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VestibularEdição do vestibular
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(UNB/PAS - 2019 - 1 ETAPA)Texto IEu adoraria ver j

(UNB/PAS - 2019 - 1ª ETAPA)

 

Texto I

Eu adoraria ver jacarés, ursos brancos ou cobras de dez metros. Uma vizinha da nossa rua tem uma vaidosa galinha d'Angola. Eu gosto de animais e mais ainda dos esquisitos e invulgares, até dos que parecem feios por serem indispostos. Os bichos só são feios se não entendermos seus padrões de beleza. Um pouco como as pessoas. Ser feio é complexo e pode ser apenas um problema de quem observa.

Eu uso óculos desde os cinco anos de idade. Estou sempre por detrás de uma janela de vidro. Não faz mal, é porque eu inteira sou a minha casa. Sou como o caracol, mas muito mais alta e veloz. A minha mãe também acha assim, que o corpo é casa. Habitamos com maior ou menor juízo.

O jacaré é um bicho indisposto, eu sei. Gosto muito dele, mas não devo chegar perto. Nunca vi, já disse. Tenho pena. Talvez seja pior para o jacaré, por não o amar. Eu gosto dele mas não sei se constrói. Estou a ser sincera. Ainda tenho que ler sobre isso. Talvez os bichos ferozes construam coisas às quais não sabemos dar valor. É importante pensarmos no valor que cada coisa ou lugar tem para cada bicho. Só assim vamos compreender a razão de cada coisa ser como é. Depois de entendermos melhor, a beleza comparece.

Valter Hugo Mãe. O paraíso são os outros. Biblioteca Azul, 2018.

 

 

Texto II

Em seu ensaio chamado O Estranho (Umheimliche, em alemão), Sigmund Freud escreveu sobre o impacto produzido pela estranheza em nossas mentes. O estranho nos traz algo de familiar, porém um tanto deslocado. E, com isso, provoca uma sensação que é tanto incômoda quanto prazerosa. Nos tira da nossa zona de conforto e, ao mesmo tempo, abre possibilidades de enxergar as coisas e as pessoas por ângulos diferentes. Tim Burton, em seus filmes, mesmo nos mais comerciais, provoca esse sentimento inquietante. O de que os estranhos... bem, não são tão distantes assim de nós. Porque a estranheza, no fundo, está em nós, embora passemos a vida a negar-lhe a existência.

Internet: <www.cultura.estadao.com.br>.

 

 

Texto III

Baby você não precisa

De um salão de beleza

Há menos beleza

Num salão de beleza 

A sua beleza é bem maior

Do que qualquer beleza

De qualquer salão...

 

Mundo velho

E decadente mundo

Ainda não aprendeu

A admirar a beleza

A verdadeira beleza

A beleza que põe mesa

E que deita na cama

A beleza de quem come

A beleza de quem ama

A beleza do erro

Puro do engano

Da imperfeição...

Zeca baleiro. Salão de beleza.

 

Texto IV

“Não há beleza perfeita que não contenha algo de estranho nas suas proporções.”

Francis Bacon

Na cultura japonesa, wabi-sabi é um ideal estético que pode ser definido como a beleza das coisas imperfeitas, impermanentes e incompletas, uma beleza das coisas modestas e simples, uma beleza das coisas não convencionais. Considerando essa informação e os textos apresentados, redija um texto dissertativo-argumentativo acerca do seguinte tema.

APRENDER A VER A BELEZA NO DIFERENTE