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VestibularEdição do vestibular
Disciplina

(FUVEST- 2023- 1 fase)TEXTO PARA AS QUESTES 05 E 0

História | História do Brasil | Brasil Populista | governo vargas | questões trabalhistas
História | História Geral | Idade Contemporânea | Guerra Fria | Capitalismo | Críticas ao capitalismo
FUVEST 2023FUVEST HistóriaTurma ENEM Kuadro

(FUVEST- 2023 - 1ª fase)

 

TEXTO PARA AS QUESTÕES 05 E 06

 

Luc Boltanski e Ève Chiapello demonstram com clareza e sagacidade a capacidade antropofágica do capitalismo financeiro que “engole” a linguagem do protesto e da libertação para transformá-la e utilizá-la para legitimar a dominação social e política a partir do próprio mercado.

Na dimensão do mundo do trabalho, por exemplo, todo um novo vocabulário teve que ser inventado para escamotear as novas transformações e melhor oprimir o trabalhador. Com essa linguagem aparentemente libertadora, passa-se a impressão de que o ambiente de trabalho melhorou e o trabalhador se emancipou.

Assim houve um esforço dirigido para transformar o trabalhador em "colaborador", para eufemizar e esconder a consciência de sua superexploração; tenta-se também exaltar os supostos valores de liderança para possibilitar que, a partir de agora, o próprio funcionário, não mais o patrão, passe a controlar e vigiar o colega de trabalho. Ou, ainda, há a intenção de difundir a cultura do empreendedorismo, segundo a qual todo mundo pode ser empresário de si mesmo. E, o mais importante, se ele falhar nessa empreitada, a culpa é apenas dele. É necessário sempre culpar individualmente a vítima pelo fracasso socialmente construído.

 

SOUZA, Jessé. Como o racismo criou o Brasil. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2021.

 

De acordo com o texto, o uso de "colaborador” no lugar de “trabalhador”, no campo das relações de trabalho, indica

A

o apagamento da linguagem de reivindicação e a falsa ideia de um trabalhador fortalecido.

B

a valorização do trabalhador vigiado pelo Estado nas tradicionais relações empregatícias.

C

a difusão da cultura da meritocracia, que fortalece as relações do trabalhador com o Estado.

D

a consciência do patrão que rejeita a cultura do neoliberalismo.

E

o impedimento de o trabalhador investir na prática do empreendedorismo.