ENEM

ITA

IME

FUVEST

UNICAMP

UNESP

UNIFESP

UFPR

UFRGS

UNB

VestibularEdição do vestibular
Disciplina

(UFPR - 2018 - 1 FASE)Quando soube daquele orculo,

(UFPR - 2018 - 1ª FASE)

Quando soube daquele oráculo, pus-me a refletir assim: “Que quererá dizer o Deus? Que sentido oculto pôs na resposta? Eu cá não tenho consciência de ser nem muito sábio nem pouco; que quererá ele então significar declarando-me o mais sábio? Naturalmente não está mentindo, porque isso lhe é impossível”. Por longo tempo fiquei nessa incerteza sobre o sentido; por fim, muito contra meu gosto, decidi-me por uma investigação, que passo a expor.

(PLATÃO. Defesa de Sócrates. Trad. Jaime Bruna. Coleção Os Pensadores. Vol. II. São Paulo: Victor Civita, 1972, p. 14.)

O texto acima pode ser tomado como um exemplo para ilustrar o modo como se estabelece, entre os gregos, a passagem do mito para a filosofia. Essa passagem é caracterizada

A

pela transição de um tipo de conhecimento racional para um conhecimento centrado na fabulação.

B

pela dedicação dos filósofos em resolver as incertezas por meio da razão.

C

pela aceitação passiva do que era afirmado pela divindade.

D

por um acento cada vez maior do valor conferido ao discurso de cunho religioso.

E

pelo ateísmo radical dos pensadores gregos, sendo Sócrates, inclusive, condenado por isso.