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VestibularEdição do vestibular
Disciplina

(UNICAMP - 2023- 1 fase)Leia o texto a seguir para

(UNICAMP - 2023 - 1ª fase)

 

Leia o texto a seguir para responder às questões 3 e 4.

 

Quebrando o silêncio dos hospícios

 

Stella do Patrocínio, apesar de ser reconhecida postumamente como poeta, nunca se definiu assim e não escreveu nenhuma das linhas que estão no livro Reino dos bichos e dos animais é o meu nome, pelo qual ficou conhecida. A potência de suas palavras se encontra no seu falatório (como chamava suas falas), que foi preservado em fitas de áudio pela artista plástica Carla Guagliardi. As conversas entre as duas foram gravadas durante oficinas de arte para pacientes psiquiátricos, entre 1986 e 1988, e o livro, publicado muitos anos depois da morte de Patrocínio, é um recorte de frases dela, transcritas desses diálogos.

As falas de Patrocínio são de uma mulher negra e pobre que foi levada à força pela polícia e internada, no Centro Pedro 2º e depois na Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, onde ficou por trinta anos; quando morreu, foi enterrada como indigente. A história de Patrocínio é a história de milhares de vítimas que foram encarceradas nos hospícios brasileiros por serem consideradas “desajustadas”. Em sua maioria negras. Ali, elas sofreram abusos, violências e torturas, além de serem abandonadas pelo Estado.

 

(Adaptado de: Quebrando o silêncio dos hospícios. Quatro cinco um, 05/2022, p. 27.)

 

Com base ainda no texto, “falatório” pode ser considerado como

A

a modalidade declamada dos poemas de Stella do Patrocínio.

B

uma prática discursiva oral nomeada por Stella do Patrocínio.

C

a denominação, usada no manicômio, para conversas terapêuticas.

D

um gênero de poesia transcrita produzida por Stella do Patrocínio.