(UNIOESTE - 2012) “Em primeiro lugar, nosso modesto pedido (…) nos sejam dados poder e autoridade para que cada comunidade possa eleger o seu pastor (…). Ele nos pregará o Evangelho de maneira acessível e sem deturpá-lo (...). Em terceiro lugar, até agora éramos tratados como escravos, o que é uma vergonha, pois, com o seu precioso sangue, Jesus Cristo nos salvou a todos, (…). Por esse motivo, deduzimos das Sagradas Escrituras que somos livres, e livres queremos ser. (...) Em quarto lugar, somos prejudicados ainda pelos nossos senhores, que se apoderam de todas as florestas. Se o pobre precisa de lenha ou madeira tem que pagar o dobro por ela. Nós somos da opinião que deve ser restituída à comunidade toda e qualquer floresta que se encontra em mãos de leigos ou religiosos que não adquiriram legalmente. (...)”.
Manifesto dos Camponeses em 1525. In: Antologia Humanística Alemã. Porto alegre, Globo, 1972, pp.15-16.
O trecho acima reproduz parte do manifesto elaborado durante as Revoltas Camponesas ocorridas no contexto da Reforma Protestante. Sobre o sentido da Reforma Protestante e Revoltas Camponesas, pode-se afirmar que
a Reforma Protestante foi um movimento de caráter estritamente religioso sem qualquer conotação política ou social.
inspirados na doutrina calvinista de que todos os cristãos já nasciam salvos, os camponeses liquidaram com a servidão existente nos principados alemães.
sob a influência da reforma luterana os camponeses alemães questionaram os privilégios da Igreja Católica e dos príncipes alemães.
a revolta dos camponeses alemães culminou num evento trágico conhecido como a Noite de São Bartolomeu em que o ódio religioso dos protestantes matou centenas de católicos.
com o apoio da Igreja Anglicana, interessada no rompimento com o controle exercido pelo Papa, os camponeses lutaram pela distribuição das terras da Igreja Católica.