(UFPA - 2011)
“Em minha opinião, o voto livre deve ser defendido por razões filosóficas. (...) Ao tornar o voto obrigatório, de algum modo é reduzido o grau de liberdade que existe por trás da decisão espontânea do cidadão de ir à seção eleitoral e escolher um candidato. Podemos afirmar que o voto obrigatório, constrangido pela lei, não é moral se comparado ao sufrágio livre, resultado da deliberação de um sujeito autônomo. E, para Kant, há uma identidade entre ser livre e ser moral.”
(Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u356288.shtml. Texto adaptado)
O autor do texto se manifesta contrário ao voto obrigatório e justifica sua posição tendo por base a Ética kantiana.
Do ponto de vista de Kant, o individuo ao votar constrangido pela lei não age moralmente porque
a ação praticada não foi livre, na medida em que uma ação verdadeiramente livre deve visar à felicidade do indivíduo e não ao interesse do Estado.
é forçado, sem aprovação de sua vontade, a praticar um ato cujo móbil não é o princípio do dever moral.
o seu voto não foi fruto de uma escolha consciente, mas sim motivado por ideologias partidárias.
sua ação foi praticada por imposições do Estado e favorece candidatos desonestos, que podem comprar votos.
agiu por imposição da lei jurídica e não da lei moral, que requer que sua escolha esteja comprometida com interesses externos ao sujeito.