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Questões de Português - UECE | Gabarito e resoluções

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Questão
2019Português

(UECE - 2019) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Mulher proletria Jorge de Lima Mulher proletria nica fbrica que o operrio tem, (fabrica filhos) tu na tua superproduo de mquina humana forneces anjos para o Senhor Jesus, 1forneces braos para o senhor burgus. Mulher proletria, o operrio, teu proprietrio h de ver, h de ver: a tua produo, a tua superproduo, ao contrrio das mquinas burguesas, salvar o teu proprietrio. LIMA Jorge de. Obra Completa (org. Afrnio Coutinho). Rio de Janeiro: Aguilar, 1958. As relaes de sentido que o poeta estabelece no poema podem ser representadas por vrios pares de oposio semntica de palavras, EXCETO por

Questão
2019Português

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: SONS QUE CONFORTAM Martha Medeiros 1Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. 2Só estavam os três na casa: o pai, a mãe e ele, um garoto de 13 anos. Chamaram o médico da família. 3E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. 4Até que o garoto escutou um barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: 5Nunca na vida ouvira um som mais lindo, mais calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de outono empilhadas junto ao meio-fio. 6Inesquecível, para o menino, foi ouvir o som do carro do médico se aproximando, o homem que salvaria seu pai. Na mesma hora em que li esse relato, imaginei um sem-número de sons que nos confortam. A começar pelo choro na sala de parto. Seu filho nasceu. E o mais aliviante para pais que possuem adolescentes baladeiros: 7o barulho da chave abrindo a fechadura da porta. Seu filho voltou. E pode parecer mórbido para uns, masoquismo para outros, mas há quem mate a saudade assim: ouvindo pela enésima vez 8o recado na secretária eletrônica de alguém que já morreu. Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no alto-falante do aeroporto dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o embarque será feito dentro de poucos minutos. 9O sinal, dentro do teatro, avisando que as luzes serão apagadas e o espetáculo irá começar. O telefone tocando exatamente no horário que se espera, conforme o combinado. 10Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda, se for grande a ansiedade para se falar com alguém distante. O barulho da chuva forte no meio da madrugada, quando você está no quentinho da sua cama. Uma conversa em outro idioma na mesa ao lado da sua, provocando a falsa sensação de que você está viajando, de férias em algum lugar estrangeiro. E estando em algum lugar estrangeiro, ouvir o seu idioma natal sendo falado por alguém que passou, fazendo você lembrar que o mundo não é tão vasto assim. 11O toque do interfone quando se aguarda ansiosamente a chegada do namorado. Ou mesmo a chegada da pizza. O aviso sonoro de que entrou um torpedo no seu celular. 12A sirene da fábrica anunciando o fim de mais um dia de trabalho. 13O sinal da hora do recreio. 14A música que você mais gosta tocando no rádio do carro. Aumente o volume. O aplauso depois que você, nervoso, falou em público para dezenas de desconhecidos. 15O primeiro eu te amo dito por quem você também começou a amar. E o mais raro de todos: o silêncio absoluto. MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. São Paulo: LPM Editores, 2011. Considerando as relações sintáticas e semânticas no uso das orações com gerúndio na crônica, é INCORRETO dizer que

Questão
2019Português

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Sinopse do filme Capitão América: Guerra Civil Capitão América: Guerra Civil encontra Steve Rogers (Chris Evans) liderando o recém-formado time de Vingadores em seus esforços continuados para proteger a humanidade. Mas, depois que um novo incidente envolvendo os Vingadores resulta num dano colateral, a pressão política se levanta para instaurar um sistema de contagem liderado por um órgão governamental para supervisionar e dirigir a equipe. O novo status quo divide os Vingadores, resultando em dois campos: um liderado por Steve Rogers e seu desejo de que os Vingadores permaneçam livres para defender a humanidade sem a interferência do governo; o outro seguindo a surpreendente decisão de Tony Stark (Robert Downey Jr.) em apoio à supervisão e contagem do governo. Capitão América 3 tem direção dos irmãos Joe e Anthony Russo, produção de Kevin Feige e grande elenco formado por Scarlett Johansson (Viúva Negra), Sebastian Stan (Soldado Invernal), Anthony Mackie (Falcão), Emily Van Camp (Agente 13), Don Cheadle (Máquina de Combate), Jeremy Renner (Gavião Arqueiro), Chadwick Boseman (Pantera Negra), Paul Bettany (Visão), Elizabeth Olsen (Feiticeira Escarlate), Pail Rudd (Homem-Formiga), Frank Grillo (Ossos Cruzados), William Hurt (General Thunderbolt) e Daniel Brühl (Barão Zenom). Disponível em: http://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-118069/. Acesso em: 02.11.2018. (Uece 2019) Tendo como base a sinopse acima, é correto afirmar que este gênero textual apresenta muitas semelhanças temáticas e estruturais com

Questão
2019Português

(UECE - 2019) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Mulher proletria Jorge de Lima Mulher proletria nica fbrica que o operrio tem, (fabrica filhos) tu na tua superproduo de mquina humana forneces anjos para o Senhor Jesus, 1forneces braos para o senhor burgus. Mulher proletria, o operrio, teu proprietrio h de ver, h de ver: a tua produo, a tua superproduo, ao contrrio das mquinas burguesas, salvar o teu proprietrio. LIMA Jorge de. Obra Completa (org. Afrnio Coutinho). Rio de Janeiro: Aguilar, 1958. Leia o que se afirma a seguir sobre a voz potica presente nos versos do poema Mulher Proletria: I. O enunciador do poema apresenta a mulher proletria como um ser subjugado aos ditames da burguesia industrializada. II. No poema, a mulher trabalhadora reificada, sendo vista, assim, no como me ou esposa, mas como mquina presa lgica de produo do sistema burgus capitalista. III. H uma voz no poema que denuncia a depreciao da mulher no mundo do trabalho como pessoa humana, em favor da necessidade de superproduo mercantil, sustentadora das desigualdades sociais. IV. V-se, no poema, a emergncia de uma voz alinhada com a viso de orientao marxista que defende que a sociedade capitalista se ergue na malbaratada oferta de mo de obra do trabalhador para a indstria mercantil. Est correto o que se diz em

Questão 2
2018Português

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Transferência de Neymar ao PSG é golpe de soft power do Catar a países do Golfo, dizem especialistas A transferência do fenômeno brasileiro Neymar ao Paris Saint-Germain (PSG) representa uma estratégia de marketing e um golpe de soft power do Catar contra os países do Golfo que cortaram relações diplomáticas com o emirado. Esta é a análise de especialistas ouvidos pela agência de notícias France Presse e do comentarista da GloboNews, Marcelo Lins. Neymar se tornou o jogador mais caro da história do futebol, com o pagamento da cláusula de rescisão no valor de 222 milhões (R$ 812 milhões). Segundo Mathieu Guidere, especialista em geopolítica do mundo árabe consultado pela AFP, o anúncio da transferência do jogador ao PSG, que é de um fundo de investimentos do Catar, foi testado entre catarianos como uma espécie de estratégia de comunicação que ofuscaria o debate em torno de outras considerações, como o terrorismo. Marcelo Lins, comentarista da GloboNews, afirmou que a transferência beneficia a imagem do Catar. Um pequeno país riquíssimo em petróleo, do Golfo, que bota tanto dinheiro para dar alegria a uma torcida, ou a milhões de torcedores espalhados pelo mundo... você tem uma volta disso na imagem do Catar, que é muito grande, disse à GloboNews. É uma grandejogada de marketing do Catar como um todo, acrescentou. O Catar enfrenta a sua pior crise política em décadas, com a Arábia Saudita e outros países do Golfo tendo cortado relações diplomáticas com o emirado por acusações de apoio a grupos terroristas. O Catar nega as acusações e diz que o objetivo é prejudicar o emirado rico em gás. Com a transferência de Neymar, Doha pode estar de olho em investir em soft power. O conceito de 7soft power (8poder suave, em tradução livre) foi elaborado para definir a influência de países nas relações internacionais por meio de investimentos em ações positivas. Esse é um golpe de soft power. O Catar precisa demonstrar ao mundo que, apesar de todas as acusações, é o país mais resiliente no Oriente Médio, disse à AFP Andreas Krieg, analista de risco político no Kings College de Londres. Ter o melhor jogador do mundo mostra ao resto do mundo que se o Catar é determinado, eles ainda têm os maiores recursos para tirar e, se necessário, usar o dinheiro que têm para promover a sua agenda, acrescentou. O custo da transferência de Neymar envia um sinal muito forte para o mundo esportivo e um sinal muito forte de desafio contra os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, disse Krieg. Eles queriam esse jogador e usaram o dinheiro para comprá-lo a qualquer preço. [...] https://g1.globo.com/mundo/noticia/transferenciade-neymar-ao-psg-e-golpe-de-soft-power-docatar-a-paises-do-golfo-dizem-especialistas.ghtml Sobre o uso de expressões apositivas no texto, é INCORRETO afirmar que

Questão
2018Português

(UECE - 2018) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Gestos amorosos Rubem Alves Dei-me conta de que estava velho cerca de 25 anos atrs. J contei o ocorrido vrias vezes, mas vou cont-lo novamente. Era uma tarde em So Paulo. Tomei um metr. Estava cheio. Segurei-me num balastre sem problemas. Eu no tinha dificuldades de locomoo. Comecei a fazer algo que me d prazer: ler o rosto das pessoas. Os rostos so objetos onricos: fazem sonhar. Muitas crnicas j foram escritas provocadas por um rosto at mesmo o nosso refletido no espelho. Estava eu entregue a esse exerccio literrio quando, ao passar de um livro para outro, isto , de um rosto para outro, defrontei-me com uma jovem assentada que estava fazendo comigo aquilo que eu estava fazendo com os outros.1Ela me olhava com um rosto calmo e no desviou o olhar quando os seus olhos se encontraram com os meus. Prova de que ela me achava bonito. Sorri para ela, ela sorriu para mim... Logo o sonho sugeriu uma crnica: Professor da Unicamp se encontra, num vago de metr, com uma jovem que seria o amor de sua vida... Foi ento que ela me fez um gesto amoroso: ela se levantou e me ofereceu o seu lugar... Maldita delicadeza! O seu gesto amoroso me humilhou e perfurou o meu corao... E eu no tive alternativas. Como rejeitar gesto to delicado! Remoendo-me de raiva e sorrindo, assentei-me no lugar que ela deixara para mim. Sim, sim, ela me achara bonito. To bonito quanto o seu av... Aconteceu faz mais ou menos um ms. Era a festa de aniversrio de minha nora. Muitos amigos, casais jovens, segundo minha maneira de avaliar a idade. Eu estava assentado numa cadeira num jardim observando de longe. Nesse momento chegou um jovem casal amigo. Quando a mulher jovem e bonita me viu, veio em minha direo para me cumprimentar. Fiz um gesto de levantar-me. Mas ela, delicadssima, me disse: No, fique2assentadinho a... Se ela me tivesse dito simplesmente No preciso levantar, eu no teria me perturbado. Mas o fio da navalha estava precisamente na palavra assentadinho. Se eu fosse moo, ela no teria dito assentadinho.3Foi justamente essa palavra que me obrigou a levantar para provar que eu era ainda capaz de levantar-me e assentar-me. Fiquei com d dela porque eu, no meio de uma risada, disse-lhe que ela acabava de dar-me uma punhalada... Contei esse acontecido para uma amiga, mais ou menos da minha idade. E ela me disse: Estou s esperando que algum venha at mim e, com a mo em concha, bata na minha bochecha, dizendo: Mas que4bonitinha... Acho que vou lhe dar um murro no nariz... Vem depois as grosserias a que ns, os velhos, somos submetidos nas salas de espera dos aeroportos.5Pra comear, no entendo por que velho politicamente incorreto. Idoso palavra de fila de banco e de fila de supermercado; velho, ao contrrio, pertence ao universo da poesia. J imaginaram se o Hemingway tivesse dado ao seu livro clssico o nome de O idoso e o mar? J imaginaram um casal de cabelos brancos, o marido chamando a mulher de minha idosa querida? Os alto-falantes nos aeroportos convocam as crianas, as gestantes, as pessoas com dificuldades de locomoo e a melhor idade... Algum acredita nisso? Os velhos no acreditam.6Ento essa expresso melhor idade s pode ser gozao. Disponvel em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2705200804.htm. Acesso em: 22/9/17. Os textos costumam manifestar simultaneamente diversas funes da linguagem, com o predomnio, entretanto, de uma sobre as outras. Encontramos, na crnica de Rubem Alves, a presena marcante da funo metalingustica; Atente aos excertos apresentados a seguir e assinale a opo em que essa funo NO se revela.

Questão
2018Português

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Gestos amorosos Rubem Alves Dei-me conta de que estava velho cerca de 25 anos atrás. Já contei o ocorrido várias vezes, mas vou contá-lo novamente. Era uma tarde em São Paulo. Tomei um metrô. Estava cheio. Segurei-me num balaústre sem problemas. Eu não tinha dificuldades de locomoção. Comecei a fazer algo que me dá prazer: ler o rosto das pessoas. Os rostos são objetos oníricos: fazem sonhar. Muitas crônicas já foram escritas provocadas por um rosto até mesmo o nosso refletido no espelho. Estava eu entregue a esse exercício literário quando, ao passar de um livro para outro, isto é, de um rosto para outro, defrontei-me com uma jovem assentada que estava fazendo comigo aquilo que eu estava fazendo com os outros. 1Ela me olhava com um rosto calmo e não desviou o olhar quando os seus olhos se encontraram com os meus. Prova de que ela me achava bonito. Sorri para ela, ela sorriu para mim... Logo o sonho sugeriu uma crônica: Professor da Unicamp se encontra, num vagão de metrô, com uma jovem que seria o amor de sua vida... Foi então que ela me fez um gesto amoroso: ela se levantou e me ofereceu o seu lugar... Maldita delicadeza! O seu gesto amoroso me humilhou e perfurou o meu coração... E eu não tive alternativas. Como rejeitar gesto tão delicado! Remoendo-me de raiva e sorrindo, assentei-me no lugar que ela deixara para mim. Sim, sim, ela me achara bonito. Tão bonito quanto o seu avô... Aconteceu faz mais ou menos um mês. Era a festa de aniversário de minha nora. Muitos amigos, casais jovens, segundo minha maneira de avaliar a idade. Eu estava assentado numa cadeira num jardim observando de longe. Nesse momento chegou um jovem casal amigo. Quando a mulher jovem e bonita me viu, veio em minha direção para me cumprimentar. Fiz um gesto de levantar-me. Mas ela, delicadíssima, me disse: Não, fique 2assentadinho aí... Se ela me tivesse dito simplesmente Não é preciso levantar, eu não teria me perturbado. Mas o fio da navalha estava precisamente na palavra assentadinho. Se eu fosse moço, ela não teria dito assentadinho. 3Foi justamente essa palavra que me obrigou a levantar para provar que eu era ainda capaz de levantar-me e assentar-me. Fiquei com dó dela porque eu, no meio de uma risada, disse-lhe que ela acabava de dar-me uma punhalada... Contei esse acontecido para uma amiga, mais ou menos da minha idade. E ela me disse: Estou só esperando que alguém venha até mim e, com a mão em concha, bata na minha bochecha, dizendo: Mas que 4bonitinha... Acho que vou lhe dar um murro no nariz... Vem depois as grosserias a que nós, os velhos, somos submetidos nas salas de espera dos aeroportos. 5Pra começar, não entendo por que velho é politicamente incorreto. Idoso é palavra de fila de banco e de fila de supermercado; velho, ao contrário, pertence ao universo da poesia. Já imaginaram se o Hemingway tivesse dado ao seu livro clássico o nome de O idoso e o mar? Já imaginaram um casal de cabelos brancos, o marido chamando a mulher de minha idosa querida? Os alto-falantes nos aeroportos convocam as crianças, as gestantes, as pessoas com dificuldades de locomoção e a melhor idade... Alguém acredita nisso? Os velhos não acreditam. 6Então essa expressão melhor idade só pode ser gozação. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2705200804.htm. Acesso em: 22/9/17. (Uece 2018) É correto afirmar que no texto, o autor

Questão
2018Português

(UECE - 2018) A fita mtrica do amor Martha Medeiros Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela enorme para voc quando fala do que leu e viveu, quando trata voc com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravada. pequena para voc quando s pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que h de mais importante entre duas pessoas: a amizade. 1Uma pessoa gigante para voc quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. pequena quando desvia do assunto. 2Uma pessoa grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age no de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa pequena quando se deixa reger por comportamentos clichs. 3Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espao de poucas semanas: ser que ela que mudou ou ser que o amor traioeiro nas suas medies? Uma decepo pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. 4Uma ausncia pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser nfimo. difcil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento feito no atravs de centmetros e metros, e sim de aes e reaes, de expectativas e frustraes. Uma pessoa nica ao estender a mo e, ao recolh-la inesperadamente, se torna mais uma. O egosmo unifica os insignificantes. 5No a altura, nem o peso, nem os msculos que tornam uma pessoa grande. a sua sensibilidade sem tamanho. MEDEIROS, Martha.Non-stop: crnicas do cotidiano. Rio de Janeiro: LPM Editores. 2001. Disponvel em: https://www.fasdapsicanalise.com.br/a-fita-metrica-do-amor/. Acesso em 30 de abril de 2019. No trecho Uma pessoa que grande quandoperdoa[...], quando age no de acordo com o que esperamdela, mas de acordo com o que espera desimesma (ref. 2), o termo pessoa, nas expresses destacadas do trecho acima, retomado por meio de alguns recursos coesivos, a saber:

Questão
2017Português

(UECE-2017) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O texto abaixo consta como prefácio da 2 edição do romance Janelas Fechadas, do maranhense Josué Montello, publicado pela primeira vez em 1941. Foi escrito por Tristão de Athayde (Alceu Amoroso Lima), que compõe uma crítica na qual desenvolve ideias originais, como uma aproximação entre Benzinho, protagonista do romance de Montello, e Capitu. Uma Capitu Nordestina 1Cada novo livro de Josué Montello é um acontecimento em nossas letras. Sua fecundidade literária, aliás [...], nunca se fez com sacrifício de seu esmero na expressão verbal. Pelo contrário, esse esmero atingiu seu alto grau de perfeição com Aleluia, mas de forma alguma se esgotou na sua busca de concisão, outra meta constante em sua estilística pessoal. 2Ainda agora, o que o levou a reeditar esse quase primeiro livro de sua maturidade literária, como ele próprio assinalou, foi a preocupação estritamente estilística e não estrutural, junto ao cuidado de preservar o tipo de sua personagem central, a jovem Benzinho, e o ambiente maranhense de todos os seus romances. Aliás, se a paisagem maranhense desse romance nada tem a ver com a rude paisagem tipicamente nordestina dos romances de um José Lins do Rego ou de um José Américo, o caráter da jovem Maria de Lourdes Silva, apelidada Benzinho desde a infância, nada tem a ver com o tipo genuíno das jovens nordestinas, como aliás dos homens da região, onde a firmeza de caráter é a expressão mais representativa do temperamento nordestino, pela supremacia dos valores morais sobre os valores eróticos e sobretudo hedonísticos. 3Sendo esse romance dos seus vinte anos uma tentativa quase subconsciente de reação antirromântica, não é de espantar que essa adolescente dos subúrbios de São Luís, o bairro do Anil, se pareça mais com a sofisticada carioca Capitu do que com 4qualquer das Inocências, ou Moreninhas do romantismo de sua época. Benzinho, pela mão feiticeira de seu criador literário, que, aliás, colheu o modelo na vida real, passa ao longo do romance sem que o autor se aprofunde em qualquer análise psicológica da passagem de uma condição de vítima inocente à de uma representante típica, embora inconsciente, de um fenômeno sociológico, o da ascensão social, que, ao contrário do tipo habitual da mulher nordestina, coloca inteiramente de lado as razões do coração ou da sensualidade para se dirigir exclusivamente pela razão. E pelo raciocínio rigorosamente interesseiro de promoção social ou de influência exterior. Quando, pela primeira vez, se entrega a um quase desconhecido, é levada exclusivamente por uma frase eventual de sua mãe, que lhe confidenciara a vontade de ter um neto. Pela segunda vez, o que a levou a fazer o mesmo foi simplesmente a ambição de casar com um vizinho rico. Em ambos os casos, absoluta ausência de sentimento passional e, no fundo, preocupações de tipo masculino mais que feminino. Não é a preocupação feminista de emancipação de seu sexo, mas a passividade em face de um desejo materno e o impulso masculino de ambição social. Aliás, na criação da personagem central dessa jovem Capitu nordestina, tocava Josué Montello em um fenômeno típico das sociedades modernas: a confusão ou o desencontro entre os sexos, em sua respectiva natureza biológica e psicológica. Já Aristóteles verificava haver homens de alma feminina e vice-versa. Assim como não há, entre as várias idades do ser humano, limites claros e positivos, assim também não existe, entre os sexos, uma psicologia respectivamente incompatível. O que é preciso é não confundir o desencontro de psicologias com a confusão, ou antes, a inversão das psicologias. Uma coisa é um homem de alma feminina e outra um homem efeminado. Naqueles, o que vemos é o predomínio de certas qualidades, que normalmente distinguem a alma feminina, sem que, entretanto, essa troca perturbe seus valores máximos. Introdução. ATHAYDE, Tristão de. In: MONTELLO, Josué. Romances e novelas. V. 1. P. 109-111. Releia o excerto que vai da referência 3 (Sendo esse) ao fim do parágrafo, no qual Athayde diz que Montello tentou uma reação antirromântica ao escrever Janelas Fechadas. Pelo que consta no excerto destacado, só se pode afirmar que a reação antirromântica de Montello

Questão
2017Português

Texto 1 GRITO Quadro que fundou o expressionismo nasceu de um ataque de pânico. Edvard Munch nasceu em 1863, mesmo ano em que O piquenique no bosque, de Édouard Manet, era exposto no Salão dos Rejeitados, chamando a atenção para um movimento que nem nome tinha ainda. Era o impressionismo, superando séculos de pintura acadêmica. Os impressionistas deixaram o realismo para a fotografia e se focaram no que ela não podia mostrar: as sensações, a parte subjetiva do que se vê. Crescendo durante essa revolução, Munch que, aliás, também seria fotógrafo achava a linguagem dos impressionistas superficial e científica, discreta demais para expressar o que sentia. E ele sentia: Munch tinha uma história familiar trágica: perdeu a mãe e uma irmã na infância, teve outra irmã que passou a vida em asilos psiquiátricos. Tornou-se artista sob forte oposição do pai, que morreria quando Munch tinha 25 anos e o deixaria na pobreza. O artista sempre viveu na boemia, entre bebedeiras, brigas e romances passageiros, tornando-se amigo do filósofo niilista Hans Jæger, que acreditava que o suicídio era a forma máxima da libertação. Fruto de suas obsessões, O Grito não foi seu primeiro quadro, mas o que o tornaria célebre. A inspiração veio do que parece ter sido um ataque de pânico, que ele escreveu em seu diário, pouco mais de um ano antes do quadro: Estava andando por um caminho com dois amigos o sol estava se pondo quando, de repente, o sol tornou-se vermelho como o sangue. Eu parei, sentindo-me exausto, e me encostei na cerca havia sangue e línguas de fogo sobre o fiorde negro e a cidade. Meus amigos continuaram andando, e eu fiquei lá, tremendo de ansiedade e senti um grito infinito atravessando a natureza. Ali nasceria um novo movimento artístico. O Grito seria a pedra fundadora do expressionismo, a principal vanguarda alemã dos anos 1910 aos 1930. Texto 2 O GRITO Um tranquilo riacho suburbano, Uma choupana embaixo de um coqueiro, Uma junta de bois e um carreteiro: Eis o pano de fundo e, contra o pano, Figurantes cavalos e cavaleiros, Ressaltando o motivo soberano, A quem foi reservado o meio plano Onde avulta solene e sobranceiro. Complete-se a figura mentalmente Com o grito famoso, postergando Qualquer simbologia irreverente. Nem se indague do artista, casto obreiro, Fiel ao mecenato e ao seu comando, Quem o povo, se os bois, se o carreteiro. PAES, José Paulo. Poesia Completa. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. P.105. Leia com atenção o que se diz sobre os dois textos apresentados acima. I. Há um trabalho explícito de interdiscursividade entre O Grito, em prosa, e O Grito, em verso. II. O tipo de verso em que foi composto O Grito se adéqua ao tema explorado. III. O tipo de verso em que foi composto o poema O Grito constitui uma ironia: o tom que o autor imprime ao poema não condiz com a nobreza do verso escolhido. Está correto o que se diz somente em

Questão
2017Português

(Uece/2017) Pedro Américo, pintor brasileiro nascido na Paraíba, foi um grande cultivador da arte acadêmica. Viveu sob a proteção de D. Pedro II, que lhe financiou cursos na Europa. O Imperador Brasileiro foi um verdadeiro Mecenas (indivíduo rico que protege artistas, homens de letras ou de ciências, proporcionando-lhes recursos financeiros para que possam dedicar-se, sem preocupações outras, às artes e às ciências). Foi por encomenda de D. Pedro II que ele pintou, em 1888, o quadro que homenageia D. Pedro I, pelo ato de proclamar a independência política do Brasil. A pintura recebeu o nome de Independência ou Morte, sendo mais conhecida, no entanto, como O Grito do Ipiranga. É um quadro que todo estudante brasileiro reconhece. O GRITO Um tranquilo riacho suburbano, Uma choupana embaixo de um coqueiro, Uma junta de bois e um carreteiro: Eis o pano de fundo e, contra o pano, Figurantes cavalos e cavaleiros, Ressaltando o motivo soberano, A quem foi reservado o meio plano Onde avulta solene e sobranceiro. Complete-se a figura mentalmente Com o grito famoso, postergando Qualquer simbologia irreverente. Nem se indague do artista, casto obreiro, Fiel ao mecenato e ao seu comando, Quem o povo, se os bois, se o carreteiro. PAES, José Paulo. Poesia Completa. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. P. 105. GRITO Quadro que fundou o expressionismo nasceu de um ataque de pânico. Edvard Munch nasceu em 1863, mesmo ano em que O piquenique no bosque, de Édouard Manet, era exposto no Salão dos Rejeitados, chamando a atenção para um movimento que nem nome tinha ainda. Era o impressionismo, superando séculos de pintura acadêmica. Os impressionistas deixaram o realismo para a fotografia e se focaram no que ela não podia mostrar: as sensações, a parte subjetiva do que se vê. Crescendo durante essa revolução, Munch que, aliás, também seria fotógrafo achava a linguagem dos impressionistas superficial e científica, discreta demais para expressar o que sentia. E ele sentia: Munch tinha uma história familiar trágica: perdeu a mãe e uma irmã na infância, teve outra irmã que passou a vida em asilos psiquiátricos. Tornou-se artista sob forte oposição do pai, que morreria quando Munch tinha 25 anos e o deixaria na pobreza. O artista sempre viveu na boemia, entre bebedeiras, brigas e romances passageiros, tornando-se amigo do filósofo niilista Hans Jæger, que acreditava que o suicídio era a forma máxima da libertação. Fruto de suas obsessões, O Grito não foi seu primeiro quadro, mas o que o tornaria célebre. A inspiração veio do que parece ter sido um ataque de pânico, que ele escreveu em seu diário, pouco mais de um ano antes do quadro: Estava andando por um caminho com dois amigos o sol estava se pondo quando, de repente, o sol tornou-se vermelho como o sangue. Eu parei, sentindo-me exausto, e me encostei na cerca havia sangue e línguas de fogo sobre o fiorde negro e a cidade. Meus amigos continuaram andando, e eu fiquei lá, tremendo de ansiedade e senti um grito infinito atravessando a natureza. Ali nasceria um novo movimento artístico. O Grito seria a pedra fundadora do expressionismo, a principal vanguarda alemã dos anos 1910 aos 1930. Leia com atenção o que se diz sobre os dois textos apresentados acima. I. Há um trabalho explícito de interdiscursividade entre O Grito, em prosa, e O Grito, em verso. II. O tipo de verso em que foi composto O Grito se adéqua ao tema explorado. III. O tipo de verso em que foi composto o poema O Grito constitui uma ironia: o tom que o autor imprime ao poema não condiz com a nobreza do verso escolhido. Está correto o que se diz somente em

Questão
2017Português

(UECE - 2017) Pedro Amrico, pintor brasileiro nascido na Paraba, foi um grande cultivador da arte acadmica. Viveu sob a proteo de D. Pedro II, que lhe financiou cursos na Europa. O Imperador Brasileiro foi um verdadeiro Mecenas (indivduo rico que protege artistas, homens de letras ou de cincias, proporcionando-lhes recursos financeiros para que possam dedicar-se, sem preocupaes outras, s artes e s cincias). Foi por encomenda de D. Pedro II que ele pintou, em 1888, o quadro que homenageia D. Pedro I, pelo ato de proclamar a independncia poltica do Brasil. A pintura recebeu o nome de Independncia ou Morte, sendo mais conhecida, no entanto, como O Grito do Ipiranga. um quadro que todo estudante brasileiro reconhece. O GRITO Um tranquilo riacho suburbano, Uma choupana embaixo de um coqueiro, Uma junta de bois e um carreteiro: Eis o pano de fundo e, contra o pano, Figurantes cavalos e cavaleiros, Ressaltando o motivo soberano, A quem foi reservado o meio plano Onde avulta solene e sobranceiro. Complete-se a figura mentalmente Com o grito famoso, postergando Qualquer simbologia irreverente. Nem se indague do artista, casto obreiro, Fiel ao mecenato e ao seu comando, Quem o povo, se os bois, se o carreteiro. PAES, Jos Paulo. Poesia Completa. So Paulo: Companhia das Letras, 2008. P. 105. Os poemas podem variar no nmero de slabas mtricas. Os versos que tm de 1 a 12 slabas recebem nomes diferentes. A partir de 13 slabas, deixam de receber nomes especficos. Em relao ao poema O Grito correto afirmar que

Questão
2016Português

(Uece 2016) Reflita sobre o primeiro enunciado do texto: No caminho a menina pegou uma pedra e atirou-a longe, o mais que pôde (ref. 1). Atente ao que se diz sobre as possibilidades de leitura desse excerto autorizadas pelo texto. (Não esqueça que o trecho, por ser extraído de uma obra literária, pode abrir-se para mais de uma leitura.) I. Nível concreto de leitura: Uma criança (no caso, uma menina) apanhou um cascalho provavelmente da estrada e esforçou-se para atirá-lo o mais longe possível. II. Nível abstrato de leitura (i): O ato de atirar a pedra o mais longe possível metaforiza o desejo da menina de estar longe do menino ou reagir às suas atitudes contra ela. III. Nível abstrato de leitura (ii): A pedra jogada pela menina representa o cansaço de muito andar por uma estrada difícil sem nunca chegar ao destino almejado. Está correto o que se diz apenas em

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João Gilberto Noll nasceu em Porto Alegre, no ano de 1946. Além de contista e romancista, fez incursões pela literatura infantil. Ganhou cinco prêmios Jaboti. João Gilberto Noll faz uma literatura caracterizada pela dissolução. Seus romances são concisos e apresentam enredos episódicos sustentados pela causalidade. Essa técnica difere da técnica narrativa que estabelece o elo entre o real e o ficcional. Os personagens de Noll são seres não localizados e alijados da experiência; muito embora lançados numa sucessão frenética de acontecimentos e passando por um sem número de lugares, o que vivem não se converte em saber, em consciência de ser e de estar no mundo.   Duelo antes da noite   1No caminho a menina pegou uma pedra e atirou-a longe, o mais que pôde. 2O menino puxava a sua mão e reclamava da vagareza da menina. 3Deviam chegar até a baixa noite a Encantado, e o menino sabia que ele era responsável pela menina e deveria manter uma disciplina. Que garota chata, ele pensou. Se eu fosse Deus, não teria criado as garotas, seria tudo homem igual a Deus. 4A menina sentia-se puxada, reclamada, e por isso emitia uns sons de ódio: graças a Deus que eu não preciso dormir no mesmo quarto que você, graças a Deus que eu não vou morar nunca mais com você. Vamos e não resmunga, exclamou o menino. 5E o sol já não estava sumindo? Isso nenhum dos dois perguntava porque estavam absortos na raiva de cada um. A estrada era de terra e por ela poucos passavam. Nem o menino nem a menina notavam que o sol começava a se pôr e que os verdes dos matos se enchiam cada vez mais de sombras. Quando chegassem a Encantado o menino poria ela no Opala do prefeito e ela nunca mais apareceria. Ele não gosta de mim, pensou a menina cheia de gana. Ele deve estar pensando: o mundo deveria ser feito só de homens, as meninas são umas chatas. 6O menino cuspiu na areia seca. A menina pisou sobre a saliva dele e fez assim com o pé para apagar cuspe. 7Até que ficou evidente a noite. 8E o menino disse a gente não vai parar até chegar em Encantado, 9agora eu proíbo que você olhe pros lados, que se atrase. 10A menina não queria chorar e prendia-se por dentro porque deixar arrebentar uma lágrima numa hora dessas é mostrar muita fraqueza, é mostrar-se muito menina. E na curva da estrada começaram a aparecer muitos caminhões apinhados de soldados e a menina não se conteve de curiosidade. 11Para onde vão esses soldados? – ela balbuciou. 12O menino respondeu ríspido. Agora é hora apenas de caminhar, de não fazer perguntas, caminha! A menina pensou eu vou parar, fingir que torci o pé, eu vou parar. E parou. O menino sacudiu-a pelos ombros até deixá-la numa vertigem escura. Depois que a sua visão voltou a adquirir o lugar de tudo, ela explodiu chamando-o de covarde. Os soldados continuavam a passar em caminhões paquidérmicos. E ela não chorava, apenas um único soluço seco. 13O menino gritou então que ela era uma chata, que ele a deixaria sozinha na estrada que estava de saco cheio de cuidar de um traste igual a ela, que se ela não soubesse o que significa traste, que pode ter certeza que é um negócio muito ruim. A menina fez uma careta e tremeu de fúria. Você é o culpado de tudo isso, a menina gritou. Você é o único culpado de tudo isso. Os soldados continuavam a passar. Começou a cair o frio e a menina tiritou balançando os cabelos molhados, mas o menino dizia se você parar eu te deixo na beira da estrada, no meio do caminho, você não é nada minha, não é minha irmã, não é minha vizinha, não é nada. E Encantado era ainda a alguns lerdos quilômetros. A menina sentiu que seria bom se o encantado chegasse logo para se ver livre do menino. Entraria no Opala e não olharia uma única vez pra trás para se despedir daquele chato. Encantado apareceu e tudo foi como o combinado. Doze e meia da noite e o Opala esperava a menina parado na frente da igreja. Os dois se aproximaram do Opala tão devagarinho que nem pareciam crianças. O motorista bigodudo abriu a porta traseira e falou: pode entrar, senhorita. Senhorita... o menino repetia para ele mesmo. A menina se sentou no banco traseiro. Quando o carro começou a andar, ela falou bem baixinho: eu acho que vou virar a cabeça e olhar pra ele com uma cara de nojo, vou sim, vou olhar. E olhou. Mas o menino sorria. E a menina não resistiu e sorriu também. E os dois sentiram o mesmo nó no peito.   NOLL, João Gilberto. In: Romances e contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 690-692. (Texto adaptado).     Segundo Massaud Moisés, o conto é, do ponto de vista dramático, univalente: contém um só drama, uma só história, um só conflito (oposição, luta entre duas forças ou personagens), uma só ação. As outras características (limitação do espaço e do tempo; quantidade reduzida de personagens; unidade de tom ou de emoção provocada no leitor, concisão de linguagem) decorrem da unidade dramática.   Com base nessas informações, resolva a(s) questão(ões) a seguir.    (Uece 2016) Como sabemos pela lição de Massaud Moisés, o conto deve desenvolver um único conflito, entendendo-se por conflito a oposição ou a luta entre duas forças e/ou personagens.   Sobre “Duelo antes da noite”, é correto dizer que o conflito se dá entre  

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(UECE - 2016) Pessoas habitadas 1Estava conversando com uma amiga, dia desses. Ela comentava sobre uma terceira pessoa, que eu no conhecia. Descreveu-a como sendo 2boa gente, esforada, timo carter. 3S tem um probleminha: 4no habitada. Rimos. Uma expresso coloquial na Frana habit mas nunca tinha escutado por estas paragens e com este sentido. Lembrei-me de uma outra amiga que, de forma parecida, tambm costuma dizer 5aquela ali tem gente em casa quando se refere a 6pessoas que fazem diferena. 7Uma pessoa pode ser altamente confivel, gentil, carinhosa, simptica, mas, se no habitada, rapidinho coloca os outros pra dormir. Uma pessoa habitada uma pessoa possuda, no necessariamente pelo demo, ainda que satans esteja longe de ser m referncia. Clarice Lispector certa vez escreveu uma carta a Fernando Sabino dizendo que faltava demnio em Berna, onde morava na ocasio. 8A Sua, de fato, um pas de contos de fada onde tudo funciona, onde todos so belos, onde a vida parece uma pintura, um rtulo de chocolate. Mas 9falta uma ebulio que a salve do marasmo. Retornando ao assunto: pessoas habitadas 10so aquelas possudas por si mesmas, em diversas verses. Os habitados esto preenchidos de indagaes, angstias, incertezas, mas no so menos felizes 11por causa disso. No transformam suas inadequaes em doena, mas em fora e curiosidade. No recuam diante de encruzilhadas, no se amedrontam com transgresses, no adotam as opinies dos outros para facilitar o dilogo. So pessoas que surpreendem com um gesto ou uma fala fora do script, sem 12nenhuma disposio para serem bonecos de ventrloquos. Ao contrrio, encantam pela verdade pessoal que defendem. 13Alm disso, mantm com a solido uma relao mais do que cordial. 14Ento so as criaturas mais incrveis do universo? No necessariamente. Entre os habitados h de tudo, gente fenomenal e tambm assassinos, pervertidos e demais malucos que no merecem abrandamento de pena pelo fato de serem, em certos aspectos, bastante interessantes. Interessam, mas assustam. Interessam, mas causam dano. 15Eu no gostaria de repartir a mesa de um restaurante com Hannibal Lecter, The Cannibal, 16ainda que eu no tenha dvida de que o personagem imortalizado por Anthony Hopkins renderia um papo mais estimulante do que uma conversa com, 17sei l, Britney Spears, que 18s tem gente em casa porque est grvida. Que tenhamos a sorte de esbarrar com seres habitados e ao mesmo tempo inofensivos, cujo nico mal que possam fazer seja nos fascinar e nos manter acordados uma madrugada inteira. Ou a vida inteira, o que melhor ainda. MEDEIROS, Martha. In: Org. e Int. SANTOS, Joaquim Ferreira dos.As Cem Melhores Crnicas Brasileiras. Objetiva, 324-325. Considere o excerto Estava conversando com uma amiga, dia desses (referncia 1), e o que se diz sobre ele. I.Tem-se uma locuo verbal de gerndio estava conversando , em que estava o verbo auxiliar e conversando o verbo principal. II. O verbo auxiliar, no presente exemplo, empresta um matiz semntico novo ao verbo principal. III. Do ponto de vista aspectual, estava conversando no o mesmo que conversava. Em estava conversando, a ideia de ao verbal em curso mais forte do que em conversava. Essa constatao importante principalmente na leitura de um texto literrio, que pode ter em cada elemento uma carga expressiva a mais. Est correto o que se diz em

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