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(AFA - 2018)TEXTO IIREDES SOCIAIS E COLABORAO EXTR

Português | Gramática | análise sintático-semântica | classificações e funções da palavra "se"
AFA 2018AFA PortuguêsTurma EsPCEx-AFA

(AFA - 2018)

TEXTO II

REDES SOCIAIS E COLABORAÇÃO EXTREMA: O FIM DO SENSO CRÍTICO?

Eugênio Mira

Conectados. Essa palavra nunca fez tanto sentido quanto agora. 1Quando se discutia no passado sobre como os homens agiriam com o advento da aldeia global (...) não se imaginava o quanto esse processo seria rápido e devastador.

(...) quando McLuhan apresentou o termo, em 1968, 2ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande responsável pela interligação mundial absoluta, e sim a internet, que na época não passava de um projeto militar do governo dos Estados Unidos.

3A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo. Graças a ela temos acesso a toda informação do mundo à distância de apenas um toque de botão. 4E quando começaram a se popularizar as redes sociais, 5um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos. Uma ferramenta colaborativa extrema, que possibilitaria o contato imediato com outras pessoas através de suas afinidades, fossem elas políticas, religiosas ou mesmo geográficas. Projetos colaborativos, revoluções instantâneas... 6Tudo seria maior e melhor quando as pessoas se alinhassem na órbita de seus ideais. 7O tempo passou, e essa revolução não se instaurou.

Basta observar as figuras que surgem nos sites de humor e outros assemelhados. Conhecidos como memes (termo cunhado pelo pesquisador Richard Dawkins, que representaria para nossa memória o mesmo que os genes representam para o corpo, ou seja, uma parcela mínima de informação), 8essas figuras surgiram com a intenção de demonstrar, de maneira icônica, algum sentimento ou sensação. 9Ao fazer isso, a tendência de ter uma reação diversa daquelas expressas pelas tirinhas é cada vez menor. Tudo fica branco e preto. 10Ou se aceita a situação, ou revolta-se. Sem chance para o debate ou questionamento.

(...)

A situação é ainda mais grave quando um dos poucos entes criativos restantes na internet produz algum comentário curto, espirituoso ou reflexivo, a respeito de alguma situação atual ou recente... Em minutos pipocam cópias da frase por todo lugar. 11Copia-se sem o menor bom senso, sem créditos. Pensar e refletir, e depois falar, são coisas do passado. O importante agora é 12copiar e colar, e depois partilhar. 13As redes sociais desfraldaram um mundo completamente novo, e o uso que o homem fará dessas ferramentas é o que dirá o nosso futuro cultural. 14Se enveredarmos pela partilha de ideias, gestando-as em nossas mentes e depois as passando a outros, será uma estufa mundial a produzir avanços incríveis em todos os campos de conhecimento. Se, no entanto, as redes sociais se transformarem em uma rede neural de apoio à preguiça de pensar, a humanidade estará fadada ao processo antinatural de regressão. O advento das redes sociais trouxe para perto das pessoas comuns os amigos distantes, os ídolos e as ideias consumistas mais arraigados, mas aparentemente está levando para longe algo muito mais humano e essencial na vida em sociedade: o senso crítico. Será uma troca justa?

http://obviousmag.org/archives/2011/09/redes_sociais_e_colaboracao_extrema_O_fim_do_senso_critico-.htm. Adaptado. Acesso em: 21 fev 2017.

O vocábulo se exerce, na língua portuguesa, várias funções. Observe seu uso nos excertos a seguir.

I. Copia-se sem o menor bom senso...” (l. 41 e 42)
II. “...um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos.” (l. 15 e 16)
III. “Ou se aceita a situação ou revolta-se.” (l. 34)
IV. “O tempo passou, e essa revolução não se instaurou”. (l. 22 e 23)

Assinale a análise correta

A

Em I, o “se” é uma partícula expletiva ou de realce. 

B

Em II, o “se” é uma partícula integrante do verbo.

C

Em III, o “se” foi utilizado para flexionar o verbo na voz passiva sintética em ambas as ocorrências.

D

Em IV, o “se” classifica-se como pronome apassivador.