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(COPESE - UFT)Leio o excerto da entrevista com o s

(COPESE - UFT) 

Leio o excerto da entrevista com o sociólogo Zygmunt Bauman, concedida à revista ISTOÉ, e responda a questão.

 

ISTOÉ – O que caracteriza a “modernidade líquida”?

Zygmunt Bauman – Líquidos mudam de forma muito rapidamente, sob a menor pressão. Na verdade, são incapazes de manter a mesma forma por muito tempo. No atual estágio “líquido” da modernidade, os líquidos são deliberadamente impedidos de se solidificarem. A temperatura elevada — ou seja, o impulso de transgredir, de substituir, de acelerar a circulação de mercadorias rentáveis — não dá ao fluxo uma oportunidade de abrandar, nem o tempo necessário para condensar e solidificar-se em formas estáveis, com uma maior expectativa de vida.

 

ISTOÉ – As pessoas estão conscientes dessa situação?

Zygmunt Bauman – Acredito que todos estamos cientes disso, num grau ou outro. Pelo menos, às vezes, quando uma catástrofe, natural ou provocada pelo homem, torna impossível ignorar as falhas. Portanto, não é uma questão de “abrir os olhos”. O verdadeiro problema é: quem é capaz de fazer o que deve ser feito para evitar o desastre que já podemos prever? O problema não é a nossa falta de conhecimento, mas a falta de um agente capaz de fazer o que o conhecimento nos diz ser necessário fazer, e urgentemente. Por exemplo: estamos todos conscientes das consequências apocalípticas do aquecimento do planeta. E todos estamos conscientes de que os recursos planetários serão incapazes de sustentar a nossa filosofia e prática de “crescimento econômico infinito” e de crescimento infinito do consumo. Sabemos que esses recursos estão rapidamente se aproximando de seu esgotamento. Estamos conscientes — mas e daí? Há poucos (ou nenhum) sinais de que, de própria vontade, estamos caminhando para mudar as formas de vida que estão na origem de todos esses problemas.

 

ISTOÉ – E o que o senhor chama de “amor líquido”?

Zygmunt Bauman – Amor líquido é um amor “até segundo aviso”, o amor a partir do padrão dos bens de consumo: mantenha-os enquanto eles te trouxerem satisfação e os substitua por outros que prometem ainda mais satisfação. O amor com um espectro de eliminação imediata e, assim, também de ansiedade permanente, pairando acima dele. Na sua forma “líquida”, o amor tenta substituir a qualidade por quantidade — mas isso nunca pode ser feito, como seus praticantes mais cedo ou mais tarde acabam percebendo. É bom lembrar que o amor não é um “objeto encontrado”, mas um produto de um longo e muitas vezes difícil esforço e de boa vontade.

 

Fonte: BAUMAN, Zygmunt. In: Revista ISTOÉ. Disponível em: <https://istoe.com.br/102755_VIVEMOS+TEMPOS+LIQUIDOS+NADA+E+PARA+DURAR+/>. Acesso em: 12 fev. 2018 (fragmento adaptado).

De acordo com o conceito de “modernidade líquida” de Zygmunt Bauman, assinale a alternativa INCORRETA.

A

A modernidade é “líquida”, ou seja, está sempre em transformação. Como um líquido, ela não é capaz de conservar sua forma por muito tempo.

B

A modernidade “líquida” é comparada aos elementos de conteúdos fluidos, os quais são considerados difíceis de se solidificarem.

C

Na “modernidade líquida”, as formas atuais de vida são percebidas com vulnerabilidade, pois são incapazes de permanecerem com a mesma identidade por muito tempo.

D

 

Na “modernidade líquida”, as pessoas estão conscientes de que os recursos naturais e ambientais são infinitos e deverão ser acomodados a cada tipo de filosofia de vida individual.