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(UEL - 2010)Poema obsceno1 Faam a festa2 cantem e

Português | Interpretação de texto | elementos da poesia
Português | Interpretação de texto | fatores de contextualização | fatores de construção da coerência | inferências
Português | Literatura | pós-modernismo e tendências contemporâneas | neoconcretismo
UEL 2010UEL PortuguêsTurma ENEM Kuadro

(UEL - 2010) 

Poema obsceno

1          Façam a festa

2                      cantem e dancem

3          que eu faço o poema duro

4                      o poema-murro

5                      sujo

6                      como a miséria brasileira

7          Não se detenham:

8          façam a festa

9                      Bethânia Martinho

10                    Clementina

11        Estação Primeira de Mangueira Salgueiro

12        gente de Vila Isabel e Madureira

13                                todos

14                                façam

15                    a nossa festa

16        enquanto eu soco este pilão

17                       este surdo

18                                poema

19        que não toca no rádio

20        que o povo não cantará

21        (mas que nasce dele)

22        Não se prestará a análises estruturalistas

23        Não entrará nas antologias oficiais

24                    Obsceno

25        como o salário de um trabalhador aposentado

26                    o poema

27        terá o destino dos que habitam o lado escuro do país

28                    – e espreitam.

(GULLAR, F. Toda poesia. São Paulo: Círculo do Livro, s. d. p. 338.)

Considerando os recursos de composição do poema, assinale a alternativa correta.

A

As negativas presentes nos versos 19 a 23 desqualificam o poema e seu potencial crítico.

B

O termo comparativo “como” é utilizado para aproximar a experiência pessoal do eu lírico da miséria social brasileira.

C

O uso do imperativo constitui uma metáfora da estrutura de opressão típica da época da ditadura.

D

Os “que habitam o lado escuro do país – e espreitam” são uma metáfora dos militares responsáveis pela censura da produção artística.

E

Os versos 19 a 23 são formas de adjetivação do termo “poema”, assim como “sujo” e “duro”.