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Questões - UNIFESP 2018 | Gabarito e resoluções

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Questão 1
2018Biologia

No início de 2017, o Brasil registrou uma das maiores epidemias de febre amarela de sua história. Em uma aula de Biologia, a professora dividiu a classe em dois grupos, solicitando que discutissem previamente e apresentassem seus conhecimentos sobre a doença. Os grupos trouxeram as seguintes informações: Grupo 1 Trata-se de doença associada ao saneamento precário, à falta de banheiros e ao consumo de alimentos contaminados. Na zona urbana, a transmissão da febre amarela é feita pelo mesmo transmissor de outras doenças, o que potencializa a propagação de várias enfermidades. Grupo 2 A forma silvestre da febre amarela encontra-se associada a ambientes abertos e secos, e a expansão da fronteira agrícola contribui para que a doença se espalhe pelas áreas urbanas. A vacinação é a forma mais eficaz para combater a disseminação da doença. a) Com relação às informações apresentadas pelo Grupo 1, identifique a informação que está correta, complementando-a com detalhamentos que confirmem sua veracidade. b) Com relação às informações apresentadas pelo Grupo 2, identifique a informação que está errada, reescrevendo-a de modo correto.

Questão 2
2018Biologia

Em Galápagos, Charles Darwin fez várias observações sobre os tentilhões, aves que habitam diferentes ilhas desse arquipélago. Em uma dessas ilhas, tais observações levaram às seguintes constatações: 1 - Os tentilhões pertenciam a várias espécies distintas. 2 - Algumas dessas espécies habitavam a vegetação esparsa, próxima ao solo e outras habitavam o alto das árvores da vegetação mais densa. 3 - Os diferentes tipos de bicos encontrados nessas espécies estavam associados à obtenção de diferentes tipos de alimentos, segundo o ambiente em que viviam. Usando exclusivamente as informações do texto, responda: a) A ilha é habitada por duas populações de tentilhões? Os tentilhões presentes nessa ilha ocupam dois diferentes hábitats? Justifique suas respostas. b) Nas condições apresentadas pelo texto, ocorre competição interespecífica por espaço e alimento nessa ilha? Justifique sua resposta.

Questão 3
2018Biologia

O surgimento do fruto e o surgimento do endosperma, tecido de reserva que nutre o embrião, são considerados importantes novidades evolutivas das Angiospermas, contribuindo para que esse grupo de plantas domine grande parte dos ambientes terrestres do planeta. a) Cite duas vantagens que, em termos evolutivos, os frutos representaram na conquista do ambiente terrestre. b) A ocorrência de um tecido que armazena nutrientes para o embrião não é exclusividade das Angiospermas. Cite o grupo de plantas no qual esse tipo de tecido também ocorre. Explique por que na realização de suas funções o endosperma das Angiospermas é mais eficaz do que o tecido de reserva desse grupo.

Questão 5
2018Biologia

Um casal buscou um serviço de aconselhamento genético porque desejava ter filhos. Os indivíduos desse casal possuíam, em suas respectivas famílias, indivíduos afetados por uma mesma doença genética. O geneticista consultado detectou que havia um único gene envolvido na patologia das famílias e constatou que marido e mulher eram heterozigóticos. A partir dos dados obtidos, foi elaborado o seguinte heredograma: Considere que o estudo de caso foi realizado com o casal II2 II3 do heredograma. a) Se o casal tiver uma filha e um filho, alguma das duas crianças tem maior probabilidade de ser clinicamente afetada pela doença? Justifique sua resposta, mencionando dados do heredograma. b) Determine a probabilidade de uma primeira criança, clinicamente normal e independentemente do sexo, não possuir o alelo para a doença. Determine a probabilidade de uma primeira criança ser menina e manifestar a doença.

Questão
2018Inglês

(UNIFESP - 2018) Leia o quadrinho para responder questo. Os quadrinhos tm como tema principal

Questão
2018Biologia

No desenvolvimento dos mamíferos, três anexos embrionários (âmnio, alantoide e saco vitelínico) dão origem ao cordão umbilical, constituído por uma veia e duas artérias. No feto, a troca gasosa é feita na placenta: o sangue proveniente da placenta é transportado pela veia umbilical até o feto e bombeado, pelo coração, para cérebro e membros. Ao retornar ao coração, o sangue é bombeado para as artérias umbilicais, voltando para a placenta. a) Âmnio, alantoide, saco vitelínico (ou vesícula vitelínica) e placenta são estruturas ligadas ao desenvolvimento embrionário e fetal. Qual dessas estruturas está presente em todos os grupos de vertebrados? Quais delas ocorrem em todos os grupos de vertebrados, exceto nos peixes e nos anfíbios? b) Considerando o que foi descrito sobre circulação fetal e as funções da placenta, pode-se afirmar que a concentração de oxigênio (alta ou baixa) no sangue presente nas artérias umbilicais é semelhante àquela encontrada na maioria das artérias do corpo da mãe? Justifique sua resposta.

Questão
2018Inglês

(UNIFESP - 2018) Leia o quadrinho para responder questo. A lacuna no quarto quadinho deve ser preenchida por

Questão
2018Português

(UNIFESP - 2018) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Para responder (s) questo(es), leia o trecho da obra Os sertes, de Euclides da Cunha (1866 1909), em que se narram eventos referentes a uma das expedies militares enviadas pelo governo federal para combater Antnio Conselheiro e seus seguidores sediados em Canudos. Oitocentos homens desapareciam em fuga, abandonando as espingardas; arriando as padiolas, em que se estorciam feridos; jogando fora as peas de equipamento; desarmando-se; desapertando os cintures, para a carreira desafogada; e correndo, correndo ao acaso, correndo em grupos, em bandos erradios, correndo pelas estradas e pelas trilhas que as recortam, correndo para o recesso das caatingas, tontos, apavorados, sem chefes... Entre os fardos atirados beira do caminho ficara, logo ao desencadear-se o pnico tristssimo pormenor! o cadver do comandante. No o defenderam. No houve um breve simulacro de repulsa contra o inimigo, que no viam e adivinhavam no estrdulo dos gritos desafiadores e nos estampidos de um tiroteio irregular e escasso, como o de uma caada. Aos primeiros tiros os batalhes diluram-se. Apenas a artilharia, na extrema retaguarda, seguia vagarosa e unida, solene quase, na marcha habitual de uma revista, em que parava de quando em quando para varrer a disparos as macegas traioeiras; e prosseguindo depois, lentamente, rodando, inabordvel, terrvel... [...] Um a um tombavam os soldados da guarnio estoica. Feridos ou espantados os muares da trao empacavam; torciam de rumo; impossibilitavam a marcha. A bateria afinal parou. Os canhes, emperrados, imobilizaram-se numa volta do caminho... O coronel Tamarindo, que volvera retaguarda, agitando-se destemeroso e infatigvel entre os fugitivos, penitenciando-se heroicamente, na hora da catstrofe, da tibieza anterior, ao deparar com aquele quadro estupendo, procurou debalde socorrer os nicos soldados que tinham ido a Canudos. Neste pressuposto ordenou toques repetidos de meia-volta, alto!. As notas das cornetas, convulsivas, emitidas pelos corneteiros sem flego, vibraram inutilmente. Ou melhor aceleraram a fuga. Naquela desordem s havia uma determinao possvel: debandar!. Debalde alguns oficiais, indignados, engatilhavam revlveres ao peito dos foragidos. No havia cont-los. Passavam; corriam; corriam doudamente; corriam dos oficiais; corriam dos jagunos; e ao verem aqueles, que eram de preferncia alvejados pelos ltimos, carem malferidos, no se comoviam. O capito Vilarim batera-se valentemente quase s e ao baquear, morto, no encontrou entre os que comandava um brao que o sustivesse. Os prprios feridos e enfermos estropiados l se iam, cambeteando, arrastando-se penosamente, imprecando os companheiros mais geis... As notas das cornetas vibravam em cima desse tumulto, imperceptveis, inteis... Por fim cessaram. No tinham a quem chamar. A infantaria desaparecera... (Os sertes, 2016.) Em Um a um tombavam os soldados da guarnio estoica. (4 pargrafo), o termo destacado um

Questão
2018Português

(UNIFESP -2018) Nesta obra, eu quis estudar temperamentos e no caracteres. Escolhi personagens soberanamente dominadas pelos nervos e pelo sangue, desprovidas de livre-arbtrio, arrastadas a cada ato de suas vidas pelas fatalidades da prpria carne. Comea-se a compreender que o meu objetivo foi acima de tudo um objetivo cientfico. (mile Zola apud Alfredo Bosi. Histria concisa da literatura brasileira, 1994. Adaptado.) Depreendem-se dessas consideraes do escritor francs mile Zola, a respeito de uma de suas obras, preceitos que orientam a corrente literria

Questão
2018Português

(UNIFESP - 2018) Talvez o aspecto mais evidente da novidade retrica e formal na composio dessa obra seja justamente a metalinguagem ou a autorreflexividade da narrativa, quer dizer, o narrador explica constantemente para o leitor o andamento e o modo pelo qual vai contando suas histrias. Essa autorreflexividade tem um importante efeito de quebra da iluso realista, pois lembra sempre o leitor de que ele est lendo um livro e que este, embora narre a respeito da vida de personagens, apenas um livro, ou seja, um artifcio, um artefato inventado. Pode-se dizer tambm que a reflexo do narrador, alm de revelar a potica que preside a composio de sua narrativa, revela tambm a exigncia dessa potica de contar com um novo tipo de leitor: o narrador como que pretende um leitor participante, ativo e no passivo. (Valentim Facioli. Um defunto estrambtico, 2008. Adaptado.) Tal comentrio aplica-se obra

Questão
2018Química

(UNIFESP 2018) O grfico apresenta a curva da decomposio trmica dooxalato de magnsio, MgC2O4. Nessa reao os produtos dadecomposio so CO, CO2e MgO (massa molar 40 g/mol).Neste grfico so apresentados os valores da massa da amostraem funo da temperatura. Se a diferena entre as massas X e Y no grfico for 576 mg,o valor de Y e a porcentagem de perda da massa da reaode decomposio trmica do oxalato de magnsio so, respectivamente,

Questão
2018Português

(UNIFESP/2018) Para responder à(s) questão(ões), leia o trecho do livro Abolição, da historiadora brasileira Emília Viotti da Costa. Durante três séculos (do século XVI ao XVIII) a escravidão foi praticada e aceita sem que as classes dominantes questionassem a legitimidade do cativeiro. Muitos chegavam a justificar a escravidão, argumentando que graças a ela os negros eram retirados da ignorância em que viviam e convertidos ao cristianismo. A conversão libertava os negros do pecado e lhes abria a porta da salvação eterna. Dessa forma, a escravidão podia até ser considerada um benefício para o negro! Para nós, esses argumentos podem parecer cínicos, mas, naquela época, tinham poder de persuasão. A ordem social era considerada expressão dos desígnios da Providência Divina e, portanto, não era questionada. Acreditava-se que era a vontade de Deus que alguns nascessem nobres, outros, vilões, uns, ricos, outros, pobres, uns, livres, outros, escravos. De acordo com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social. Assim, justificada pela religião e sancionada pela Igreja e pelo Estado representantes de Deus na Terra , a escravidão não era questionada. A Igreja limitava-se a recomendar paciência aos escravos e benevolência aos senhores. Não é difícil imaginar os efeitos dessas ideias. Elas permitiam às classes dominantes escravizar os negros sem problemas de consciência. Os poucos indivíduos que no Período Colonial, fugindo à regra, questionaram o tráfico de escravos e lançaram dúvidas sobre a legitimidade da escravidão, foram expulsos da Colônia e o tráfico de escravos continuou sem impedimentos. Apenas os próprios escravos questionavam a legitimidade da instituição, manifestando seu protesto por meio de fugas e insurreições. Encontravam, no entanto, pouca simpatia por parte dos homens livres e enfrentavam violenta repressão. (A abolição, 2010.) De acordo com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social. (1 parágrafo) O trecho destacado exerce a função sintática de

Questão
2018Português

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões), leia o trecho do livro Abolição, da historiadora brasileira Emília Viotti da Costa. Durante três séculos (do século XVI ao XVIII) a escravidão foi praticada e aceita sem que as classes dominantes questionassem a legitimidade do cativeiro. Muitos chegavam a justificar a escravidão, argumentando que graças a ela os negros eram retirados da ignorância em que viviam e convertidos ao cristianismo. A conversão libertava os negros do pecado e lhes abria a porta da salvação eterna. Dessa forma, a escravidão podia até ser considerada um benefício para o negro! Para nós, esses argumentos podem parecer cínicos, mas, naquela época, tinham poder de persuasão. A ordem social era considerada expressão dos desígnios da Providência Divina e, portanto, não era questionada. Acreditava-se que era a vontade de Deus que alguns nascessem nobres, outros, vilões, uns, ricos, outros, pobres, uns, livres, outros, escravos. De acordo com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social. Assim, justificada pela religião e sancionada pela Igreja e pelo Estado representantes de Deus na Terra , a escravidão não era questionada. A Igreja limitava-se a recomendar paciência aos escravos e benevolência aos senhores. Não é difícil imaginar os efeitos dessas ideias. Elas permitiam às classes dominantes escravizar os negros sem problemas de consciência. Os poucos indivíduos que no Período Colonial, fugindo à regra, questionaram o tráfico de escravos e lançaram dúvidas sobre a legitimidade da escravidão, foram expulsos da Colônia e o tráfico de escravos continuou sem impedimentos. Apenas os próprios escravos questionavam a legitimidade da instituição, manifestando seu protesto por meio de fugas e insurreições. Encontravam, no entanto, pouca simpatia por parte dos homens livres e enfrentavam violenta repressão. (A abolição, 2010.) Acreditava-se que era a vontade de Deus que alguns nascessem nobres, outros, vilões, uns, ricos, outros, pobres, uns, livres, outros, escravos. (1 parágrafo) No contexto em que se insere, o termo vilão deve ser entendido na seguinte acepção:

Questão
2018Português

Leia a crônica Premonitório, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), para responder à(s) questão(ões): Do fundo de Pernambuco, o pai mandou-lhe um telegrama: Não saia casa 3 outubro abraços. O rapaz releu, sob emoção grave. Ainda bem que o velho avisara: em cima da hora, mas avisara. Olhou a data: 28 de setembro. Puxa vida, telegrama com a nota de urgente, levar cinco dias de Garanhuns a Belo Horizonte! Só mesmo com uma revolução esse telégrafo endireita. E passado às sete da manhã, veja só; o pai nem tomara o mingau com broa, precipitara-se na agência para expedir a mensagem. Não havia tempo a perder. Marcara encontros para o dia seguinte, e precisava cancelar tudo, sem alarde, como se deve agir em tais ocasiões. Pegou o telefone, pediu linha, mas a voz de d. Anita não respondeu. Havia tempo que morava naquele hotel e jamais deixara de ouvir o pois não melodioso de d. Anita, durante o dia. A voz grossa, que resmungara qualquer coisa, não era de empregado da casa; insistira: como é?, e a ligação foi dificultosa, havia besouros na linha. Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as sílabas de arma virumque cano1, disse que achava pouco cem mil unidades, em tal emergência, e arrematou: Dia 4 nós conversamos. Vestiu-se, desceu. Na portaria, um sujeito de panamá bege, chapéu de aba larga e sapato de duas cores levantou-se e seguiu-o. Tomou um carro, o outro fez o mesmo. Desceu na praça da Liberdade e pôs-se a contemplar um ponto qualquer. Tirou do bolso um caderninho e anotou qualquer coisa. Aí, já havia dois sujeitos de panamá, aba larga e sapato bicolor, confabulando a pequena distância. Foi saindo de mansinho, mas os dois lhe seguiram na cola. Estava calmo, com o telegrama do pai dobrado na carteira, placidez satisfeita na alma. O pai avisara a tempo, tudo correria bem. Ia tomar a calçada quando a baioneta em riste advertiu: Passe de largo; a Delegacia Fiscal estava cercada de praças, havia armas cruzadas nos cantos. Nos Correios, a mesma coisa, também na Telefônica. Bondes passavam escoltados. Caminhões conduziam tropa, jipes chispavam. As manchetes dos jornais eram sombrias; pouca gente na rua. Céu escuro, abafado, chuva próxima. Pensando bem, o melhor era recolher-se ao hotel; não havia nada a fazer. Trancou-se no quarto, procurou ler, de vez em quando o telefone chamava: Desculpe, é engano, ou ficava mudo, sem desligar. Dizendo-se incomodado, jantou no quarto, e estranhou a camareira, que olhava para os móveis como se fossem bichos. Deliberou deitar-se, embora a noite apenas começasse. Releu o telegrama, apagou a luz. Acordou assustado, com golpes na porta. Cinco da manhã. Alguém o convidava a ir à Delegacia de Ordem Política e Social. Deve ser engano. Não é não, o chefe está à espera. Tão cedinho? Precisa ser hoje mesmo? Amanhã eu vou. É hoje e é já. Impossível. Pegaram-lhe dos braços e levaram-no sem polêmica. A cidade era uma praça de guerra, toda a polícia a postos. O senhor vai dizer a verdade bonitinho e logo disse-lhe o chefe. Que sabe a respeito do troço? Não se faça de bobo, o troço que vai estourar hoje. Vai estourar? Não sabia? E aquela ponte que o senhor ia dinamitar mas era difícil? Doutor, eu falei a meu dentista, é um trabalho de prótese que anda abalado. Quer ver? Eu tiro. Não, mas e aquela frase em código muito vagabundo, com palavras que todo mundo manja logo, como arma e cano? Sou professor de latim, e corrigi a epígrafe de um trabalho. Latim, hem? E a conversa sobre os cem mil homens que davam para vencer? São unidades de penicilina que um colega tomou para uma infecção no ouvido. E os cálculos que o senhor fazia diante do palácio? Emudeceu. Diga, vamos! Desculpe, eram uns versinhos, estão aqui no bolso. O senhor é esperto, mas saia desta. Vê este telegrama? É cópia do que o senhor recebeu de Pernambuco. Ainda tem coragem de negar que está alheio ao golpe? Ah, então é por isso que o telegrama custou tanto a chegar? Mais custou ao país, gritou o chefe. Sabe que por causa dele as Forças Armadas ficaram de prontidão, e que isso custa cinco mil contos? Diga depressa. Mas, doutor Foi levado para outra sala, onde ficou horas. O que aconteceu, Deus sabe. Afinal, exausto, confessou: O senhor entende conversa de pai pra filho? Papai costuma ter sonhos premonitórios, e toda a família acredita neles. Sonhou que me aconteceria uma coisa no dia 3, se eu saísse de casa, e telegrafou prevenindo. Juro! Dia 4, sem golpe nenhum, foi mandado em paz. O sonho se confirmara: realmente, não devia ter saído de casa. (70 historinhas, 2016.) 1 arma virumque cano: canto as armas e o varão (palavras iniciais da epopeia Eneida, do escritor Vergílio, referentes ao herói Eneias). Deliberou deitar-se, embora a noite apenas começasse. (4 parágrafo) Em relação à oração anterior, a oração destacada exprime ideia de

Questão
2018Português

(UNIFESP/2018) Leia a crônica Premonitório, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), para responder à(s) questão(ões): Do fundo de Pernambuco, o pai mandou-lhe um telegrama: Não saia casa 3 outubro abraços. O rapaz releu, sob emoção grave. Ainda bem que o velho avisara: em cima da hora, mas avisara. Olhou a data: 28 de setembro. Puxa vida, telegrama com a nota de urgente, levar cinco dias de Garanhuns a Belo Horizonte! Só mesmo com uma revolução esse telégrafo endireita. E passado às sete da manhã, veja só; o pai nem tomara o mingau com broa, precipitara-se na agência para expedir a mensagem. Não havia tempo a perder. Marcara encontros para o dia seguinte, e precisava cancelar tudo, sem alarde, como se deve agir em tais ocasiões. Pegou o telefone, pediu linha, mas a voz de d. Anita não respondeu. Havia tempo que morava naquele hotel e jamais deixara de ouvir o pois não melodioso de d. Anita, durante o dia. A voz grossa, que resmungara qualquer coisa, não era de empregado da casa; insistira: como é?, e a ligação foi dificultosa, havia besouros na linha. Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as sílabas de arma virumque cano1, disse que achava pouco cem mil unidades, em tal emergência, e arrematou: Dia 4 nós conversamos. Vestiu-se, desceu. Na portaria, um sujeito de panamá bege, chapéu de aba larga e sapato de duas cores levantou-se e seguiu-o. Tomou um carro, o outro fez o mesmo. Desceu na praça da Liberdade e pôs-se a contemplar um ponto qualquer. Tirou do bolso um caderninho e anotou qualquer coisa. Aí, já havia dois sujeitos de panamá, aba larga e sapato bicolor, confabulando a pequena distância. Foi saindo de mansinho, mas os dois lhe seguiram na cola. Estava calmo, com o telegrama do pai dobrado na carteira, placidez satisfeita na alma. O pai avisara a tempo, tudo correria bem. Ia tomar a calçada quando a baioneta em riste advertiu: Passe de largo; a Delegacia Fiscal estava cercada de praças, havia armas cruzadas nos cantos. Nos Correios, a mesma coisa, também na Telefônica. Bondes passavam escoltados. Caminhões conduziam tropa, jipes chispavam. As manchetes dos jornais eram sombrias; pouca gente na rua. Céu escuro, abafado, chuva próxima. Pensando bem, o melhor era recolher-se ao hotel; não havia nada a fazer. Trancou-se no quarto, procurou ler, de vez em quando o telefone chamava: Desculpe, é engano, ou ficava mudo, sem desligar. Dizendo-se incomodado, jantou no quarto, e estranhou a camareira, que olhava para os móveis como se fossem bichos. Deliberou deitar-se, embora a noite apenas começasse. Releu o telegrama, apagou a luz. Acordou assustado, com golpes na porta. Cinco da manhã. Alguém o convidava a ir à Delegacia de Ordem Política e Social. Deve ser engano. Não é não, o chefe está à espera. Tão cedinho? Precisa ser hoje mesmo? Amanhã eu vou. É hoje e é já. Impossível. Pegaram-lhe dos braços e levaram-no sem polêmica. A cidade era uma praça de guerra, toda a polícia a postos. O senhor vai dizer a verdade bonitinho e logo disse-lhe o chefe. Que sabe a respeito do troço? Não se faça de bobo, o troço que vai estourar hoje. Vai estourar? Não sabia? E aquela ponte que o senhor ia dinamitar mas era difícil? Doutor, eu falei a meu dentista, é um trabalho de prótese que anda abalado. Quer ver? Eu tiro. Não, mas e aquela frase em código muito vagabundo, com palavras que todo mundo manja logo, como arma e cano? Sou professor de latim, e corrigi a epígrafe de um trabalho. Latim, hem? E a conversa sobre os cem mil homens que davam para vencer? São unidades de penicilina que um colega tomou para uma infecção no ouvido. E os cálculos que o senhor fazia diante do palácio? Emudeceu. Diga, vamos! Desculpe, eram uns versinhos, estão aqui no bolso. O senhor é esperto, mas saia desta. Vê este telegrama? É cópia do que o senhor recebeu de Pernambuco. Ainda tem coragem de negar que está alheio ao golpe? Ah, então é por isso que o telegrama custou tanto a chegar? Mais custou ao país, gritou o chefe. Sabe que por causa dele as Forças Armadas ficaram de prontidão, e que isso custa cinco mil contos? Diga depressa. Mas, doutor Foi levado para outra sala, onde ficou horas. O que aconteceu, Deus sabe. Afinal, exausto, confessou: O senhor entende conversa de pai pra filho? Papai costuma ter sonhos premonitórios, e toda a família acredita neles. Sonhou que me aconteceria uma coisa no dia 3, se eu saísse de casa, e telegrafou prevenindo. Juro! Dia 4, sem golpe nenhum, foi mandado em paz. O sonho se confirmara: realmente, não devia ter saído de casa. (70 historinhas, 2016.) 1arma virumque cano: canto as armas e o varão (palavras iniciais da epopeia Eneida, do escritor Vergílio, referentes ao herói Eneias). Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as sílabas de arma virumque cano (3 parágrafo) Os termos em destaque constituem, respectivamente,

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