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FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS 2015FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS PortuguêsTurma ENEM Kuadro

(Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba - 2015/2)

O remédio está na fé

 

Você está no consultório do cardiologista. Ele já perguntou sobre o seu estilo de vida e antecedentes de infarto na família, mediu a pressão, auscultou o peito, deu uma olhada no resultado dos exames. Parece que a investigação acabou e ele fará, enfim, as recomendações. Mas uma última questão vem à tona: “Você se considera espiritualizado ou religioso?” De acordo com a resposta, o médico vai investir alguns minutos para entender o papel da fé na sua vida. 

Essa anamnese espiritual, por assim dizer, ganha cada vez mais espaço na prática clínica, não importa a especialidade. Também vem sendo incorporada a prontos-socorros, salas de cirurgia, UTIs... E há uma justificativa bastante pragmática para isso: já não faltam estudos demonstrando que a crença em algo transcendente – Deus ou um poder superior – interfere de forma positiva na capacidade de o corpo humano enfrentar doenças (ou até escapar delas). 

“A medicina e a espiritualidade foram separadas no século passado, mas, nos últimos anos, a própria ciência está tratando de reuni-las”, contextualiza o psicólogo Esdras Vasconcellos, professor da Universidade de São Paulo. Há evidências de que pessoas espiritualizadas são mais longevas, têm menos distúrbios psicológicos, sofrem menos infecções e... estão menos sujeitas a ataques cardíacos. Motivo suficiente para a Sociedade Brasileira de Cardiologia criar seu Grupo de Estudo em Espiritualidade e Medicina Cardiovascular (Gemca). “Já não temos dúvidas de que a fé contribui para a saúde. Queremos entender melhor agora até onde vão seus efeitos e de que forma ela os propicia”, diz o cardiologista Mário Borba, diretor científico do projeto. 

Ser espiritualizado não significa necessariamente seguir uma religião. É, antes de mais nada, acreditar em alguma coisa intangível e que pode até estar dentro de você – como a esperança de que, fazendo o bem, a gente é naturalmente recompensado. 

Nessa perspectiva, uma novíssima revisão de trabalhos científicos joga luz sobre o impacto de ter uma crença ou adotar hábitos religiosos sobre o sistema cardiovascular. Com base em mais de 3.200 estudos, o cardiologista Fernando Lucchese, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, e o professor de psiquiatria e ciências comportamentais Harold Koenig, da Universidade Duke, nos Estados Unidos, analisaram o assunto sob a ótica dos fatores de risco e de mecanismos fisiológicos envolvidos no infarto. 

 “Há uma relação direta entre espiritualidade e melhores índices de atividade física, alimentação equilibrada, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas”, conta Lucchese. Uma vida espiritualizada parece servir como um propulsor de bons hábitos. Segundo o artigo, pessoas religiosas ou que procuram autoconhecimento e força em algo maior estão menos expostas a praticamente todas as condições que ameaçam o peito, como colesterol alto, hipertensão e sedentarismo. “Os indivíduos que buscam o transcendente também estão mais protegidos diante do estresse e da depressão, importantes fatores de risco cardíaco”, reforça o cardiologista Ney Carter do Carmo Borges, da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. 

Da lista negra contemplada pela revisão, só houve uma exceção: a obesidade. Mas por que diabos pessoas de fé tendem a engordar? “Diversas religiões estimulam o convívio social em torno de banquetes calóricos e veem a gula de modo mais condescendente”, especula Koenig, considerado um dos papas em matéria de medicina e espiritualidade. Ora, a fé é uma das peças que compõem uma rotina saudável – mas não adianta rezar toda noite e viver entregue ao sofá e à comilança. Esses são pecados que o coração não perdoa. 

(SPONCHIATO, Diogo: MANARINI, Thaís: RUPRECHT,Theo. O remédio está na fé. Saúde é vital. Ed. Abril.Nº371.Dez. 2013)

Leia os trechos abaixo: 

 

“Também vem sendo incorporada a prontos-socorros [...]” 

“[...] como colesterol alto, hipertensão e sedentarismo.” 

 

As palavras destacadas obedecem, respectivamente, aos seguintes processos de formação de palavras: 

 

A

justaposição, prefixação, sufixação

B

justaposição, sufixação, sufixação

C

justaposição, justaposição, sufixação

D

aglutinação, prefixação, sufixação 

E

aglutinação, justaposição, sufixação