Questão2009Filosofia
(VUNESP 2009)
Por que os nossos sentidos nos enganam s vezes, quis supor que no havia coisa alguma que fosse tal como eles nos fazem imaginar. E, porque h homens que se equivocam ao raciocinar, mesmo no tocante s mais simples matrias de geometria, e cometem a paralogismos, rejeitei como falsas, julgando que estava sujeito a falhar como qualquer outro, todas as razes que eu tomara at ento por demonstraes. E enfim, considerando todos os mesmos pensamentos que temos quando despertos nos podem tambm ocorrer quando dormimos, sem que haja nenhum, nesse caso, que seja verdadeiro, resolvi fazer de conta que todas as coisas que at ento haviam entrado no meu esprito no eram mais verdadeiras que as iluses de meus sonhos. Mas, logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era to firme e to certa que todas as mais extravagantes suposies dos cticos no seriam capaz de a abalar, julguei que podia aceit-la, sem escrpulo, como o primeiro princpio de Filosofia que procurava.
Discurso do Mtodo, abril, 1979
Penso, logo existo significa que