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(UFRGS - 2018) Temos sorte de viver no Brasil dizi

Português | Gramática | período simples | termos essenciais da oração
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(UFRGS - 2018) 

          – Temos sorte de viver no Brasil – dizia meu pai, depois da guerra. – Na Europa mataram1 milhões de judeus2.
        Contava as experiências que os médicos 3nazistas faziam com os prisioneiros. Decepavam-lhes as cabeças, faziam-nas encolher – à maneira, li depois, dos índios Jivaros. Amputavam4 pernas e braços. Realizavam estranhos transplantes: uniam a metade superior de um homem ........ metade inferior de uma mulher, ou aos quartos traseiros de um bode. Felizmente morriam5 essas atrozes quimeras6; expiravam como seres humanos, não eram obrigadas a viver como aberrações. (........ essa altura eu tinha os olhos cheios de lágrimas. Meu pai pensava que a descrição das maldades nazistas me deixava comovido.)
          Em 1948 foi proclamado7 o Estado de Israel8. Meu pai abriu uma garrafa de vinho – o melhor vinho do armazém –, brindamos ao acontecimento. E não saíamos de perto do rádio, acompanhando ........ notícias da guerra no Oriente Médio. Meu pai estava entusiasmado com o novo Estado: em Israel, explicava, vivem judeus de todo o mundo, judeus brancos da Europa, judeus pretos da África, judeus da Índia, isto sem falar nos beduínos com seus camelos: tipos muito esquisitos, Guedali.
           Tipos esquisitos – aquilo me dava ideias.
          Por que não ir para Israel? Num país de gente tão estranha – e, ainda por cima, em guerra – eu certamente não chamaria a atenção. Ainda menos como combatente, entre a poeira e a fumaça dos incêndios. Eu me via correndo pelas ruelas de uma aldeia, empunhando um revólver trinta e oito, atirando sem cessar; eu me via caindo, varado de balas. Aquela, sim, era a morte que eu almejava, morte heroica, esplêndida justificativa para uma vida miserável, de monstro encurralado. E, caso não morresse, poderia viver depois num kibutz. Eu, que conhecia tão bem a vida numa fazenda, teria muito a fazer ali. Trabalhador dedicado, os membros do kibutz terminariam por me aceitar; numa nova sociedade há lugar para todos, mesmo os de patas de cavalo.

Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no jardim. 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2001.

Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir, sobre os sujeitos de algumas formas verbais do texto.

(   ) O sujeito da forma verbal mataram (ref. 1) é milhões de judeus (ref. 2).
(   ) O sujeito da forma verbal Amputavam (ref. 4) é os médicos nazistas (ref. 3).
(   ) O sujeito da forma verbal morriam (ref. 5) é essas atrozes quimeras (ref. 6).
(   ) O sujeito da locução verbal foi proclamado (ref. 7) é o Estado de Israel (ref. 8).

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A

F – V – V – V. 

B

V – F – V – F.

C

V – F – F – V.

D

V – V – V – V.

E

F – V – F – F.