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VestibularEdição do vestibular
Disciplina

(UEL - 2004)Tomemos [...] este pedao de cera que a

(UEL - 2004)

“Tomemos [...] este pedaço de cera que acaba de ser tirado da colméia: ele não perdeu ainda a doçura do mel que continha, retém ainda algo do odor das flores de que foi recolhido; sua cor, sua figura, sua grandeza, são patentes; é duro, é frio, tocamo-lo e, se nele batermos, produzirá algum som. Enfim, todas as coisas que podem distintamente fazer conhecer um corpo encontram-se neste. Mas eis que, enquanto falo, é aproximado do fogo: o que nele restava de sabor exala-se, o odor se esvai, sua cor se modifica, sua figura se altera, sua grandeza aumenta, ele torna-se líquido, esquenta-se, mal o podemos tocar e, embora nele batamos, nenhum som produzirá. A mesma cera permanece após essa modificação? Cumpre confessar que permanece: e ninguém o pode negar. O que é, pois, que se conhecia deste pedaço de cera com tanta distinção? Certamente não pode ser nada de tudo o que notei nela por intermédio dos sentidos, visto que todas as coisas que se apresentavam ao paladar, ao olfato, ou à visão, ou ao tato, ou à audição, encontravam-se mudadas e, no entanto, a mesma cera permanece.”

(DESCARTES, René. Meditações. Trad. De Jacó Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 272.)

Com base no texto, é correto afirmar que para Descartes:

A

Os sentidos nos garantem o conhecimento dos objetos, mesmo considerando as alterações em sua aparência.

B

A causa da alteração dos corpos se encontra nos sentidos, o que impossibilita o conhecimento dos mesmos.

C

A variação no modo como os corpos se apresentam aos sentidos revela que o conhecimento destes excede o conhecimento sensitivo.

D

A constante variação no modo como os corpos se apresentam aos sentidos comprova a inexistência dos mesmos.

E

A existência e o conseqüente conhecimento dos corpos têm como causa os sentidos.