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Disciplina

(IME - 2014/2015 - 2 FASE)Texto 2A MULHER QUE NO S

Português | Gramática | análise sintático-semântica | classificações e funções da palavra "se"
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(IME - 2014/2015 - 2ª FASE)

Texto 2 

A MULHER QUE NÃO SENTE MEDO DE ABSOLUTAMENTE NADA 

 (Jeanna Bryner – Dezembro de 2010) 

Você gostaria de não sentir medo? Pelo menos uma pessoa no mundo não tem medo de nada: uma mulher de 44 anos, que até ajudou pesquisadores a identificarem o local em que vive o fator medo no cérebro humano. Os pesquisadores tentaram inúmeras vezes assustar a mulher: casas mal-assombradas, onde monstros tentaram evocar uma reação de rejeição, aranhas e cobras, e uma série de filme de terror apenas entreteram a paciente. A mulher tem uma doença rara chamada síndrome de Urbach-Wiethe que destruiu sua amígdala. A amígdala é uma estrutura em forma de amêndoa situada no fundo do cérebro. Nos últimos 50 anos, estudos mostraram que ela tem um papel central na geração de respostas de medo em diferentes animais.   Agora, o estudo envolvendo essa paciente é o primeiro a confirmar que essa região do cérebro é responsável pelo medo nos seres humanos. A descoberta pode levar a tratamentos para transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Tratamentos de psicoterapia que seletivamente amorteçam a hiperatividade na amígdala podem curar pacientes com TEPT.  Estudos anteriores com a mesma paciente revelaram que ela não conseguia reconhecer expressões faciais de medo, mas não se sabia se ela tinha a capacidade de sentir medo. Para descobrir, os pesquisadores deram vários questionários padronizados à paciente, que sondaram os diferentes aspectos do medo, desde o medo da morte até o medo de falar em público. Além disso, durante três meses ela carregou um diário que informatizava sua emoção, e que, aleatoriamente, pedia-lhe para classificar o seu nível de medo ao longo do dia. O diário também indicava emoções que ela estava sentindo em uma lista de 50 itens. Sua pontuação média de medo foi de 0%, enquanto para outras emoções ela mostrou funcionamento normal. Em todos os cenários, ela não mostrou nenhum medo. Baseado no seu passado, os pesquisadores encontraram muitas razões para ela reagir com medo. Ela própria contou que não gosta de cobras, mas quando entrou em contato com duas, não sentiu medo. Além disso, já lhe apontaram facas e armas, ela foi fisicamente abordada por uma mulher duas vezes seu tamanho, quase morreu em um ato de violência doméstica, e em mais de uma ocasião foi explicitamente ameaçada de morte. O que mais se sobressai é que, em muitas destas situações a vida da paciente estava em perigo, mas seu comportamento foi desprovido de qualquer senso de desespero ou urgência. E quando ela foi convidada a lembrar como se sentiu durante as situações, respondeu que não sentiu medo, mas que se sentia chateada e irritada com o que aconteceu. Segundo os pesquisadores, sem medo, pode-se dizer que o sofrimento dela não tem a intensidade profunda e real suportada por outros sobreviventes de traumas. Essencialmente, devido aos danos na amígdala, a mulher está imune aos efeitos devastadores do transtorno de estresse pós-traumático. Mas há uma desvantagem: ela tem uma incapacidade de detectar e evitar situações ameaçadoras, o que provavelmente contribuiu para a frequência com que ela enfrentou riscos. Os pesquisadores dizem que esse tipo de paciente é muito raro, mas para entender melhor o fenômeno, seria ótimo estudar mais pessoas com a condição. 

Disponível em<:http://hypescience.com> (texto adaptado de http://www.livescience.com). Acesso em: 29 Abr 2014 

 

Texto 4

AUTOSSABOTAGEM: O MEDO DE SER FELIZ

(Raphaela de Campos Mello – Outubro de 2012) 

A cada passo dado você sente que a felicidade se afasta alguns metros? Talvez esteja, inconscientemente, queimando chances de se realizar. Repense as próprias atitudes para interromper esse ciclo destrutivo. Por medo dos riscos e das responsabilidades da vida, podemos acabar inconscientemente com as nossas realizações. Isso se chama autossabotagem. São atitudes forjadas por uma parte de nós que não nos vê como merecedoras do sucesso ou que subestima nossa capacidade de lidar com a vitória. Pode ser aquela espinha que apareceu no nariz no dia daquele encontro especial ou da gripe que a pegou na véspera daquela importante reunião. "Muitos desses comportamentos destrutivos estão quase fora do domínio da consciência", afirma o psicólogo americano Stanley Rosner, coautor do livro O Ciclo da AutoSabotagem - Por Que Repetimos Atitudes que Destroem Nossos Relacionamentos e Nos Fazem Sofrer (ed. BestSeller). "A autonomia, a independência e o sucesso são apavorantes para algumas pessoas porque indicam que elas não poderão mais argumentar que suas necessidades precisam ser protegidas", diz o autor. O filósofo e psicanalista paulista Arthur Meucci, coautor de A Vida Que Vale a Pena Ser Vivida (ed. Vozes) comenta sobre os ganhos secundários. "Há jovens que saem de casa para tentar a vida, enquanto outros permanecem na zona de conforto, porque continuam recebendo atenção dos pais e se eximem de enfrentar as dificuldades da fase adulta", afirma. O problema é que, ao fazermos isso, não nos desenvolvemos plenamente. "Todo mundo busca a felicidade, a questão é ter coragem de viver, o que significa correr riscos e assumir responsabilidades", diz ele.

Disponível em: (Texto adaptado). Acesso em 29 Abr 2014

 

Nos textos 2 e 4, observam-se alguns termos “se” em destaque. A análise desse termo foi feita de forma correta em:

A

“...mas não se sabia se ela tinha a capacidade de sentir medo...” (texto2; 5º parágrafo)- conjunção subordinativa adverbial condicional. 

B

 “...pode-se dizer que o sofrimento dela não tem a intensidade profunda e real suportada por outros sobreviventes de traumas.” (texto2; 9º parágrafo) - partícula de realce. 

C

“A cada passo dado você sente que a felicidade se afasta alguns metros?” (texto 4; 1º parágrafo) - conjunção subordinativa adverbial temporal. 

D

 “Isso se chama autossabotagem.” (texto 4; 2º parágrafo) - conjunção integrante. 

E

“...porque continuam recebendo atenção dos pais e se eximem de enfrentar as dificuldades da fase adulta...” (texto 4; 6º parágrafo)- pronome reflexivo.