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Questões de Português - UECE 2016 | Gabarito e resoluções

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Questão
2016Português

(UECE - 2016) Pessoas habitadas 1Estava conversando com uma amiga, dia desses. Ela comentava sobre uma terceira pessoa, que eu no conhecia. Descreveu-a como sendo 2boa gente, esforada, timo carter. 3S tem um probleminha: 4no habitada. Rimos. Uma expresso coloquial na Frana habit mas nunca tinha escutado por estas paragens e com este sentido. Lembrei-me de uma outra amiga que, de forma parecida, tambm costuma dizer 5aquela ali tem gente em casa quando se refere a 6pessoas que fazem diferena. 7Uma pessoa pode ser altamente confivel, gentil, carinhosa, simptica, mas, se no habitada, rapidinho coloca os outros pra dormir. Uma pessoa habitada uma pessoa possuda, no necessariamente pelo demo, ainda que satans esteja longe de ser m referncia. Clarice Lispector certa vez escreveu uma carta a Fernando Sabino dizendo que faltava demnio em Berna, onde morava na ocasio. 8A Sua, de fato, um pas de contos de fada onde tudo funciona, onde todos so belos, onde a vida parece uma pintura, um rtulo de chocolate. Mas 9falta uma ebulio que a salve do marasmo. Retornando ao assunto: pessoas habitadas 10so aquelas possudas por si mesmas, em diversas verses. Os habitados esto preenchidos de indagaes, angstias, incertezas, mas no so menos felizes 11por causa disso. No transformam suas inadequaes em doena, mas em fora e curiosidade. No recuam diante de encruzilhadas, no se amedrontam com transgresses, no adotam as opinies dos outros para facilitar o dilogo. So pessoas que surpreendem com um gesto ou uma fala fora do script, sem 12nenhuma disposio para serem bonecos de ventrloquos. Ao contrrio, encantam pela verdade pessoal que defendem. 13Alm disso, mantm com a solido uma relao mais do que cordial. 14Ento so as criaturas mais incrveis do universo? No necessariamente. Entre os habitados h de tudo, gente fenomenal e tambm assassinos, pervertidos e demais malucos que no merecem abrandamento de pena pelo fato de serem, em certos aspectos, bastante interessantes. Interessam, mas assustam. Interessam, mas causam dano. 15Eu no gostaria de repartir a mesa de um restaurante com Hannibal Lecter, The Cannibal, 16ainda que eu no tenha dvida de que o personagem imortalizado por Anthony Hopkins renderia um papo mais estimulante do que uma conversa com, 17sei l, Britney Spears, que 18s tem gente em casa porque est grvida. Que tenhamos a sorte de esbarrar com seres habitados e ao mesmo tempo inofensivos, cujo nico mal que possam fazer seja nos fascinar e nos manter acordados uma madrugada inteira. Ou a vida inteira, o que melhor ainda. MEDEIROS, Martha. In: Org. e Int. SANTOS, Joaquim Ferreira dos.As Cem Melhores Crnicas Brasileiras. Objetiva, 324-325. Considere o excerto Estava conversando com uma amiga, dia desses (referncia 1), e o que se diz sobre ele. I.Tem-se uma locuo verbal de gerndio estava conversando , em que estava o verbo auxiliar e conversando o verbo principal. II. O verbo auxiliar, no presente exemplo, empresta um matiz semntico novo ao verbo principal. III. Do ponto de vista aspectual, estava conversando no o mesmo que conversava. Em estava conversando, a ideia de ao verbal em curso mais forte do que em conversava. Essa constatao importante principalmente na leitura de um texto literrio, que pode ter em cada elemento uma carga expressiva a mais. Est correto o que se diz em

Questão
2016Português

João Gilberto Noll nasceu em Porto Alegre, no ano de 1946. Além de contista e romancista, fez incursões pela literatura infantil. Ganhou cinco prêmios Jaboti. João Gilberto Noll faz uma literatura caracterizada pela dissolução. Seus romances são concisos e apresentam enredos episódicos sustentados pela causalidade. Essa técnica difere da técnica narrativa que estabelece o elo entre o real e o ficcional. Os personagens de Noll são seres não localizados e alijados da experiência; muito embora lançados numa sucessão frenética de acontecimentos e passando por um sem número de lugares, o que vivem não se converte em saber, em consciência de ser e de estar no mundo.   Duelo antes da noite   1No caminho a menina pegou uma pedra e atirou-a longe, o mais que pôde. 2O menino puxava a sua mão e reclamava da vagareza da menina. 3Deviam chegar até a baixa noite a Encantado, e o menino sabia que ele era responsável pela menina e deveria manter uma disciplina. Que garota chata, ele pensou. Se eu fosse Deus, não teria criado as garotas, seria tudo homem igual a Deus. 4A menina sentia-se puxada, reclamada, e por isso emitia uns sons de ódio: graças a Deus que eu não preciso dormir no mesmo quarto que você, graças a Deus que eu não vou morar nunca mais com você. Vamos e não resmunga, exclamou o menino. 5E o sol já não estava sumindo? Isso nenhum dos dois perguntava porque estavam absortos na raiva de cada um. A estrada era de terra e por ela poucos passavam. Nem o menino nem a menina notavam que o sol começava a se pôr e que os verdes dos matos se enchiam cada vez mais de sombras. Quando chegassem a Encantado o menino poria ela no Opala do prefeito e ela nunca mais apareceria. Ele não gosta de mim, pensou a menina cheia de gana. Ele deve estar pensando: o mundo deveria ser feito só de homens, as meninas são umas chatas. 6O menino cuspiu na areia seca. A menina pisou sobre a saliva dele e fez assim com o pé para apagar cuspe. 7Até que ficou evidente a noite. 8E o menino disse a gente não vai parar até chegar em Encantado, 9agora eu proíbo que você olhe pros lados, que se atrase. 10A menina não queria chorar e prendia-se por dentro porque deixar arrebentar uma lágrima numa hora dessas é mostrar muita fraqueza, é mostrar-se muito menina. E na curva da estrada começaram a aparecer muitos caminhões apinhados de soldados e a menina não se conteve de curiosidade. 11Para onde vão esses soldados? – ela balbuciou. 12O menino respondeu ríspido. Agora é hora apenas de caminhar, de não fazer perguntas, caminha! A menina pensou eu vou parar, fingir que torci o pé, eu vou parar. E parou. O menino sacudiu-a pelos ombros até deixá-la numa vertigem escura. Depois que a sua visão voltou a adquirir o lugar de tudo, ela explodiu chamando-o de covarde. Os soldados continuavam a passar em caminhões paquidérmicos. E ela não chorava, apenas um único soluço seco. 13O menino gritou então que ela era uma chata, que ele a deixaria sozinha na estrada que estava de saco cheio de cuidar de um traste igual a ela, que se ela não soubesse o que significa traste, que pode ter certeza que é um negócio muito ruim. A menina fez uma careta e tremeu de fúria. Você é o culpado de tudo isso, a menina gritou. Você é o único culpado de tudo isso. Os soldados continuavam a passar. Começou a cair o frio e a menina tiritou balançando os cabelos molhados, mas o menino dizia se você parar eu te deixo na beira da estrada, no meio do caminho, você não é nada minha, não é minha irmã, não é minha vizinha, não é nada. E Encantado era ainda a alguns lerdos quilômetros. A menina sentiu que seria bom se o encantado chegasse logo para se ver livre do menino. Entraria no Opala e não olharia uma única vez pra trás para se despedir daquele chato. Encantado apareceu e tudo foi como o combinado. Doze e meia da noite e o Opala esperava a menina parado na frente da igreja. Os dois se aproximaram do Opala tão devagarinho que nem pareciam crianças. O motorista bigodudo abriu a porta traseira e falou: pode entrar, senhorita. Senhorita... o menino repetia para ele mesmo. A menina se sentou no banco traseiro. Quando o carro começou a andar, ela falou bem baixinho: eu acho que vou virar a cabeça e olhar pra ele com uma cara de nojo, vou sim, vou olhar. E olhou. Mas o menino sorria. E a menina não resistiu e sorriu também. E os dois sentiram o mesmo nó no peito.   NOLL, João Gilberto. In: Romances e contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 690-692. (Texto adaptado).     Segundo Massaud Moisés, o conto é, do ponto de vista dramático, univalente: contém um só drama, uma só história, um só conflito (oposição, luta entre duas forças ou personagens), uma só ação. As outras características (limitação do espaço e do tempo; quantidade reduzida de personagens; unidade de tom ou de emoção provocada no leitor, concisão de linguagem) decorrem da unidade dramática.   Com base nessas informações, resolva a(s) questão(ões) a seguir.    (Uece 2016) Como sabemos pela lição de Massaud Moisés, o conto deve desenvolver um único conflito, entendendo-se por conflito a oposição ou a luta entre duas forças e/ou personagens.   Sobre “Duelo antes da noite”, é correto dizer que o conflito se dá entre  

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2016Português

(Uece 2016) Reflita sobre o primeiro enunciado do texto: No caminho a menina pegou uma pedra e atirou-a longe, o mais que pôde (ref. 1). Atente ao que se diz sobre as possibilidades de leitura desse excerto autorizadas pelo texto. (Não esqueça que o trecho, por ser extraído de uma obra literária, pode abrir-se para mais de uma leitura.) I. Nível concreto de leitura: Uma criança (no caso, uma menina) apanhou um cascalho provavelmente da estrada e esforçou-se para atirá-lo o mais longe possível. II. Nível abstrato de leitura (i): O ato de atirar a pedra o mais longe possível metaforiza o desejo da menina de estar longe do menino ou reagir às suas atitudes contra ela. III. Nível abstrato de leitura (ii): A pedra jogada pela menina representa o cansaço de muito andar por uma estrada difícil sem nunca chegar ao destino almejado. Está correto o que se diz apenas em

Questão
2016Português

(Uece 2016) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Pessoas habitadas 1Estava conversando com uma amiga, dia desses. Ela comentava sobre uma terceira pessoa, que eu não conhecia. Descreveu-a como sendo 2boa gente, esforçada, ótimo caráter. 3Só tem um probleminha: 4não é habitada. Rimos. Uma expressão coloquial na França habité mas nunca tinha escutado por estas paragens e com este sentido. Lembrei-me de uma outra amiga que, de forma parecida, também costuma dizer 5aquela ali tem gente em casa quando se refere a 6pessoas que fazem diferença. 7Uma pessoa pode ser altamente confiável, gentil, carinhosa, simpática, mas, se não é habitada, rapidinho coloca os outros pra dormir. Uma pessoa habitada é uma pessoa possuída, não necessariamente pelo demo, ainda que satanás esteja longe de ser má referência. Clarice Lispector certa vez escreveu uma carta a Fernando Sabino dizendo que faltava demônio em Berna, onde morava na ocasião. 8A Suíça, de fato, é um país de contos de fada onde tudo funciona, onde todos são belos, onde a vida parece uma pintura, um rótulo de chocolate. Mas 9falta uma ebulição que a salve do marasmo. Retornando ao assunto: pessoas habitadas 10são aquelas possuídas por si mesmas, em diversas versões. Os habitados estão preenchidos de indagações, angústias, incertezas, mas não são menos felizes 11por causa disso. Não transformam suas inadequações em doença, mas em força e curiosidade. Não recuam diante de encruzilhadas, não se amedrontam com transgressões, não adotam as opiniões dos outros para facilitar o diálogo. São pessoas que surpreendem com um gesto ou uma fala fora do script, sem 12nenhuma disposição para serem bonecos de ventríloquos. Ao contrário, encantam pela verdade pessoal que defendem. 13Além disso, mantêm com a solidão uma relação mais do que cordial. 14Então são as criaturas mais incríveis do universo? Não necessariamente. Entre os habitados há de tudo, gente fenomenal e também assassinos, pervertidos e demais malucos que não merecem abrandamento de pena pelo fato de serem, em certos aspectos, bastante interessantes. Interessam, mas assustam. Interessam, mas causam dano. 15Eu não gostaria de repartir a mesa de um restaurante com Hannibal Lecter, The Cannibal, 16ainda que eu não tenha dúvida de que o personagem imortalizado por Anthony Hopkins renderia um papo mais estimulante do que uma conversa com, 17sei lá, Britney Spears, que 18só tem gente em casa porque está grávida. Que tenhamos a sorte de esbarrar com seres habitados e ao mesmo tempo inofensivos, cujo único mal que possam fazer seja nos fascinar e nos manter acordados uma madrugada inteira. Ou a vida inteira, o que é melhor ainda. MEDEIROS, Martha. In: Org. e Int. SANTOS, Joaquim Ferreira dos. As Cem Melhores Crônicas Brasileiras. Objetiva, 324-325. O primeiro parágrafo corresponde ao primeiro andamento do texto, que pode ser chamado de apresentação do tema pessoas habitadas são pessoas que fazem diferença. Abaixo, há uma possibilidade de divisão do restante da crônica em andamentos, aos quais são acrescentadas nomeações. Assinale com V quando o que se diz sobre a divisão do texto e a nomeação de suas partes, ou andamentos, for verdadeiro e com F quando for falso. ( ) Segundo andamento (2 parágrafo: Uma pessoa pode ser altamente confiável, gentil, carinhosa, simpática, mas, se não é habitada, rapidinho coloca os outros pra dormir. Uma pessoa habitada é uma pessoa possuída, não necessariamente pelo demo, ainda que satanás esteja longe de ser má referência.) primeira tentativa de conceituação do tema: Uma pessoa habitada é uma pessoa possuída. ( ) Terceiro andamento (2 parágrafo: Clarice Lispector certa vez escreveu uma carta a Fernando Sabino dizendo que faltava demônio em Berna, onde morava na ocasião. A Suíça, de fato, é um país de contos de fada onde tudo funciona, onde todos são belos, onde a vida parece uma pintura, um rótulo de chocolate. Mas falta uma ebulição que a salve do marasmo.) A Suíça como exemplo de um país sem demônios. ( ) Quarto andamento (3 parágrafo) Nova tentativa de conceituação de uma pessoa habitada: Uma pessoa habitada é uma pessoa possuída por si mesma. ( ) Quinto andamento (4 parágrafo) explicitação do conceito de pessoas habitadas por meio de tipificação e exemplificação. ( ) Sexto andamento (5 parágrafo) Expressão da vontade ou desejo da enunciadora pelo uso de uma sequência verbal optativa. Está correta, de cima para abaixo, a sequência:

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2016Português

(UECE - 2016 / adaptada) Joo Gilberto Noll nasceu em Porto Alegre, no ano de 1946. Alm de contista e romancista, fez incurses pela literatura infantil. Ganhou cinco prmios Jaboti. Joo Gilberto Noll faz uma literatura caracterizada pela dissoluo. Seus romances so concisos e apresentam enredos episdicos sustentados pela causalidade. Essa tcnica difere da tcnica narrativa que estabelece o elo entre o real e o ficcional. Os personagens de Noll so seres no localizados e alijados da experincia; muito embora lanados numa sucesso frentica de acontecimentos e passando por um sem nmero de lugares, o que vivem no se converte em saber, em conscincia de ser e de estar no mundo. Texto Duelo antes da noite 1 No caminho a menina pegou uma pedra e 2 atirou-a longe, o mais que pde. O menino 3 puxava a sua mo e reclamava da vagareza da 4 menina. Deviam chegar at a baixa noite a 5 Encantado, e o menino sabia que ele era 6 responsvel pela menina e deveria manter uma 7 disciplina. Que garota chata, ele pensou. Se eu 8 fosse Deus, no teria criado as garotas, seria 9 tudo homem igual a Deus. A menina sentia-se 10 puxada, reclamada, e por isso emitia uns sons de 11 dio: graas a Deus que eu no preciso dormir 12 no mesmo quarto que voc, graas a Deus que 13 eu no vou morar nunca mais com voc. Vamos 14 e no resmunga, exclamou o menino. [...] (NOLL, Joo Gilberto. In: Romances e contos reunidos. So Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 690-692. Texto adaptado.) O enunciado A menina sentia-se puxada, reclamada, e por isso emitia uns sons de dio: graas a Deus que eu no preciso dormir no mesmo quarto que voc, graas a Deus que eu no vou morar nunca mais com voc (linhas 9-13) causa certo estranhamento ao leitor, isto , surpreende-o, por conter algo que no usual. Assinale a opo que aponta e justifica com correo e elementos textuais esse desvio da linguagem ordinria.

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