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UEFS 2012 - REDAÇÃOColoque um título adequado a se

UEFS 2012 - REDAÇÃO

Coloque um título adequado a seu texto. Será anulada a Redação: redigida fora do tema e alheio ao comando e à forma de composição de texto proposta; apresentada em forma de verso; assinada fora do campo apropriado; escrita a lápis ou de forma ilegível; constituída apenas da transcrição “ipsis litteris” (total) dos textos da prova.

 

"Minha arma é o computador"

Mais conhecido no exterior que no Brasil, o cacique Almir Suruí prova que a cultura indígena e a modernidade são compatíveis.

      Entre seus conterrâneos, Almir Narayamoga Suruí é respeitado como caçador habilidoso. No entanto, o líder máximo dos suruís-paíteres, que até os 12 anos viveu na floresta, com raríssimos contatos com o homem urbano, e não falava português, diz ter pendurado o arco e flecha. “Hoje minha arma é o computador”, afirma o cacique, ou labway esage, no idioma tupi-mondê. “Sou fã de tecnologia. Sei o poder que ela tem.” Aos 37 anos, com um curso universitário inacabado de biologia aplicada e outro em andamento de gestão ambiental, Almir é um veterano das modernas ferramentas da comunicação. Em 2007, chamou a atenção do mundo ao buscar, e fechar, uma parceria com o Google para monitorar o desmatamento na Terra Indígena Sete de Setembro, na fronteira entre Rondônia e Mato Grosso. Hoje ele passa mais tempo na cidade de Riozinho, distrito de Cacoal, em Rondônia, do que na aldeia. Quase todo mês viaja de duas a três vezes ao exterior para dar palestras. Virou uma estrela cobiçada, não é o índio folclórico atrelado à imagem para exportação que se faz de um índio. [...]

      Almir propõe um caminho inédito para os indígenas e outros grupos tradicionais das florestas do Brasil e do mundo. Um caminho que não admite o paternalismo e a paralisante tutela do estado. Apesar de até 1969 terem vivido isolados dos não índios, sem roupas nem palavras escritas, os suruís estão apresentando um plano de desenvolvimento sustentável de cinquenta anos perfeitamente adaptado à lógica econômica de um capitalismo responsável, a tal economia verde de que tanto se fala. “Nossa cultura vai mudar de qualquer jeito”, diz Almir. “Não há como nos isolar do mundo, por isso decidimos escolher para onde queremos ir.” A condição: a integração com o mundo plugado nos avanços e ubiquidade da internet, ressalva Almir, não significa abrir mão de viver na terra de seus pais e avós. Os suruís fizeram a opção clara por viver na floresta e da floresta.

(NOGUEIRA, Tânia. “Minha arma é o computador”. Veja, ed. 2274, ano 45, n. 25, p. 138-140, 20 jun. 2012.)

 

As culturas constituem, para a humanidade, um patrimônio de diversidade e, como se sabe, a sociodiversidade é tão preciosa quanto a biodiversidade.

A partir dessa ideia e das do fragmento em evidência, produza um texto dissertativo-argumentativo em que você avalie a fala do índio Almir:

“Nossa cultura vai mudar de qualquer jeito. Não há como nos isolar do mundo, por isso decidimos escolher para onde queremos ir.”

 

OBSERVAÇÕES:

  1. Fale sobre o índio e a sua inclusão digital.
  2. Discorra sobre a permanência ou a mudança cultural.
  3. Discuta a validade da mudança de foco do índio: isolamento x integração.
  4. Comente sobre as redes sociais como espaço de resistência, denúncias x perigo de perda de identidade.
  5. Posicione em face da seguinte questão: Deve ser o índio sujeito de suas decisões e seguir o seu próprio caminho e o não índio assumir o índio como sujeito de sua própria história, capaz de conduzir e negociar suas mudanças?

Escolha, pelo menos, três das cinco observações indicadas para direcionar a redação de seu texto, que deve ser escrito na língua padrão.