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(IFPE 2018)Economia comportamental leva o NobelNor

(IFPE 2018)

Economia comportamental leva o Nobel 

Norte-americano Richard H. Thaler diz que ‘para fazer uma boa análise em economia deve-se ter em mente que as pessoas são humanas’

Richard H. Thaler recebeu o Prêmio Nobel de Economia pelas suas contribuições no campo da economia comportamental. O professor Thaler, nascido em 1945, em East Orange, New Jersey (EUA), trabalha na Faculdade de Administração da Universidade Booth de Chicago. Segundo o comitê do Nobel, ao anunciar o prêmio em Estocolmo, Thaler é pioneiro na aplicação da psicologia ao comportamento em economia e em explicar como as pessoas tomam decisões econômicas, às vezes, rejeitando a racionalidade.

Sua pesquisa, disse o comitê, levou o campo comportamental em economia, de um papel secundário, para a corrente principal da pesquisa acadêmica e mostrou que o fator tinha importantes implicações para a política econômica.

Thaler disse, nesta segunda-feira, 9, que a premissa básica de suas teorias é a seguinte: “Para fazer uma boa análise em economia deve-se ter em mente que as pessoas são humanas”. Quando lhe perguntaram como gastaria o dinheiro (cerca de US$ 1,1 milhão) do prêmio, respondeu: “Esta é uma pergunta bem divertida”. E acrescentou: “Tentarei gastá-lo da forma mais irracional possível”

O prêmio de Economia foi criado em 1968 em memória de Alfred Nobel e é concedido pela Academia Real de Ciências da Suécia.

As linhas principais de estudos econômicos em grande parte do século 20 basearam-se na hipótese simplificada de que as pessoas se comportavam racionalmente. Os economistas entendiam que isso não era literalmente real, mas argumentaram que estava bem próximo disso.

O professor Thaler desempenhou um papel central ao se distanciar desse pressuposto. Ele não só defendeu que os seres humanos são irracionais, o que é algo óbvio, mas também de pouca ajuda. Em vez disso, ele mostrou que as pessoas saem da racionalidade de maneiras coerentes, portanto seu comportamento ainda pode ser antecipado.

O comitê do Nobel descreveu como a teoria de Thaler sobre “contabilidade mental” explica de que forma as pessoas simplificam as decisões financeiras, concentrando-se no impacto limitado de cada decisão e não no seu efeito mais geral. Ele também mostrou como a aversão a uma perda pode explicar por que as pessoas valorizam muito mais o mesmo item quando são proprietárias do que quando não o são, fenômeno chamado “efeito de doação”.

As teorias de Thaler explicam, ainda, porque as resoluções de ano-novo podem ser difíceis de se manter e analisam a tensão entre o planejamento de longo prazo e a ação no curto prazo. Sucumbir à tentação de curto prazo é uma razão importante pela qual muitas pessoas fracassam em seus planos de poupar para quando forem idosas, ou fazer escolhas de estilo de vida mais saudáveis, de acordo com a pesquisa de Thaler. Ele também demonstrou o quanto mudanças aparentemente pequenas na forma como os sistemas funcionam, ou como um “empurrãozinho” (“nudging”) – termo que ele inventou – pode ajudar as pessoas a exercer melhor o autocontrole quando, por exemplo, estão economizando para a aposentadoria.

O professor Thaler teve uma rápida participação no filme A Grande Aposta, ao lado da atriz e cantora Selena Gomez, no qual ele usou a economia comportamental para ajudar a explicar as causas da crise financeira. Quando perguntaram a ele sobre sua “curta carreira em Hollywood”, brincou se dizendo desapontado pelo fato de suas façanhas como ator não terem sido mencionadas no resumo de suas realizações quando o prêmio foi anunciado.

Por que o trabalho de Thaler foi importante? Seu trabalho forçou os economistas a lidarem com as limitações da análise tradicional com base no pressuposto de que as pessoas são atores racionais. Ele também tem sido excepcionalmente bem-sucedido ao influenciar diretamente políticas públicas. Uma das contribuições mais importantes é a sua influência sobre a mudança dos planos de aposentadoria nos quais os funcionários se inscrevem automaticamente e nas apólices que oferecem aos funcionários a opção de aumentar as contribuições ao longo do tempo. Ambos refletem a visão de Thaler de que a inércia pode ser usada para moldar resultados benéficos sem impor limites à escolha humana.

APPELBAUM, Binyamin. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,nobel-de-economia-2017-vai-para-um-dos-fundadores-da-economia-comportamental,7000203479>.

Acesso em: 11 out. 2017. Adaptado.

O texto tem como fato gerador   

A

o reconhecimento internacional da importância da economia comportamental.    

B

a concessão do Prêmio Nobel de Economia de 2017 ao norte-americano Richard Thaler.  

C

a homenagem feita a Alfred Nobel pela Academia Real de Ciências da Suécia.    

D

a aplicação das teorias do professor Thaler ao mercado de planos de aposentadoria.    

E

a contribuição da psicologia ao estudo do comportamento financeiro das pessoas.