(Unicamp 2016) Pobre alimária O cavalo e a carroça Estavam atravancados no trilho E como o motorneiro se impacientasse Porque levava os advogados para os escritórios Desatravancaram o veículo E o animal disparou Mas o lesto carroceiro Trepou na boleia E castigou o fugitivo atrelado Com um grandioso chicote (Oswald de Andrade, Pau Brasil. São Paulo: Globo, 2003, p.159.) A imagem e o poema revelam a dinâmica do espaço na cidade de São Paulo na primeira metade do século XX. Qual alternativa abaixo formula corretamente essa dinâmica?
(UNICAMP - 2016 - 1 fase) Em sua verso benigna, a valorizao da malandragemcorresponde ao elogio da criatividade adaptativa e dapredominncia da especificidade das circunstncias e dasrelaes pessoais sobre a frieza reducionista egeneralizante da lei. Em sua verso maximalista e maligna,porm, a valorizao da malandragem equivale negaodos princpios elementares de justia, como a igualdadeperante a lei, e ao descrdito das instituiesdemocrticas. (Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretao do Brasil paracontextualizar a violncia, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens daviolncia. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.) Considerando as posies expressas no texto em relao valorizao da malandragem, correto afirmar que:
(UNICAMP - 2016 - 1 fase) Leia com ateno o texto abaixo. Nunca conheci quem tivesse sido to feliz como nasredes sociais (...) Eu tenho inveja de mim no Instagram. (...) Eu queria ser feliz como eu sou no Instagram. Eu queria ter certeza, como eu tenho no Facebook, sobre as minhas posies polticas. E no Twitter, bem, no Twitter eu no sou to feliz nem certa e por isso que de longe essa ganha como rede social de mi corazn. E quanto mais eu me sinto angustiada (quem nunca?), mais eu entro no Instagram e vejo a foto das pessoas superfelizes. E mais angustiada eu fico. Por mais que eu saiba que aquela felicidade de mentira. Outro dia uma editora de moda que faz muito sucesso no Instagram escreveu em uma legenda: at que estou bem depois de tomar um stillnox e um rivotril. (!!!!! Gente!) Mas ufa, ela assumiu. At ento, seus seguidores talvez pudessem achar que ela era uma super-herona que nunca tinha levado porrada (nem conhecido quem tivesse tomado). Ela viaja de um lado para o outro, acorda cedo, mas tem uma decorao linda na mesa, viaja de pas em pas. Trabalha loucamente. Mas ela sempre est disposta e apaixonada pelo que faz. Escuta! Quanta mentira! Nenhuma de ns est apaixonada o tempo todo pelo que faz. Eu, hoje, escrevi esse texto com muito esforo. Eu, hoje, estou achando que euescrevo mal e que perdi o jeito para a coisa. Quem nunca? Quem nunca muitas vezes? Quem estamos querendo enganar? A gente. Mas tem vezes, como agora, em que no d. Eu queria muito voltar no tempo quando as redes sociais no existiam s para lembrar como era... s vezes eu acho que, com todas as vantagens da vida em rede..., talvez a gente se sentisse melhor. Srio. Estou farto de semideuses. Onde que h gente nesse mundo?, grita o Fernando Pessoa l do tmulo. (Adaptado de Nina Lemos, disponvel em http://revistatpm.uol.com.br/blogs/berlimmandaavisar/2015/07/13/nunca-conheci-quem-tivesse-sido-tao-feliz-como-nas-redes-sociais.html.) Considerando os recursos lingusticos e discursivospresentes na configurao do texto, correto afirmar que:
(UNICAMP - 2016 - 1 fase) possvel fazer educao de qualidade sem escola possvel fazer educao embaixo de um p de manga? No s , como j acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guin-Bissau e Moambique. Decepcionado com o processo de ensinagem, o antroplogo Tio Rocha pediu demisso do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento). Curvelo, no Serto mineiro, foi o laboratrio da escola que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianas e familiares na pedagogia da roda. A roda um lugar da ao e da reflexo, do ouvir e do aprender com o outro. Todos so educadores, porque esto preocupados com a aprendizagem. uma construo coletiva, explica. O educador diz que a roda constri consensos. Porque todo processo eletivo um processo de excluso, e tudo que exclui no educativo. Uma escola que seleciona no educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, s que cada um no seu ritmo, no podemos uniformizar. Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionrio de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abrao, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabo e at oficinas de cafun. Esta ltima foi provocada depois que um garoto perguntou: Tio, como fao para conquistar uma moleca? Foi a deixa para ele colocar questes de sexualidade na roda. Para resolver a falncia da educao, Tio inventou uma UTI educacional, em que mes cuidadoras fazem biscoito escrevido e folia do livro biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetizao. E ainda colocou em uso termos como empodimento, aps vrias vezes ser questionado pelas comunidades: Pode [fazer tal coisa], Tio? Seguida da resposta certeira: Pode, pode tudo. Aos 66 anos, Tio diz estar convicto de que a escola do futuro no existir e que ela ser substituda por espaos de aprendizagem com todas as erramentas possveis e necessrias para os estudantes aprenderem. Educao se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e h dcadas d sinais defalncia. No precisamos de sala, recisamos de gente. No precisamos de prdio, precisamos de espaos de aprendizado. No precisamos de livros, precisamos ter todos os nstrumentos possveis que levem o menino a aprender. Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que terceira idade para fruta: verde, madura e podre, Tio diz se entir privilegiado de viver o que j viveu e acreditar na utopia de no haver mais nenhuma criana analfabeta no Brasil. Isso no uma poltica e governo, nem de terceiro setor, uma questo tica, pontua. (Qsocial, 09/12/2014. Disponvel em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.) Em relao ao trecho E ainda colocou em uso termoscomo empodimento, aps vrias vezes ser questionadopelas comunidades: Pode [fazer tal coisa], Tio? Seguidada resposta certeira: Pode, pode tudo, correto afirmar:
(UNICAMP - 2016 - 1 fase) Cem anos depois Vamos passear na floresta Enquanto D. Pedro no vem. D. Pedro um rei filsofo, Que no faz mal a ningum. Vamos sair a cavalo, Pacficos, desarmados: A ordem acima de tudo. Como convm a um soldado. Vamos fazer a Repblica, Sem barulho, sem litgio, Sem nenhuma guilhotina, Sem qualquer barrete frgio. Vamos, com farda de gala, Proclamar os tempos novos, Mas cautelosos, furtivos, Para no acordar o povo. (Jos Paulo Paes, O melhor poeta da minha rua, em Fernando Paixo(sel. e org.), Para gostar de ler. So Paulo: tica, 2008, p.43.) O tom irnico do poema em relao histria do Brasil peem evidncia
(UNICAMP - 2016 - 1 fase) No conto Amor, de Clarice Lispector, a percepo dapersonagem Ana, em relao ao seu mundo, alterada deforma significativa pelo seguinte acontecimento:
(UNICAMP - 2016 - 1 fase) (...) pediu-me desculpa da alegria, dizendo que era alegria de pobre que no via, desde muitos anos, uma nota de cinco mil ris. Pois est em suas mos ver outras muitas, disse eu. Sim? acudiu ele, dando um bote pra mim. Trabalhando, conclu eu. Fez um gesto de desdm; calou-se alguns instantes, depois disse-me positivamente que no queria trabalhar. O trecho citado diz respeito ao encontro entre Brs Cubase Quincas Borba, no captulo 49, e, mais precisamente,apanha o momento em que Brs d uma esmola ao amigo. Considerando o conjunto do romance, correto afirmarque essa passagem
(UNICAMP -2016 - 1 fase) (...) plantai batatas, gerao de vapor e de p de pedra, *macadamizai estradas, fazei caminhos de ferro, constru passarolas de caro, para andar a qual mais depressa, estas horas contadas de uma vida toda material, mauda e grossa como tendes feito esta que Deus nos deu to diferente do que a que hoje vivemos. Andai, ganha-pes, andai: reduzi tudo a cifras, todas as consideraes deste mundo a equaes de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou a espcie humana? Que h mais umas poucas dzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas polticos, aos moralistas, se j calcularam o nmero de indivduos que foroso condenar misria, ao trabalho desproporcionado, desmoralizao, infmia, ignorncia crapulosa, desgraa invencvel, penria absoluta, para produzir um rico? *Macadamizar: pavimentar. (Almeida Garrett, Viagens na minha terra. So Paulo: Ateli Editorial, 2012, p.77.) Formou Deus o homem, e o ps num paraso de delcias; tornou a form-lo a sociedade, e o ps num inferno de tolices. (Almeida Garrett, Viagens na minha terra. So Paulo: Ateli Editorial, 2012, p.190.) Vrios discursos organizam a estrutura narrativa do romance Viagens na minha terra, de Almeida Garrett. Isso permite afirmar que a viso de mundo dessa narrativa
(UNICAMP - 2016 - 1 fase) Quanto ao conto Negrinha, de Monteiro Lobato, corretoafirmar que:
(UNICAMP - 2016 -1 fase) Morro da Babilnia noite, do morro descem vozes que criam o terror (terror urbano, cinquenta por cento de cinema, e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na lngua Geral). Quando houve revoluo, os soldados espalharam no morro, o quartel pegou fogo, eles no voltaram. Alguns, chumbados, morreram. O morro ficou mais encantado. Mas as vozes do morro no so propriamente lgubres. H mesmo um cavaquinho bem afinado que domina os rudos da pedra e da folhagem e desce at ns, modesto e recreativo, como uma gentileza do morro. (Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. So Paulo:Companhia das Letras, 2012, p.19.) No poema Morro da Babilnia, de Carlos Drummond deAndrade,
(UNICAMP - 2016 - 1 fase) Leia o seguinte trecho da obra Terra Sonmbula, de MiaCouto, extrado do Sexto caderno de Kindzu, subintituladoO regresso a Matimati. Lembrei meu pai, sua palavra sempre azeda: agora, somos um povo de mendigos, nem temos onde cair vivos. Era como se ainda escutasse: - Mas voc, meu filho, no se meta a mudar os destinos. Afinal, eu contrariava suas mandanas. Fossem os naparamas, fosse o filho de Farida: eu no estava a deixar o tempo quieto. Talvez, quem sabe, cumprisse o que sempre fora: sonhador de lembranas, inventor de verdades. Um sonmbulo passeando entre o fogo. Um sonmbulo como a terra em que nascera. Ou como aquelas fogueiras por entre as quais eu abria caminho no areal. (Mia Couto, Terra Sonmbula. So Paulo: Companhia de Bolso, 2015, p. 104.) Na passagem citada, a personagem Kindzu recorda osensinamentos de seu pai diante do estado desolador emque se encontrava sua terra, assolada pela guerra, ereflete sobre a coerncia de suas aes em relao a taisensinamentos. Levando em considerao o contexto danarrativa do romance de Mia Couto, correto afirmar que:
(UNICAMP - 2016) A concentração de na atmosfera em uma floresta varia ao longo de um dia e está intimamente associada com a fisiologia (fotossíntese e respiração) das espécies presentes. A concentração de na atmosfera também varia em função da disponibilidade de água no ambiente. Considerando o gráfico abaixo, é correto afirmar que
(UNICAMP - 2016 - 2 fase - REDAO) Texto 1 Voc um estudante universitrio que participar de um concurso de resenhas, promovido pelo Centro de Apoio ao Estudante (CAE), rgo que desenvolve atividades culturais em sua Faculdade. Esse concurso tem o objetivo de estimular a leitura de obras literrias e ampliar o horizonte cultural dos estudantes. A resenha ser lida por uma comisso julgadora que dever selecionar os dez melhores textos, a serem publicados. Voc escolheu resenhar a fbula de La Fontaine transcrita abaixo. Em seu texto, voc dever incluir: a) uma sntese da fbula, indicando os seus elementos constitutivos; b) a construo de uma situao social anloga aos fatos narrados, que envolva um problema coletivo; c) um fechamento, estabelecendo relaes com a temtica do texto original. Seu texto dever ser escrito em linguagem formal, dever indicar o ttulo da obra e ser assinado com um pseudnimo. A Deliberao Tomada pelos Ratos Rodilardo, gato voraz, aprontou entre os ratos tal matana, que deu cabo de sua paz, de tantos que matava e guardava na pana. Os poucos que sobraram no se aventuravam a sair dos buracos: mal se alimentavam. Para eles, Rodilardo era mais que um gato, era o prprio Sat, de fato. Um dia em que, pelos telhados, foi o galante namorar, aproveitando a trgua, os ratos, assustados, resolveram confabular e discutir um modo de solucionar esse grave problema. O decano, prudente, definiu a questo: simples alta de aviso, j que o ato chegava, solerte. Era urgente amarrar-lhe ao pescoo um guizo, concluiu o decano, rato de juzo. Acharam a ideia excelente, e aplaudiram seu autor. Restava, todavia, um pequeno detalhe a ser solucionado: quem prenderia o guizo e qual se atreveria? Um se esquivou, dizendo estar muito ocupado; Outro alegou que andava um tanto destreinado em dar laos e ns. E a bela ideia teve triste final. Muita assembleia, ao fim nada decide mesmo sendo de frades ou de venerveis abades... Deliberar, deliberar... conselheiros, existem vrios, mas quando para executar, onde esto os voluntrios? (Fbulas de La Fontaine. Traduo de Milton Amado e Eugnia Amado. Belo Horizonte: Itatiaia, 2003, p. 134-136) Glossrio Abade: superior de ordem religiosa que dirige uma abadia. Frade: indivduo pertencente a ordem religiosa cujos membros seguem uma regra de vida e vivem separados do mundo secular. Decano: o membro mais velho ou mais antigo de uma classe, assembleia, corporao, etc. Guizo: pequena esfera de metal com bolinhas em seu interior que, quando sacudida, produz um som tilintante. Solerte: engenhoso, esperto, sagaz, ardiloso, arguto, astucioso.
(UNICAMP - 2016 - 2 fase - REDAO) Texto 2 Voc est participando de um curso sobre o livro O sentimento de si: corpo, emoo e conscincia, de autoria do neurocientista Antnio Damsio. Uma das avaliaes do curso consiste na produo de um texto de divulgao cientfica a ser publicado em um blog do curso. O objetivo do seu texto ser o de divulgar as ideias do autor para um pblico mais amplo, especialmente para alunos do ensino mdio. Voc dever escrever o seu texto sobre o tema da induo das emoes, baseado no excerto abaixo, incluindo: a) uma explicao sobre indutores de emoo com exemplos do prprio texto; b) uma breve narrativa que exemplifique processos de induo de emoes; c) uma finalizao baseada no fechamento do texto original. Lembre-se de que o texto de divulgao cientfica dever ter um ttulo adequado aos contedos tratados.
(UNICAMP - 2016) De acordo com o cladograma a seguir, é correto afirmar que: