(UECE - 2019)
Sobre a questão da liberdade em Spinoza, a filósofa brasileira Marilena Chauí afirma o seguinte:
“[...] o poder teológico-político é duplamente violento. Em primeiro lugar, porque pretende roubar dos homens a origem de suas ações sociais e políticas, colocando-as como cumprimento a mandamentos transcendentes de uma vontade divina incompreensível ou secreta, fundamento da razão de Estado‟. Em segundo, porque as leis divinas reveladas, postas como leis políticas ou civis, impedem o exercício da liberdade, pois não regulam apenas usos e costumes, mas também a linguagem e o pensamento, procurando dominar não só os corpos, mas também os espíritos”.
CHAUÍ, Marilena. Espinosa, uma subversão filosófica. Revista CULT, 14 de março de 2010. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/baruch-espinosa/.
O poder teológico-político é violento, porque
submete os homens a leis supostamente transcendentes ao negar-lhes a imanência de suas próprias ações.
retira dos homens a esperança de que suas ações tenham como causa e fim a transcendência divina.
transforma a linguagem e o pensamento dos homens em formas de libertação de corpos e espíritos.
recusa aos usos e costumes o papel de fundamento transcendente das ações políticas e leis civis dos homens.