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Questões de Português - UNIFESP | Gabarito e resoluções

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Questão
2017Português

(Unifesp 2017) Nesta obra, o observador é atraído por uma ideia poética: a de um objeto que assume a substância do material em que se sente à vontade. (Marcel Paquet. René Magritte: o pensamento tornado visível, 2000. Adaptado.) Tal comentário aplica-se à seguinte obra do pintor belga René Magritte (1898-1967):

Questão
2017Português

(Unifesp 2017) Leia um trecho do Manifesto do Futurismo publicado por Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) no ano de 1909. Nós cantaremos as grandes multidões movimentadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela revolta; as marés multicoloridas e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; a vibração noturna dos arsenais e dos estaleiros sob suas luas elétricas; as estações glutonas comedoras de serpentes que fumam; as usinas suspensas nas nuvens pelos barbantes de suas fumaças; os navios aventureiros farejando o horizonte; as locomotivas de grande peito, que escoucinham os trilhos,como enormes cavalos de aço freados por longos tubos, e o voo deslizante dos aeroplanos, cuja hélice tem os estalos da bandeira e os aplausos da multidão entusiasta. (Apud Gilberto Mendonça Teles. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro, 1992. Adaptado.) Em consonância com este preceito do Futurismo estão os seguintes versos, extraídos da produção poética de Fernando Pessoa (1888-1935):

Questão
2017Português

(Unifesp 2017) Nesta obra, o autor optou por uma situação narrativa que se define pelo movimento de aproximação e distanciamento da substância sensível da realidade retratada, como forma de solidarizar-se com seus personagens e, ao mesmo tempo, sustentar uma posição crítica rigorosa ante a desgraça irremediável que os açoita. Relativiza, assim, a onisciência da terceira pessoa e reconstitui, pela via literária, o hiato entre seu saber de intelectual e a indigência dos retirantes alteridade que buscou compreender pelo exercício artístico da palavra enxuta e medida. Com a cautela de quem não se permite explicitar significados ou avançar conclusões, o narrador condiciona a narração à expectativa dos personagens, através do uso intensivo do discurso indireto livre, que dá forma à sondagem interior pretendida e singulariza os destinos representados. (Wander Melo Miranda. Texto introdutório. In: Silviano Santiago (org). Intérpretes do Brasil, vol. 2, 2000. Adaptado.) Tal comentário aplica-se à obra

Questão
2017Português

(UNIFESP/2017) Leia o trecho do conto A igreja do Diabo, de Machado de Assis (1839-1908), para responder à(s) questão(ões) a seguir: Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a 1cogula beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas. Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu 2desdouro, fazei dele um troféu e um 3lábaro, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo... Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada. Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma 4esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu... [...] Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento. As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs. Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da 5venalidade. Um 6casuísta do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente. (Contos: uma antologia, 1998.) 1cogula: espécie de túnica larga, sem mangas, usada por certos religiosos. 2desdouro: descrédito, desonra. 3lábaro: estandarte, bandeira. 4esgalgado: comprido e estreito. 5venalidade: condição ou qualidade do que pode ser vendido. 6casuísta: pessoa que pratica o casuísmo (argumento fundamentado em raciocínio enganador ou falso). Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento. (4 parágrafo) Os termos em destaque constituem, respectivamente,

Questão
2017Português

(UNIFESP -2017) Caracterizou-o sempre um sincero amor pelas coisas de sua terra, pela sua gente, e se existe obra que possa ser chamada de brasileira, a dele. Se seus assuntos eram o homem e a terra do Brasil, apanhados no Norte, no Sul, no Centro, a forma por que os explorava era tambm brasileira, pela sintaxe que empregava e pelos modismos que introduzia. O Brasil do campo e o das cidades est presente em sua obra, assim como o homem da sociedade, o homem da rua e o trabalhador rural. Abarcou os aspectos mais variados da nossa sensibilidade e da nossa formao, constituindo sua obra um painel a que nada falta, inclusive o ndio, que nela tem participao considervel. (Jos Paulo Paes e Massaud Moiss (orgs). Pequeno dicionrio de literatura brasileira, 1980. Adaptado.) Tal comentrio refere-se ao escritor

Questão
2017Português

(UNIFESP - 2017) Predomina neste movimento uma tnica mais cosmopolita, intimamente ligada s modas literrias da Europa, desejando pertencer ao mesmo passado cultural e seguir os mesmos modelos, o que permitiu incorporar os produtos intelectuais da colnia inculta ao universo das formas superiores de expresso. Ao lado disso, tal movimento continuou os esboos particularistas que vinham do passado local, dando importncia relevante tanto ao ndio e ao contato de culturas, quanto descrio da natureza, mesmo que fosse em termos clssicos. (Antonio Candido. Iniciao literatura brasileira, 2010. Adaptado.) Tal comentrio refere-se ao seguinte movimento literrio brasileiro:

Questão
2016Português

TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Leia o excerto da crnica Mineirinho de Clarice Lispector (1925-1977), publicada na revista Senhor em 1962, para responder (s) questo(es). , suponho que em mim, como um dos representantes de ns, que devo procurar por que est doendo a morte de um 1facnora. E por que que mais me adianta contar os treze tiros que mataram 2Mineirinho do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulso de um conflito, o mal-estar de no entender o que se sente, o de precisar trair sensaes contraditrias por no saber como harmoniz-las. Fatos irredutveis, mas revolta irredutvel tambm, a violenta compaixo da revolta. Sentir-se dividido na prpria perplexidade diante de no poder esquecer que Mineirinho era perigoso e j matara demais; e no entanto ns o queramos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justia que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: O que eu sinto no serve para se dizer. Quem no sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e j entrou no cu. Respondi-lhe que mais do que muita gente que no matou. Por qu? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituveis, a de que no matars. Ela a minha maior garantia: assim no me matam, porque eu no quero morrer, e assim no me deixam matar, porque ter matado ser a escurido para mim. Esta a lei. Mas h alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alvio de segurana, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o stimo e o oitavo eu ouo com o corao batendo de horror, no nono e no dcimo minha boca est trmula, no dcimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no dcimo segundo chamo meu irmo. O dcimo terceiro tiro me assassina porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro. Essa justia que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Ns, os sonsos essenciais. Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu no exera a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu no for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa est o terreno, o cho onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos. At que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu que ao homem acuado, que a esse no nos matem. Porque sei que ele o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva s vezes apenas o erro, e eu sei que no nos salvaremos enquanto nosso erro no nos for precioso. Meu erro o meu espelho, onde vejo o que em silncio eu fiz de um homem. Meu erro o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matria de vida, placenta e sangue, a lama viva. Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver. (Clarice Lispector. Para no esquecer, 1999.) 1facnora: diz-se de ou indivduo que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada. 2Mineirinho: apelido pelo qual era conhecido o criminoso carioca Jos Miranda Rosa. Acuado pela polcia, acabou crivado de balas e seu corpo foi encontrado margem da Estrada Graja-Jacarepagu, no Rio de Janeiro. O tom predominante no texto de

Questão
2016Português

(UNIFESP -2016) Leia o excerto da crnica Mineirinho de Clarice Lispector (1925-1977), publicada na revista Senhor em 1962 , suponho que em mim, como um dos representantes de ns, que devo procurar por que est doendo a morte de um 1facnora. E por que que mais me adianta contar os treze tiros que mataram 2Mineirinho do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulso de um conflito, o mal-estar de no entender o que se sente, o de precisar trair sensaes contraditrias por no saber como harmoniz-las. Fatos irredutveis, mas revolta irredutvel tambm, a violenta compaixo da revolta. Sentir-se dividido na prpria perplexidade diante de no poder esquecer que Mineirinho era perigoso e j matara demais; e no entanto ns o queramos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justia que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: O que eu sinto no serve para se dizer. Quem no sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e j entrou no cu. Respondi-lhe que mais do que muita gente que no matou. Por qu? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituveis, a de que no matars. Ela a minha maior garantia: assim no me matam, porque eu no quero morrer, e assim no me deixam matar, porque ter matado ser a escurido para mim. Esta a lei. Mas h alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alvio de segurana, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o stimo e o oitavo eu ouo com o corao batendo de horror, no nono e no dcimo minha boca est trmula, no dcimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no dcimo segundo chamo meu irmo. O dcimo terceiro tiro me assassina porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro. Essa justia que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Ns, os sonsos essenciais. Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu no exera a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu no for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa est o terreno, o cho onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos. At que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu que ao homem acuado, que a esse no nos matem. Porque sei que ele o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva s vezes apenas o erro, e eu sei que no nos salvaremos enquanto nosso erro no nos for precioso. Meu erro o meu espelho, onde vejo o que em silncio eu fiz de um homem. Meu erro o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matria de vida, placenta e sangue, a lama viva. Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver. (Clarice Lispector. Para no esquecer, 1999.) 1facnora: diz-se de ou indivduo que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada. 2Mineirinho: apelido pelo qual era conhecido o criminoso carioca Jos Miranda Rosa. Acuado pela polcia, acabou crivado de balas e seu corpo foi encontrado margem da Estrada Graja-Jacarepagu, no Rio de Janeiro. At que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu que ao homem acuado, que a esse no nos matem. (4 pargrafo) Os termos a esse e nos constituem, respectivamente,

Questão
2016Português

(UNIFESP - 2016) O que primeiro chama a ateno do crtico na fico deste escritor a despreocupao com as modas dominantes e o aparente arcasmo da tcnica. Num momento em que Gustave Flaubert sistematizara a teoria do romance que narra a si prprio, apagando o narrador atrs da objetividade da narrativa; num momento em que mile Zola preconizava o inventrio macio da realidade, observada nos menores detalhes, ele cultivou livremente o elptico, o incompleto, o fragmentrio, intervindo na narrativa com bisbilhotice saborosa. A sua tcnica consiste essencialmente em sugerir as coisas mais tremendas da maneira mais cndida (como os ironistas do sculo XVIII); ou em estabelecer um contraste entre a normalidade social dos fatos e a sua anormalidade essencial; ou em sugerir, sob aparncia do contrrio, que o ato excepcional normal, e anormal seria o ato corriqueiro. A est o motivo da sua modernidade, apesar do seu arcasmo de superfcie. (Antonio Candido. Vrios escritos, 2004. Adaptado.) O comentrio do crtico Antonio Candido refere-se ao escritor

Questão
2016Português

(Unifesp 2016) Sermão de Santo Antônio aos peixes de Antônio Vieira (1608-1697) A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. [...] Santo Agostinho, que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos homens. Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o sertão? Para cá, para cá; para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os tapuias se comem uns aos outros, muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e cruzar as ruas: vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão de comer, e como se hão de comer. [...] Diz Deus que comem os homens não só o seu povo, senão declaradamente a sua plebe: Plebem meam, porque a plebe e os plebeus, que são os mais pequenos, os que menos podem, e os que menos avultam na república, estes são os comidos. E não só diz que os comem de qualquer modo, senão que os engolem e os devoram: Qui devorant. Porque os grandes que têm o mando das cidades e das províncias, não se contenta a sua fome de comer os pequenos um por um, poucos a poucos, senão que devoram e engolem os povos inteiros: Qui devorant plebem meam. E de que modo se devoram e comem? Ut cibum panis: não como os outros comeres, senão como pão. A diferença que há entre o pão e os outros comeres é que, para a carne, há dias de carne, e para o peixe, dias de peixe, e para as frutas, diferentes meses no ano; porém o pão é comer de todos os dias, que sempre e continuadamente se come: e isto é o que padecem os pequenos. São o pão cotidiano dos grandes: e assim como pão se come com tudo, assim com tudo, e em tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em que os não comam, traguem e devorem: Qui devorant plebem meam, ut cibum panis. Parece-vos bem isto, peixes? (Antônio Vieira. Essencial, 2011.) Santo Agostinho, que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos homens. (1 parágrafo) Nas duas ocorrências, o termo para estabelece relação de

Questão
2016Português

6. (Unifesp 2016) Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da tira

Questão
2016Português

(UNIFESP - 2016) Assinale a alternativa na qual se pode detectar nos versos do poeta portugus Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805) uma ruptura com a conveno arcdica do locus amoenus (lugar aprazvel).

Questão
2016Português

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o soneto do poeta Luís Vaz de Camões (1525?-1580) para responder à(s) questão(ões). Sete anos de pastor Jacob servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; mas não servia ao pai, servia a ela, e a ela só por prêmio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, passava, contentando-se com vê-la; porém o pai, usando de cautela, em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assi negada a sua pastora, como se a não tivera merecida, começa de servir outros sete anos, dizendo: Mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida. (Luís Vaz de Camões. Sonetos, 2001.) 7. (Unifesp 2016) Uma das principais figuras exploradas por Camões em sua poesia é a antítese. Neste soneto, tal figura ocorre no verso:

Questão
2016Português

(UNIFESP - 2016) (Pedro Amrico.. Tiradentes esquartejado. 1893. Museu Mariano Procpio, Juiz de Fora) A conhecida pintura de Pedro Amrico (1840-1905) remete a um fato histrico relacionado seguinte escola literria brasileira:

Questão
2016Português

(UNIFESP - 2016) Leia o soneto do poeta Lus Vaz de Cames (1525?-1580) Sete anos de pastor Jacob servia Labo, pai de Raquel, serrana bela; mas no servia ao pai, servia a ela, e a ela s por prmio pretendia. Os dias, na esperana de um s dia, passava, contentando-se com v-la; porm o pai, usando de cautela, em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assi negada a sua pastora, como se a no tivera merecida, comea de servir outros sete anos, dizendo: Mais servira, se no fora para to longo amor to curta a vida. (Lus Vaz de Cames. Sonetos, 2001.) Do ponto de vista formal, o tipo de verso e o esquema de rimas que caracterizam este soneto camoniano so, respectivamente,

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