esse ser o tema da sua crnica desta semana. Identificou, ento, entre as atitudes listadas (excerto 1) a que corresponde situao que voc vivenciou. Em sua crnica, voc deve, tal como fez Chimamanda Ngozi Adichie (excerto 2): a) narrar o episdio vivenciado por voc, b) relacion-lo atitude micromachista escolhida e c) expor suas reflexes sobre os sentimentos que o reconhecimento dessa atitude despertou em voc. Crnica um gnero textual que aborda temas do cotidiano. Normalmente veiculada em jornais e revistas. O cronista trata de situaes corriqueiras sob uma tica particular. Para redigir o seu texto, leve em conta os excertos apresentados a seguir. 1) As atitudes machistas mais flagrantes so claras para ns. Aquelas que, de forma manifesta e constante, colocam a mulher em uma posio inferior ao homem em contextos sociais, econmicos, jurdicos e familiares. Aquelas que consideram que o homem e a mulher nascem com objetivos e ambies diferentes na vida. No entanto, apesar das reivindicaes histricas dos anos 1970 e da crescente conscientizao em relao ao machismo em todos os mbitos culturais e polticos nos ltimos anos, h pequenos resqucios que continuam interiorizados em muitos de ns. So sequelas da nossa educao e dos produtos culturais que nos formaram como pessoas e que fazem com que, apesar de criticarmos e denunciarmos o machismo, ainda possamos cair em algumas de suas armadilhas sem perceber. O micromachismo, como vem sendo chamado nos ltimos cinco anos, se manifesta em formas de discriminao muito sutis que acontecem todos os dias, at mesmo nos ambientes mais progressistas. Segue uma lista baseada em exemplos que demonstram que talvez tenhamos entendido o grosso das reivindicaes feministas, mas ainda precisamos ler as letras midas. 1. Achei necessrio explicar algo a uma mulher sem que ela me pedisse, pelo simples fato de ser mulher. 2. Comentei com um amigo que ficou cuidando dos filhos: Hoje te deixaram de bab. 3. Perguntei a uma mulher se ela estava naqueles dias quando me respondeu com indiferena ou desprezo. 4. Disse que ajudo nas tarefas do lar, subentendendo que esse um trabalho da mulher em que eu estou ajudando, e no participando em condies de igualdade. 5. Em meu trabalho ou entre amigos, s chamo os homens para jogar futebol, pressupondo que as mulheres no querem jogar. 6. Perguntei a uma mulher quando vai ter filhos, mas nunca perguntei o mesmo a um homem. 7. Pago todos os meus jantares com mulheres acreditando que o que se espera de mim. 8. Descrevi uma mulher como pouco feminina. 9. Usei a palavra provocante para descrever a roupa de uma mulher. 10. Comentei que essas no so formas para uma moa falar. 11. Na televiso, aprecio homens cidos e divertidos e mulheres bonitas. 12. Fiz o comentrio Ela uma mulher forte, subentendendo que as mulheres, em geral, so fracas. 13. Deixo meu filho adolescente ficar na rua at as 3 da madrugada, mas obrigo minha filha a voltar antes da meianoite. (Adaptado de Ianko Lpez, Micromachismos: se homem e faz alguma destas coisas, deve repensar seu comportamento. Disponvel em El Pas. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/07/politica/ 1520426823_220468.html. Acessado em 28/06/2019.) 2) Quando eu estava no primrio, em Nsukka, uma cidade universitria no sudeste da Nigria, no comeo do ano letivo, a professora anunciou que iria dar uma prova e quem tirasse a nota mais alta seria o monitor da classe. Ser monitor era muito importante. Ele podia anotar, diariamente, o nome dos colegas baderneiros, o que por si s j era ter um poder enorme; alm disso, ele podia circular pela sala empunhando uma vara, patrulhando a turma do fundo. claro que o monitor no podia usar a vara. Mas era uma ideia empolgante para uma criana de nove anos, como eu. Eu queria muito ser a monitora da minha classe. E tirei a nota mais alta. Mas, para minha surpresa, a professora disse que o monitor seria um menino. Ela havia se esquecido de esclarecer esse ponto, achou que fosse bvio. Um garoto tirou a segunda nota mais alta. Ele seria o monitor. O mais interessante que o menino era uma alma bondosa e doce, que no tinha o menor interesse em vigiar a classe com uma vara. Mas eu era menina e ele, menino, e ele foi escolhido. Nunca me esqueci desse episdio. Se repetimos uma coisa vrias vezes, ela se torna normal. Se vemos uma coisa com frequncia, ela se torna normal. Se s os meninos so escolhidos como monitores da classe, ento em algum momento ns todos vamos achar, mesmo que inconscientemente, que s um menino pode ser o monitor da classe. Se s os homens ocupam cargos de chefia nas empresas, comeamos a achar normal que esses cargos de chefia s sejam ocupados por homens. Eu tendo a cometer o erro de achar que uma coisa bvia para mim tambm bvia para todo mundo. Um dia estava conversando com meu querido amigo Louis, que um homem brilhante e progressista, e ele me disse: No entendo quando voc diz que as coisas so diferentes e mais difceis para as mulheres. Talvez fosse verdade no passado, mas no mais. Hoje as mulheres tm tudo o que querem. Oi? Como o Louis no enxergava o que para mim era to bvio? (Adaptado de Chimamanda Ngozi Adichie. Sejamos todos feministas. Traduo de Christina Baum. So Paulo: Companhia da Letras, 2015, p. 15-17.)

Questão
2019Redação

(UNICAMP - 2019 - 2FASE) PROPOSTA 1 Voc um(a) estudante do Ensino Mdio na rede pblica estadual e soube de um acontecimento revoltante na sua escola: sua professora de Filosofia recebeu ofensas e ameaas annimas por suposta tentativa de doutrinao poltica, ao ter iniciado o curso sobre as origens da Cidadania e dos Direitos Humanos modernos com o texto a seguir: A ningum, nem aos deuses nem aos demnios, nem s tiranias da terra nem s tiranias do cu, foi dado o poder de impedir aos homens o exerccio daquele que o primeiro e o maior de seus atributos: o exerccio do pensamento. Podem amarrar as mos de um homem, impedindo-lhe o gesto. Podem atar-lhe os ps, impedindo-lhe o andar. Podem vazar-lhe os olhos, impedindo a vista. Podem cortar-lhe a lngua, impedindo a fala. O direito de pensar, o poder de pensar, porm, esto acima de todas as violncias e de todas as represses, que nada podem contra seu exerccio. (...) Parece claro que no h abuso mais abominvel que o de tentar impor limitaes ao pensamento de qualquer pessoa. Pretender suprimir o pensamento de quem quer que seja o maior dos crimes. Pois no apenas um crime contra uma pessoa, mas contra a prpria espcie humana, uma vez que o pensamento o atributo que distingue o ser humano dos demais seres criados sobre a face da terra. (...) Na vida na cidade, se um homem neutraliza dentro de si o direito de pensar, a cidade pode ser tomada e dominada pela ferocidade de um tirano, cujo despotismo levar o povo morte pela fome, pela crueldade ou por outras formas de injustia e prepotncia. E se no o povo todo, pelo menos uma parte do povo, certamente, ser arrastada opresso, tortura, ao crcere ou a qualquer outra forma de perdio. Os tiranos no gostam que as pessoas pensem. (Tecrito de Corinto, filsofo grego, sculo II d.C.) A direo da escola ainda no se manifestou publicamente sobre o episdio. Indignado(a) com a tentativa de censura que a professora sofreu por propor aos alunos reflexes fundamentais formao cidad utilizando Tecrito e o pensamento,decidiu escrever o texto de um abaixo-assinado encaminhado direo da escola, em nome dos estudantes, no qual deve: a) reivindicar que a escola se posicione publicamente em defesa da professora; b) reivindicar a manuteno de aulas de Filosofia que tematizem os Direitos Humanos; e c) justificar suas reivindicaes. Para tanto, voc deve levar em conta tanto o texto acima quanto os excertos abaixo. 1. A instruo ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instruo promover a compreenso, a tolerncia e a amizade entre todas as naes e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvar as atividades das Naes Unidas em prol da manuteno da paz. (Declarao Universal dos Direitos Humanos, Artigo XXVI, item 2, 1948.) 2. (Alexandre Beck. Disponvel em pa.unicamp.br/direitos-humanos -armandinho-na-upa. Acessado em 24/11/2018.) 3. No que toca aos direitos humanos, a filsofa Hannah Arendt identificou na ruptura trazida pela experincia totalitria do nazismo e do stalinismo a inaugurao do tudo possvel, que levou pessoas a serem tratadas como suprfluas e descartveis. Tal fato contrariou os valores consagrados da Justia e do Direito, voltados a evitar a punio desproporcional e a distribuio no equitativa de bens e situaes. Arendt prope assegurar um mundo comum, marcado pela pluralidade e pela diversidade, o qual, atravs do exerccio da liberdade, impediria o ressurgimento de um novo estado totalitrio de natureza. No mundo contemporneo, continuam a persistir situaes sociais, polticas e econmicas que, mesmo depois do trmino dos regimes totalitrios, contribuem para tornar os homens suprfluos e sem lugar num mundo comum, como a ubiquidade da pobreza e da misria, a ameaa do holocausto nuclear, a irrupo da violncia, os surtos terroristas, a limpeza tnica, os fundamentalismos excludentes e intolerantes. (Adaptado de Celso Lafer, A reconstruo dos direitos humanos: a contribuio de Hannah Arendt. Estudos Avanados, v. 11, n. 30, So Paulo, p. 55-65, maio/ago. 1997.) 4.O bicho est pegando na educao. Fico pensando em que mundo vivem os que acham que as escolas brasileiras sofrem de contaminao poltico-ideolgica comandada por um exrcito organizado de militantes travestidos de professores. uma baita contradio para quem diz defender a pluralidade, e o caminho oposto dos pases de alto desempenho em educao: Estados Unidos (em que alguns Estados oferecem educao sexual desde o sculo XIX), Nova Zelndia, Sucia, Finlndia e Frana. No Brasil, querem interditar o debate. Mesma coisa com os estudos indgenas e africanos, classificados aqui como porta de entrada para favorecer movimentos sociais. J na Noruega, o currculo generoso com o povo sami, habitantes originais do norte da Escandinvia. Doutrinao, por l, chama-se respeito diversidade e s razes da histria do pas. Para piorar, o principal evangelista dessa Bblia do Mal seria Paulo Freire. Justo ele, pacifista convicto e obcecado pela ideia de que as pessoas deveriam pensar livremente. Presos na cortina de fumaa da suposta doutrinao, empobrecemos um pouco mais o debate sobre educao. (Adaptado de Blog do Sakamoto. Disponvel em https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br. Acessado em 05/07/2018.)

Questão
2019Redação

(UNICAMP - 2019 - 2FASE) REDAO PROPOSTA 2 Sua professora de Geografia abriu um frum no ambiente virtual da disciplina para discutir o tpico IDH e crescimento do PIB como indicadores de desenvolvimento e props as seguintes questes: a) Observe a classificao do Brasil nos rankings apresentados nos grficos 1 e 2; b) Interprete os textos 3, 4 e 5; e c) Indique se haveria diferenas no desenvolvimento social do Brasil caso o pas optasse por uma poltica econmica que tenha como consequncia uma melhor classificao no ranking do IDH ou no ranking do crescimento do PIB. Publique uma postagem nesse frum, na qual, a partir da leitura dos textos indicados abaixo, voc deve: a) apontar em qual ranking o Brasil subiria se privilegiasse os aspectos qualidade de vida e igualdade no desenvolvimento social; b) apresentar as consequncias de priorizar o consumo para o desenvolvimento social; e c) argumentar em favor do seu ponto de vista. 1. 2. PIB significa Produto Interno Bruto, medida que representa a soma, em valores monetrios, de todos os bens e servios finais produzidos numa determinada regio, durante um determinado perodo. IDH significa ndice de Desenvolvimento Humano, medida concebida pela ONU (Organizao das Naes Unidas) para avaliar a qualidade de vida e o desenvolvimento econmico de uma populao. 3.Um breve conjunto de informaes para nos fazer repensar as relaes de consumo: A indstria da moda a segunda maior consumidora de gua no mundo. S perde para a do petrleo. Estima-se que 17% a 20% da poluio da gua industrial vem de tingimento e tratamento txtil. Cerca de 15% a 20% de tecido desperdiado a cada pea cortada. E tecido no reciclvel. Estima-se que 10% das emisses de gases de efeito estufa provm da indstria da moda. As fbricas de moda consomem mais de 130 milhes de toneladas de carvo/ano para gerar energia. Para suprir a demanda do consumo, quase toda matria-prima utilizada na moda resulta em problema: do algodo, cheio de pesticidas, ao polister, oriundo da explorao do petrleo. Operrios da indstria txtil em pases como China, ndia e Bangladesh trabalham mais de 12 horas por dia e ganham menos do que 100 dlares por ms. Cerca de 80% da mo de obra deste mercado so mulheres. E menos de 2% ganham o suficiente para viver em condies dignas. Para ganhar mais, elas chegam a trabalhar mais de 75 horas por semana. E tem quem ache que o consumismo um problema individual que s diz respeito prpria conta bancria (Adaptado de Nina Guimares, O consumismo destri o meio ambiente e incentiva o trabalho escravo. Metrpoles, 19/04/2017.) 4. As principais redes de varejo de moda do pas associadas ABVTEX (Associao Brasileira do Varejo Txtil) j notam a melhora no nimo dos consumidores. O cenrio mais favorvel, a partir do momento em que h maior disponibilidade de crdito; a inflao est abaixo do esperado, com aumento no poder de compra; e h uma leve reduo do desemprego. Esses fatores somados ajudam a elevar a inteno de compra, aponta Lima, diretor executivo da ABVTEX. A FGV estima que, em 2018, o PIB cresa 2,5%. Esse crescimento deve permanecer liderado pelo consumo. (Adaptado de Em 2018, crescimento permanecer liderado pelo consumo, diz FGV. Disponvel em http://www.abvtex.org.br/. Acessado em 04/05/ 2018.) 5. Pelo 12 ano consecutivo, s deu ela: a Noruega foi novamente eleita pela ONU como o melhor pas do mundo para se viver. Segundo Jens Wandel, diretor do departamento administrativo do Programa de Desenvolvimento da ONU, o sucesso do pas consiste em combinar o crescimento de renda com um elevado nvel de igualdade. Ao longo do tempo, a Noruega conseguiu aumentar sua renda e, ao mesmo tempo, garantir que os rendimentos sejam distribudos de modo uniforme. (Adaptado de ndice de Desenvolvimento Humano: o que faz da Noruega o melhor lugar para se viver? Huffpost Brasil, 17/12/2015.)

Questão
2018Redação

(UNICAMP - 2018 - 2 FASE) Voc um estudante do Ensino Mdio e foi convidado pelo Grmio Estudantil para fazer uma palestra aos colegas sobre um fenmeno recente: o da ps-verdade. Leia os textos abaixo e, a partir deles, escreva um texto base para a sua palestra, que ser lido em voz alta na ntegra. Seu texto deve conter: a) uma explicao sobre o que ps-verdade e sua relao com as redes sociais; b) alguns exemplos de notcias falsas que circularam nas redes sociais e se tornaram ps-verdade; e c) consequncias sociais que a disseminao de ps-verdades pode trazer. Voc poder usar tambm informaes de outras fontes para compor o seu texto. TEXTO A: (Disponvel em https://horizontesafins.wordpress.com/2017/02/02/averdade-da-pos-verdade/. Acessado em 03/09/2017.) TEXTO B: O que ps-verdade, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford Anualmente, a Oxford Dictionaries, parte do departamento de imprensa da Universidade de Oxford responsvel pela elaborao de dicionrios, elege uma palavra para a lngua inglesa. A de 2016 foi ps-verdade (post-truth). A palavra usada por quem avalia que a verdade est perdendo importncia no debate poltico. Por exemplo: o boato amplamente divulgado de que o Papa Francisco apoiava a candidatura de Donald Trump no vale menos do que as fontes confiveis que negaram esta histria. Segundo Oxford Dictionaries, a palavra vem sendo empregada em anlises sobre dois importantes acontecimentos polticos: a eleio de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e o referendo que decidiu pela sada da Gr-Bretanha da Unio Europeia, designada como Brexit. Ambas as campanhas fizeram uso indiscriminado de mentiras, como a de que a permanncia na Unio Europeia custava Gr-Bretanha US$ 470 milhes por semana, no caso do Brexit, ou a de que Barack Obama fundador do Estado Islmico, no caso da eleio de Trump. Em um artigo publicado em setembro de 2016, a influente revista britnica The Economist destaca que polticos sempre mentiram, mas Donald Trump atingiu um outro patamar. A leitura de muitos acadmicos e da mdia tradicional que as mentiras fizeram parte de uma bem-sucedida estratgia de apelar a preconceitos e radicalizar posicionamentos do eleitorado. Apesar de claramente infundadas, denunciar essas informaes como falsas no bastou para mudar o voto majoritrio. Para diversos veculos de imprensa, a proliferao de boatos no Facebook e a forma como o feed de notcias funciona foram decisivos para que informaes falsas tivessem alcance e legitimidade. Este e outros motivos tm sido apontados para explicar a ascenso da ps-verdade. Plataformas como Facebook, Twitter e Whatsapp favorecem a replicao de boatos e mentiras. Grande parte dos factoides so compartilhados por conhecidos nos quais os usurios tm confiana, o que aumenta a aparncia de legitimidade das histrias. Os algoritmos utilizados pelo Facebook fazem com que usurios tendam a receber informaes que corroboram seu ponto de vista, formando bolhas que isolam as narrativas s quais aderem de questionamentos esquerda ou direita. (Adaptado de Andr Cabette Fbio. O que ps-verdade, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford. Nexo, 16/11/2016. Disponvel em https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/11/16/O-que--ps-verdade-a-palavra-do-ano-segundo-a-Universidade-de-Oxford. Acessado em 01/12/2017).

Questão
2018Redação

(UNICAMP - 2018 - 2 FASE) Considere a seguinte situao: uma postagem recente em uma rede social de uma mensagem de dio contra os nordestinos foi foco de intensa discusso. Dada a repercusso do caso, o jornal de maior circulao de sua cidade resolveu fazer um caderno especial sobre o tema Liberdade de Expresso. Leitores de diferentes perfis foram convidados a se manifestar e voc foi o estudante escolhido. Para atender a esse convite, voc dever escrever um artigo de opinio em que discutir a seguinte questo: H limite para a liberdade de expresso? No seu artigo de opinio, voc deve: a) identificar e explicitar os dois principais posicionamentos sobre a questo tratada; b) assumir um desses dois posicionamentos e sustent-lo com argumentos. Seu texto dever considerar as seguintes citaes: Liberdade de expresso a possibilidade de as pessoas se manifestarem sobre fatos e ideias sem interferncias externas, sobretudo do Estado. Discurso de dio uma tentativa de desqualificar e excluir do debate grupos historicamente vulnerveis, seja por religio, cor da pele, gnero, orientao sexual ou qualquer trao utilizado com o objetivo de inferiorizar pessoa ou grupo. (Lus Roberto Barroso, Ministro do STF.) ---------- A frase eu discordo do que dizes, mas defenderei at a morte o teu direito de diz-lo talvez seja a melhor definio para a liberdade de expresso. Afinal, muito fcil conceder a liberdade de expresso s ideias com que concordamos; muito mais difcil aceitar a manifestao de ideias que desgostamos. O que se tem visto no Brasil nos ltimos tempos, no entanto, uma crescente vontade de reprimir formas de expresso que sejam consideradas desrespeitosas e preconceituosas. A iniciativa, embora tenha como pano de fundo uma inteno nobre, tem gerado situaes desproporcionais, limitando o direito livre expresso e violando a Constituio Federal. (Bruno de Oliveira Carreiro, advogado.) ---------- Liberdade de expresso poder se manifestar sobre aquilo que no ofenda ou ataque o sentimento ntimo das pessoas. Discurso de dio o que tem por objetivo incitar, criar beligerncia e promover animosidades contra esses sentimentos pessoais. (Marcelo Itagiba, ex-deputado.) ---------- As grandes sociedades se caracterizam pela pluralidade de valores, alguns excludentes. A liberdade de expresso ligada liberdade em si, mas h o valor da luta contra o preconceito. Como lidar com o conflito de valores? Os EUA optaram pela liberdade de expresso. O Brasil optou por uma legislao protetiva. Isso guarda um certo paternalismo, mas expressa respeito. (Fernando Schler, cientista poltico.) ---------- necessrio entender a ideia de identidade e de alteridade. Por uma questo de sobrevivncia, nos sentimos seguros quando prximos de algo com que nos identificamos. Queremos sempre que o outro seja igual a ns e, se no for, talvez tenhamos que destru-lo. Este um pressuposto fundamental para o surgimento do discurso de dio. (Izidoro Blikstein, professor da FGV e especialista em Anlise do Discurso.) ---------- Liberdade de expresso o direito de expor a opinio e exercitar a divergncia sem ser perseguido ou condenado. O discurso de dio um conceito um tanto abstrato e elstico. Para uns, a expresso da verdade desnuda do politicamente correto; para outros, a tentativa abjeta de difamar seu interlocutor. (Rachel Sheherazade, jornalista e apresentadora de TV.) ----------- O discurso de dio aparece quando voc acha que seu modo de ser e estar no mundo deve ser um modelo com o qual outras pessoas tm que se conformar. Se isso no acontecer, o discurso de dio vem para deslegitimar a sua vivncia, para fazer com que parea que sua vida no merece ser vivida. (Linn da Quebrada, cantora.) ---------- Liberdade de expresso no um direito absoluto, nem pode ser. As pessoas tm dificuldade de entender que vivem em sociedade, que existem regras e que a gente precisa delas, sobretudo no que diz respeito vida do outro. (Djamila Ribeiro, ativista dos movimentos negro e feminista e ex-Secretria Adjunta de Direitos Humanos da prefeitura de So Paulo.) (Adaptado de http://temas.folha.uol.com.br/liberdade-de-opiniao-x-discurso-de-odio/o-que-e-o-que-e/ personalidades-discutem-o-que-e-liberdade-de-opiniao-e-discurso-de-odio.shtml. Acessado em 13/11/2017.)

Questão
2017Redação

(UNICAMP - 2017 - PROPOSTA 1) Como um(a) aluno(a) do Ensino Mdio interessado(a) em questes da atualidade, voc leu o artigo A volta de um Rio que faz sonhar. Sentindo-se desafiado(a) pelos questionamentos levantados no texto, voc decidiu escrever uma carta para a Seo do Leitor da revista Rio Pesquisa. Em sua carta, discuta a relao estabelecida pela autora entre o conceito de Brasil cordial e a presena de estrangeiros no Brasil, apresentando argumentos em defesa de um ponto de vista sobre a questo. A volta de um Rio que faz sonhar Reverenciada mundialmente por suas belezas naturais, a cidade do Rio de Janeiro tem se transformado em espao sonhado para aqueles que buscam construir seu futuro em terra estrangeira. Imigrantes, de origens variadas, vm chegando cidade, buscando garantir sua sobrevivncia, fugir pobreza ou transformar seus sonhos em realidade. Esse processo insere-se em um quadro mais geral de transformaes. Graas situao assumida pelo Brasil, como uma das maiores economias do mundo, polo de atrao na Amrica do Sul, o pas vem se tornando, mais uma vez na histria, importante lugar de chegada, em um momento em que polticas de vigilncia e controle sobre os estrangeiros aprofundam-se nos pases ricos em crise. Essa nova situao exige estudos que ultrapassem as questes pontuais para incluir anlises sobre as relaes presente e passado; entre o local, o nacional e o internacional e entre as prticas e as representaes sobre o outro. O recente episdio da entrada abrupta de haitianos no Brasil, sem dvida, apontou a necessidade dessas anlises ampliadas. Para alm da conjugao entre a necessidade de partir e o conhecimento adquirido sobre um pas que se tornou prximo pela presena das tropas brasileiras em solo haitiano, o processo revestiu-se de preocupantes aspectos de mudana. Dentre eles, a ao dos coiotes na efetivao dos deslocamentos, marca indicativa do ingresso do pas em um contexto no qual grupos organizados vivem da imigrao ilegal e mfias internacionais enriquecem com o trfico humano. O episdio pode ser visto, assim, como a ponta de um iceberg que tende a envolver a Amrica Latina e o Caribe, considerando-se uma das tendncias dos processos migratrios da atualidade: as migraes regionalizadas, realizadas no interior dos subsistemas internacionais. Brasil: pas cordial? A predisposio do Brasil em receber o estrangeiro de braos abertos ideia consagrada que necessita sofrer o peso da crtica. Pesquisas variadas tm demonstrado que o pas nunca foi imune aos processos de discriminao do outro. Um exemplo, entre vrios, pode ser dado pela prtica da expulso de estrangeiros na Primeira Repblica (1907-1930), que se caracterizou por extrema violncia, mesmo contra aqueles que j eram considerados residentes, portanto com os mesmos direitos constitucionais dados aos brasileiros. A representao de um Brasil cordial, desta forma, deve ser entendida como uma construo forjada em determinado momento de nossa histria. Lgico que as reaes diferiam e diferem de acordo com os diferentes tipos de estrangeiros com os quais travamos contato, ocorrendo diferenas de tratamento em relao queles que, pelo local de nascimento ou pela cor, classificamos como superiores ou inferiores. Vrios indcios vm demonstrando que as atitudes discriminatrias no ficaram perdidas no passado, mas podem ser encontradas com relativa facilidade, quando treinamos nosso olhar para melhor observar aquilo que nos cerca. As tenses entre brasileiros e bolivianos nos locais onde estes esto mais presentes, por exemplo, j so bastante visveis. Isso sem falar no triste espetculo do subemprego e da explorao a que esto sujeitos latino-americanos fixados ilegalmente no pas. urgente, portanto, que nos perguntemos como tendemos a ver e sentir a presena cada vez mais visvel de estrangeiros em solo brasileiro, principalmente daqueles que so oriundos de pases pobres, muitos deles necessitando do foco dos direitos humanos. Seremos sensveis aos discursos e s prticas xenfobas? Defenderemos polticas restritivas e repressoras? Caminharemos para a sofisticao dos instrumentos de vigilncia sobre um outro que possa ser visto como ameaa? Responder a essas questes, aqui e agora, seria um exerccio de profecia que no nos cabe fazer. Isso no exclui, entretanto, que a reflexo sobre essas possibilidades esteja proposta, por mais penosa que ela possa ser, principalmente se considerarmos a rapidez dos processos em curso e a tenso mundial presente no embate entre interesses nacionais e direitos humanos. (Adaptado de Len Medeiros de Menezes, A volta de um Rio que faz sonhar. Rio Pesquisa, Rio de Janeiro, ano V, n 20, p. 48-50, set. 2012.)

Questão
2017Redação

(UNICAMP - 2017 - PROPOSTA 2) Como voluntrio(a) da biblioteca Barca dos Livros, voc ficou responsvel por escrever o texto de apresentao de uma campanha de arrecadao de fundos para a instituio. Em seu texto, que estar disponvel no site da Barca dos Livros, apresente, com base na notcia abaixo, o histrico e as aes da biblioteca, mostrando a importncia das doaes para a continuidade do projeto. Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro Em 2014, a Barca dos Livros foi eleita a melhor biblioteca comunitria do pas pelo Ministrio da Cultura e da Educao. Graas ao trabalho de voluntrios apaixonados por literatura e que a consideram uma arte fundamental para a infncia, a instituio vem h quase uma dcada formando leitores e promovendo a cultura em Florianpolis. Precisa, no entanto, de um impulso material para que continue existindo. Para chegar ao posto de referncia no pas, a Barca dos Livros navegou por mares calmos e revoltos. Hoje, nove anos e dois meses depois da inaugurao, conta com um precioso acervo de 15 mil livros, dois teros dos quais de literatura infantil e infanto-juvenil, aproximadamente 5 mil carteirinhas de scios e a incerteza do futuro. Desde maio do ano passado, est com o aluguel atrasado na atual sede, um espao de 125 m no Lagoa Iate Clube. Estamos sem nenhum patrocnio, convnio, subveno. Alm do aluguel, estamos devendo tambm o salrio de trs funcionrios. A Barca tocada por voluntrios. Acontece que nunca foi fcil, mas nunca esteve a ponto de quase fechar lamenta a coordenadora do projeto, Tnia Piacentini. De 2010 at maio do ano passado, um convnio com a Fundao Cultural de Florianpolis Franklin Cascaes garantia o pagamento do aluguel, no valor de R$ 6,5 mil por ms. Mas a parceria no foi renovada. Todas as atividades so gratuitas. Apenas para os passeios de barco com contao de histrias, realizados no segundo sbado de cada ms, cobrado o valor de 5 reais para adultos que acompanham as crianas. Nosso material, espao, livros, tudo renovado graas ao trabalho dos voluntrios. Precisamos de parceiros fixos que queiram ajudar. Acolhimento literrio De 2007 at hoje, os voluntrios da Barca viram crianas que engatinhavam lerem as primeiras palavras e depois amarem a leitura. Despertaram a paixo pela fico, contaram histrias, viram mes com bebs de colo pegando no sono nos confortveis sofs da sala de leitura, aconchegadas pelo ambiente de acolhimento literrio. Nascida em Nova Veneza, sul do Estado, h 68 anos, Tnia Piacentini comeou a dar aulas aos 14 anos. Cursou Letras e fez mestrado e doutorado na rea de educao e literatura. Foi a primeira representante de Santa Catarina, nos anos 1970, a selecionar livros para a Fundao Nacional do Livro Infantil, que a cada ano premia as melhores publicaes para crianas e jovens. Duas dcadas depois, com o aumento de livros editados para esse pblico quando comeou, eram no mximo 10 por ano, hoje so cerca de 1.200 novas edies , passou a convidar pessoas para ajudar a selecion-los. Da surgiu um ncleo de 25 leitores e especialistas que formou a Sociedade Amantes da Leitura, ONG que criou e sustenta legalmente a Barca. Nem sabamos que ficaria grande. Queremos continuar e aumentar o atendimento. Abrir ao pblico todos os dias um sonho. Temos que estar disponveis e manter a qualidade. Mas sem dvidas pessoais e crises financeiras, suspira Tnia. Hoje a Barca abre ao pblico de tera a sbado, das 14 s 20 horas chegou a ser de tera a domingo, em trs turnos. Mesmo com as dificuldades, promove atividades semanais, como A Escola Vai Barca (que recebe alunos de escolas da rede pblica e particular), palestras, saraus para adultos, lanamentos de livros, leituras coletivas de livros e passeios mensais de barco pela Lagoa da Conceio. O cadastro custa 1 real e d ao pequeno scio uma carteirinha que permite pegar trs obras emprestadas por 15 dias. Mais informaes sobre a programao no site da Barca dos Livros. (Adaptado de Carol Macrio, Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro. Disponvel em: http://dc.clicrbs.com.br/sc/entretenimento/noticia/2016/04/barca-dos-livros-corre-o-risco-de-fechar-por-falta-de-apoiofinanceiro 5754089.html. Publicado em 05/04/16.)

1-15 de 57chevron right center