(UFPA - 2016) Norman Hampson, autor de História Social de la Revolución Francesa, aborda as tensões na sociedade francesa do século XVIII:
A França do ancien régime... era uma sociedade extremamente complexa, caracterizada por grandes variações locais em todos os níveis. Por uma série de razões – políticas, econômicas, sociais e religiosas – as tensões foram se tornando cada vez maiores durante a segunda metade do século XVIII (...).
(Apud MARQUES, Adhemar et al. História Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2008. p. 18.)
Considerando o que diz Hampson, essa realidade da sociedade francesa daquele século se expressa nas tensões decorrentes da
alta dos tributos implementados durante o reinado de Luís XVI, que atingiu, sobretudo, os servos que viviam em glebas fora dos muros da cidade e que eram arrendadas pelos aristocratas do 2º Estado.
tomada de consciência da classe trabalhadora que vivia no campo, ao reconhecer que era explorada pela Corte, a qual tinha como única função nomear, convocar ou demitir ministros, impedindo o rei de governar.
luta de classes que se estabeleceu entre burgueses e camponeses, representantes das então recentes forças produtivas que se estabeleceram na França após a superação do feudalismo e do clericalismo.
sobrecarga de taxas sobre o campesinato enquanto as ordens privilegiadas (nobreza e clero) ocupavam os lugares honoríficos e lucrativos, ao mesmo tempo em que a burguesia ficava fora do poder.
dependência em que vivia a burguesia em relação à nobreza, que tudo controlava desde os impostos até a produção de alimentos, como forma de evitar a revolução no campo.