(UFES - 2004)
"Senhores da Assembleia Legislativa Provincial,
Desejarão, senhores, entregar ao esquecimento os dolorosos eventos que abalaram a paz e a tranquilidade da província, desde o próximo passado mês de novembro. Naqueles dias, rebeldes haviam embebido nos ânimos das classes menos pensadoras sentimentos próprios para levá-las ao exaltamento. Sob o pretexto da demissão do ministério de 31 de março, substituído por um gabinete que fez renascer o programa de tolerância e justiça no Império, os revoltados julgaram que era chegada a ocasião de colocar em prática nefandos projetos. O primeiro sinal da revolta apareceu na Vila do Pão de Alho em fins de outubro, tentando o próprio comandante do destacamento da polícia sublevá-lo. Em Olinda, marchando para fora da cidade, uma parte da guarda nacional aliciada e comandada por seus próprios chefes foi ocupar a Vila de Iguarassú. Os diretores do movimento davam incremento à insurreição por todos os meios, fazendo em seu delírio gemer a imprensa com as mais audaciosas e imorais publicações, a ponto de apregoar dentro da própria Capital, onde abundavam os elementos da desordem!
Recife, 10 de abril de 1849. Manuel Vieira Tosta"
(RELATÓRIO do Presidente de Província de Pernambuco. Recife: Typografia de M. F. de Faria, 1849. http//www.brazil.crl.edu/bsd/bsd/u2362/000002.hmtl. Acesso em: 19 ago 2003. Adaptado)
No relato sobre a Revolução Praeira acima reproduzido, é possível identificar como uma importante razão do movimento a
atuação da imprensa conservadora de Recife.
exoneração do gabinete conservador.
agitação dos escravos malês.
extinção da Guarda Nacional por Feijó.
demissão do Ministério liberal.