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(UEFS-BA-2013 - Meio do ano)DinheiroSem ele não há

(UEFS-BA-2013 - Meio do ano)

Dinheiro


Sem ele não há cova! quem enterra

Assim grátis, a Deo? O batizado

Também custa dinheiro. Quem namora

Sem pagar as pratinhas ao Mercúrio?

Demais, as Dânaes também o adoram...

Quem imprime seus versos, quem passeia,

Quem sobe a deputado, até ministro,

Quem é mesmo eleitor, embora sábio,

Embora gênio, talentosa fronte,

Alma romana, se não tem dinheiro?

Fora a canalha de vazios bolsos!

O mundo é para todos... Certamente

Assim o disse Deus, mas esse texto

Explica-se melhor e d’outro modo...

Houve um erro de imprensa no Evangelho:

O mundo é um festim, concordo nisso,

Mas não entra ninguém sem ter as louras.


AZEVEDO, Álvares de. Dinheiro. Lira dos vinte anos. 2. ed. São Paulo: Landy, 2000. p. 138-9.

Mercúrio: deus do comércio. Dânae: personagem da mitologia que foi seduzida por Zeus.


Sobre o poema de Álvares de Azevedo, a única informação sem comprovação no texto é a

A

O texto revela o tom irônico do autor, que expressa seu pessimismo diante dos valores que permeiam as relações sociais. 

B

 A voz lírica expressa uma confissão íntima de desencanto e sofrimento diante de um mundo desprovido de sentimentos. 

C

Os versos apresentam uma crítica à sociedade capitalista, que supervaloriza o dinheiro como mecanismo de inserção social.

D

O autor usa referências mitológicas como estratégia argumentativa para evidenciar o poder do dinheiro em uma sociedade materialista. 

E

O discurso bíblico, no final do poema, fragiliza-se, na medida em que a importância do dinheiro para se inserir no mundo é sugerida pelo sujeito poético.