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Questões de Português - ITA | Gabarito e resoluções

Questão 26
2008Português

(ITA - 2008 - 1 FASE) 1Com um pouco de exagero, costumo dizer que todo jogo de azar. Falo assim referindo-me ao futebol que, ao contrrio da roleta ou da loteria, implica ttica e estratgia, sem falar no principal, que o talento e a 3habilidade dos jogadores. Apesar disso, no consegue eliminar o azar, isto , o acaso. 4E j que falamos em acaso, vale lembrar que, em francs, acaso escreve-se hasard, como no 5clebre verso de Mallarm, que diz: um lance de dados jamais eliminar o acaso. Ele est, no fundo, referindo-se ao fazer do poema que, em que pese a mestria e lucidez do poeta, est ainda assim sujeito ao azar, ou seja, ao acaso. 8Se no poema assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se movendo num 9campo de amplas dimenses. Se verdade que eles jogam conforme esquemas de marcao e ataque, 10seguindo a orientao do tcnico, deve-se no entanto levar em conta que cada jogador tem sua percepo da 11jogada e decide deslocar-se nesta ou naquela direo, ou manter-se parado, certo de que a bola chegar a 12seus ps. Nada disso se pode prever, da resultando um alto ndice de probabilidades, ou seja, de ocorrncias 13imprevisveis e que, portanto, escapam ao controle. 14Tomemos, como exemplo, um lance que quase sempre implica perigo de gol: o tiro de canto. No 15toa que, quando se cria essa situao, os jogadores da defesa se afligem em anular as possibilidades que tm os adversrios de fazerem o gol. Sentem-se ao sabor do acaso, da imprevisibilidade. O time adversrio desloca para a rea do que sofre o tiro de canto seus jogadores mais altos e, por isso mesmo, treinados para cabecear para dentro do gol. Isto reduz o grau de imprevisibilidade por aumentar as possibilidades do time atacante de aproveitar em seu favor o tiro de canto e fazer o gol. Nessa mesma medida, crescem, para a 20defesa, as dificuldades de evitar o pior. Mas nada disso consegue eliminar o acaso, uma vez que o batedor do 21escanteio, por mais exmio que seja, no pode com preciso absoluta lanar a bola na cabea de determinado 22jogador. Alm do mais, a inquietao ali na rea grande, todos os jogadores se movimentam, uns tentando 23escapar marcao, outros procurando marc-los. Essa movimentao, multiplicada pelo nmero de 24jogadores que se movem, aumenta fantasticamente o grau de imprevisibilidade do que ocorrer quando a bola 25for lanada. A que altura chegar ali? Qual jogador estar, naquele instante, em posio propcia para 26cabece-la, seja para dentro do gol, seja para longe dele? No existe treinamento ttico, posio privilegiada, 27nada que torne previsvel o desfecho do tiro de canto. A bola pode cair ao alcance deste ou daquele jogador e, 28dependendo da sorte, ser gol ou no. 29No quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja apenas fruto do acaso, mas a 30verdade que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, no se vai muito longe; jogadores, 31tcnicos e torcedores sabem disso, tanto que todos querem se livrar do chamado p frio. Como no pretendo 32passar por supersticioso, evito aderir abertamente a essa tese, mas quando vejo, durante uma partida, meu 33time perder gols feitos, nasce-me o desagradvel temor de que aquele no um bom dia para ns e de que a derrota certa. 35Que eu, mero torcedor, pense assim, compreensvel, mas que dizer de tcnicos de futebol que vivem de tero na mo e medalhas de santos sob a camisa e que, em face de cada lance decisivo, as puxam para fora, as beijam e murmuram oraes? Isso para no falar nos que consultam pais-de-santo e pagam promessas a Iemanj. como se dissessem: treino os jogadores, trao o esquema de jogo, armo jogadas, 39mas, independentemente disso, existem foras imponderveis que s obedecem aos santos e pais-de-santo; 40so as foras do acaso. 41Mas no se pode descartar o fator psicolgico que, como se sabe, atua sobre os jogadores de qualquer 42esporte; tanto isso certo que, hoje, entre os preparadores das equipes h sempre um psiclogo. De fato, se 43o jogador no estiver psicologicamente preparado para vencer, no dar o melhor de si. 44Exemplifico essa crena na psicologia com a histria de um tcnico ingls que, num jogo decisivo da 45Copa da Europa, teve um de seus jogadores machucado. No era um craque, mas sua perda desfalcaria o time. O mdico da equipe, depois de atender o jogador, disse ao tcnico: Ele j voltou a si do desmaio, mas 47no sabe quem . E o tcnico: timo! Diga que ele o Pel e que volte para o campo imediatamente. (Ferreira Gullar. Jogos de azar. Em: Folha de S. Paulo, 24/06/2007.) ndices em canto superior esquerdo de palavras indicam nmero da linha no texto original. Na frase, Apesar disso, no consegue eliminar o azar, isto , o acaso. (linha 3), podemos entender que o azar

Questão 27
2008Português

(ITA - 2008 - 1 FASE) 1Com um pouco de exagero, costumo dizer que todo jogo de azar. Falo assim referindo-me ao futebol que, ao contrrio da roleta ou da loteria, implica ttica e estratgia, sem falar no principal, que o talento e a 3habilidade dos jogadores. Apesar disso, no consegue eliminar o azar, isto , o acaso. 4E j que falamos em acaso, vale lembrar que, em francs, acaso escreve-se hasard, como no 5clebre verso de Mallarm, que diz: um lance de dados jamais eliminar o acaso. Ele est, no fundo, referindo-se ao fazer do poema que, em que pese a mestria e lucidez do poeta, est ainda assim sujeito ao azar, ou seja, ao acaso. 8Se no poema assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se movendo num 9campo de amplas dimenses. Se verdade que eles jogam conforme esquemas de marcao e ataque, 10seguindo a orientao do tcnico, deve-se no entanto levar em conta que cada jogador tem sua percepo da 11jogada e decide deslocar-se nesta ou naquela direo, ou manter-se parado, certo de que a bola chegar a 12seus ps. Nada disso se pode prever, da resultando um alto ndice de probabilidades, ou seja, de ocorrncias 13imprevisveis e que, portanto, escapam ao controle. 14Tomemos, como exemplo, um lance que quase sempre implica perigo de gol: o tiro de canto. No 15toa que, quando se cria essa situao, os jogadores da defesa se afligem em anular as possibilidades que tm os adversrios de fazerem o gol. Sentem-se ao sabor do acaso, da imprevisibilidade. O time adversrio desloca para a rea do que sofre o tiro de canto seus jogadores mais altos e, por isso mesmo, treinados para cabecear para dentro do gol. Isto reduz o grau de imprevisibilidade por aumentar as possibilidades do time atacante de aproveitar em seu favor o tiro de canto e fazer o gol. Nessa mesma medida, crescem, para a 20defesa, as dificuldades de evitar o pior. Mas nada disso consegue eliminar o acaso, uma vez que o batedor do 21escanteio, por mais exmio que seja, no pode com preciso absoluta lanar a bola na cabea de determinado 22jogador. Alm do mais, a inquietao ali na rea grande, todos os jogadores se movimentam, uns tentando 23escapar marcao, outros procurando marc-los. Essa movimentao, multiplicada pelo nmero de 24jogadores que se movem, aumenta fantasticamente o grau de imprevisibilidade do que ocorrer quando a bola 25for lanada. A que altura chegar ali? Qual jogador estar, naquele instante, em posio propcia para 26cabece-la, seja para dentro do gol, seja para longe dele? No existe treinamento ttico, posio privilegiada, 27nada que torne previsvel o desfecho do tiro de canto. A bola pode cair ao alcance deste ou daquele jogador e, 28dependendo da sorte, ser gol ou no. 29No quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja apenas fruto do acaso, mas a 30verdade que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, no se vai muito longe; jogadores, 31tcnicos e torcedores sabem disso, tanto que todos querem se livrar do chamado p frio. Como no pretendo 32passar por supersticioso, evito aderir abertamente a essa tese, mas quando vejo, durante uma partida, meu 33time perder gols feitos, nasce-me o desagradvel temor de que aquele no um bom dia para ns e de que a derrota certa. 35Que eu, mero torcedor, pense assim, compreensvel, mas que dizer de tcnicos de futebol que vivem de tero na mo e medalhas de santos sob a camisa e que, em face de cada lance decisivo, as puxam para fora, as beijam e murmuram oraes? Isso para no falar nos que consultam pais-de-santo e pagam promessas a Iemanj. como se dissessem: treino os jogadores, trao o esquema de jogo, armo jogadas, 39mas, independentemente disso, existem foras imponderveis que s obedecem aos santos e pais-de-santo; 40so as foras do acaso. 41Mas no se pode descartar o fator psicolgico que, como se sabe, atua sobre os jogadores de qualquer 42esporte; tanto isso certo que, hoje, entre os preparadores das equipes h sempre um psiclogo. De fato, se 43o jogador no estiver psicologicamente preparado para vencer, no dar o melhor de si. 44Exemplifico essa crena na psicologia com a histria de um tcnico ingls que, num jogo decisivo da 45Copa da Europa, teve um de seus jogadores machucado. No era um craque, mas sua perda desfalcaria o time. O mdico da equipe, depois de atender o jogador, disse ao tcnico: Ele j voltou a si do desmaio, mas 47no sabe quem . E o tcnico: timo! Diga que ele o Pel e que volte para o campo imediatamente. (Ferreira Gullar. Jogos de azar. Em: Folha de S. Paulo, 24/06/2007.) ndices em canto superior esquerdo de palavras indicam nmero da linha no texto original. Um outro ttulo para o texto poderia ser:

Questão 28
2008Português

(ITA - 2008 - 1 FASE) 1Com um pouco de exagero, costumo dizer que todo jogo de azar. Falo assim referindo-me ao futebol que, ao contrrio da roleta ou da loteria, implica ttica e estratgia, sem falar no principal, que o talento e a 3habilidade dos jogadores. Apesar disso, no consegue eliminar o azar, isto , o acaso. 4E j que falamos em acaso, vale lembrar que, em francs, acaso escreve-se hasard, como no 5clebre verso de Mallarm, que diz: um lance de dados jamais eliminar o acaso. Ele est, no fundo, referindo-se ao fazer do poema que, em que pese a mestria e lucidez do poeta, est ainda assim sujeito ao azar, ou seja, ao acaso. 8Se no poema assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se movendo num 9campo de amplas dimenses. Se verdade que eles jogam conforme esquemas de marcao e ataque, 10seguindo a orientao do tcnico, deve-se no entanto levar em conta que cada jogador tem sua percepo da 11jogada e decide deslocar-se nesta ou naquela direo, ou manter-se parado, certo de que a bola chegar a 12seus ps. Nada disso se pode prever, da resultando um alto ndice de probabilidades, ou seja, de ocorrncias 13imprevisveis e que, portanto, escapam ao controle. 14Tomemos, como exemplo, um lance que quase sempre implica perigo de gol: o tiro de canto. No 15toa que, quando se cria essa situao, os jogadores da defesa se afligem em anular as possibilidades que tm os adversrios de fazerem o gol. Sentem-se ao sabor do acaso, da imprevisibilidade. O time adversrio desloca para a rea do que sofre o tiro de canto seus jogadores mais altos e, por isso mesmo, treinados para cabecear para dentro do gol. Isto reduz o grau de imprevisibilidade por aumentar as possibilidades do time atacante de aproveitar em seu favor o tiro de canto e fazer o gol. Nessa mesma medida, crescem, para a 20defesa, as dificuldades de evitar o pior. Mas nada disso consegue eliminar o acaso, uma vez que o batedor do 21escanteio, por mais exmio que seja, no pode com preciso absoluta lanar a bola na cabea de determinado 22jogador. Alm do mais, a inquietao ali na rea grande, todos os jogadores se movimentam, uns tentando 23escapar marcao, outros procurando marc-los. Essa movimentao, multiplicada pelo nmero de 24jogadores que se movem, aumenta fantasticamente o grau de imprevisibilidade do que ocorrer quando a bola 25for lanada. A que altura chegar ali? Qual jogador estar, naquele instante, em posio propcia para 26cabece-la, seja para dentro do gol, seja para longe dele? No existe treinamento ttico, posio privilegiada, 27nada que torne previsvel o desfecho do tiro de canto. A bola pode cair ao alcance deste ou daquele jogador e, 28dependendo da sorte, ser gol ou no. 29No quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja apenas fruto do acaso, mas a 30verdade que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, no se vai muito longe; jogadores, 31tcnicos e torcedores sabem disso, tanto que todos querem se livrar do chamado p frio. Como no pretendo 32passar por supersticioso, evito aderir abertamente a essa tese, mas quando vejo, durante uma partida, meu 33time perder gols feitos, nasce-me o desagradvel temor de que aquele no um bom dia para ns e de que a derrota certa. 35Que eu, mero torcedor, pense assim, compreensvel, mas que dizer de tcnicos de futebol que vivem de tero na mo e medalhas de santos sob a camisa e que, em face de cada lance decisivo, as puxam para fora, as beijam e murmuram oraes? Isso para no falar nos que consultam pais-de-santo e pagam promessas a Iemanj. como se dissessem: treino os jogadores, trao o esquema de jogo, armo jogadas, 39mas, independentemente disso, existem foras imponderveis que s obedecem aos santos e pais-de-santo; 40so as foras do acaso. 41Mas no se pode descartar o fator psicolgico que, como se sabe, atua sobre os jogadores de qualquer 42esporte; tanto isso certo que, hoje, entre os preparadores das equipes h sempre um psiclogo. De fato, se 43o jogador no estiver psicologicamente preparado para vencer, no dar o melhor de si. 44Exemplifico essa crena na psicologia com a histria de um tcnico ingls que, num jogo decisivo da 45Copa da Europa, teve um de seus jogadores machucado. No era um craque, mas sua perda desfalcaria o time. O mdico da equipe, depois de atender o jogador, disse ao tcnico: Ele j voltou a si do desmaio, mas 47no sabe quem . E o tcnico: timo! Diga que ele o Pel e que volte para o campo imediatamente. (Ferreira Gullar. Jogos de azar. Em: Folha de S. Paulo, 24/06/2007.) ndices em canto superior esquerdo de palavras indicam nmero da linha no texto original. Assinale a opo em que a palavra em destaque permite duplo sentido.

Questão 29
2008Português

(ITA - 2008 - 1 FASE) 1Com um pouco de exagero, costumo dizer que todo jogo de azar. Falo assim referindo-me ao futebol que, ao contrrio da roleta ou da loteria, implica ttica e estratgia, sem falar no principal, que o talento e a 3habilidade dos jogadores. Apesar disso, no consegue eliminar o azar, isto , o acaso. 4E j que falamos em acaso, vale lembrar que, em francs, acaso escreve-se hasard, como no 5clebre verso de Mallarm, que diz: um lance de dados jamais eliminar o acaso. Ele est, no fundo, referindo-se ao fazer do poema que, em que pese a mestria e lucidez do poeta, est ainda assim sujeito ao azar, ou seja, ao acaso. 8Se no poema assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se movendo num 9campo de amplas dimenses. Se verdade que eles jogam conforme esquemas de marcao e ataque, 10seguindo a orientao do tcnico, deve-se no entanto levar em conta que cada jogador tem sua percepo da 11jogada e decide deslocar-se nesta ou naquela direo, ou manter-se parado, certo de que a bola chegar a 12seus ps. Nada disso se pode prever, da resultando um alto ndice de probabilidades, ou seja, de ocorrncias 13imprevisveis e que, portanto, escapam ao controle. 14Tomemos, como exemplo, um lance que quase sempre implica perigo de gol: o tiro de canto. No 15toa que, quando se cria essa situao, os jogadores da defesa se afligem em anular as possibilidades que tm os adversrios de fazerem o gol. Sentem-se ao sabor do acaso, da imprevisibilidade. O time adversrio desloca para a rea do que sofre o tiro de canto seus jogadores mais altos e, por isso mesmo, treinados para cabecear para dentro do gol. Isto reduz o grau de imprevisibilidade por aumentar as possibilidades do time atacante de aproveitar em seu favor o tiro de canto e fazer o gol. Nessa mesma medida, crescem, para a 20defesa, as dificuldades de evitar o pior. Mas nada disso consegue eliminar o acaso, uma vez que o batedor do 21escanteio, por mais exmio que seja, no pode com preciso absoluta lanar a bola na cabea de determinado 22jogador. Alm do mais, a inquietao ali na rea grande, todos os jogadores se movimentam, uns tentando 23escapar marcao, outros procurando marc-los. Essa movimentao, multiplicada pelo nmero de 24jogadores que se movem, aumenta fantasticamente o grau de imprevisibilidade do que ocorrer quando a bola 25for lanada. A que altura chegar ali? Qual jogador estar, naquele instante, em posio propcia para 26cabece-la, seja para dentro do gol, seja para longe dele? No existe treinamento ttico, posio privilegiada, 27nada que torne previsvel o desfecho do tiro de canto. A bola pode cair ao alcance deste ou daquele jogador e, 28dependendo da sorte, ser gol ou no. 29No quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja apenas fruto do acaso, mas a 30verdade que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, no se vai muito longe; jogadores, 31tcnicos e torcedores sabem disso, tanto que todos querem se livrar do chamado p frio. Como no pretendo 32passar por supersticioso, evito aderir abertamente a essa tese, mas quando vejo, durante uma partida, meu 33time perder gols feitos, nasce-me o desagradvel temor de que aquele no um bom dia para ns e de que a derrota certa. 35Que eu, mero torcedor, pense assim, compreensvel, mas que dizer de tcnicos de futebol que vivem de tero na mo e medalhas de santos sob a camisa e que, em face de cada lance decisivo, as puxam para fora, as beijam e murmuram oraes? Isso para no falar nos que consultam pais-de-santo e pagam promessas a Iemanj. como se dissessem: treino os jogadores, trao o esquema de jogo, armo jogadas, 39mas, independentemente disso, existem foras imponderveis que s obedecem aos santos e pais-de-santo; 40so as foras do acaso. 41Mas no se pode descartar o fator psicolgico que, como se sabe, atua sobre os jogadores de qualquer 42esporte; tanto isso certo que, hoje, entre os preparadores das equipes h sempre um psiclogo. De fato, se 43o jogador no estiver psicologicamente preparado para vencer, no dar o melhor de si. 44Exemplifico essa crena na psicologia com a histria de um tcnico ingls que, num jogo decisivo da 45Copa da Europa, teve um de seus jogadores machucado. No era um craque, mas sua perda desfalcaria o time. O mdico da equipe, depois de atender o jogador, disse ao tcnico: Ele j voltou a si do desmaio, mas 47no sabe quem . E o tcnico: timo! Diga que ele o Pel e que volte para o campo imediatamente. (Ferreira Gullar. Jogos de azar. Em: Folha de S. Paulo, 24/06/2007.) ndices em canto superior esquerdo de palavras indicam nmero da linha no texto original. Qual dos advrbios terminados em -mente incide sobre o contedo de toda a frase?

Questão 30
2008Português

(ITA - 2008 - 1 FASE) 1Com um pouco de exagero, costumo dizer que todo jogo de azar. Falo assim referindo-me ao futebol que, ao contrrio da roleta ou da loteria, implica ttica e estratgia, sem falar no principal, que o talento e a 3habilidade dos jogadores. Apesar disso, no consegue eliminar o azar, isto , o acaso. 4E j que falamos em acaso, vale lembrar que, em francs, acaso escreve-se hasard, como no 5clebre verso de Mallarm, que diz: um lance de dados jamais eliminar o acaso. Ele est, no fundo, referindo-se ao fazer do poema que, em que pese a mestria e lucidez do poeta, est ainda assim sujeito ao azar, ou seja, ao acaso. 8Se no poema assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se movendo num 9campo de amplas dimenses. Se verdade que eles jogam conforme esquemas de marcao e ataque, 10seguindo a orientao do tcnico, deve-se no entanto levar em conta que cada jogador tem sua percepo da 11jogada e decide deslocar-se nesta ou naquela direo, ou manter-se parado, certo de que a bola chegar a 12seus ps. Nada disso se pode prever, da resultando um alto ndice de probabilidades, ou seja, de ocorrncias 13imprevisveis e que, portanto, escapam ao controle. 14Tomemos, como exemplo, um lance que quase sempre implica perigo de gol: o tiro de canto. No 15toa que, quando se cria essa situao, os jogadores da defesa se afligem em anular as possibilidades que tm os adversrios de fazerem o gol. Sentem-se ao sabor do acaso, da imprevisibilidade. O time adversrio desloca para a rea do que sofre o tiro de canto seus jogadores mais altos e, por isso mesmo, treinados para cabecear para dentro do gol. Isto reduz o grau de imprevisibilidade por aumentar as possibilidades do time atacante de aproveitar em seu favor o tiro de canto e fazer o gol. Nessa mesma medida, crescem, para a 20defesa, as dificuldades de evitar o pior. Mas nada disso consegue eliminar o acaso, uma vez que o batedor do 21escanteio, por mais exmio que seja, no pode com preciso absoluta lanar a bola na cabea de determinado 22jogador. Alm do mais, a inquietao ali na rea grande, todos os jogadores se movimentam, uns tentando 23escapar marcao, outros procurando marc-los. Essa movimentao, multiplicada pelo nmero de 24jogadores que se movem, aumenta fantasticamente o grau de imprevisibilidade do que ocorrer quando a bola 25for lanada. A que altura chegar ali? Qual jogador estar, naquele instante, em posio propcia para 26cabece-la, seja para dentro do gol, seja para longe dele? No existe treinamento ttico, posio privilegiada, 27nada que torne previsvel o desfecho do tiro de canto. A bola pode cair ao alcance deste ou daquele jogador e, 28dependendo da sorte, ser gol ou no. 29No quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja apenas fruto do acaso, mas a 30verdade que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, no se vai muito longe; jogadores, 31tcnicos e torcedores sabem disso, tanto que todos querem se livrar do chamado p frio. Como no pretendo 32passar por supersticioso, evito aderir abertamente a essa tese, mas quando vejo, durante uma partida, meu 33time perder gols feitos, nasce-me o desagradvel temor de que aquele no um bom dia para ns e de que a derrota certa. 35Que eu, mero torcedor, pense assim, compreensvel, mas que dizer de tcnicos de futebol que vivem de tero na mo e medalhas de santos sob a camisa e que, em face de cada lance decisivo, as puxam para fora, as beijam e murmuram oraes? Isso para no falar nos que consultam pais-de-santo e pagam promessas a Iemanj. como se dissessem: treino os jogadores, trao o esquema de jogo, armo jogadas, 39mas, independentemente disso, existem foras imponderveis que s obedecem aos santos e pais-de-santo; 40so as foras do acaso. 41Mas no se pode descartar o fator psicolgico que, como se sabe, atua sobre os jogadores de qualquer 42esporte; tanto isso certo que, hoje, entre os preparadores das equipes h sempre um psiclogo. De fato, se 43o jogador no estiver psicologicamente preparado para vencer, no dar o melhor de si. 44Exemplifico essa crena na psicologia com a histria de um tcnico ingls que, num jogo decisivo da 45Copa da Europa, teve um de seus jogadores machucado. No era um craque, mas sua perda desfalcaria o time. O mdico da equipe, depois de atender o jogador, disse ao tcnico: Ele j voltou a si do desmaio, mas 47no sabe quem . E o tcnico: timo! Diga que ele o Pel e que volte para o campo imediatamente. (Ferreira Gullar. Jogos de azar. Em: Folha de S. Paulo, 24/06/2007.) ndices em canto superior esquerdo de palavras indicam nmero da linha no texto original. O autor defende a tese de que

Questão 31
2008Português

(ITA - 2008 - 1 FASE) 1Com um pouco de exagero, costumo dizer que todo jogo de azar. Falo assim referindo-me ao futebol que, ao contrrio da roleta ou da loteria, implica ttica e estratgia, sem falar no principal, que o talento e a 3habilidade dos jogadores. Apesar disso, no consegue eliminar o azar, isto , o acaso. 4E j que falamos em acaso, vale lembrar que, em francs, acaso escreve-se hasard, como no 5clebre verso de Mallarm, que diz: um lance de dados jamais eliminar o acaso. Ele est, no fundo, referindo-se ao fazer do poema que, em que pese a mestria e lucidez do poeta, est ainda assim sujeito ao azar, ou seja, ao acaso. 8Se no poema assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se movendo num 9campo de amplas dimenses. Se verdade que eles jogam conforme esquemas de marcao e ataque, 10seguindo a orientao do tcnico, deve-se no entanto levar em conta que cada jogador tem sua percepo da 11jogada e decide deslocar-se nesta ou naquela direo, ou manter-se parado, certo de que a bola chegar a 12seus ps. Nada disso se pode prever, da resultando um alto ndice de probabilidades, ou seja, de ocorrncias 13imprevisveis e que, portanto, escapam ao controle. 14Tomemos, como exemplo, um lance que quase sempre implica perigo de gol: o tiro de canto. No 15toa que, quando se cria essa situao, os jogadores da defesa se afligem em anular as possibilidades que tm os adversrios de fazerem o gol. Sentem-se ao sabor do acaso, da imprevisibilidade. O time adversrio desloca para a rea do que sofre o tiro de canto seus jogadores mais altos e, por isso mesmo, treinados para cabecear para dentro do gol. Isto reduz o grau de imprevisibilidade por aumentar as possibilidades do time atacante de aproveitar em seu favor o tiro de canto e fazer o gol. Nessa mesma medida, crescem, para a 20defesa, as dificuldades de evitar o pior. Mas nada disso consegue eliminar o acaso, uma vez que o batedor do 21escanteio, por mais exmio que seja, no pode com preciso absoluta lanar a bola na cabea de determinado 22jogador. Alm do mais, a inquietao ali na rea grande, todos os jogadores se movimentam, uns tentando 23escapar marcao, outros procurando marc-los. Essa movimentao, multiplicada pelo nmero de 24jogadores que se movem, aumenta fantasticamente o grau de imprevisibilidade do que ocorrer quando a bola 25for lanada. A que altura chegar ali? Qual jogador estar, naquele instante, em posio propcia para 26cabece-la, seja para dentro do gol, seja para longe dele? No existe treinamento ttico, posio privilegiada, 27nada que torne previsvel o desfecho do tiro de canto. A bola pode cair ao alcance deste ou daquele jogador e, 28dependendo da sorte, ser gol ou no. 29No quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja apenas fruto do acaso, mas a 30verdade que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, no se vai muito longe; jogadores, 31tcnicos e torcedores sabem disso, tanto que todos querem se livrar do chamado p frio. Como no pretendo 32passar por supersticioso, evito aderir abertamente a essa tese, mas quando vejo, durante uma partida, meu 33time perder gols feitos, nasce-me o desagradvel temor de que aquele no um bom dia para ns e de que a derrota certa. 35Que eu, mero torcedor, pense assim, compreensvel, mas que dizer de tcnicos de futebol que vivem de tero na mo e medalhas de santos sob a camisa e que, em face de cada lance decisivo, as puxam para fora, as beijam e murmuram oraes? Isso para no falar nos que consultam pais-de-santo e pagam promessas a Iemanj. como se dissessem: treino os jogadores, trao o esquema de jogo, armo jogadas, 39mas, independentemente disso, existem foras imponderveis que s obedecem aos santos e pais-de-santo; 40so as foras do acaso. 41Mas no se pode descartar o fator psicolgico que, como se sabe, atua sobre os jogadores de qualquer 42esporte; tanto isso certo que, hoje, entre os preparadores das equipes h sempre um psiclogo. De fato, se 43o jogador no estiver psicologicamente preparado para vencer, no dar o melhor de si. 44Exemplifico essa crena na psicologia com a histria de um tcnico ingls que, num jogo decisivo da 45Copa da Europa, teve um de seus jogadores machucado. No era um craque, mas sua perda desfalcaria o time. O mdico da equipe, depois de atender o jogador, disse ao tcnico: Ele j voltou a si do desmaio, mas 47no sabe quem . E o tcnico: timo! Diga que ele o Pel e que volte para o campo imediatamente. (Ferreira Gullar. Jogos de azar. Em: Folha de S. Paulo, 24/06/2007.) ndices em canto superior esquerdo de palavras indicam nmero da linha no texto original. Considere as seguintes afirmaes sobre a argumentao no texto: I. A comparao entre a criao de um poema e um jogo de futebol funciona como argumento para a tese do autor. II. O comentrio do autor sobre o fato de ele no ser supersticioso tem a funo de introduzir o argumento de que os tcnicos de futebol tambm tm suas crenas. III. O exemplo iniciado na linha 14 (Tomemos, como exemplo...) um contra-argumento para a afirmao de que o resultado seja apenas fruto do acaso, pargrafo iniciado na linha 29 (No quero dizer com isso...). Est(o) correta(s)

Questão 32
2008Português

(ITA - 2008 - 1 FASE) Os excertos abaixo foram extrados de uma etiqueta de roupa. Assinale a opo que NO apresenta erro quanto ao emprego da vrgula.

Questão 33
2008Português

(ITA - 2008 - 1 FASE) A frase abaixo foi dita por uma atriz como um lamento insistncia dos jornalistas em vasculharem sua vida pessoal: muito triste voc no poder sair para jantar com um amigo sem ser perseguida por ningum. Da forma como a frase foi registrada, o sentido produzido o contrrio ao supostamente pretendido pela atriz. Assinale a opo em que h a identificao do(s) elemento(s) que causa(m) tal mal-entendido.

Questão 34
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(ITA - 2008 - 1 FASE) Assinale a opo em que a frase apresenta figura de linguagem semelhante ao da fala de Helga no primeiro quadrinho.

Questão 35
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(ITA - 2008 - 1 FASE) O romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, comumente lido como uma obra que apresenta um problema a ser resolvido: Capitu traiu ou no Bentinho? Sobre esse problema, de difcil soluo, considere as seguintes afirmaes: I. Capitu acusa Bentinho de ter cimes at dos mortos, o que uma forma de ela se defender da acusao do marido, j que ele no acredita ser o pai de Ezequiel. II. A semelhana fsica de Ezequiel com Escobar relativizada no romance, uma vez que Capitu tambm muito parecida com a me de Sancha e no h, aqui, nenhum lao de parentesco. III. Em momento algum do livro, Capitu e Escobar aparecem em situaes comprometedoras. IV. Bentinho, o narrador da histria, relata parcialmente os fatos e com muito rancor por Capitu e Escobar, os quais, segundo ele, foram amantes. Esto corretas as afirmaes:

Questão 36
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(ITA - 2008 - 1 FASE) O romance Menino de engenho, de Jos Lins do Rego, uma das obras mais importantes surgidas no Modernismo dos anos 30, que, como se sabe, foi marcado por uma fico de forte cunho social. Sobre esse livro, INCORRETO afirmar que:

Questão 37
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(ITA - 2008 - 1 FASE) O poema abaixo um dos mais conhecidos de Carlos Drummond de Andrade. INCORRETO dizer que o poema Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus.

Questão 38
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(ITA - 2008 - 1 FASE) O poema abaixo, do poeta contemporneo Jos Paulo Paes, se reporta Cano do exlio, de Gonalves Dias. O texto de Jos Paulo Paes Cano do exlio facilitada l? ah! sabi... pap... man... sof... sinh... c? bah! (Em: Um por todos. So Paulo: Brasiliense, 1986.)

Questão 39
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(ITA - 2008 - 1 FASE) A prxima questo refere-se ao poema de Manuel Bandeira abaixo. Profundamente Quando ontem adormeci Na noite de So Joo Havia alegria e rumor Estrondos de bombas luzes de Bengala Vozes cantigas e risos Ao p das fogueiras acesas. No meio da noite despertei No ouvi mais vozes nem risos Apenas bales Passavam errantes Silenciosamente Apenas de vez em quando O rudo de um bonde Cortava o silncio Como um tnel. Onde estavam todos os que h pouco Danavam Cantavam E riam Ao p das fogueiras acesas? Estavam todos dormindo Estavam todos deitados Dormindo Profundamente **** Quando eu tinha seis anos No pude ver o fim da festa de So Joo Porque adormeci Hoje no ouo mais as vozes daquele tempo Minha av Meu av Totnio Rodrigues Tomsia Rosa Onde esto todos eles? Esto todos dormindo Esto todos deitados Dormindo Profundamente. Apesar de ser um poema modernista, esse texto de Bandeira apresenta alguns traos herdados do Romantismo. Sobre tais traos, considere as seguintes afirmaes: I. O poema marcadamente autobiogrfico, j que apresenta referncias famlia do escritor. II. No poema, h a rememorao um tanto saudosista da infncia do poeta, vista como um perodo de grande felicidade. III. No poema, h a presena de elementos da cultura popular festa de So Joo , que so valorizados no texto. Est(o) correta(s):

Questão 40
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(ITA - 2008 - 1 FASE) A prxima questo refere-se ao poema de Manuel Bandeira abaixo. Profundamente Quando ontem adormeci Na noite de So Joo Havia alegria e rumor Estrondos de bombas luzes de Bengala Vozes cantigas e risos Ao p das fogueiras acesas. No meio da noite despertei No ouvi mais vozes nem risos Apenas bales Passavam errantes Silenciosamente Apenas de vez em quando O rudo de um bonde Cortava o silncio Como um tnel. Onde estavam todos os que h pouco Danavam Cantavam E riam Ao p das fogueiras acesas? Estavam todos dormindo Estavam todos deitados Dormindo Profundamente **** Quando eu tinha seis anos No pude ver o fim da festa de So Joo Porque adormeci Hoje no ouo mais as vozes daquele tempo Minha av Meu av Totnio Rodrigues Tomsia Rosa Onde esto todos eles? Esto todos dormindo Esto todos deitados Dormindo Profundamente. Apesar de ser um poema modernista, esse texto de Bandeira apresenta alguns traos herdados do Romantismo. Esse poema, contudo, no propriamente romntico, no s porque o autor no pertence historicamente ao Romantismo, mas, sobretudo, porque