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(UFU - 2021 - MEDICINA)

Texto 1

Foi exatamente em fins do século XVIII e inícios do século XIX que nasceu o interesse pelo folclore. Foram os estudiosos como os irmãos Grimm que ao pesquisar sobre a poesia tradicional alemã chegaram a descobrir que a cultura popular se opunha a cultura erudita cultivada pelas elites e pelas instituições oficiais.

obrir que a cultura popular se opunha a cultura erudita cultivada pelas elites e pelas instituições oficiais. Em 1846 nasceu como neologismo o termo folclore (folklore = folk e lore que em inglês significam respectivamente povo e saber). Unificados, os dois termos passaram a significar o saber tradicional de um povo, e a ser utilizado no que concerne as tradições, os costumes e as superstições populares.

Criado em 1965, através de um decreto federal, o Dia do Folclore é comemorado no Brasil nesta data de 22 de agosto.

O folclore brasileiro é o conjunto de realizações que fazem parte da cultura popular brasileira. Dentro dessa definição, podem ser incluídos os contos, lendas, canções, ritmos, músicas, festas populares, jargões, literatura etc. Estudos na área do folclore brasileiro começaram timidamente no século XIX e consolidaram-se no século seguinte.

Extremamente rico, nosso folclore possui influências da cultura europeia, africana e indígena – um resultado da diversidade cultural aqui existente. Isso sem falar nos personagens folclóricos, como o SaciPererê, Curupira, Boitatá, Iara, entre outros.

O folclore brasileiro enquanto área de estudo só ganhou força no Brasil a partir do século XX, mas as raízes dessa pesquisa em nosso país remontam ao século XIX. Isso foi possível graças à influência do Romantismo, corrente artística e literária que teve grande importância no Brasil. Essa corrente esteve associada com movimentos nacionalistas e procurava ressaltar elementos da cultura nacional.

Essa ideia foi reforçada com o Modernismo, corrente artística e literária que esteve em evidência, no Brasil, no começo do século XX. O movimento modernista tinha ideais ufanistas e idealizava o interior do Brasil como local da verdadeira brasilidade.

O estudo do folclore passou a ser visto como uma forma de valorizar a cultura nacional. No século XIX, autores como Amadeu Amaral e Sílvio Romero tiveram importante papel na consolidação desse estudo. No começo do século XX, outros nomes, como os de Mário de Andrade e Arthur Ramos, ganharam notoriedade nesse campo do conhecimento.

A importância de Mário de Andrade no fortalecimento dos estudos sobre o folclore brasileiro foi reforçada na década de 1930, quando ele esteve à frente do Departamento de Cultura do Estado de São Paulo. Os estudos desenvolvidos começaram a aproximar o estudo do folclore com campos das ciências humanas e sociais.

Na década de 1940, a Unesco, entidade vinculada à ONU, recomendou o estudo e preservação do folclore nacional, e isso teve grande influência no Brasil, resultando na criação da Comissão Nacional de Folclore, em 1947. O crescimento do estudo do folclore levou à organização do I Congresso Brasileiro de Folclore, no Rio de Janeiro, em 1951.

e, no Rio de Janeiro, em 1951. Por meio desse congresso, foi debatido o que era folclore e o que deveria ser considerado como parte do folclore brasileiro. O documento emitido por esse congresso ficou conhecido como Carta do Folclore Brasileiro e norteou os debates e os estudos sobre folclore durante as décadas seguintes.

De acordo com esse documento, ficou estabelecido que o estudo do folclore era parte das ciências antropológicas e culturais. Além disso, definiu-se o folclore como “as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular” e que os elementos que formam o folclore (chamados de “fato folclórico”) possuíam algumas características, como aceitação coletiva e origem popular.

Em 1958, durante o governo de Juscelino Kubitschek, foi criada a Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro (CDFB) por meio do Ministério da Educação e Cultura. O objetivo dessa campanha, obviamente, era garantir a preservação do acervo folclórico brasileiro. A década de 1960 contou com a Revista do Folclore Brasileiro como grande difusora dos estudos realizados na área.

O golpe militar de 1964 acabou sendo um banho de água fria no crescimento dos estudos sobre o folclore do Brasil. Institucionalmente, as ações e estudos realizados nessa área pela CDFB foram interrompidos pela ditadura e só foram retomados a partir de 1976.

A partir da década de 1990, os estudos sobre folclore ganharam novo fôlego no Brasil. Um grande marco foi o VIII Congresso Brasileiro de Folclore, que aconteceu em Salvador, em 1995. Baseando-se na Carta do Folclore Brasileiro, de 1951, esse congresso emitiu um novo documento com atualizações importantes.

Desde então ficou definido que “folclore é o conjunto das criações culturais de uma comunidade, baseado nas suas tradições expressas individual ou coletivamente, representativo de sua identidade social.” Outra determinação importante foram as garantias de preservação do patrimônio folclórico dadas pela Constituição de 1988, em seus artigos 215 e 216.

Utilizando como base a definição dada no VIII Congresso Brasileiro de Folclore, de 1995, podemos afirmar que o folclore brasileiro é resultado das criações culturais de uma comunidade, sendo assim, podemos incluir dentro do folclore não somente os contos e histórias de personagens folclóricos, como também os ritmos musicais, as danças, as festas populares, as brincadeiras etc.

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/folclore-brasileiro.htm Acesso em: 07. jul. 2021.(Adaptado)

Texto 2

A série brasileira “Cidade Invisível”, que acaba de ter anunciada sua segunda temporada na Netflix, aborda com licença poética o folclore brasileiro. A trama chegou à lista de conteúdos mais assistidos da plataforma por pelo menos um dia em mais de 40 países incluindo o Brasil.

Criada por Carlos Saldanha, conhecido pelas franquias animadas “A Era do Gelo” e “Rio”, além de “O Touro Ferdinando”, indicado ao Oscar de Melhor Animação, a trama transporta os seres e criaturas míticos aos tempos atuais.[...]

Haná Vaisman, gerente de conteúdo de séries originais brasileiras da Netflix, conta que “Cidade Invisível” nasceu de um desejo de resgatar personagens do nosso folclore. Ela comemora a boa repercussão.

“São histórias que fazem parte da memória afetiva dos brasileiros, mas que ainda não haviam sido abordadas com uma visão contemporânea. Ao mesmo tempo em que estamos celebrando o retorno positivo, reconhecemos que temos um compromisso ainda maior em fazer com que mais pessoas se vejam representadas nessa segunda temporada”, afirma.[...]

Criada em 2003 após um incômodo com a expansão das celebrações do Halloween no Brasil, a Sosaci (Sociedade dos Observadores de Saci) tem como intuito valorizar o que há de melhor na cultura brasileira.

Com sede em São Luiz do Paraitinga (a 181 km de São Paulo), o projeto tem como proposta estudar e defender as brasilidades populares, dentre elas o folclore. Um dos fundadores, Mouzar Benedito, 74.

Além de Mouzar, há 1.100 entusiastas do folclore e da cultura nacional difundindo esses ensinamentos ao redor do país. São pessoas filiadas ao projeto. “Começamos a fazer muitas palestras em escolas. Fizemos filme sobre o tema e publicamos um monte de livros. Nossos principais lemas são a defesa e estudo da cultura brasileira”, reforça Mouzar que festeja que o Dia do Saci é comemorado em 31 de outubro, mesma data da festa norte-americana do Dia das Bruxas.

O fundador completa: “Fazer atividades, falar dos mitos e das lendas é propagar a nossa história. E sinto que temos resultado quando isso é feito logo na infância. São formas de ativismo da defesa da nossa cultura”, conclui.

VOLPATO, Leonardo Disponível em: https://f5.folha.uol.com.br/viva-bem/2021/03/de-saci-a-cuca-pais-e-professores-mantem-folclore-vivo-para-asnovas-geracoes.shtml Acesso em: 19 maio 2021. (Fragmento adaptado)

Utilizando os dois textos, redija um resumo, focando a importância do folclore e a valorização desse gênero de cultura de origem popular como forma de identidade de uma nação.