(UFMS - 2015)
A Lenda da Mandioca (lenda dos índios Tupi)
Nasceu uma indiazinha linda e a mãe e o pai tupis espantaram-se:
- Como é branquinha 1esta criança!
E era mesmo. Perto dos outros curumins da taba, parecia um raiozinho de lua. Chamaram-na Mani. Mani era 2linda, silenciosa e 3quieta. Comia 4pouco e pouco bebia. Os pais preocupavam-se.
- Vá brincar, Mani, dizia o pai.
- Coma um 5pouco mais, dizia a mãe.
Mas a menina continuava quieta, cheia de sonhos na cabecinha. Mani parecia esconder um mistério. Uma bela manhã, não se levantou da rede. O pajé foi chamado. Deu ervas e bebidas à menina. Mas não atinava com o que tinha Mani. Toda a tribo andava triste. Mas, deitada em sua rede, Mani sorria, sem doença e sem dor.
E sorrindo, Mani morreu. Os pais a enterraram dentro da própria oca. E regavam sua cova todos os dias, como era costume entre os índios Tupis. Regavam com lágrimas de saudade. Um dia perceberam que do túmulo de Mani rompia uma plantinha verde e viçosa.
- Que planta será esta? Perguntaram, admirados. Ninguém a conhecia.
- É melhor deixá-la crescer, resolveram os índios.
E continuaram a regar o brotinho mimoso. A planta desconhecida crescia depressa. 6Poucas luas se passaram e ela estava altinha, com um caule forte, que até fazia a terra se rachar em torno.
- A terra parece fendida, comentou a mãe de Mani.
- Vamos cavar?
E foi o que fizeram. Cavaram pouco e, à flor da terra, viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos curumins, nome que dão aos meninos índios. Mas, sob a casquinha marrom, lá estava a polpa branquinha, quase da cor de Mani. Da oca de terra de Mani surgia uma nova planta!
- Vamos chamá-la Mani-oca, resolveram os índios.
- E, para não deixar que se perca, vamos transformar a planta em alimento!
Assim fizeram! Depois, fincando outros ramos no chão, fizeram a primeira plantação de mandioca. E até hoje entre os índios do Norte e Centro do Brasil é este um alimento muito importante.
E, em todo Brasil, quem não gosta da plantinha misteriosa que surgiu na casa de Mani?
Fonte: GIACOMO, Maria T. C. de. Lendas brasileiras, n.7. 2 ed. Edições Melhoramentos: São Paulo, 1977. (adaptado)
Considerando princípios ortográficos, fonológicos e morfológicos da língua portuguesa, considere as afirmativas a seguir.
I. Se inserido acento na sílaba final de "esta" (ref. 1), altera-se tonicidade, mas mantém-se inalterada classe de palavra.
II. Em "linda" (ref. 2), assim como em "quieta" (ref. 3), verifica-se ocorrência de um fonema representado por duas letras.
III. Diferentemente de "pouco" (refs. 4 e 5), a palavra "Poucas" (ref. 6), flexiona-se para concordar com o nome que a acompanha.
Est(ão) correta(s)
apenas I.
apenas II.
apenas I e III.
apenas II e III.
I, II e III.