(Ufmg 2010) Leia este trecho:
E as mariposas e os cupins de asas vinham voar ao redor da lamparina... Círculo rodeando a lua cheia, sem se encostar... E começaram os cantos. Primeiro, os sapos: – “Sapo na seca coaxando, chuva beirando”, mãe Quitéria!... – Apareceu uma jia na horta, e pererecas dentro de casa, pelas paredes... E os escorpiões e as minhocas pulavam no terreiro, perseguidos pela correição das lava-pés, em préstitos atarefados e compridos... No céu sul, houve nuvens maiores, mais escuras. Aí, o peixe-frito pegou a cantar de noite. A casca da lua, de bico para baixo, “despejando”... Um vento frio, no fim do calor do dia... Na orilha do atoleiro, a saracura fêmea gritou, pedindo três potes, três potes, três potes para apanhar água... Choveu.
ROSA, João Guimarães. Sagarana. 27. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1983. p. 344.
A partir da leitura e interpretação desse trecho, é INCORRETO afirmar que
a chegada de ventos frios, em contraste com o calor do dia, é uma criação do autor, pois é impossível de ocorrer.
o autor reuniu, de forma criativa, um grande número de crenças populares sobre a previsão de ocorrências meteorológicas.
o comportamento dos animais, para os homens do campo, se altera com a aproximação da chuva.
o sertanejo busca, na aparência do céu e dos astros, sinais de mudanças do tempo atmosférico.