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Questões de Português - UNIOESTE | Gabarito e resoluções

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Questão
2017Português

(UNIOESTE/2017) PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata. Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução). Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo. Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão de cor em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava de cor no lugar de negro o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. POLITICAMENTE CORRETO Nos Estados Unidos da América, a palavra nigger é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos afro-american e afrodescendant, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo afrodescendente aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes. Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação. As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de portadores de necessidades especiais. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo portador. Vejamos por quê. Uma consulta ao verbete portador do dicionário Houaiss traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência]. 1. infectologia que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária]. Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença. O termo especial, usado não só na locução necessidades especiais como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo excepcional, relativo à ideia de exceção, que aparece definido no Houaiss, entre outras acepções, assim: 1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.] Especial, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, especial carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de necessidades específicas talvez fosse mais adequado. Específico, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um filho especial (não se diria específico nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto. Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. MALACABADO Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas. Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro. Desde o título, Malacabado, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer malacabado, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir. Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu Malacabado na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509). (por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016). Leia o recorte do texto abaixo. As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de portadores de necessidades especiais. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo portador. Marque a alternativa CORRETA.

Questão
2017Português

(Unioeste 2017) Em Terras do sem fim, quem é a personagem que, caracterizada peloengrandecimento, aparece no romance através de histórias marcadas pela superstição, violência e desonestidade: venda da alma ao diabo, tocaia interesseira e mortes bárbaras: cortara-lhe as orelhas, a língua, o nariz e os ovos?

Questão
2017Português

(Unioeste 2017) De ficção e realidade: diálogo possível Literatura é fuga do real, cara! Veja o Brasil que temos: propina, tráfico de influência, delações, politicalha, trapaças... Quem disse que a Literatura não tem os pés fincados na realidade? Para o momento brasileiro, valem os versos: Começa o mundo enfim pela ignorância,/ e tem qualquer dos bens por natureza. Que bens? A rifa das licitações? O propinoduto? É isso mesmo, cara! Diferente do fantasma romântico, parece que o dinheiro virou uma febre que nunca descansa,/ O delírio que te há de matar!.... O que nós temos é uma safra de corruptos e corrompidos. Verdade! Sujeito assim safado mereceria ser das gentes o espectro execrado. O tal Ouro branco! Ouro preto! Ouro podre corrompeu muito político. De cada ribeirão trepidante e de cada recosto/ de montanha, o metal rolou na cascalhada/ Para o fausto dEl-Rei. Que vergonha! É! Mas, certamente, esse não é o Ouro nativo que na ganga impura/ A bruta mina entre os cascalhos vela.... Sei lá! O que mais nos reserva a Lava-Jato? Veja só, cara! Ouvindo os noticiários, tenho a impressão que o assalto do vampiro tem mais equidade: Cê vem com a gente. É uma loja. Nós roubamos e dividimos o dinheiro. Em partes iguais. Então, ainda há o que cantar neste país? Claro! Vai o legado das Olimpíadas e das Paralimpíadas: Entre o laboratório de erros/ e o labirinto de surpresas,/ canta o conhecimento do limite,/ a madura experiência a brotar da rota esperança. Assinale a alternativa INCORRETA, considerando os poemas originais de onde os versos foram extraídos.

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