(Ufscar 2003)
A questão adiante baseiam-se no poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes.
Mas um velho, de aspeito venerando, [= aspecto) Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, C'um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito:
"Ó glória de mandar, ó vã cobiça Desta vaidade a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas!
Dura inquietação d'alma e da vida Fonte de desamparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios! Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo digna de infames vitupérios; Chamam-te Fama e Glória soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana."
Os versos de Camões foram retirados da passagem conhecida como "O Velho do Restelo". Nela, o velho
a) abençoa os marinheiros portugueses que vão atravessar os mares à procura de uma vida melhor.
b) critica as navegações portuguesas por considerar que elas se baseiam na cobiça e busca de fama.
c) emociona-se com a saída dos portugueses que vão atravessar os mares até chegar às Índias.
d) destrata os marinheiros por não o terem convidado a participar de tão importante empresa.
e) adverte os marinheiros portugueses dos perigos que eles podem encontrar para buscar fama em outras terras.