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VestibularEdição do vestibular
Disciplina

(IME - 2019/2020 - 2 FASE)O soneto XIII de Via-Lct

(IME - 2019/2020 - 2ª FASE) 

O soneto XIII de Via-Láctea, coleção publicada em 1888 no livro Poesias, é o texto mais famoso da antologia, obra de estreia do poeta Olavo Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado, suas rimas e a escolha da forma fixa revelam rigor formal e estilístico caros ao movimento parnasiano; o tema do poema, no entanto, entra em colisão com o tema da literatura típica do movimento, tal como concebido no continente europeu.

 

Texto 2

XIII

 

1 “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo                                                                                                                  
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…

5 E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

10 Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”

BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002. p. 37-55. Via-Láctea. Disponível em: . Acesso em: 19/08/2019. 

 

Dentre as afirmações abaixo, assinale a que é falsa em relação ao Texto 2.

A

Há uma nítida despreocupação quanto à perda de razão por parte da voz poética que, inclusive, abre as janelas para melhor “conversar com as estrelas”.

B

É possível falar em um movimento argumentativo no soneto que se desenvolve em forma de diálogo com um hipotético interlocutor e conclui que só os que amam são capazes de realizar a proeza descrita.

C

A luz do dia é recebida com tristeza pela voz poética, o que deixa ver a valorização da capacidade de entender as estrelas e, consequentemente, seu apreço pelo estado de enamoramento.

D

São versos que se eternizam pelo tema escolhido, o amor, mote universal e atemporal.

E

A invisibilidade do ser amado, que sequer é nomeado, tampouco caracterizado fisicamente, é uma das características mais marcantes do movimento romântico, ao qual o soneto está filiado, de acordo com a periodização literária.