(Ufpe 2005) Discreta e formosíssima Maria Enquanto estamos vendo a qualquer hora Em tuas faces a rosada Aurora, Em teus olhos e boca, o sol e o dia: ............................................................ Goza, goza da flor da mocidade Que o tempo trata a toda ligeireza E imprime em toda flor sua pisada. (Gregório de Matos) __________________________________________________________________________________________________________________________________ Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora, A lua nas janelas bate em cheio. Boa-noite, Maria! É tarde...é tarde... Não me apertes assim contra teu seio. ......................................................... Mas não me digas descobrindo o peito Mar de amor onde vagam meus desejos (Castro Alves ) ________________________________________________________________________________________________________________________________________ Nos versos acima, o lirismo barroco, em Gregório de Matos, e o romântico, em Castro Alves, apresentam pontos de divergência e convergência, apesar de pertencerem a movimentos literários diferentes, distanciados por séculos. As convergências se devem a que:
(Ufpe/2005) O Arcadismo (no século XVIII) e o Parnasianismo (em fins do século XIX) apresentam, em sua caracterização, pontos em comum. São eles:
(Ufpe 2005) O Romantismo, como movimento cultural do século XIX, merece destaque pelas críticas que já fazia à forte presença do racionalismo na sociedade ocidental da época e pela sua ampla e rica produção intelectual e artística. Sobre o Romantismo, podemos afirmar que foi um movimento:
(UFPE 2005) Nasce um escritor O primeiro dever passado pelo novo professor de portugus foi uma descrio tendo o mar como tema. A classe se inspirou, toda ela, nos encapelados mares de Cames, aqueles nunca dantes navegados. Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhus foi o tema de minha descrio. Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existncia de uma vocao autntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com ateno o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela pgina seria no futuro um escritor conhecido. No regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos. Passei a ser uma personalidade, segundo os cnones do colgio, ao lado dos futebolistas, dos campees de matemtica, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espcie de Crculo Literrio onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro. Houve, porm, sensvel mudana na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteo e colocou em minhas mos livros de sua estante. Primeiro As Viagens de Gulliver, depois clssicos portugueses, tradues de ficcionistas ingleses e franceses. Recordo com carinho a figura do jesuta portugus, erudito e amvel. Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da criao literria. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha priso, minha primeira priso. (Jorge Amado. O menino Grapina. Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 117-120. Adaptado). Uma anlise da forma como o texto est construdo nos faz reconhec-lo como um texto predominantemente:
(UFPE 2005) Nasce um escritor O primeiro dever passado pelo novo professor de portugus foi uma descrio tendo o mar como tema. A classe se inspirou, toda ela, nos encapelados mares de Cames, aqueles nunca dantes navegados. Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhus foi o tema de minha descrio. Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existncia de uma vocao autntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com ateno o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela pgina seria no futuro um escritor conhecido. No regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos. Passei a ser uma personalidade, segundo os cnones do colgio, ao lado dos futebolistas, dos campees de matemtica, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espcie de Crculo Literrio onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro. Houve, porm, sensvel mudana na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteo e colocou em minhas mos livros de sua estante. Primeiro As Viagens de Gulliver, depois clssicos portugueses, tradues de ficcionistas ingleses e franceses. Recordo com carinho a figura do jesuta portugus, erudito e amvel. Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da criao literria. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha priso, minha primeira priso. (Jorge Amado.O menino Grapina. Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 117-120. Adaptado). Para realizar o trabalho que Padre Cabral lhes imps, os alunos deviam possuir um saber, que era